Entre os dias 3 e 5 de novembro, a Cinemateca Brasileira apresenta a mostra 90 Anos de Othon Bastos, exibindo quatro filmes emblemáticos da filmografia de um dos maiores atores brasileiros de todos os tempos.
Othon Bastos iniciou sua carreira no teatro estudantil na década de 50 e, nos anos seguintes, integrou a geração do teatro de resistência, que se opunha ao regime militar implantado no Brasil em 1964. Após passagens por teledramaturgias na TV Tupi, estreou no cinema em 1962, no filme “Sol sob a lama”, de Alex Viany, e em “O pagador de promessas”, de Anselmo Duarte. Sua consolidação veio com o papel de Corisco em “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, de Glauber Rocha, em que a ampla experiência teatral do ator foi central para o desenvolvimento do personagem e de sua linguagem cênica.
Sempre equilibrando o teatro, a TV e o cinema, Othon Bastos participou ainda de filmes marcantes como “O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro” (Glauber Rocha, 1969), “Os deuses e os mortos” (Ruy Guerra, 1970), “São Bernardo” (Leon Hirszman, 1972), “Fogo morto” (Marcos Farias, 1976), “O Homem do Pau-Brasil” (Joaquim Pedro de Andrade, 1981) e “O que é isso companheiro?” (Bruno Barreto, 1997), dentre outros, construindo uma filmografia de grande fôlego e papeis inesquecíveis.
Para homenagear a carreira do ator, a mostra reúne quatro filmes dos quais participou: “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, “Triste trópico” (com sua expressiva narração), “São Bernardo” e “Bicho de sete cabeças”.
As sessões são gratuitas e os ingressos distribuídos uma hora antes de cada sessão.
Cinemateca Brasileira
Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Mariana – São Paulo (SP)
Horário de funcionamento:
Espaços públicos: de segunda a segunda, das 8 às 18h
Salas de cinema: conforme a grade de programação
Biblioteca: de segunda a sexta, das 10h às 17h, exceto feriados
Sala Grande Otelo (210 lugares + 4 assentos para cadeirantes)
Sala Oscarito (104 lugares)
Retirada de ingresso 1h antes do início da sessão
Sexta-feira, 3 de novembro
19h – DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL
Brasil (RJ), 1964, 118 min, 14 anos
Direção: Glauber Rocha
Elenco: Geraldo del Rey, Yoná Magalhães, Othon Bastos, Maurício do Valle
Sinopse: Manuel é um vaqueiro que se revolta contra a exploração imposta pelo coronel Moraes e acaba matando-o numa briga. Ele passa a ser perseguido por jagunços, o que faz com que fuja com sua esposa Rosa. O casal se junta aos seguidores do beato Sebastião, que promete o fim do sofrimento através do retorno a um catolicismo místico e ritual. Simultaneamente, o matador de aluguel Antônio das Mortes, a serviço da Igreja Católica e dos latifundiários da região, extermina os seguidores do beato.
Sábado, 4 de novembro
16h – BICHO DE SETE CABEÇAS
Brasil (SP), 2000, 84 min, 14 anos
Direção: Laís Bodanzky
Elenco: Rodrigo Santoro, Othon Bastos, Cássia Kiss
Sinopse: Neto é um jovem estudante de classe média baixa. Ele não suporta a presença do pai. O pai não se interessa pelo mundo do filho. O vazio entre eles cresce a cada dia. A distância é instransponível. A falta de comunicação termina gerando atitudes radicais, que acabarão colocando Neto atrás dos muros de um manicômio.
18h – TRISTE TRÓPICO
Brasil (RJ), 1974, 80 min, cor/p&b, 14 anos
Direção: Arthur Omar
Elenco: Othon Bastos (narração)
Sinopse: O filme narra a trajetória do doutor Arthur Nogueira, um personagem fictício que o locutor apresenta como pessoa real qu, tendo vivido na primeira metade do século XX, se forma em medicina pela Sorbonne, em Paris, cidade onde faz amizade com André Breton e toma contato com o surrealismo. De volta ao Brasil dos anos 20, se embrenha no interior para atuar como criador de remédios e pesquisador dos segredos das culturas indígenas, em sintonia com as condições tropicais do país. Seus dotes e carisma o transformam em líder messiânico a conduzir peregrinações. Filmes de época, cartões postais, fotografias, imagens de carnaval e até um filme doméstico dos anos 30 conferem “realismo” à ficção.
Domingo, 5 de novembro
18h – S. BERNARDO
Brasil (AL/RJ), 1972, 114 min, 10 anos
Direção: Leon Hirszman
Produção: Marcos Farias
Companhias produtoras: Saga Filmes, Mapa Filmes, L.C. Barreto
Elenco: Othon Bastos, Isabel Ribeiro, Nildo Parente, Vanda Lacerda, Mário Lago
Sinopse: Paulo Honório, sertanejo de origem humilde, determinado a ascender socialmente, faz fortuna como caixeiro-viajante e agiota. Em uma manobra financeira, assume a decadente propriedade São Bernardo, fazenda tradicional do município de Viçosa, Alagoas. Recupera a fazenda, expande a sua cultura, introduz máquinas para tratamento do algodão, entra na sociedade local. Desejando um herdeiro para um dia assumir o fruto da acumulação do capital, estabelece um contrato de casamento com a professora da cidade, Madalena. O casamento se consuma, mas gradativamente as diferenças entre eles se acentuam.
Cinemateca Brasileira | A Cinemateca Brasileira, maior acervo de filmes da América do Sul e membro pioneiro da Federação Internacional de Arquivo de Filmes – FIAF, foi inaugurada em 1949 como Filmoteca do Museu de Arte Moderna de São Paulo, tornando-se Cinemateca Brasileira em 1956, sob o comando do seu idealizador, conservador-chefe e diretor Paulo Emílio Sales Gomes. Compõem o cerne da sua missão a preservação das obras audiovisuais brasileiras e a difusão da cultura cinematográfica. Desde 2022, a instituição é gerida pela Sociedade Amigos da Cinemateca, entidade criada em 1962, e que recentemente foi qualificada como Organização Social.
O acervo da Cinemateca Brasileira compreende mais de 40 mil títulos e um vasto acervo documental (textuais, fotográficos e iconográficos) sobre a produção, difusão, exibição, crítica e preservação cinematográfica, além de um patrimônio informacional online dos 120 anos da produção nacional. Alguns recortes de suas coleções, como a Vera Cruz, a Atlântida, obras do período silencioso, além do acervo jornalístico e de telenovelas da TV Tupi de São Paulo, estão disponíveis no Banco de Conteúdos Culturais para acesso público.
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(Fonte: Trombone Comunicação)