Com o intuito de discutir projetos e políticas de gestão, como o apoio ao desenvolvimento de orquestras sinfônicas, atualizações na legislação e processos para criação de identidade artística institucional, o Auditório V da Faculdade de Ciências Médicas (FCM/Unicamp) sedia nesta quinta, 2 de junho, a segunda edição do Fórum Gestão Orquestral e Compromisso Social. Promovido pelo Centro de Integração, Documentação e Difusão Cultural da Unicamp (Ciddic) e Orquestra Sinfônica da Unicamp, com curadoria de Cinthia Alireti (regente da OSU), o evento será realizado das 8h30 às 17h. Entre os participantes, o maestro Leonardo Panigada, membro fundador do primeiro núcleo do programa de educação musical e inclusão social El Sistema, na província de Barquisimeto, na Venezuela, onde estudou Gustavo Dudamel, uma das coqueluches da regência mundial.
O Fórum é aberto a todos os interessados ligados a orquestras ou instituições sociais/culturais/musicais e gestores de diversos setores com interesse no funcionamento de modelos institucionais. As inscrições, gratuitas, podem ser feitas pelo site http://www.ciddic.unicamp.br/form_cadastro_gestao_orq_comp_social.php.
As Políticas Culturais Regionais serão discutidas na primeira mesa redonda do dia, com moderação de Leonardo Martinelli (compositor, diretor de formação da Fundação Theatro Municipal de São Paulo) e a participação dos debatedores Ney Carrasco (secretário de Cultura de Campinas) e Jean Camoleze (secretário de Cultura de Jundiaí). Na ocasião, os participantes avaliam estratégias de valorização do produto regional cultural, além de projetos e políticas de educação musical como ferramenta de desenvolvimento cultural e social de uma região.
Na sequência, o maestro Leonardo Panigada apresenta o modelo institucional introduzido nas Orquestras Sinfônicas Venezuelanas, conhecido como El Sistema. O regente irá levantar questões administrativas, pedagógicas, sociais e políticas sobre o sistema que revolucionou tanto o conceito de formação de orquestras sinfônicas como os princípios de educação da música nos tempos atuais.
A segunda mesa será formada pelo maestro Lutero Rodrigues (professor de regência da UNESP), Maria Elisa Pasqualini (gestora do acervo musical do Theatro Municipal de São Paulo), Rodrigo Morte (compositor, arranjador e diretor artístico da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas) e José Augusto Mannis (professor de composição do IA/Unicamp). Os participantes discutem, na ocasião, temas relacionados à execução de música nacional, como a viabilização de materiais de execução, atualização da lei de direitos autorais, o compromisso com a difusão da cultura nacional entre fronteiras, a formação do gosto musical pelo produto nacional e o papel do músico na valorização deste repertório.
O processo de definição da identidade artística de uma instituição, as estratégias de engajamento dos músicos no processo de fortalecimento da imagem institucional e de conexão com a comunidade estão entre as pautas da terceira e última mesa. As apresentações terão como moderador o compositor Guilherme Kawakami e como debatedores Luis Gustavo Petri (criador e regente titular da Orquestra Sinfônica de Santos), Carlos Eduardo Moreno (regente titular da Orquestra Experimental de Repertório/São Paulo), Eduardo Ostergren (diretor artístico e regente da Orquestra Sinfônica de Sorocaba e da Orquestra Sinfônica de Bragança Paulista) e Claudia Feres (regente titular e diretora artística da Orquestra Municipal de Jundiaí). O grupo ainda discute a função dos compromissos com a cultura local, a seleção de repertório como estratégia de visibilidade e a identidade institucional de maneira geral.
Segundo a regente da Sinfônica da Unicamp, Cinthia Alireti, o papel das orquestras sinfônicas no Brasil tem se reciclado rapidamente, assumindo diferentes funções dentro da sociedade. “O aumento da profissionalização de músicos e gestores da área cultural pode ser constatado na melhoria da qualidade artística, assim como na eficiência dos processos em backstage. Mas devemos lembrar que o valor desta conquista só pode existir a partir de dois fatores: da capacidade do público de perceber e compreender esse avanço e da habilidade dos profissionais da cultura em manter o sucesso e a renovação da arte no cenário atual”, observa, acrescentando que “Programas de educação musical, projetos de acesso à cultura, pesquisas e parcerias que buscam o desenvolvimento cultural sem fechar os olhos para a realidade de uma região, contribuem diretamente na elevação do nível artístico e social em cada região do país”.
Conversei hoje com a regente da Camerata Filarmônica de Indaiatuba, Natália Larangeira, e ela me contou que também já está inscrita para o evento.
Serviço:
Fórum Gestão Orquestral e Compromisso Social – Ciddic/Orquestra Sinfônica da Unicamp
Curadoria: Cinthia Alireti (Ciddic/OSU) e Nicole Somera (Ciddic/OSU)
Quando: 2 de junho de 2016 (quinta-feira)
Horário: 8h30 às 17h
Local: Auditório V da Faculdade de Ciências Médicas (FCM/Unicamp) – R. Tessália Vieira de Camargo, 126 – Cidade Universitária, Campinas/SP
Entrada gratuita
Programação completa: http://www.ciddic.unicamp.br/foruns_osu.php?cod=1.