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Arnaldo Antunes expõe no Instituto de Arte Contemporânea – IAC, em São Paulo

São Paulo, por Kleber Patricio

Obra de Arnaldo Antunes. Foto: Julia Hallal.

O Instituto de Arte Contemporânea – IAC apresenta a exposição ‘Rascunhos – Arnaldo Antunes e a relação com o acervo IAC’ a partir do dia 14 de setembro de 2024 (sábado), das 11h às 16h, na Consolação, em São Paulo. A mostra faz parte do projeto Diálogos Contemporâneos – Acervo IAC, que tem como proposta o encontro de processos artísticos que desafiam a percepção espaço-temporal. A curadoria do evento fica por conta de Daniel Rangel – que reúne cerca de 500 itens, entre as obras de Arnaldo Antunes e do acervo.

Os escritos originais de Antunes se tornam o ponto de partida para diálogos visuais, processuais, materiais e temáticos com o acervo documental do IAC. Um conjunto composto por cadernos, anotações, desenhos, colagens, esboços e maquetes de Antonio Dias, Hermelindo Fiaminghi, Iole de Freitas, Luiz Sacilotto, Regina Silveira, Sérgio Camargo e Willys de Castro. A seleção cruzou nomes das artes visuais, da poesia e do design refletindo parte da riqueza do acervo do IAC e ainda a capilaridade da produção de Arnaldo.

Obra de Lothar Charroux. Foto: Julia Hallal.

“O Arnaldo é um exemplo claro de um grupo de artistas visuais e poetas (que envolvia também músicos e compositores) que produziu um conjunto de obras resultado do encontro de linguagens (poema, música, literatura, design) que ocorreram a partir da década de 1950”, afirma o curador Daniel Rangel, que já trabalhou com o músico em outras quatro ocasiões.

Os trabalhos inéditos são, na sua maioria, realizados em técnica pintura escrita, tendo como o suporte principal o papel, seja ele em sulfite, canson, sulfite off white e folha de moleskine, sendo que alguns têm no seu processo de finalização o computador. A seleção dos ‘rascunhos’ do IAC foi pautada pela similaridade, seja visual, seja rítmica, seja pelo ‘modus operandi’, seja pela abordagem desses achados. Experimentos, acasos, junções, metodologias, projetos, excessos e vazios compartilhados.

Obra de Luiz Sacilotto. Foto: Julia Hallal.

A exposição é uma realização do Instituto de Arte Contemporânea. O educativo é apoiado pelo Instituto Galo da Manhã. As atividades do IAC são amparadas pela Lei Federal de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura, Governo Federal.

Sobre o artista

Arnaldo Augusto Nora Antunes Filho, mais conhecido como Arnaldo Antunes, nasceu em 2 de setembro de 1960, em São Paulo. Filho de uma família numerosa, ele é o quarto de sete filhos. Desde cedo, demonstrou grande interesse pelas artes, especialmente pela música e poesia. Em 1978, ingressou na Universidade de São Paulo (USP) para estudar Linguística, mas acabou abandonando o curso devido ao sucesso crescente de sua banda, os Titãs, que fundou com amigos em 1982.

Nos Titãs, Arnaldo se destacou como letrista e vocalista, contribuindo significativamente para o repertório da banda, que se tornou um dos maiores ícones do rock brasileiro nas décadas de 1980 e 1990. Durante sua permanência no grupo, participou da criação de álbuns clássicos como Cabeça Dinossauro (1986) e Õ Blésq Blom (1989). Em 1992, ele deixou a banda para seguir carreira solo, mas continuou colaborando com seus ex-companheiros em diversos projetos.

Obra de Arnaldo Antunes. Foto: Julia Hallal.

Além de sua carreira musical, Arnaldo é um renomado poeta e artista visual, com forte influência da poesia concreta e da vanguarda artística brasileira. Suas obras poéticas e literárias, como Tudos (1991) e Agora Aqui Ninguém Precisa de Si (2015), o consagraram como um dos poetas mais relevantes do século XXI, ao lado de nomes como Adélia Prado.

Arnaldo também se aventurou nas artes plásticas, expondo seus trabalhos em diversas galerias e consolidando sua versatilidade artística. Seu impacto na cultura brasileira é vasto, abrangendo música, literatura e artes visuais, e sua obra continua a influenciar novas gerações de artistas e escritores.

Na música, lançou uma série de álbuns solo, como Nome (1993), O Silêncio (1996), Saiba (2004) e O Real Resiste (2020). Também participou de projetos de grande sucesso, como o grupo Tribalistas, ao lado de Marisa Monte e Carlinhos Brown. Na literatura, além de Tudos e Agora Aqui Ninguém Precisa de Si, publicou outras obras importantes, como Palavra Desordem (2002) e Melhores Poemas (2010).

Obra de Antonio Dias. Foto: Julia Hallal.

Em 2018, sua vida e obra foram retratadas no documentário Com a palavra, Arnaldo Antunes, dirigido por Marcelo Machado. Ele também atuou em filmes como Areias Escaldantes (1985) e Eu e Meu Guarda-Chuva (2010), mostrando mais uma faceta de sua criatividade artística. https://www.arnaldoantunes.com.br/

Sobre o curador | Daniel Rangel é diretor do Museu de Arte Contemporânea da Bahia. Ele foi curador geral do Museu de Arte Moderna da Bahia, diretor-artístico e curador do Instituto de Cultura Contemporânea (ICCo), em São Paulo, e diretor de Museus do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia, da Secretaria de Cultura do Governo do Estado. Em curadoria, dentre os principais projetos realizados, destacam-se a mostra REVER_Augusto de Campos, as exposições Ready Made in Brasil, O Museu de Dona Lina, Encruzilhada e Utopias e Distopias. Desenvolveu projetos curatoriais para a 8ª Bienal de Curitiba, Brasil, a 16ª Bienal de Cerveira, em Portugal e a II Trienal de Luanda, em Angola. Realizou ainda curadorias de mostras individuais de importantes artistas brasileiros, como Tunga, Waltercio Caldas, José Resende, Ana Maria Tavares, Carlito Carvalhosa, Eder Santos, Marcos Chaves, Marcelo Silveira, Rodrigo Braga, e do próprio Arnaldo Antunes, quando receberam pela mostra Palavra em Movimento o prêmio APCA 2015 de Melhor Exposição de Artes Gráfica. https://nmaisum.com.br/

Sobre o IAC

O Instituto de Arte Contemporânea foi fundado em 1997, visando preservar e disponibilizar para pesquisa uma ampla coleção de documentos relacionados à trajetória e à obra de artistas visuais brasileiros. Com cerca de 100 mil itens atualmente, a coleção se compõe de estudos, cadernos de anotações, projetos, protótipos, fotografias, fotogramas, cartas, documentos pessoais, materiais gráficos, entre outros formatos. Um vasto conjunto que permite ao público tomar conhecimento sobre o processo de criação, sobre a vida desses artistas e suas relações com os movimentos artísticos em diferentes períodos.

Obra de Willys de Castro. Foto: Juliana Hallal.

Amilcar de Castro, Antonio Dias, Carmela Gross, Gregori Warchavchik, Franco Terranova/Coleção Petit Galerie, Hermelindo Fiaminghi, Iole de Freitas, Ivan Serpa, Lothar Charoux, Luiz Sacilotto, Paulo Bruscky, Regina Silveira, Rubem Ludolf, Sergio Camargo, Sérvulo Esmeraldo, Ubi Bava, Waltércio Caldas, Willys de Castro e o arquiteto Jorge Wilheim são os nomes presentes no acervo até o momento. A cada ano, novos acervos são incorporados à coleção.

Para além de um centro de documentação e pesquisa, o IAC oferece também uma programação acurada de exposições, cursos, seminários, educativo voltado para escolas públicas com enfoque em inclusão social e acessibilidade. https://www.iacbrasil-online.com/

Serviço:

Mostra Rascunhos – Arnaldo Antunes

Projeto Diálogos Contemporâneos – Acervo IAC

Curadoria: Daniel Rangel

Abertura: 14/9/24 (sábado), 11h às 16h | Visitação: 17/9 a 7/12/2024

Horários de visitação: terça a sexta-feira, 11h às 17h, e sábados e feriados, 11h às 16h

entrada gratuita

Instituto de Arte Contemporânea – IAC

Avenida Dr. Arnaldo, 120/126 – Consolação – São Paulo, SP

Tel: + 55 (11) 3129-4973

e-mail: contato@iacbrasil.org.br

Site: https://www.iacbrasil-online.com/

Redes sociais:

Instituto de Arte Contemporânea – IAC @iacbrasil

Arnaldo Antunes @arnaldo_antunes

Daniel Rangel @daniel___rangel.

(Fonte: Com Erico Marmiroli/Marmiroli Comunicação)