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Estudantes de Itajaí (SC) criam mecanismo de purificação de água por meio de armadilha de elétrons e participam de prêmio internacional

Itajaí, por Kleber Patricio

Fotos: Divulgação.

Três estudantes do Ensino Médio de Itajaí (SC) criaram um mecanismo de purificação de água por meio de armadilha de elétrons. Maria Clara Duvoisin, Maria Clara Bogo dos Santos e Thiago Fonte Boa desenvolveram a pesquisa durante as aulas de Iniciação Científica do Colégio Bom Jesus, sob a orientação do professor Rafael Giovanella. A equipe já testou a hipótese em micro-organismos e comprovou que a armadilha de elétrons é eficiente para limpar a água, sendo que o mecanismo pode ser utilizado não somente no tratamento de efluentes, mas também em água potável.

A equipe resolveu estudar a armadilha de elétrons após uma pesquisa já patenteada, mas que não foi finalizada. Foi assim que os alunos resolveram dar continuidade à ideia e criaram o projeto ‘Avaliação de um sistema e método de estação compacta para tratamento de esgotos: tecnologia eletropurificadora de efluentes, por meio da armadilha de elétrons’ durante as aulas. Com ele, os alunos do Colégio Bom Jesus foram convidados pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES) para participar do Prêmio Jovem da Água de Estocolmo, uma iniciativa amplamente reconhecida que incentiva jovens talentos com idades entre 15 e 20 anos a desenvolver projetos escolares com potencial para abordar desafios relacionados à água, ao meio ambiente e à sustentabilidade.

O prêmio é organizado pelo Stockholm International Water Institute (SIWI) desde 1997 e conta com a princesa Victoria da Suécia como patronesse. Atualmente, o SJWP envolve a participação de 40 países, incluindo o Brasil. “Consideramos essa participação muito importante, pois nosso projeto é exatamente o que o prêmio propõe em relação à acessibilidade à água para todos”, diz Maria Clara Bogo.

Armadilha de elétrons

A armadilha de elétrons acelera a decantação, o que faz com que os efluentes se tornem limpos sem a ação de produtos químicos, que normalmente são utilizados nos processos mais comuns e são jogados no meio ambiente, sendo altamente poluidores. Os primeiros testes foram feitos com detritos da suinocultura. Como explica a estudante Maria Clara Duvoisin, na armadilha de elétrons existem dois eletrodos condutores de energia: o positivo e o negativo. Ao entrarem em contato com as bactérias dos sedimentos, esses eletrodos fazem com que elas se diluam. “É um processo rápido, totalmente físico, bem mais barato do que os já usados hoje, e ainda sem a utilização de nenhum produto químico, o que é excelente para o meio ambiente. A diferença de densidade separa imediatamente o efluente da água limpa”, explica.maria

Agora, os alunos estão estudando o início dos testes em larga escala. Mas tudo isso tem custos, e imaginam que terão dificuldades nesse sentido. “Nós queremos dar continuidade ao projeto, mas precisamos de recursos”, conta a equipe. A Companhia Ambiental de Saneamento do Distrito Federal (Caesb) procurou os estudantes para conhecer um pouco mais do mecanismo criado por eles. “Além de empresas de água, acreditamos que o mecanismo pode ajudar em condomínios, por exemplo, e na purificação de água potável”, diz Thiago.

Além da participação no evento de Estocolmo, a equipe também recebeu o prêmio Inovação, da Renault do Brasil, na Feira de Iniciação Científica do Colégio Bom Jesus, em 2023.

(Fonte: Com Mara Andrich/Literal Link Comunicação Integrada)