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Balé da Cidade de São Paulo volta ao palco do Municipal com duas coreografias inéditas acompanhadas pela Sinfônica Municipal

São Paulo, por Kleber Patricio

Ensaio da coreografia ‘Pensamento Cintilante’. Fotos: Larissa Paz.

Mês das celebrações dos 70 anos do Ballet IV Centenário, agosto também traz o Balé da Cidade de São Paulo com duas novas coreografias. Com direção artística de Alejandro Ahmed, ambas obras inéditas – uma, criação de Cristian Duarte e, outra, de Luis Garay – terão a participação da Orquestra Sinfônica Municipal com regência de Alessandro Sangiorgi. As coreografias serão apresentadas nos dias 13, 14, 16, 17 e 18 de agosto, com duração de 110 minutos, classificação 18 anos e ingressos de R$12 a R$87.

A primeira, intitulada BIOGLOMERATA, é de Cristian Duarte, coreógrafo formado no Estúdio e Cia. Nova Dança em São Paulo e na P.A.R.T.S. em Bruxelas. BIOGLOMERATA é baseada na montagem original de Biomashup, concerto de dança criado em 2014. O espetáculo, com música de Tom Monteiro e arranjos de Monteiro e Carlos Bauzys, explora o espaço-tempo e envolve o público em um exercício contínuo de percepção tendo o teremim como elemento central. Os figurinos são assinados pelo Ateliê Vivo, um projeto transdisciplinar artístico e educacional de moda que atua, desde 2015, em São Paulo.

Já na segunda coreografia da noite, Luis Garay apresenta a sua criação Pensamento Cintilante, um trabalho a partir da prática e estudo sobre pensar em imagens e o ouvir. Em Pensamento Cintilante, Garay investiga o pensar em imagens e a prática de ouvir, interessado no queer como um “assalto ou um desvio no sentido”, conectando o político-terrenal ao cósmico. O coreógrafo Luis Garay, colombiano residente na Alemanha e Argentina, utiliza os ambientes de dança e performance para estimular a imaginação coletiva e explorar o desejo como força transformadora. O espetáculo conta com Luciano Azzigotti, composição original para orquestra, Beatriz Sano, assistente de direção e acompanhamento dramatúrgico, e Marina Dalgalarrondo, figurino. “Essas duas peças também renovam uma proposição do Balé da Cidade de São Paulo sobre a criação de composições musicais a serem tocadas pela Orquestra Sinfônica Municipal originalmente compostas para o grupo”, explica Alejandro Ahmed, diretor da companhia.

Ensaio da coreografia ‘BIOGLOMERATA’.

Ele explica que cada temporada traz um ponto em uma trajetória maior, que questiona a prática constante na responsabilidade e na produção de uma Companhia Pública e de Repertório. “O Balé da Cidade se dividiu em dois grupos que paralelamente teceram suas peças coreográficas aos olhos e cuidados de toda a equipe. Em uma ecologia da técnica, nos associamos à diversidade que nos fortalece para ofertar nosso mais valioso detalhe: a vulnerabilidade sublime do movimento”, finaliza.

Neste contexto de pesquisa e inovação artística, BIOGLOMERATA utiliza o teremim, um dos primeiros instrumentos musicais totalmente eletrônicos que é controlado sem qualquer contato físico entre objeto e músico, tocado por Tom Monteiro, como matéria tátil de uma coreografia sonora estruturada na obra Biomashup, de 2014, em um trabalho sobre a multiplicidade no fluxo de suas curvas assimétricas, luminosas e ondulantes, enquanto Pensamento Cintilante se desenvolve ao redor da existência tátil do espaço entre ação e desígnio. Nessa obra, como em outras de Garay, o palco ganha um caráter alquímico no qual o que seria próprio do campo da dança é intencionalmente desarticulado para aproximar corpos, materialidades e movimentos de outras ordens, propondo o desvio do pensar como uma atitude queer em relação ao mundo. Mais informações disponíveis no site.

Serviço:

Datas e horários: 13/8, às 20h; 14/8, às 20h; 16/8, às 20h; 17/8, às 17h e 18/8, às 17h

BALÉ DA CIDADE DE SÃO PAULO

Alejandro Ahmed, direção artística

ORQUESTRA SINFÔNICA MUNICIPAL

Alessandro Sangiorgi, regência

BIOGLOMERATA (estreia)

Cristian Duarte, coreografia, direção e espaço cênico

Tom Monteiro, composição original para orquestra e theremin

Aline Bonamin, assistente de coreografia

Carlos Bauzys, orquestração

André Boll, iluminação

Cristian Duarte em companhia de Aline Bonamin e Lucas Lagomarsino em colaboração com Ateliê Vivo – Andrea Guerra, Carolina Cherubini, Flávia Lobo e Gabriela Cherubini – Figurino

Diego Dac, produção cenográfica

Lucas Lagomarsino, estagiário de direção

Criação e dança: Ana Beatriz Nunes, Bruno Rodrigues, Cleber Fantinatti, Carolina Martinelli, Fábio Pinheiro, Grécia Catarina, Leonardo Muniz, Leonardo Silveira, Luiz Felipe Crepaldi, Luiz Oliveira, Marcel Anselmé, Marina Giunti, Marisa Bucoff, Renata Bardazzi, Renée Weinstrof e Victor Hugo Villa Nova.

Intervalo (25’)

Pensamento Cintilante (estreia)

Luis Garay, conceito e direção

Luciano Azzigotti, composição original para orquestra

Beatriz Sano, assistente de direção e acompanhamento dramatúrgico

Ana Teixeira, mediação artística

Laura Salerno, desenho de luz

Diego Bianchi, desenho de espaço

Marina Dalgalarrondo, figurino

Rodrigo Rosa, assistente de figurino

Criação e coreografia: Ariany Dâmaso, Érika Ishimaru, Fabiana Ikehara, Harry Gavlar, Isabela Maylart, Jéssica Fadul, Leonardo Polato, Manuel Gomes, Márcio Filho, Odu Ofá, Rebeca Ferreira, Victoria Oggiam e Yasser Diaz.

(Fonte: Com André Santa e Letícia Santos/ Assessoria de Imprensa do Theatro Municipal)