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Galatea apresenta individual de Bruno Novelli

São Paulo, por Kleber Patricio

Bruno Novelli 1980, Jardim dos daimons, 2024, Assinada, datada e localizada no verso. Foto: Ding Musa.

A Galatea inaugura, no dia 3 de outubro, a exposição inédita ‘Bruno Novelli: Tudo se transforma na terra’, a maior individual já apresentada pelo artista. Com texto crítico assinado pelo curador Thierry Freitas, a mostra é um convite ao universo tropical e fantástico de Novelli, reunindo 10 pinturas em grande formato criadas especialmente para a ocasião.

Com uma trajetória que soma quase duas décadas, o artista apresenta telas povoadas por seres fantasiosos elaborados em densas composições, cores e grafismos. Entre as obras expostas está a maior pintura que Novelli já produziu: Jardim dos daimons (2024), com 2,70 metros de altura por 4 metros de largura.

Fortemente inspirado pela exuberância do mundo amazônico e em diálogo de longa data com os artistas indígenas Huni Kuin, do coletivo Makhu, Novelli traz em suas pinturas composições ricas em cor e complexas padronagens nas quais figuram animais fantásticos e visões oníricas da natureza. Ele também explora a tensão entre o olhar europeu sobre a paisagem tropical e o embate entre a natureza e sua dominação pelo homem. Outra importante influência para Novelli é o pintor de ascendência indígena Chico da Silva (Alto Tejo, 1910 – 1985, Fortaleza), de quem absorveu o imaginário fantástico durante sua primeira infância em Fortaleza, onde o legado do artista é significativo.

Bruno Novelli consegue mobilizar em seu trabalho uma imagem pulsante da natureza, ou melhor, dos ‘mundos vivos’, parafraseando o título da exposição organizada pela Fondation Cartier pour l’art contemporain da qual participou: Les vivants (Living Worlds), realizada em 2022 no Tripostal, em Lille, França. Em 2023, Novelli participou de outra importante mostra organizada pela Fondation Cartier, dessa vez na Triennale de Milano, em Milão, Itália, sob o título Siamo Foresta.

Bruno Novelli 1980, Uarí, 2024, Assinada, datada e localizada no verso.

Sobre seu processo criativo, Novelli comenta: “A minha pintura parte de um estado mental de fascínio, de mistério. A partir de um fundo imaginário universal relacionado ao que é tropical, ao que é místico, ao que é paradisíaco, brutal, eu me deparo com diversas imagens, desde um monumento de pedra da Mesopotâmia até um mito amazônico ou o imaginário de um bestiário medieval. Tudo isso forma um banco de dados de onde extraio essas referências e elaboro uma síntese pessoal que levo para a pintura”.

Para o curador Thierry Freitas, que assina o texto crítico, “as imagens de Novelli resultam em figurações de um meio ambiente sinestésico e fantástico, cada vez mais influenciadas pelas vivências recentes do artista na floresta amazônica e junto aos povos originários. Desde 2017, ele se aproximou do coletivo de arte indígena Mahku, grupo de artistas Huni Kuin, cuja pintura se constitui principalmente por representações das tradições e histórias desse povo, além de traduções visuais das mirações provocadas pela cerimônia do nixi pae, com o uso do chá de potencial psicodélico conhecido como ayahuasca”.

Sobre o artista

Bruno Novelli nasceu em 1980, em Fortaleza, onde passou a primeira infância; cresceu em Porto Alegre e atualmente vive e trabalha em São Paulo. Com foco na pintura, Novelli estudou desenho no Ateliê Livre da Prefeitura de Porto Alegre, em 2003, e formou-se em design gráfico pela ESPM, em 2014, em São Paulo. No início de sua carreira artística, criou a Universidade Autoindicada por Entidades Livres, uma série de encontros e programas coletivos que promoveram abordagens interdisciplinares entre 2003 e 2007, em Porto Alegre.

Ao longo de suas duas décadas de produção, Novelli exibiu suas obras em diversas instituições nacionais e internacionais, com destaque para: Siamo Foresta (coletiva, Fondation Cartier pour l’art contemporain na Triennale Milano, Milão, Itália, 2023); Les Vivants (Living Worlds) (coletiva, Fondation Cartier pour l’art contemporain na Lille3000, Lille, França, 2022); Tesouro das feras (individual, Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul — MACRS, Porto Alegre, Brasil, 2021); e 1981/2021: Arte contemporânea brasileira na coleção de Andrea e José Olympio Pereira (coletiva, CCBB Rio de Janeiro, Brasil, 2021).

Sobre a Galatea

Bruno Novelli 1980, No sonho dos daimons, 2024, Assinada, datada e localizada no verso.

Sob o comando dos sócios Antonia Bergamin, Conrado Mesquita e Tomás Toledo, a Galatea conta com dois espaços vizinhos na cidade de São Paulo: a unidade localizada na Rua Oscar Freire, 379 e a nova unidade localizada na Rua Padre João Manoel, 808. A galeria também tem uma sede em Salvador, na Rua Chile, 22, no centro histórico da capital baiana.

A Galatea surge a partir das diferentes e complementares trajetórias e vivências de seus sócios-fundadores: Antonia Bergamin, que foi sócia-diretora de uma galeria de grande porte em São Paulo; Conrado Mesquita, marchand e colecionador especializado em descobrir grandes obras em lugares improváveis; e Tomás Toledo, curador que contribuiu para a histórica renovação institucional do MASP, saindo em 2022 como curador-chefe.

Com foco na arte brasileira moderna e contemporânea, trabalha e comercializa tanto nomes consagrados do cenário artístico nacional quanto novos talentos da arte contemporânea, além de promover o resgate de artistas históricos. Idealizada com o propósito de valorizar as relações que dão vida à arte, a galeria surge no mercado para reinventar e aprofundar as conexões entre artistas, galeristas e colecionadores.

Serviço:

Bruno Novelli: tudo se transforma na terra

Local: Galatea

Endereço: Rua Oscar Freire, 379 – Jardins, São Paulo – SP

Período expositivo: 3 de outubro a 1º de novembro

Horários: segunda à quinta das 10h às 19h | sexta das 10h às 18h | sábado das 11h às 17h

Mais informações: https://www.galatea.art/ | Instagram: @galatea.art.

(Fonte: Com Edgard França/A4&Holofote Comunicação)