O ano de 2024 marca as celebrações dos 70 anos da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp, além dos 30 anos de atividades do Coro da Osesp e dos 25 anos da Sala São Paulo – a casa da Osesp, dos Coros e de seus Programas Educacionais, inaugurada em 1999 no edifício onde antes funcionava a Estrada de Ferro Sorocabana. Nesta semana, de quinta-feira (5/set) a sábado (7/set), a Osesp recebe na Sala São Paulo dois convidados brasileiros: a maestra brasiliense Simone Menezes, que tem feito destacada carreira no exterior e comanda pela primeira vez a Orquestra, e o jovem virtuose do violino Guido Sant’Anna – o paulista foi vencedor do Concurso Jovens Solistas em 2021 e se apresentou pela última vez com a Osesp no ano passado.
O programa contará com duas obras da compositora francesa Lili Boulanger (De uma manhã de primavera e De uma noite triste); com a sétima Bachianas brasileiras, do mestre Heitor Villa-Lobos e com a Sinfonia Espanhola do francês de ascendência hispânica Édouard Lalo. Parte da nova série Osesp duas e trinta, com concertos vespertinos a preço único de R$39,60, a performance de sexta-feira (6/set) terá transmissão ao vivo pelo canal oficial da Osesp no YouTube.
Sobre o programa
Nascida em uma família de músicos, a francesa Lili Boulanger (1893–1918) foi uma criança frágil, precoce e genial. Contando com o apoio da irmã, a professora e pianista Nadia Boulanger (1887–1979), ela dedicou os últimos anos de sua breve vida à composição. A primeira peça deste programa, De uma manhã de primavera, aborda de maneira alegre os momentos felizes de uma vida ainda cheia de promessas, em meio a um período de renascimento da natureza. Já De uma tarde triste, última obra composta antes de sua morte, evoca uma atmosfera melancólica e reflexiva, retratando uma tarde de outono que se aproxima do inevitável anoitecer.
Buscando incorporar elementos do barroco e do folclore brasileiro à música de Johann Sebastian Bach (1685–1750) e em consonância com as tendências modernistas, Heitor Villa-Lobos (1887–1959) compôs as Bachianas brasileiras, conjunto de nove obras para variados meios instrumentais, entre 1930 e 1945. A Sétima, composta em 1942, se afasta da atmosfera quase camerística, algo intimista e às vezes irônica, das obras anteriores, para adquirir um tom solene e monumental – refletindo a influência do nacionalismo e do contexto político do Estado Novo de Getúlio Vargas.
Apesar de seu título, a Sinfonia Espanhola, do francês Édouard Lalo (1823–1892), não é propriamente uma sinfonia e nem pode ser considerada autenticamente espanhola. A obra é resultado de uma colaboração com o violinista espanhol Pablo de Sarasate (1844–1908). A colaboração entre Lalo e Sarasate rendeu diversos frutos, a começar por um virtuosístico Concerto para violino [1873], que estreou com grande sucesso em Paris, seguido por uma obra de maior fôlego, outro concerto para violino que, devido à sua peculiar extensão e seus cinco movimentos calcados em temas e formas populares sugeridos por Sarasate, acabou recebendo o título de Sinfonia Espanhola.
Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp
Desde seu primeiro concerto, em 1954, a Osesp tornou-se parte indissociável da cultura paulista e brasileira promovendo transformações culturais e sociais profundas. A cada ano, a Osesp realiza em média 130 concertos para cerca de 150 mil pessoas. Thierry Fischer tornou-se diretor musical e regente titular em 2020, tendo sido precedido, de 2012 a 2019, por Marin Alsop. Seus antecessores foram Yan Pascal Tortelier, John Neschling, Eleazar de Carvalho, Bruno Roccella e Souza Lima. Além da Orquestra, há um coro profissional, grupos de câmara, uma editora de partituras e uma vibrante plataforma educacional. Possui quase 100 álbuns gravados (cerca de metade deles por seu próprio selo, com distribuição gratuita) e transmite ao vivo mais de 60 concertos por ano, além de conteúdos especiais sobre a música de concerto.
A Osesp já realizou turnês em diversos estados do Brasil e também pela América Latina, Estados Unidos, Europa e China, apresentando-se em alguns dos mais importantes festivais da música clássica, como o BBC Proms, e em salas de concerto como o Concertgebouw de Amsterdam, a Philharmonie de Berlim e o Carnegie Hall. Mantém, desde 2008, o projeto Osesp Itinerante, promovendo concertos, oficinas e cursos de apreciação musical pelo interior do estado de São Paulo. É administrada pela Fundação Osesp desde 2005.
Simone Menezes, regente
Simone Menezes tem ganhado a cena internacional por meio de projetos premiados que combinam excelência e tradição com criatividade. Pupila de Paavo Järvi, estudou na École Normale de Paris e, antes disso, na Unicamp. Foi regente titular da Orquestra da Unicamp e trabalhou com a Orquestra Jovem do Estado de São Paulo e Cláudio Cruz. Desde 2016 estabelecida na França, tem dirigido algumas das principais orquestras europeias, tais como a Sinfônica da Rádio de Berlim, as Filarmônicas de Munich e Rotterdam, a Philharmonie de Paris, a Britten Sinfonia, as Orquestras Nacionais d’Île de France e da Ópera de Lorraine; no Japão, a Sinfônica de Osaka e, em seu país natal, a Sinfônica Brasileira e a própria Osesp. Compromissos recentes e futuros incluem concertos com as Filarmônicas de Los Angeles e de Brussels, a Sinfônica da BBC Escocesa, a Orquestra Nacional Bordeaux Aquitaine, a Sinfônica Nacional da Estônia e a Orquestra de Câmara de Paris. Com o K Ensemble, Simone tem concertos em Paris, Veneza, Londres e Lille.
Guido Sant’anna, violino | Natural de São Paulo, o violinista fez sua primeira apresentação solo com orquestra aos sete anos de idade e no ano seguinte foi finalista do Concurso Prelúdio (TV Cultura). Em 2018, então com 12 anos, tornou-se o primeiro sul-americano a ser selecionado para a Menuhin Competition, em Genebra (Suíça), recebendo o Prêmio Música de Câmara e de Público, além do apoio da Caris Foundation, com o empréstimo de um violino de Vicenzo Iorio de 1833. Integrou o Perlman Music Program (EUA) de 2019 a 2021, ano em que venceu o Concurso Jovens Solistas da Osesp. Venceu, em 2022, o 10º Concurso Internacional de Violino Fritz Kreisler (Viena), feito inédito para um brasileiro. Em 2023, iniciou contrato com a agência KD Schmid e recebeu bolsa integral para estudar na prestigiada Kronberg Academy, na Alemanha. Atualmente é bolsista do Cultura Artística e toca em um violino Jean Baptiste Vuillaume [1798-1875], gentilmente cedido pelo Luthier Marcel Richters, de Viena.
PROGRAMA
OSESP
SIMONE MENEZES regente
GUIDO SANT’ANNA violino
Lili BOULANGER
D’un matin de Printemps [De uma manhã de primavera]
D’un soir triste [De uma tarde triste]
Heitor VILLA-LOBOS | Bachianas brasileiras nº 7
Édouard LALO | Sinfonia espanhola, Op. 21.
Serviço:
5 de setembro, quinta-feira, 20h30
6 de setembro, sexta-feira, 14h30 [Osesp duas e trinta] — Concerto Digital
7 de setembro, sábado, 16h30
Endereço: Sala São Paulo | Praça Júlio Prestes, 16
Taxa de ocupação limite: 1.484 lugares
Recomendação etária: 7 anos
Ingressos: Entre R$39,60 e R$271 [Osesp]; R$39,60 [Osesp duas e trinta] (valores inteiros)
Bilheteria (INTI)
(11) 3777-9721, de segunda a sexta, das 12h às 18h
Cartões de crédito: Visa, Mastercard, American Express e Diners
Estacionamento: R$35,00 (noturno e sábado à tarde) e R$20,00 (sábado e domingo de manhã) | 600 vagas; 20 para pessoas com deficiência; 33 para idosos
*Estudantes, pessoas acima dos 60 anos, jovens pertencentes a famílias de baixa renda com idade de 15 a 29 anos, pessoas com deficiências e um acompanhante e servidores da educação (servidores do quadro de apoio – funcionários da secretaria e operacionais – e especialistas da Educação – coordenadores pedagógicos, diretores e supervisores – da rede pública, estadual e municipal) têm desconto de 50% nos ingressos para os concertos da Temporada Osesp na Sala São Paulo mediante comprovação
A Osesp e a Sala São Paulo são equipamentos do Governo do Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerenciadas pela Fundação Osesp, Organização Social da Cultura.
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(Fonte: Com Fabio Rigobelo/Fundação Osesp)