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Coro da Osesp canta serenatas e os mistérios da noite na Sala São Paulo com regência de Pierre-Fabien Roubaty

São Paulo, por Kleber Patricio

Coro da Osesp em apresentação. Foto: Gabriel Hirga.

O ano de 2024 marca as celebrações dos 70 anos da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp, além dos 30 anos de atividades do Coro da Osesp e dos 25 anos da Sala São Paulo – a casa da Osesp, dos Coros e de seus Programas Educacionais, inaugurada em 1999 no edifício onde antes funcionava a Estrada de Ferro Sorocabana. Neste domingo (1/set), às 18h, o Coro da Osesp, conduzido pelo regente suíço Pierre-Fabien Roubaty, apresenta ‘Sob as estrelas do destino’, um programa especial que promete fazer o público sonhar com serenatas e os mistérios da noite. Os pianistas Ricardo Ballestero e Fernando Tomimura, a soprano Natália Áurea e a mezzo soprano Clarissa Cabral (os três últimos, membros do Coro) serão os solistas do espetáculo, o quarto apresentado pelo Coro neste ano.

O repertório tem início com ‘Canção do destino’, peça coral de Johannes Brahms. Na sequência, serão apresentadas duas obras francesas: ‘Les Djinns’, de Gabriel Fauré, e ‘Soir sur la Plaine’, de Lili Boulanger. A Serenata de Schubert (compositor que é um dos eixos da Temporada 2024) é a peça que vem a seguir. O programa continua com ‘Calmaria das noites’, de Camille Saint-Saëns, e se encerra com excertos do salmo sinfônico ‘O Rei Davi’, de Arthur Honegger. Com preço único de R$39,60, os ingressos podem ser adquiridos aqui.

Sobre o programa

A Sala São Paulo. Foto: Mariana Garcia.

A ‘Canção do Destino’, de Brahms (1833–1897), sobre texto do romancista Friedrich Hölderlin, contrapõe a vida afortunada dos deuses à dos homens, sujeitos a frequentes quedas e a um destino desconhecido.

O francês Gabriel Fauré (1845–1924) explora em ‘Les djinns’ [Os gênios], baseada em poema do escritor Victor Hugo, uma narrativa de criaturas da mitologia árabe que se aproximam gradualmente do narrador, tentam tomar de assalto sua morada e, sem sucesso, afastam-se até desaparecer.

O poema simbolista ‘Soir sur la plaine’ [Noite na planície], de Albert Samain, musicado por Lili Boulanger (1893–1918), associa a noite ao Oriente e à morte. A compositora responde ao poema com motivos melancólicos e cita o tema de ‘Prelúdio à Tarde de um Fauno’, de Claude Debussy, evidenciando sua compreensão da relação entre o poema de Samain e o texto de Stéphane Mallarmé que inspirou Debussy.

Em ‘Ständchen’ [Serenata], Franz Schubert (1797–1828) utiliza o texto do poeta Franz Grillparzer para retratar o amor, a intimidade e a ternura de um amante que faz uma serenata para sua amada.

Coro da Osesp. Foto: Mario Daloia.

A tranquilidade da noite é retratada poeticamente em oposição ao ambiente diurno por Camille Saint-Saëns (1835–1921) na peça ‘Calme des Nuits’ [Calmaria das noites]. Escrita para coro a cappella em 1882, o compositor conclui que os verdadeiros poetas seriam as únicas almas capazes de se encantar com as coisas tranquilas.

Por fim, o tema do destino reaparece no encerramento deste programa através de excertos de ‘O Rei Davi’, de Arthur Honegger (1892–1955) com texto de René Morax. O compositor combina sonoridades variadas como o canto gregoriano e o jazz para retratar a história bíblica de Davi, pequeno pastor que derrotaria o gigante Golias e se tornaria rei de Israel.

Coro da Osesp

Criado em 1994, o grupo aborda diferentes períodos e estilos, com ênfase nos séculos XX e XXI e nas criações de compositores brasileiros. Gravou álbuns pelo Selo Digital Osesp, Biscoito Fino e Naxos. Entre 1995 e 2015, teve Naomi Munakata como coordenadora e regente. De 2017 a 2019, a italiana Valentina Peleggi assumiu a regência, tendo William Coelho como maestro preparador — posição que ele mantém desde então. Em 2020, o Coro se apresentou no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, sob regência de Marin Alsop, repetindo o feito em 2021, em filme virtual com Yo-Yo Ma e artistas de outros sete países. Em 2022, fez turnê com a Osesp nos Estados Unidos, apresentando-se, novamente liderados por Alsop, no Music Center at Strathmore, em North Bethesda, e em dois concertos no Carnegie Hall, em Nova York. Na Temporada 2024, o grupo celebra seus 30 anos com programação especial.

Pierre-Fabien Roubaty, regente

Pierre-Fabien Roubaty. Foto: Jacques Beaud.

Pierre-Fabien Roubaty é diretor artístico e musical do Ensemble Vocal de Lausanne desde 2019. Sob sua direção, o conjunto levou ao palco projetos importantes, incluindo as comemorações do centenário do ‘Rei David’ de Arthur Honegger, a estreia do oratório ‘Splendor’ de Theo Flury e performances prestigiadas como parte de ‘La Folle Journée’ de Nantes. Ele também regeu o conjunto durante sua participação no Festival Via Aeterna no Mont St. Michel, para marcar o milênio desse emblemático local. Como regente coral e preparador vocal, auxiliou coros e solistas para inúmeras produções de ópera e oratório, como como Michel Corboz, Jean-Claude Malgoire, Raphaël Pichon, Marc Minkovski, Daniel Reuss, Christa Ludwig e Ramón Vargas. Em 2006, lançou sua carreira como regente coral fundando o coro Arsis. À frente deste conjunto, dedicado à música dos séculos XVIII e XIX, ele se destaca na interpretação das grandes obras do repertório oratório, vencendo o Concurso Coral de Friburgo em 2011.

Fernando Tomimura, piano

Premiado com o 2º lugar no Grande Concurso Magda Tagliaferro, atuou como concertista à frente de inúmeros grupos sinfônicos brasileiros, como a Brasil Jazz Sinfônica, a GRU Sinfônica, a Sinfônica Municipal de Campinas, a Orquestra Experimental de Repertório (OER), a Orquestra do Theatro São Pedro, a Orquestra Jovem do Estado de São Paulo e a própria Osesp. Gravou, sob regência de Celso Antunes, o álbum comemorativo Camerata Fukuda 20 anos (Paulus, 2010). Foi regente do Coral Jovem do Estado. Atua como pianista correpetidor do Coro da Osesp desde 1994.

Ricardo Ballestero, piano

Professor do Departamento de Música da USP, tem mestrado pelo Westminster Choir College e doutorado pela Universidade de Michigan e atuou como professor-visitante na Universidade do Colorado-Boulder. É pianista correpetidor do Studio da Houston Grand Opera. Recebeu o Prêmio Eldorado de Música [1995]. Foi pianista regular do Coro Masculino da Universidade de Michigan e pianista oficial da Sphinx Strings Competition [2000]. Tem colaborado com músicos das orquestras sinfônicas de Baltimore, Porto Rico, São Paulo e da Ópera de Frankfurt.

Natália Áurea, soprano

No Coro da Osesp desde 2006, Natalia Aurea nasceu em São Paulo. Laureada em 2016 com o 2º lugar do grande prêmio feminino do Concurso Brasileiro de Canto Maria Callas, apresentou-se como solista à frente do coro de música sacra Audi Cœlum, da Camerata Fukuda, da Orquestra de Câmara Engenho Barroco, da Camerata Antiqua de Curitiba e da Camerata Aberta. Também foi solista junto à Orquestra Sinfônica da USP (Osusp) e à própria Osesp. Além de canto, é formada em Pedagogia pela Universidade Anhembi Morumbi.

Clarissa Cabral, mezzo soprano

Natural de Santos, em São Paulo, a mezzo soprano Clarissa Cabral integra o Coro da Osesp desde 2007. deu início a seus estudos artísticos e musicais na Escola Municipal de Iniciação Artística e na Escola Municipal de Música de São Paulo (EMMSP), onde leciona teoria musical e solfejo desde 2017. Integrou o Coral Jovem do Estado de São Paulo, o grupo de música sacra Audi Cœlum e a Camerata Fukuda. Gravou Clara Schumann: Lieder e Piano Solo (Audições Especiais, 2012), em parceria com a pianista Eliana Monteiro da Silva, com quem mantém o Duo Ouvir Estrelas.

PROGRAMA

SOB AS ESTRELAS DO DESTINO

CORO DA OSESP

PIERRE-FABIEN ROUBATY regente

FERNANDO TOMIMURA piano

RICARDO BALLESTERO piano

NATÁLIA ÁUREA soprano

CLARISSA CABRAL mezzo soprano

Johannes BRAHMS | Canção do destino, Op. 54 [versão Friedrich Hölderlin]

Gabriel FAURÉ | Les Djinns [Os gênios], Op. 12

Lili BOULANGER | Soir sur la plaine [Noite na planície]

Franz SCHUBERT | Ständchen [Serenata], D. 920

Camille SAINT-SAËNS | Calme des nuits [Calmaria das noites], Op. 68, nº 1

Arthur HONEGGER | O Rei Davi.

Serviço:

1º de setembro, domingo, 18h00

Endereço: Sala São Paulo – Praça Júlio Prestes, 16

Taxa de ocupação limite: 1.484 lugares

Recomendação etária: 7 anos

Ingressos: R$39,60 (valor inteiro)

Bilheteria (INTI)

(11) 3777-9721, de segunda a sexta, das 12h às 18h

Cartões de crédito: Visa, Mastercard, American Express e Diners

Estacionamento: R$35,00 (noturno e sábado à tarde) e R$20,00 (sábado e domingo de manhã) | 600 vagas; 20 para pessoas com deficiência; 33 para idosos

*Estudantes, pessoas acima dos 60 anos, jovens pertencentes a famílias de baixa renda com idade de 15 a 29 anos, pessoas com deficiências e um acompanhante e servidores da educação (servidores do quadro de apoio – funcionários da secretaria e operacionais – e especialistas da Educação – coordenadores pedagógicos, diretores e supervisores – da rede pública, estadual e municipal) têm desconto de 50% nos ingressos para os concertos da Temporada Osesp na Sala São Paulo, mediante comprovação

A Osesp e a Sala São Paulo são equipamentos do Governo do Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerenciadas pela Fundação Osesp, Organização Social da Cultura.

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(Fonte: Com Fabio Rigobelo/Fundação Osesp)