Imagine uma sessão de cinema entre amigos, num quintal aconchegante, com comidinhas e bebidas da sua preferência, filmes aclamados disponíveis semanalmente, com a participação de debates com quem entende do assunto – tudo isso em plena quarta-feira e de graça. Essa é a graça e o charme do Cineclube Terracota, que enche as noites do Goma, em Barão Geraldo, Campinas, de cultura e reúne dezenas de aficionados pela sétima arte a cada sessão.
Nos oito anos de existência, o cineclube já exibiu filmes de mais de 30 nacionalidades diferentes ao longo das quase 270 sessões de história e mantém a média de 50 espectadores por noite. Para 2025 o coletivo, responsável pela curadoria, se prepara para atingir a marca histórica de 300 sessões.
Delfin, um dos fundadores, destaca entre os momentos mais marcantes, a primeira exibição de Koyaanisqatsi, de Godfrey Reggio, no primeiro ano, com uma Sessão Secreta, com maior público, até então (30 pessoas), que ficaram magnetizadas por um filme que não contém um diálogo, apenas uma sequência vertiginosa de imagens.
A segunda maior ‘bilheteria’ aconteceu no segundo aniversário do coletivo, com a exibição da produção soviética Kin-Dza-Dza (Georgiy Daneliya), que marcou por ser certamente o filme mais diferente passado até a ocasião, misturando ficção científica, crítica social e humor nonsense.
Com o passar dos anos, o coletivo aumentou e alcança cada vez mais pessoas, de fãs do cinema a estudiosos do assunto, que têm nos encontros a oportunidade de apreciar um bom filme e serem surpreendidos por títulos escolhidos a dedo pela curadoria experiente e composta por diversas óticas.
Sempre buscando entregar provocação, consciência política, arte, cultura e abrir os olhos ao novo, resgatando clássicos e produções pop, a curadoria se esforça garimpando títulos dificilmente vistos em cartaz em outro lugar e geralmente seguem uma temática. “Neste ano, por exemplo, buscamos uma seleção de filmes com equiparação identitária, com ao menos 50% das sessões produzidas por diretores que pertençam ao que se convencionou chamar de minorias, termo de que não gostamos, mas que usamos apenas para uma explicação menos complicada: mulheres, pretos e pardos, indígenas, pessoas pertencentes ao grupo LGBTQIAPN+”, explica Delfin.
Em 2024, pelo menos uma sessão por mês, que acontece aos sábados, é dedicada à programação infantil, com sessões ainda a serem definidas.
História
O cineclube nasceu em 2017, com Delfin como um dos fundadores, ao lado do empresário Eduardo Belluzzo, sócio do Coworking Terracota, que também fica em Barão Geraldo. Hoje o coletivo é composto por oito pessoas, que definem as pautas e a agenda de forma horizontal e democrática. Ao lado de Delfin e Belluzzo, juntam-se Luciana Falasca, Ana Júlia Pereira Campos, Rodolfo Valentim, Francisco Flores e, fora de Campinas nesta temporada 2024, Maria Clara Gonçalves e Ariston Sócrates.
“Uma noite no Cineclube Terracota nunca é apenas uma noite de cinema. Aqui as pessoas se encontram, fazem amizade, mantêm um ciclo de amizade, pensam e se divertem com gostos em comum a cada encontro. Os debates que acontecem também são inspiradores e dão a oportunidade de ouvir e entender como a outra pessoa sentiu aquele filme ou perceber um detalhe que não tinha visto antes. É transformador sob vários aspectos. Basta vir de coração e olhos abertos”, convida Belluzzo.
Parceria | A estrutura é montada no quintal do Goma, que se descreve no Instagram como único bar e espaço de eventos vegano/vegetariano da RMC (Região Metropolitana de Campinas). A entrada é grátis e os frequentadores podem pedir comida e bebida do cardápio, vendidos à parte, e degustar enquanto assistem aos filmes. Há promoções especiais e combos montados exclusivamente para acompanhar os eventos. Para este semestre os Cine Combos foram renovados (consulte).
Confira a próxima sessão:
28 de agosto às 20 horas – Sessões Cult: A Roda da Fortuna – (Vincent Minelli, 1953)
Siga no Instagram @cineclubeterracota e @colaemgoma para saber das próximas exibições.
Neste ano o Cineclube Terracota conta com apoio da Lei Paulo Gustavo, com recursos do Ministério da Cultura, via Secretaria de Cultura e Turismo de Campinas. O Espaço Goma fica na Avenida Santa Isabel, 518, Barão Geraldo, Campinas/SP.
(Fonte: Com Silvânia Silva)