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Reciclagem de lixo eletrônico cresce em 2023, mas ainda opera abaixo da capacidade

São Paulo, por Kleber Patricio

Há 14 anos realizando campanhas de conscientização sobre a importância do descarte ecológico para equipamentos eletrônicos quebrados ou sem uso, a Coopermiti conseguiu aumentar quantidade de lixo eletrônico recebido pela equipe de reciclagem no último ano. Dados da cooperativa mostram que em 2023 foram 701 toneladas de televisores, geladeiras e computadores, entre outros produtos que receberam a destinação correta para não poluir o meio ambiente. O número é mais que o total tratado em 2022 (555 toneladas de REEE) – a capacidade máxima anual poderia chegar a 1.200 toneladas.

“Os resultados do ano mostram que as pessoas estão mais conscientes sobre a necessidade de descartar os resíduos de equipamentos eletroeletrônicos corretamente. Em 2023, com o fim oficial da pandemia, percebemos que as pessoas se sentiram mais seguras para sair de casa e fazer a sua parte levando os equipamentos antigos para os postos de coleta. No entanto, entendemos que a quantidade pode ser maior se mais pessoas se engajarem nessa missão”, afirma Alex Pereira, presidente da Coopermiti.

Você sabe o que é e-lixo?

Existem cestos para separar plástico, vidro, metal e papel, mas quando é a geladeira que precisa ser descartada, o que fazer? O presidente da cooperativa explica que, por falta de informação, muitas pessoas acabam jogando mouses, teclados e caixinhas de som, entre outros aparelhos no lixo comum; quando são televisores, geladeiras, monitores e equipamentos maiores, muitas vezes são abandonados em pontos de entulho. Em ambos os casos, os dispositivos se tornam vilões do meio-ambiente. “Todo lixo eletrônico que acaba indo parar em aterros sanitários ou pontos de descarte irregular, quando exposto ao sol e à chuva, passa a representar um risco à saúde humana e à natureza, já (que) podem liberar substâncias tóxicas como mercúrio, cobre e cádmio. Além disso, aumenta a extração de recursos naturais utilizados na fabricação de componentes que poderiam ser reaproveitados com a reciclagem de e-lixo pela indústria”, detalha.

A importância da educação

Para educar a nova geração de consumidores, a cooperativa foca na educação de jovens e crianças. Ao longo da operação, a Coopermiti já recebeu muitas relíquias, como Atari, máquinas de escrever e vitrolas e, de equipamento em equipamento, montaram um museu que conta um pouco sobre a evolução tecnológica. Hoje, o acervo itinerante passeia por creches, escolas, feiras e eventos promovendo a conscientização sobre a importância de descartar corretamente eletrônicos. Assim, espera combater a falta de informação e investimento sobre o tema.

Para ter dimensão do problema, a Organização das Nações Unidas (ONU) destaca que 97% do lixo eletrônico da América Latina ainda não é descartado de forma sustentável. Ainda assim, para quem quiser fazer sua parte, equipamentos quebrados ou sem uso, fios e outros componentes eletrônicos devem ser entregues pelo cidadão em postos de coleta específicos espalhados pela cidade em subprefeituras, faculdades, escolas e praças, entre outros locais.

Para mais informações, acesse http://www.coopermiti.com.br/.

(Fonte: Trópico Comunicação)