Notícias sobre arte, cultura, turismo, gastronomia, lazer e sustentabilidade

SESC São Paulo promove retrospectiva imersiva e labiríntica de avaf

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: divulgação.

Desde 12 de maio, o SESC Avenida Paulista exibe “alterações vividas absolutamente fantasiosas”, retrospectiva dos mais de 20 anos de avaf – sigla para assume vivid astro focus –, coletivo de artistas fundado em 2001. Trabalhando com uma vasta gama de mídias, incluindo instalações, pintura, escultura, tapeçaria, neon e papel de parede, entre outras, com frequência o coletivo assume diferentes formações, a depender dos projetos nos quais esteja envolvido.

Independentemente de suas formações, o ponto de partida para qualquer criação de avaf são as máximas percepções sensoriais das pessoas. Tudo é pensado a partir do espectador, que é sempre peça central. Para avaf, a experiência do público é fundamental para a realização do projeto. Na retrospectiva que abre no SESC Avenida Paulista no próximo mês, a espacialidade, as cores e a metáfora da transformação são eixos centrais. As peças que compõem a mostra são, em grande parte, representações paisagísticas expostas na forma de um grande labirinto, explorando conexões entre o mundo exterior e a introspecção, entre os diálogos de passado e presente. A cor é usada como linguagem universal, com a intenção de garantir a participação e a entrega do público.

Neste labirinto, que vai ocupar o 5º andar da unidade, o espectador vai encontrar uma narrativa que remonta a história do coletivo. A mostra receberá cerca de 30 papéis de parede, desde a 1ª criação do coletivo neste suporte. avaf pensa e cria papéis de parede como paisagens, projetados e redimensionados conforme os diferentes espaços expositivos que irão ocupar. Para avaf, os papéis de parede não seguem o estrito senso da palavra, não se resumem a uma padronagem repetida; pelo contrário, são remanejáveis, remixados e efêmeros. Ao mesmo tempo em que narram a história criativa do coletivo propondo um passeio por diferentes obras, épocas e formações de avaf, os papéis de parede assumem uma manifestação pictórica real e depois desaparecem, sintetizando a importância que a transformação assume para o próprio coletivo.

A mostra contempla trabalhos em outros suportes, como pintura, escultura, neon e vídeo. Os vídeos ampliam a experiência sensorial do espectador e funcionam como uma extensão dos papéis de parede, projetados borda a borda, bem como aparecem em peep shows. Uma das obras audiovisuais é a documentação da performance “House of Chroma”, assinada por avaf em colaboração com as artistas Mavi Veloso, Natasha Princess, Bruno Mendonça e João Paes, performada em diversas galerias e museus mundiais. O ensaio mostra uma das formações assumidas por avaf se preparando para entrar em cena. Um segundo vídeo compila backdrops feitos pelo coletivo para a DJ Honey Dijon, enquanto outro mostra diferentes frases que a sigla avaf pode assumir, com criações do coletivo e não só. A brincadeira de criar diversas frases a partir da sigla avaf foi apropriada pelo público e acabou por transformar, também, a significação do nome artístico do coletivo num projeto a várias mãos, sintetizando a essência de avaf – para quem tudo se transforma o tempo todo. Essa transformação constante a que o coletivo se submete repercute em suas representações: as obras questionam estereótipos e se convertem em confrontamento e lirismo. A instalação, nesse sentido, constrói uma identidade queer, não somente no sentido da identidade de gênero, mas também, e principalmente, no sentido de apresentar resultados artísticos que quebram o esperado.

No labirinto que compõe a mostra, há ainda duas salas imersivas e outras duas paredes com pinturas. A visita brinca com a essência do labirinto em promover uma experiência de se perder e se encontrar. O Diretor do SESC São Paulo, Danilo Miranda, sintetiza a experiência sensorial máxima que avaf propõe para esta retrospectiva: “Labiríntica e imersiva, ela faculta a possibilidade de os visitantes se relacionarem corporalmente com cores e formas, relativizando as fronteiras entre figuração e abstração. O projeto estético de avaf é ambicioso, conjugando códigos culturais imagéticos mediante a noção de ‘obra de arte total’, do original alemão Gesamtkunstwerk, por meio da superabundância de elementos plásticos. ‘alterações vividas absolutamente fantasiosas’ é uma instalação que convida os espectadores a se perceberem como parte de um ‘trabalho artístico total’”.

Serviço:

alterações vividas absolutamente fantasiosas  

Horários de visitação: até 30 de julho de 2023. Terça a sexta, das 10h às 21h30; sábados, das 10h às 19h30; domingos e feriados, das 10h às 18h30.

Classificação etária: 14 anos

Onde: Arte I – 5º andar

Gratuito – Aberto ao público

SESC Avenida Paulista

Avenida Paulista, 119, São Paulo (SP)

Fone: (11) 3170-0800

Transporte Público: Estação Brigadeiro do Metrô – 350m.

(Fonte: SESC SP)