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Mostra imersiva de Mundano traz reflexão sobre resíduos gerados em todo o mundo

São Paulo, por Kleber Patricio

Mundano na praia: instalação da exposição “Resíduos Mundanos” e obra “Óleo sobre tartaruga”. Fotos: Henrique Madeira.

Ano novo com velhos hábitos – “Resíduos Mundanos”, mostra imersiva de Mundano em cartaz na Galeria Parede Viva, em São Paulo, traz uma reflexão sobre os resíduos gerados em todo o mundo, no ano que o réveillon bate recorde no Rio de Janeiro e deixa 969 toneladas de lixo nas ruas e praias, segundo a Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb).

Com mais de 90 obras feitas a partir de resíduos do consumo humano, Mundano experimenta diferentes maneiras de (re)uso, como nas releituras de obras coletadas por catadores, e utilização de tintas produzidas com a lama de Brumadinho, o óleo derramado no nordeste do país e cinzas das florestas. “O artista utiliza resíduos que não podem ser reciclados ou que a reciclagem acaba gerando maiores prejuízos ambientais, como contaminação de água potável, emissão de gases poluentes e gasto de energia”, afirma Maria Luiza Meneses, curadora da exposição.

Mundano, que descobriu o poder do artivismo há 17 anos fazendo o que chamava até então de “graffiti paporreto”, em uma luta constante para fazer um impacto positivo no mundo, esteve em Dubai para a COP28, onde participou do encontro global do programa Vozes pela Ação Climática (VAC), da WWF, espalhou suas Transparências Urbanas, marchou com ativistas de todo mundo em protesto pelo cessar fogo em Gaza e pela justiça climática, entregou o Prêmio Megafone Ativismo para a ministra do Meio-Ambiente Marina Silva e falou sobre o poder do artivismo como uma ferramenta essencial para garantir a justiça climática. De volta ao Brasil, embarcou para Xapuri, no Acre, onde recebeu uma homenagem do Comitê Chico Mendes, e, de lá, foi direto para Brasília para participar da Expocatadores, o maior encontro de catadoras e catadores da América Latina. “Por muito tempo achei que eu estava defendendo a natureza, até que entendi que nunca defendi a natureza, afinal, eu sou a própria natureza e estava me defendendo dessa ganância humana que é sem dúvida uma autodestruição”, finaliza o artivista.

Serviço:

Exposição Resíduos Mundanos, de Mundano

Quartas, quintas, sextas e últimos sábados de cada mês, das 14h às 18h

Agendamento de grupos pelo e-mail paredeviva@gmail.com

Galeria Parede Viva

Rua Gustav Willi Borghoff, 378 – 2º andar (acesso por escadas) – Barra Funda – São Paulo (SP)

Acessibilidade: a exposição conta com áudio descrição e legendas das obras em Braile. O acesso à galeria é apenas por escadas. No térreo, o banheiro é acessível e uma extensão de Resíduos Mundanos.

Apoios: Resíduos Mundanos conta com o apoio dos catadores da Cooperativa Viva Bem, do Projeto Siri (na impressão/processamento de isopor e placas de plástico pad e pp), Sea Shepherd (Campanha Ondas Limpas, para erradicação do lixo marinho e pela proteção e conservação dos nossos oceanos do Oiapoque ao Chuí), Poiato Recicla (no tratamento das bitucas para a produção de papel e pigmento), We Sampa e do projeto Bem-te-vi Diversidade junto do Instituto Água e Saneamento – IAS.

Links:

Instagram: mundano_sp | paredeviva | pimpmycarroça | catakiapp | megafoneativismo

Biografia e Portfólio

Processo de fabricação de tintas

Releitura da histórica foto de Leo Malafaia e da pintura A ponte Japonesa, de Claude Monet

Retrato do brigadista voluntário @viniciuscurvade na Releitura do Lavrador de Café, do mestre Candido Portinari.

(Fonte: Vicente Negrão Assessoria de Imprensa)