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Comunicação alternativa transforma cotidiano de jovem autista

Valinhos, por Kleber Patricio

Foto: divulgação.

A Comunicação Suplementar e/ou Alternativa (CSA) pode ser descrita como uma estratégia que complementa ou suplementa a fala e contribui para a comunicação por meio de sinais gráficos dispostos em pranchas de comunicação. Essa abordagem tem como objetivo apoiar, suplementar, complementar ou substituir a comunicação oral.

De acordo com a fonoaudióloga e mestra em saúde, interdisciplinaridade e reabilitação da Acesa Capuava, Natália Rovere, o recurso colabora para a comunicação de pessoas com comprometimentos da oralidade e que podem sofrer impactos na qualidade de vida, bem como para a comunidade que os cerca. “Pode-se utilizar a Comunicação Alternativa a partir de recursos como miniaturas, fotografias, gestos, olhares, escrita e imagens desenhadas, entre outros. O intuito é apresentar conteúdos visuais, de modo que o sujeito não oralizado possa fazer escolhas e manifestar-se como qualquer outro par, lembrando que essa técnica não inibe a fala, pois seu objetivo é promover a comunicação e, em alguns casos, pode até favorecer a oralidade”, comenta.

A Acesa Capuava é referência no atendimento a usuários com transtorno do espectro autista em Valinhos e região. Um dos jovens atendidos é o Rômulo Rodrigues Frederico, que apesar de muitas tentativas da família e de profissionais, não desenvolveu a fala, o que não impede sua comunicação. Graças à CSA, ele reconhece as letras e os números. Fala a primeira letra e até mesmo a primeira sílaba de algumas palavras. Porém, o que torna sua comunicação mais efetiva é uma agenda repleta de imagens e símbolos que possibilitam que ele se expresse, solicite informações e faça pequenas compras em lojas e supermercados. “O Rômulo se transformou depois que começou a frequentar a Acesa Capuava. Ele se sentiu útil, importante, se realizou e isso foi um avanço para ele. Na entidade ele consegue ajudar os colegas”, reforça Marília Leite Rodrigues Frederico, mãe do jovem, que faz questão de trazer o filho semanalmente de Morungaba para Valinhos.

Para Renata Catusso, coordenadora da Acesa Capuava, a colaboração da família é fundamental. “Quando o recurso da Comunicação Alternativa foi proposto ao Rômulo, houve total engajamento da família com a equipe em todas as fazes do planejamento da CSA. Não basta apenas o auxílio de um profissional capacitado em CSA e de toda equipe interdisciplinar, é fundamental aliar a parceria com a família e a escola”, reforça.

Os Sistemas de Comunicação Alternativos podem ser divididos em recursos de baixa e de alta tecnologia. Os recursos de alta tecnologia envolvem aplicativos para tablets e celulares, softwares para computadores, pranchas vocálicas e sistemas computadorizados de voz, entre outros sistemas que possibilitam a comunicação de forma efetiva e prática com o uso das tecnologias disponíveis e que podem substituir ou complementar as pranchas impressas, dependendo das necessidades e desejos de cada indivíduo. Vale ressaltar que o fonoaudiólogo é o profissional habilitado para avaliar as condições de comunicação de cada paciente, definindo, a seguir, quais sistemas de comunicação podem auxiliar de modo permanente ou temporário.

Sobre a Acesa Capuava

A Acesa Capuava é uma entidade filantrópica de Valinhos que atende pessoas com transtorno do espectro autista, deficiência intelectual, deficiência múltipla e surdez. Fundada em 2002, atua junto à comunidade carente de toda Região Metropolitana de Campinas e é formada por um grupo de profissionais que se uniu com a missão de prestar um serviço de amor incondicional e de cidadania. Todos os seus colaboradores acreditam no ser humano, em suas infinitas possibilidades e em sua capacidade de transformar e transcender toda e qualquer condição de vida. Para mais informações, visite www.acesacapuava.com.br, a loja virtual www.acesacapuavastore.org.br e a fan page www.facebook.com/ACESACapuava.