A Secretaria de Obras e Vias Públicas de Indaiatuba, na Região Metropolitana de Campinas, testará um pavimento asfáltico com base composta por resíduos sólidos provenientes do Aterro de Inertes do município. A proposta é desenvolver um produto de menor custo para a pavimentação asfáltica de vias de tráfego local que apresentam pouco movimento de veículos e diminuir os impactos desses produtos no meio ambiente. A implantação do novo pavimento deve ocorrer após a conclusão da obra de instalação de galerias pluviais em ruas no entorno da Estrada do Fogueteiro, prevista para o final de julho.
Conforme explicou o secretário de Obras, Robenilton Oliveira Lima, a ideia de desenvolver esse projeto surgiu da dificuldade de adesão ao PCM (Plano Comunitário de Melhoria) na zona norte da cidade, em decorrência do alto custo do pavimento asfáltico tradicional e, também, por possibilitar ao município a reutilização dos resíduos sólidos gerados. “É importante esclarecer que a utilização desse material será em caráter experimental e sua evolução será acompanhada continuamente após a aplicação, para verificarmos sua eficiência antes de pensarmos em ampliar a implantação do material para outras ruas”, ressaltou.
Para reduzir os custos, a base do pavimento em teste será composta por materiais como cacos de telhas, tijolos e restos de concreto, que são depositados no Aterro de Inertes do município. Esses entulhos serão triturados e agregados a outros materiais para compor a base do asfalto, que também receberá uma capa de acabamento com um concreto betuminoso mais rugoso com menor consumo de CAP (Cimento Asfáltico de Petróleo). Para a seleção desses materiais, foram feitas várias amostragens em escala de laboratório.
Por se tratar de uma implantação em caráter experimental, cuja técnica não é normatizada no Brasil, os técnicos da Secretaria de Obras optaram por executar em uma rua com tráfego de baixo impacto e com largura inferior a oito metros para viabilizar a aplicação e possibilitar o monitoramento do pavimento ao longo de sua vida útil.
A Rua Acácia, que tem cerca de 750 metros lineares e seis metros de largura, foi escolhida para testar o projeto por apresentar pouco movimento de veículos e poucas residências, além do fato de a Prefeitura já estar realizando obras de galerias de águas pluviais na via, localizada no Recreio Campestre Internacional de Viracopos. Essas características facilitarão a retirada de amostras para análise ao longo do tempo da vida útil deste tipo de pavimentação sem causar muitos transtornos aos munícipes residentes na rua.
Para a validação desse novo método e para a futura implementação deste tipo de pavimento de baixo custo em outras áreas de interesse social, o acompanhamento da eficiência do pavimento é imprescindível durante sua vida útil ou por, no mínimo, cinco anos.