O Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS lançou um novo espaço, dedicado a debater o avanço e os impactos das mudanças climáticas no mundo. A exposição “Mudanças Climáticas e Tecnologia” conta com 14 experiências e será acessível, com recursos de audiodescrição e Língua Brasileira de Sinais (Libras). A exposição será permanente no Museu e está aberta à visitação, em Porto Alegre.
A mostra foi desenvolvida a partir de pesquisas e ações realizadas em parceria entre o Museu de Ciências e Tecnologia e o Instituto do Petróleo e Recursos Naturais (IPR), estruturas ligadas a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da PUCRS. O projeto possui financiamento da Global CCS Institute e da Carbon Sequestration Leadership Forum, empresas líderes mundiais na implantação da captura e armazenamento de carbono, uma tecnologia vital para combater as mudanças climáticas.
De acordo com o professor e pesquisador do IPR Rodrigo Sebastian Iglesias, responsável pela conquista do financiamento internacional da exposição, os impactos para a sociedade já estão sendo sentidos e serão ainda piores se não houver um esforço contínuo global.
Iglesias explica que eventos climáticos extremos, como ondas de calor, tempestades, inundações e incêndios florestais, serão cada mais frequentes. Em março deste ano, por exemplo, o professor destacou as ondas de calor extraordinárias que registraram temperaturas de 40°C na Antártica e 30°C no Ártico. “A influência do homem no aquecimento da atmosfera e dos oceanos é cada vez mais evidente. Por isso, é fundamental entendermos qual o papel da sociedade no sistema climático da Terra, reconhecendo a importância do carbono como fonte de energia e o protagonismo das tecnologias no combate desta crise”, destaca o docente.
Experiências interativas
As experiências permitem a interação do público, proporcionando diferentes perspectivas e sensações. Entre elas está o experimento “Ciclos de Milankovitch”, que apresenta a principal causa natural de mudanças climáticas. Por meio de um simulador, a experiência permite ao visitante visualizar os movimentos terrestres e verificar sua relação com a variação da incidência dos raios solares – e, consequentemente, da temperatura – sobre nosso planeta.
Já o experimento “Efeito Estufa” ocorre dentro de uma cabine fechada e promove uma interação sensorial. Na cabine, a temperatura ambiente é quatro graus Celsius maior que a temperatura externa. Esses quatro graus de diferença são suficientes para o visitante “sentir na pele” como será a temperatura média na Terra ao final deste século caso não se busquem alternativas para mitigar a emissão de gases de efeito estufa.
A exposição está dividida em cinco eixos que debatem diferentes aspectos das mudanças climáticas: interferência humana, catástrofes ambientais, a importância do carbono como fonte de energia, as tecnologias limpas de carbono contra a crise climática e o futuro que você espera ainda pode ser o futuro que espera você.
Para a professora e coordenadora de ações educacionais do MCT Renata Medina, o Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS tem o compromisso em manter o seu público visitante informado sobre as questões mais relevantes em ciências. “Por se tratar de uma questão de grande urgência para a manutenção da qualidade de vida de todas as espécies do nosso planeta, uma exposição interativa que proporcione ao visitante uma imersão sobre o assunto se mostra de grande significância para a nossa sociedade”, aponta a professora Renata.
Uma exposição sustentável
A exposição “Mudanças Climáticas e Tecnologia” foi produzida a partir de alternativas para minimizar impactos ambientais, utilizando-se de materiais como Drywall, MDF, iluminação com tecnologia LED e tintas à base d’água.
Considerada uma tecnologia limpa, o Drywall (gesso acartonado) consiste em estruturas pré-fabricadas feitas com aço e placas de gesso que podem ser recicladas em novos produtos com o objetivo de reduzir o desperdício e melhorar a condição do solo. Já o MDF mistura fibras de madeira prensada de eucalipto ou pinus reflorestados. Suas sobras são trituradas e transformadas em novas chapas do material.
A iluminação com tecnologia LED utiliza 82% menos energia elétrica que uma lâmpada incandescente comum, com durabilidade média de 50 mil horas e reciclabilidade de 95% dos seus componentes. E as tintas à base d’água têm impacto 90% menor nas emissões de compostos orgânicos voláteis (COVs), bem como de gases de efeito estufa.
Além disso, a parceria estabelecida com pesquisadores do Instituto do Petróleo e Recursos Naturais da PUCRS possibilitou a capacitação da equipe do Museu – especialmente daqueles que dialogam diretamente com o público visitante – a respeito do tema sustentabilidade, o que, além de reforçar o papel do MCT como museu universitário, cria possibilidades efetivas de difusão de ideias baseadas em ações sustentáveis.
(Fonte: Assessoria de Comunicação | PUC-RS)