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Neurofilósofo mostra como ‘alimentar’ o cérebro para aprender e produzir mais

Portugal, por Kleber Patricio

O neurofilósofo e jornalista Fabiano de Abreu. Crédito da foto: Vagner Souza.

Concluir cursos e se preparar para concursos em meio ao estresse diário é possível, desde que a mente esteja ‘alimentada’ – com esta premissa, o neurofilósofo e jornalista Fabiano de Abreu mostra como utilizar o cérebro de forma eficaz. Em entrevista à revista de saúde Go Where, o neurofilósofo – ou seja, neurocientista, neuropsicanalista, neuropsicólogo e filósofo – conta como ele conseguiu concluir dez cursos em apenas doze meses. “Os circuitos neuronais são plásticos: eles são capazes de mudar em resposta a vários estímulos internos e externos. Em outras palavras, eles são moldados pela experiência”. Isso é o que ele chama de ‘plasticidade neuronal’ ou ‘neuroplasticidade.

Mais do que isso, ele encoraja as pessoas de todas as idades a tentarem: “Durante muito tempo se pensava que o cérebro era um circuito fechado incapaz de sofrer alterações; porém, estudos comprovaram que o cérebro tem notável capacidade de se expandir, de se regenerar, mesmo na idade adulta”, afirma Fabiano.

Alimentar o cérebro

Fabiano integra a Mensa, a mais antiga sociedade de alto QI do mundo, com sede na Inglaterra. Ele afirma, no entanto, que qualquer pessoa pode exercitar o cérebro; não precisa ter um QI acima da média. Uma das técnicas é experimentar o novo constantemente e repeti-lo – um exemplo é desempenhar de uma nova maneira uma tarefa cotidiana constantemente. Dessa forma, Fabiano explica que evitar a rotina e tarefas mecânicas, que não exijam raciocínio, é fundamental.

Em entrevista à revista de saúde ‘Go Where’, neurofilósofo conta como conseguiu concluir dez cursos em apenas doze meses.

“Quando experimentamos algo novo, em minutos ou horas se forma uma nova espinha dendrítica em busca da extremidade de um axônio próximo. Na semana seguinte, se forma uma sinapse funcional que estabiliza a informação, mas o contrário também pode acontecer: as espinhas dendríticas encolhem, eliminam as sinapses e a memória se perde; ou seja, quando experimentamos algo novo, criam-se novas conexões, reforçamos e aumentamos o cérebro. Já quando estamos e vivemos no automático, o encolhemos”, explica.

Para quem pensa que isso é distante de sua realidade, Fabiano conta que ler e aprender é importante, aprender algo novo constantemente é excelente. “Não tem nada melhor do que a plasticidade através do conhecimento, da leitura. Somado a isso, é preciso fazer exercícios físicos e ter uma alimentação balanceada para o equilíbrio da microbiota intestinal para uma melhor liberação de hormônios e de neurotransmissores sem a necessidade de suplementos ou medicamentos que possam criar dependência”, finaliza.