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O tempo traz o conhecimento, sugere mostra ‘Somos memórias’ do artista plástico Márcio Périgo na Fundação Stickel

São Paulo, por Kleber Patricio

Obras do artista plástico Márcio Périgo na mostra ‘Somos Memória’ na Fundação Stickel. Fotos: Juan Esteves.

O artista plástico Márcio Périgo apresenta a mostra ‘Somos memórias’ a partir do dia 12 de abril de 2025 (sábado), das 11h às 16h, na Fundação Stickel, na Vila Olímpia, em São Paulo. Com texto crítico da Agnaldo Farias, a exposição conta com 66 gravuras em metal, Buril e água tinta do período de 2020-2024, em que o artista procura uma aproximação com os desenhos geométricos corporais e utensílios dos indígenas brasileiros, com as cores naturais de terra, cálcio e carvão.

A inspiração para este trabalho vem de um personagem citado pelo antropólogo Darcy Ribeiro (1922–1997) em seu livro ‘Diário Índios: Os Urubus-Kaapor,’ de cujo nome é Anakanpukú, que tem uma ótima memória, tão prodigiosa e a serviço de sua comunidade: “Ele conhece uma genealogia de oito gerações que remonta aos anos de 1800 e envolve uma parentela de mil nomes”.

O artista, que tem obras no acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo, pesquisa e se interessa cada vez mais por pinturas e gravuras rupestres do território brasileiro, pois considera que aí estão as origens e a força da existência de uma cultura pré-colombiana. “Busco, assim, me avizinhar-me da maneira com o que esses povos se expressavam há centenas de anos. Este é meu interesse quando da leitura desses trabalhos: saber quando, porquê, como e em que condições essas obras foram feitas”, afirma Périgo.

Sobre o artista

Márcio Périgo nasceu em 1949, em São Paulo/SP, onde vive e trabalha. Iniciou seu trabalho em gravura em metal na Fundação Armando Álvares Penteado em 1972. Em 1977, obteve o título de Bacharel em Comunicação Visual, quando apresentou um painel voltado a um estudo gráfico da obra Grande Sertão-Veredas, de João Guimarães Rosa. Obteve o título de mestre na área de Poéticas Visuais, com a dissertação ‘A Matéria da Sombra’, em 2001. Em 2009, obteve o título de doutor apresentando a tese ‘Caos Aparente – Sinais gráficos’.

No ano de 1974, realizou uma viagem de estudos nos Andes, onde pesquisou a paisagem e seu entorno com desenhos que se tornaram significantes em seu trabalho em gravura até os anos 1980. Seu entendimento dessa experiência foi que o desenho de uma linha, ao definir um espaço, não pode ser mais denso que o próprio espaço.

Sua primeira exposição individual, realizada em 1977, foi a convite do Prof. Pietro Maria Bardi, no MASP. Exposições coletivas no exterior são: Mendonza, Argentina na Mostra de Grabadores Brasileños; em Porto Rico, EUA na V Bienal Del Grabado Latino-americano; Art in New York, USA, com gravuras na La Jeune Gravure Contemporaine; no Grand Palais de Champs Elisées em Paris, França; 17a Biennale Internationale de Gravure na Moderna Galerija, em Liubliana, antiga Iugoslávia; Centro Internazionale della Gráfica em Veneza, Itália; V Exhibition Internazionale di Gráfica na Accademia di Belle Arti na Catania, Itália. Em 1989, da 18a Bienalle Internazionale, novamente em Liubliana; 2a Bienal de Gravura de Amadora, Portugal e de uma exposição coletiva no Museu de la Estampa da cidade do México, México, em 1990. Mostras coletivas e individual no Brasil são: I Salão Nacional Universitário de Artes Plásticas, realizado no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, RJ, promovido pela Funarte.

O artista plástico Márcio Périgo no seu ateliê. Foto: Ulysses Bôscolo.

Atualmente é professor aposentado de Práticas de Oficina e Gravuras no Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas e participou como Membro do Conselho na Comissão de Graduação e no Centro de Pesquisa em Gravura e orientou trabalhos de alunos de artes visuais na pós-graduação na mesma instituição.

Ultimamente vem participando de mostras coletivas e destacando algumas individuais: Marcio Périgo no acervo da Pinacoteca SP em 2005 e Marcio Périgo Obra Gráfica na Caixa Cultural SP em 2012, Mapa dos Apagamentos no Espaço 1338 em 2018, premiado no 15o Salão Bunkio em São Paulo e no 50o Salão Primavera em Resende/RJ e, também neste ano, exposição de desenhos na Graphias Casa da Gravura/ SP. Em 2024 a exposição Convergências e singularidades na galeria GARE/SP e Correspondência 3 no Espaço Nexus-Maria Villares. https://graphias.com.br/novo/artista/marcio-perigo/

Sobre a Fundação Stickel

É uma instituição sem fins lucrativos com mais de 65 anos de história. Desde 2012, seu lema é ‘Arte Transforma’. Desenvolve ações que despertam a curiosidade, a criatividade e o sentimento de pertencimento por meio de cursos gratuitos, palestras, exposições, publicação de livros e fomento a artistas. Assim, tem por missão transformar a sociedade brasileira por meio da arte, com ética, transparência e respeito aos processos de aprendizado. Quer que a jornada da inclusão sociocultural desperte novos potenciais em jovens e adultos para que se tornem agentes dessa transformação. https://www.fundacaostickel.org.br/

Serviço:

Mostra Somos Memória, de Márcio Périgo

Texto crítico: Agnaldo Farias

Abertura: 12 de abril de 2025 (sábado), 11h às 16h

Visita: 14 de abril a 24 de maio de 2025

Terça a sexta-feira, das 11h às 17h, e aos sábados, das 11h às 15h

Quanto: gratuito e livre

Fundação Stickel

Rua Nova Cidade 193 – Vila Olímpia – São Paulo, SP

Tel: (+55 11) 3083-2811

e-mail: adm@fundacaostickel.org.br

Site: https://www.fundacaostickel.org.br/

Redes sociais:

Márcio Périgo @marcioperigo

Agnaldo Farias @agnaldo_farias

Fundação Stickel @fundacao.stickel.

(Com Erico Marmiroli/Marmiroli Comunicação)