De 28 de setembro a 8 de outubro, a Cinemateca Brasileira realiza a segunda edição da mostra “SAC: Espetáculo Polêmica Cultura”, celebrando o gosto pela cinefilia e a histórica e bem-sucedida parceria com a Sociedade Amigos da Cinemateca (SAC). A mostra, que teve sua 1ª edição em 2022, por ocasião dos 60 anos da SAC, reúne 25 filmes de importância histórica e estética.
A continuidade da Mostra SAC é uma oportunidade de celebrar não apenas filmes importantes para a formação da cultura cinematográfica, mas também reafirmar a relação simbiótica entre a Cinemateca e a SAC. Essa associação permitiu ao longo de décadas a consecução de importantes projetos de mediação entre as atividades de preservação e difusão do nosso cinema e audiovisual, além do desenvolvimento técnico e material da Cinemateca Brasileira.
Os cinemas e auditórios programados pela SAC desde 1962 sempre foram reconhecidos como singulares centros de formação cultural. Gerações de artistas, intelectuais e cinéfilos frequentaram esses espaços e puderam conhecer e tomar gosto pelos filmes de arte e, ao mesmo tempo, reconhecer a importância da Cinemateca Brasileira e seu acervo-repertório na formação de uma sólida cultura cinematográfica.
A mostra SAC recupera essa tradição exibindo filmes que marcaram as programações das salas de cinema da SAC-Cinemateca em diferentes décadas. Nesta edição, a mostra se divide em três programas com títulos nacionais e internacionais e mesas de debate, incluindo uma homenagem ao cineasta Djalma Limongi Batista, falecido em fevereiro de 2023.
A mostra abre com uma sessão ao ar livre do longa “Os incompreendidos” (1959), de François Truffaut, no dia 28 de setembro, às 20h. Mais cedo, a partir das 18h, haverá um brinde abertura para o público. Durante toda a mostra, também haverá a distribuição gratuita de um catálogo. A programação é gratuita e os ingressos são distribuídos uma hora antes de cada sessão.
Filmes nacionais | A seleção conta com filmes brasileiros exibidos pela SAC em suas diversas salas, todos atualmente preservados pela Cinemateca Brasileira. Serão exibidas cópias em 35mm, DCP e HDCAM de algumas obras restauradas pela instituição. A programação dos títulos é possível graças aos esforços da Cinemateca Brasileira em preservar as matrizes e confeccionar cópias de acesso e difusão, além das atividades de pesquisa e catalogação audiovisual e preservação de uma gama variada de documentos relacionados à filmografia brasileira.
Destaque para o programa nacional com os filmes “ABC da greve” (1979-1990), “O caso dos irmãos Naves” (1967) e “Os fuzis” (1963) e os curtas-metragens de Joaquim Pedro de Andrade, que serão exibidos em versões restauradas pela Cinemateca Brasileira em projetos apoiados pela SAC. O programa recupera a importância da SAC no apoio à difusão do audiovisual no Brasil.
Filmes internacionais | O programa internacional contou com a parceria de arquivos de cinema internacionais: Arquivo Nacional de Cinema da República Tcheca (Národní filmový archiv); Fundação Japão em São Paulo; Arquivo de Cinema da China (中国电影资料馆); Filmoteca Nacional da Polônia – Instituto Audiovisual (Filmoteka Narodowa – Instytut Audiowizualny); Belas Artes Grupo; Instituto Nacional de Cinema Húngaro (Nemzeti Filmintézet); Adhemar Oliveira e Renata de Almeida.
Entre os recortes da produção internacional, estão o primeiro filme chinês distribuído no Brasil – “Sacrifício do ano novo” (1956), e a estreia nacional de um filme polonês de 1946 (“The Great Way”), além do checo “Um dia, um gato’ (1963) e do húngaro ‘Vermelhos e brancos” (1967).
Homenagem a Djalma Limongi Batista
Haverá uma homenagem ao cineasta Djalma Limongi Batista (1947–2023), falecido em fevereiro deste ano. O programa exibe seu primeiro curta-metragem “Um clássico, dois em casa, nenhum jogo fora” (1968) e os três longas que realizou em sua carreira, com destaque para “Bocage, o triunfo do amor”, cuja pré-estreia foi promovida pela SAC no Cine Bristol, em 1997.
Além das sessões, a programação contará também com duas mesas: “Pesquisa e crítica no cinema”, com Eduardo Morettin e Luiz Zanin, e “O cinema de Djalma Limongi Batista”, com Ismail Xavier. Djalma, além de um artista inovador, foi membro do conselho consultivo da Cinemateca Brasileira por mais de vinte anos.
A Sociedade Amigos da Cinemateca
A Sociedade Amigos da Cinemateca foi fundada em 1962 com o objetivo de articular o apoio dos poderes públicos e da iniciativa privada para obter os recursos materiais necessários para o desenvolvimento dos trabalhos da Cinemateca Brasileira. No núcleo dessa empreitada estavam Dante Ancona Lopez, Florentino Llorente e Paulo Sá Pinto – empresários do ramo de exibição cinematográfica de São Paulo – e Rudá de Andrade, conservador-adjunto da Fundação Cinemateca Brasileira.
“Foi criada a Sociedade Amigos da Cinemateca (sede: Rua 7 de Abril nº 381, tel.: 33-1466) cujo objetivo é dar maior expansão e organicidade à difusão do cinema artístico e cultural na cidade de São Paulo. Isso por um lado. Ao mesmo tempo, a SAC pretende auxiliar os trabalhos de preservação de filmes e documentos empreendidos pela Fundação Cinemateca Brasileira. A iniciativa de criar a SAC deve-se a Dante Ancona Lopez e Florentino Llorente, aos quais logo se vinculou Paulo Sá Pinto, sendo este núcleo o trio exponencial do comércio cinematográfico paulista. A ideia recebeu logo o apoio de figuras dos mais diversos setores como os deputados Abreu Sodré e Cunha Bueno, Rui Nogueira Martins, as Senhoras Ligia Freitas Valle Jordan e Maria Serafina Vilela de Andrade, o diretor teatral Flavio Rangel e muitas outras figuras de primeiro plano dos meios literários, científicos, políticos e artísticos da cidade.” (Carta de Paulo Emílio Sales Gomes enviada para o jornalista Jean Mellé, em julho de 1962).
A proposta de Dante Ancona Lopez era oferecer filmes de arte “que geram polêmica, que possuem um valor estético e apresentam um testemunho político-social”. Daí, o slogan “Espetáculo Polêmica Cultura”, que reforçava o perfil da sala como um espaço de estímulo mais amplo à cultura cinematográfica.
Cinemateca Brasileira
Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Mariana – São Paulo (SP)
Horário de funcionamento
Espaços públicos: de segunda a segunda, das 8 às 18h
Salas de cinema: conforme a grade de programação
Biblioteca: de segunda a sexta, das 10h às 17h, exceto feriados
Sala Grande Otelo (210 lugares + 4 assentos para cadeirantes)
Sala Oscarito (104 lugares)
Retirada de ingresso 1h antes do início da sessão
Confira a programação em www.cinemateca.com.br.
(Fonte: Trombone Comunicação)