Um ícone que faz parte da história da arte do Rio Grande do Sul também está na trajetória da Galeria Duque. Não por acaso, seu nome foi escolhido para celebrar os 13 anos do espaço de arte que tem um dos acervos mais completos do Estado. Do Ateliê de Danúbio – Exposição em Homenagem a Danúbio Gonçalves foi inaugurada no sábado, 23 de novembro, ao lado de outras duas exposições: Mistura, com obras selecionadas do vasto acervo com grandes nomes da arte do Brasil e do mundo da galeria, e Re Desenho, uma exposição coletiva de Adriana Leiria, Daniela Meine, Suzana Albano e Tatiana Migowski. A curadoria é de Daisy Viola. As exposições ficam no espaço até 28 de fevereiro de 2025. A Galeria Duque está localizada na Rua Duque de Caxias, 649, no Centro Histórico de Porto Alegre. Entrada franca.
Danúbio Gonçalves nasceu em 30 de janeiro de 1925 e faleceu e 21 de abril de 2019. Membro do Grupo de Bagé e do Clube de Gravura de Porto Alegre, Gonçalves protagonizou uma exposição histórica em 2014 na Galeria Duque, que foi finalista do Prêmio Açorianos de Artes Plásticas. Após sua morte, em maio de 2019, uma exposição na Galeria Duque com mais de cem obras homenageou o artista. Para a mostra Do Ateliê de Danúbio foi feito um trabalho especial para recuperar sua obra.
“Esta exposição é um resgate no ateliê do artista e mestre Danúbio Gonçalves e um gesto de amizade e carinho pelo artista e sua obra tempos depois da sua partida. São obras que ficaram esquecidas por alguns anos na sua casa ateliê. Foram resgatadas, higienizadas e restauradas para que pudéssemos realizar essa exposição. Aqui temos gravuras em diversas técnicas, desenhos e trouxemos também alguns cartazes feitos por ele de exposições e eventos. Agregamos ainda algumas matrizes e álbuns com notícias selecionadas por ele que nos contarão um pouco da história do artista, bem como da arte do Rio Grande do Sul”, destaca a curadora Daisy Gonçalves.
Mistura
Para os admiradores de arte, vale também conferir a exposição Mistura, com obras do acervo. Para essa mostra, foram selecionadas obras de artistas como Alfredo Volpi, Aloysio Zaluar, João Quaglia, Iberê Camargo, Burle Marx, Rubens Gerchman, Tarsila do Amaral, Salvador Dalí, Heitor dos Prazeres, Rodrigo Pecci, Siron Franco, Frans Krajcberg, Farnese de Andrade, Flávio Scholles, Ado Malagoli, Antônio Bandeira, Aldemir Martins, Glauco Rodrigues, Di Cavalcanti, Carlos Paez Vilaró, Hercules Barsotti, Arcangelo Ianelli, Auguste Rodin e Georges Braque, entre outros.
“Juntar e misturar, esta é a ideia, afinal é uma festa. Este nosso espaço para expor e falar de arte está completando 13 anos. Nasceu do encontro de dois amigos. O Arnaldo Buss, com seu acervo e paixão pela arte, e eu, com minhas ideias, de um dia ele ter um espaço para mostrar as preciosidades que chegavam e eram depositadas pelos cantos de sua casa. Tanto foi que um dia, o sonho se realizou e despretensiosamente fomos estabelecendo uma relação com as pessoas da cidade e seus visitantes sem imaginar que chegaríamos até aqui”, celebra Daisy.
Para essa festa da arte, a curadora e o galerista fizeram uma escolha afetiva. “Vamos mostrar o que temos de melhor nesta festa de aniversário e alguns trabalhos inusitados. Cores e gestos intensos ou a delicadeza de linhas em gravuras e desenhos. Artistas dos séculos XX e XXI que viajam por diferentes ideias e linguagens, que fazem a narrativa sensorial do que vivemos ou ainda estamos vivendo. Vamos fazer literalmente uma mistura, de gente e de histórias contadas através da arte”, descreve a curadora.
Re Desenho
A celebração se completa com a exposição coletiva Re Desenho, que apresenta criações de Adriana Leiria, Daniela Meine, Suzana Albano e Tatiana Migowski. “Considerando o conceito de desenho como a expressão de alguém através da linha, aqui propomos ampliar esta possibilidade Em vez de linhas como consequência de gestos com um instrumento riscante sobre uma superfície, nossas artistas trabalham a linha no espaço, trazem o desenho para a tridimensionalidade. Cada uma a seu modo, com materiais diversos”, explica Daisy.
Linhas coloridas que se enrolam em linhas de corda e arames que se moldam na mão da artista e passeiam pelo espaço, penduradas no teto ou paredes. São os caminhos coloridos da vida da Adriana Leiria. Fios de arame se emaranham em gestos livre que se revelam em garatujas espaciais da Daniela Meine e se transformam na projeção da sua sombra na superfície da parede próxima, em comunicação direta do trabalho com a luminosidade do ambiente ou uma luz artificial direcionada e com possibilidade de interação direta com o seu espectador. Já os móbiles da Tatiana Migowski também redimensionam a ideia de desenho, com linhas dos materiais de diversas origens como galhos vergados, fios e telas, além dos bordados que compõem os objetos que também desenham sombras na parede e formam outros desenhos que se movimentam no ponto de vista do trânsito do espectador no seu entorno. Por fim, o desenho da Suzana Albano acontece nos seus bordados, fios multicoloridos na superfície de tecidos que também já trazem consigo desenhos inerentes da sua própria trama. O contorno das lagartixas ou da super cobra brincam com o olho e, de alguma maneira, nos lembram que desenho pode também ser representação de formas. “É uma exposição de olhar, imaginar, e quase brincar, afinal, é a festa de aniversário deste nosso lugar mágico”, conclui Daisy Viola.
Exposições:
Do Ateliê de Danúbio – Exposição em Homenagem a Danúbio Gonçalves
Mistura – com obras do acervo
Re Desenho – uma exposição coletiva de Adriana Leiria, Daniela Meine, Suzana Albano e Tatiana Migowski
Local: Galeria e Espaço Cultural Duque
Endereço: Duque de Caxias, 649 – Porto Alegre
Vernissage: 23 de novembro, das 14h às 16h30
Período da exposição: de 23 de novembro de 2024 a 28 de fevereiro de 2025
Horário de funcionamento: seg/sex: 10h às 18h | sáb: 10h às 17h
Entrada franca.
(Com Tatiana Csordas/Milim Comunicação)