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Lume Teatro encena o espetáculo ‘Kintsugi, 100 memórias’

Campinas, por Kleber Patricio

Foto: Arthur Amaral.

Na balança do tempo, qual o peso da memória e das lembranças? Um grama de alívio ou uma tonelada de sofrimento? Quem se atreve a revivê-las, reinterpretá-las ou esquecê-las? Essas e outras questões permeiam o espetáculo ‘Kintsugi, 100 memórias’, que integra o repertório artístico do Lume Teatro (Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais – Unicamp), referência internacional de companhia teatral. A montagem fica em cartaz de sexta-feira (2/8) a domingo (4/8), às 20h, na sede do Lume Teatro, em Barão Geraldo, em Campinas (SP).

Vale destacar que a temporada faz parte do Ciclo 1 | Lume em Casa, que integra o projeto Atuação e Presença, contemplado pela Lei Paulo Gustavo (Edital LPG nº 18/2023 – Manutenção de Atividades). Realizada pelo Ministério da Cultura e Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura e Economia e Indústrias Criativas, a iniciativa abre a celebração de 40 anos de fundação do Lume Teatro, que acontecerá em 2025.

Foto: Alessandro Soave.

Criado pelos atores-pesquisadores Ana Cristina Colla, Jesser de Souza, Raquel Scotti Hirson e Renato Ferracini, o espetáculo Kintsugi, 100 memórias tem a direção do argentino Emilio García Wehbi, com dramaturgia do carioca Pedro Kosovski, desenho sonoro de Janete El Haouli e José Augusto Mannis e orientação coreográfica de Jussara Miller.

Kintsugi, 100 memórias é uma proposta cênica que, partindo dos limites da teatralidade e de modo fragmentário, tenta se aproximar de uma ideia de memória não linear nem bucólica, mas sim uma memória que apresenta o gesto da vontade no ato de lembrar.

Para o elenco do espetáculo, que estreou em 2019, a memória não é nem monumentalista nem autocomplacente, mas sim um exercício do presente para revisitar as crises passadas, os erros cometidos, as cicatrizes – pessoais e coletivas – que a história deixa e, assim, corrigir o futuro. É o reencontro com a dor como ato de superação.

Foto: Arthur Amaral.

“Partimos em busca de uma memória específica: as lembranças das sombras, aquelas memórias, sejam elas pessoais, do Lume Teatro ou sociais, que se fundem com uma vontade de esquecimento. Não uma amnésia patológica, mas um esquecimento por opção. Aquelas memórias que machucam, ferem, que moram nas sombras e que queremos que permaneçam assim: quietas, inertes. E assim tratamos o Alzheimer mais como metáfora do que como patologia e mergulhamos em nossas sombras pessoais, grupais, sociais para que pudéssemos compor uma obra de auto ficção ao mesmo tempo simples, direta e política, baseada numa singularidade que deseja se coletivizar”, destaca o ator-pesquisador Jesser de Souza.

Não por acaso, para Pedro Kosovski, o espetáculo se molda como “um vaso se estilhaça em cem memórias. Esse acidente cobra dos artistas do Lume Teatro uma tomada de posição: de que modo juntar os fragmentos daquilo que um dia representou um contorno estável que os uniu e os conteve, tal como um vaso, durante tantos anos? São memórias individuais, memórias do grupo, memórias sociais do Brasil da ditadura à redemocratização”, pontua o dramaturgo.

Foto: Arthur Amaral.

Em termos cênicos, o espetáculo busca, a partir da exibição de cem memórias, apresentar ao público uma dramaturgia auto ficcional desconstruída de maneira não narrativa que transita perifericamente pela história dos intérpretes, suas histórias em grupo e, como projeção, pela história dos espectadores.

Ficha técnica

Criação: Ana Cristina Colla, Emilio García Wehbi, Jesser de Souza, Pedro Kosovski, Raquel Scotti Hirson e Renato Ferracini

Direção: Emilio García Wehbi

Dramaturgia: Pedro Kosovski

Atuação: Ana Cristina Colla, Jesser de Souza, Raquel Scotti Hirson e Renato Ferracini

Desenho sonoro: Janete El Haouli e José Augusto Mannis

Orientação coreográfica: Jussara Miller

Iluminação: Eduardo Albergaria

Técnicos responsáveis: Dani Salvi, Eduardo Albergaria e Francisco Barganian

Apoio Administrativo: Giselle Bastos

Registro Audiovisual: Alessandro Poeta Soave

Design Gráfico: Arthur Amaral

Realização: Lume Teatro

Duração: 120 minutos

Classificação Indicativa: 16 anos.

Ciclo 1 | Lume em Casa

Trata-se da encenação de espetáculos do repertório do Lume Teatro em sua sede. Ao todo, serão Kintsugi, 100 memórias (2/8 a 4/8), O Não Lugar de Ágada Tchainik (23/8 a 25/8), La Scarpetta (20/9 a 22/9) e Cnossos (26/10 a 28/10), além de Homenagem e Café com Queijo, já encenados em junho e julho.

Com entrada franca (os ingressos serão distribuídos uma hora antes de cada sessão), as apresentações serão realizadas sempre às 20h, na sede do Lume Teatro.

O Lume

Foto: Arthur Amaral.

Fundado em 1985, o Lume Teatro se tornou uma referência internacional na pesquisa da arte da atuação. Composto atualmente pelos atores pesquisadores Ana Cristina Colla, Carlos Simioni, Jesser de Souza, Naomi Silman, Raquel Scotti Hirson, Renato Ferracini e Ricardo Puccetti, o grupo já se apresentou em mais de 30 países, atravessou quatro continentes e vem desenvolvendo parcerias com coletivos, universidades, pensadores, mestres, mestras e artistas da cena mundial.

Vencedor do Prêmio Shell 2013 em pesquisa continuada, o Lume Teatro possui um repertório diversificado de ações artísticas e acadêmicas que abrange uma grande diversidade de processos experimentais no campo artístico e pedagógico das artes presenciais.

Quer saber mais? Acesse www.lumeteatro.com.br.

Serviço:

Lume em Casa | agosto | Kintsugi, 100 memórias

Quando: Sexta-feira (2/8), sábado (3/8) e domingo (4/8), às 20h

Onde: Lume Teatro (Rua Carlos Diniz leitão, 150 | Vila Santa Isabel | Barão Geraldo | Campinas/SP

Quanto: Entrada franca (os ingressos serão distribuídos uma hora antes da apresentação)

Informações: @lumeteatro.

(Fonte: Assessoria de Imprensa Lume Teatro)