Começaram nesta semana as obras de preparação da Campinas Decor 2016. Em sua 21ª edição, a principal mostra de arquitetura, decoração e paisagismo do interior paulista será realizada de 13 de maio a 26 de junho e terá como cenário o Palácio de Cristal, imponente prédio localizado no Lago do Café, no bairro Parque Taquaral.
A mostra contará com mais de 50 ambientes internos e externos, preparados por alguns dos mais renomados profissionais do setor em Campinas e região, e deverá consumir R$7 milhões em investimentos, divididos entre a organização, expositores, patrocinadores e fornecedores.
A parte inferior abrigará a residência de uma família fictícia, com diversas salas, banheiros, suítes e home cinema, além de ambientes funcionais para atendimento aos visitantes, como restaurante. No segundo piso, haverá um café, lofts e estúdios variados. Destaque também para a ampla área externa, destinada aos projetos de paisagismo, com jardins e praças diversos.
A realização da Campinas Decor no local será possível devido a um termo de permissão de uso firmado entre a organização do evento e a Secretaria Municipal de Cultura. O termo tem como objetivo a cooperação entre o governo municipal e a iniciativa privada para a conservação do prédio. Organização e expositores irão recuperar o imóvel assinado pelo arquiteto Roberto José Goulart Tibau, em 1971. Erguida na época para receber o Instituto Brasileiro do Café, a construção abrigava até o início deste ano o Arquivo Municipal de Campinas.
O prédio projetado por Tibau possui forte influência do estilo do arquiteto franco-suíço Le Corbusier, pela predominância do concreto aparente, tirando partido da robustez e vigor que o emprego do material viabiliza. A obra em escala monumental se funda no jogo entre o vidro e as possibilidades escultóricas do concreto armado.
Na opinião das organizadoras Stella Pastana Tozo e Sueli Cardoso, devido à amplitude dos espaços, suntuosidade e beleza do prédio, a edição 2016 promete ser uma das mais marcantes dos últimos anos. “Trata-se de uma construção belíssima, com a predominância de vidros e grandes vãos que prometem ser um estímulo à criatividade dos expositores”, afirma Sueli. Sua sócia, Stella, acrescenta a importância da parceria com a prefeitura. “Ajudar a conservar e recuperar um patrimônio público dá um significado a mais ao nosso evento, pois acabamos beneficiando a cidade e a população como um todo.”
Além da organização e dos arquitetos, decoradores e paisagistas que participam do evento como expositores, o trabalho de conservação do prédio e preparação da mostra envolverá um verdadeiro exército de profissionais, como pedreiros, pintores, marceneiros e eletricistas, entre outros. Em horários de pico, o cenário de uma Campinas Decor chega a concentrar cerca de 500 pessoas trabalhando ao mesmo tempo. No total, a mostra irá gerar cerca de 1.500 empregos durante a fase de preparação e outros 100 durante seu funcionamento.
A Campinas Decor 2016 será a quinta edição da mostra a acontecer em um prédio de propriedade pública. A primeira iniciativa nesse sentido aconteceu em 2003, justamente no Lago do Café, com a recuperação do casarão existente no local. Depois vieram a Estação Guanabara (2008), o Instituto Agronômico de Campinas (nas edições de 2009 e 2010, em locais diferentes) e a Estação Cultura (2011).