A Arteris, empresa especializada em gestão de rodovias, tem identificado uma série de deslocamentos de micos-leões dourados nos dispositivos que fazem parte do Complexo de Travessia de Fauna instalado ao longo de 72 quilômetros da BR-101/RJ, via administrada pela concessionária Arteris Fluminense. Apenas no mês de dezembro de 2021, foram contabilizadas 21 passagens de animais dessa espécie, que continua ameaçada de extinção.
O complexo de passagens de fauna implementado pela Arteris Fluminense na região de Casimiro de Abreu e Rio Bonito possui um conjunto diversificado de dispositivos que permitem a travessia segura das mais diferentes espécies. A região é um dos principais habitats do mico-leão-dourado e as passagens registradas pelas câmeras da concessionária chegam a mostrar grupos com até cinco indivíduos na mesma imagem. Na maioria das vezes, eles utilizam dispositivos aéreos, também conhecidos como copa a copa, que atuam como verdadeiras passarelas e são as estruturas preferidas pelos primatas nos vídeos captados.
Os primeiros dispositivos do Complexo de Travessia de Fauna foram implementados em 2018 e, com o tempo, dois fatores têm contribuído para sua utilização: os animais estão aprendendo como fazer uso das estruturas e, com o crescimento da vegetação nativa que foi replantada, cria-se uma maior sensação de segurança para as travessias.
A implementação dos dispositivos foi realizada com base em mapeamentos que identificaram os locais mais sensíveis ambientalmente, contando com a aprovação da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), órgãos ambientais locais, pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
No total, mais de R$48 milhões já foram investidos no Complexo, que hoje possui 17 passagens subterrâneas, 10 estruturas aéreas, 9 passagens sob as pontes, mais de 30 km de cercas para condução de fauna e um viaduto vegetado, que está em operação desde agosto de 2020.
As imagens captadas têm mostrado uma boa adaptação dos micos-leões às passagens aéreas, porém todas as estruturas têm sido monitoradas. Em relação ao viaduto vegetado, maior dispositivo disponível no local, ainda não é possível identificar sua eficácia. Somente após a consolidação da vegetação nativa plantada no viaduto, acompanhamento de estudos científicos e monitoração da estrutura será possível mensurar os resultados e compará-los com os efeitos das demais estruturas implementadas.
(Fonte: RPMA Comunicação)