Notícias sobre arte, cultura, turismo, gastronomia, lazer e sustentabilidade

Coro da Osesp faz primeiro concerto sob regência do britânico Thomas Blunt, na Estação CCR das Artes

São Paulo, por Kleber Patricio

Thomas Blunt com o Coro. Foto: Laura Manfredini.

O Coro da Osesp apresenta um concerto na terça-feira (25 de fevereiro) às 20h na novíssima Estação CCR das Artes, apoiada pelo Instituto CCR, tendo à frente o maestro Thomas Blunt – a apresentação marca a estreia do britânico como novo regente titular do grupo. Nome respeitado do cenário coral no mundo, Blunt possui uma longa e frutífera relação com o Coro da Osesp desde 2011, incluindo interpretações memoráveis de obras como a Missa nº 2 em mi menor, de Bruckner, o Réquiem alemão, de Brahms, e a Petite Messe Solennelle, de Rossini – esta durante sua atuação mais recente na Sala São Paulo, em 2023.

Reconhecido por sua visão artística inovadora, o maestro inglês traz um compromisso renovado com a excelência musical e a modernização do Coro. Ele estará presencialmente com o conjunto por dez semanas ao longo do ano e será consultor artístico em tempo integral no desenvolvimento de projetos e na gestão cotidiana. Vai liderar, ainda, o processo de contratação de um novo maestro preparador e trabalhará em estreita colaboração com o diretor musical e regente titular da Osesp, Thierry Fischer, e com a administração da Fundação Osesp visando alinhar as trajetórias artísticas do Coro e da Orquestra.

Thomas Blunt com o Coro. Foto: Laura Manfredini.

Com um repertório que inclui nomes como Gustav Holst (Nunc Dimittis), William Byrd (Sing joyfully e Laudibus In Sanctis), Orlando Gibbons (O clap your hands), Michael Tippett (A child of our time: Five Spirituals) e Aylton Escobar (Ave Maria e Agnus Dei) – compositor que também fundou o Coro da Osesp, em 1994 –, esta será a primeira atividade a ocupar o palco da Estação CCR das Artes desde a sua inauguração, realizada no aniversário de São Paulo (25/jan). Os ingressos têm preço único de R$42,00 (valor inteiro) e podem ser adquiridos neste link.

“Este concerto, meu primeiro como regente titular, na Estação CCR das Artes, reflete minha visão para esse novo momento”, afirma Blunt. “Escolhi um programa que estabelece um diálogo entre o antigo e o novo, entre a tradição musical inglesa e a riqueza da polifonia ibérica e brasileira. Algumas dessas obras me acompanham desde a infância e são profundamente pessoais para mim, enquanto outras, como a música de Escobar e a polifonia do português, são descobertas recentes que me fascinam. Além disso, levei em consideração a acústica da Estação CCR das Artes ao elaborar o repertório, buscando um equilíbrio entre ressonância e clareza”, completa.

O Coro da Osesp. Foto: Mario Daloia.

Um presente para São Paulo, o novo espaço cultural fica no mesmo edifício da Sala São Paulo, no Complexo Cultural Júlio Prestes, e receberá ao longo de 2025 diferentes expressões artísticas, entre músicas clássica e popular, dança, teatro, literatura e cinema, além de atividades educacionais. A reforma e a transformação deste patrimônio histórico em sala de espetáculos foram viabilizadas graças à parceria da Fundação Osesp com o Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, e com o Governo Federal e o Ministério da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Também via Lei Rouanet, o Grupo CCR, através do Instituto CCR, firmou contrato de patrocínio institucional com a Fundação Osesp para a manutenção das atividades do espaço durante o período inicial de três anos. Além de participar do projeto da nova sala de espetáculos, o Grupo CCR também é responsável pela inédita restauração da histórica Estação Júlio Prestes.

Sobre a Estação CCR das Artes

A Estação CCR das Artes ocupa o antigo concourse da Estação Júlio Prestes, que ainda preserva sua arquitetura original, com vitrais coloridos da tradicional Casa Conrado e três imponentes lustres. O local torna-se, assim, parte do Complexo Cultural Júlio Prestes, que abriga também a Sala São Paulo — sede da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp, do Coro da Osesp e da Academia de Música —, a São Paulo Escola de Dança, a Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, a Estação Pinacoteca e a Emesp Tom Jobim.

A Estação CCR das Artes. Foto: Pedro Castro.

A ideia de transformar este salão da Estação Júlio Prestes em um espaço voltado às artes é mais antiga do que a própria Sala São Paulo. Ainda em 1995, a Osesp apresentou-se nessa área — que depois viria a ser chamada de Estação das Artes —, onde originalmente eram vendidos os bilhetes ferroviários.

Com regência do maestro Eleazar de Carvalho, a apresentação contou com a presença do engenheiro Mário Garcia, que naquele período participava do esforço para encontrar uma sede para a Osesp que fosse ideal no quesito acústica. Em 1997, um ano após a morte de Eleazar, foi decidido que o jardim de inverno da Estação Júlio Prestes, com área ainda maior que a do concourse, seria o local perfeito para uma grande sala de concertos. Finalmente, 25 anos após a inauguração da vizinha Sala São Paulo, a Fundação Osesp liderou os esforços que culminaram na criação do novo espaço.

Coro da Osesp

O Coro da Osesp, além de sua versátil atuação sinfônica, enfatiza o registro e a difusão da música dos séculos XX e XXI e de compositores brasileiros. Destacam-se em sua ampla discografia Canções do Brasil (Biscoito Fino, 2010), Aylton Escobar: Obras para coro (Selo Digital Osesp, 2013) e Heitor Villa-Lobos: Choral transcriptions (Naxos, 2019). Apresentou-se em 2006 para o rei da Espanha, Filipe VI, em Oviedo, no 25º Prêmio da Fundação Príncipe de Astúrias. Em 2020, cantou, sob a batuta de Marin Alsop, no Concerto de Abertura do Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça, feito repetido em 2021, em filme virtual que trazia também Yo-Yo Ma e artistas de sete países. Junto à Osesp, estreou no Carnegie Hall, em Nova York, em 2022, se apresentando na série oficial de assinatura da casa no elogiado Floresta Villa-Lobos. Fundado em 1994 por Aylton Escobar, integra a Osesp desde 2000, tendo completado 30 anos de atividade em 2024. Teve como regentes Naomi Munakata [1995-2015] e Valentina Peleggi [2017-2019]. A partir de fevereiro de 2025, Thomas Blunt assume a posição de regente titular.

Thomas Blunt regente

Thomas Blunt construiu uma carreira versátil e abrangente, com sólida formação em canto e ópera, regendo em teatros e salas de concerto ao redor do mundo. Com um repertório que vai da música renascentista à contemporânea, sua regência se estabelece a partir da ideia de criação de uma dramaturgia por meio da música. Foi o primeiro participante britânico da prestigiosa Allianz International Conductors’ Academy. Mantém estreita relação com o Festival de Glyndebourne (Reino Unido), no qual iniciou sua carreira de regente na música coral. Atuou como regente assistente junto a Vladimir Jorowski, diretor musical da Filarmônica de Londres, resultando em apresentações no Royal Festival Hall, no Queen Elizabeth Hall e na própria Sala São Paulo em diversas ocasiões. Junto a seus compromissos com o Coro da Osesp, do qua passa a ser regente titular a partir de 2025, seus destaques desta temporada incluem apresentações com a Orquestra Nacional da BBC de Wales, o Fifth Door Ensemble, a Sinfônica da Nova Zelândia, além da atuação como assistente de Maurizio Benini na Royal Opera House.
PROGRAMA

CORO DA OSESP

THOMAS BLUNT regente

Giles SWAYNE | Magnificat

Gustav HOLST | Nunc Dimittis

Aylton ESCOBAR

Ave Maria

Agnus Dei

William BYRD | Sing joyfully

Duarte LOBO | Audivi Vocem

William BYRD | Laudibus In Sanctis

Manuel CARDOSO | Lamentatio

Pedro DE CRISTO | Sanctissimi Quinque Martires

Orlando GIBBONS | O clap your hands [Batei palmas]

Michael TIPPETT | A child of our time: Five Spirituals [Uma criança do nosso tempo: Cinco Spirituals.]

Serviço:

25 de fevereiro, terça-feira, às 20h00

Endereço: Sala São Paulo – Estação CCR das Artes | Praça Júlio Prestes, 16, Luz

Taxa de ocupação limite: 543 lugares

Recomendação etária: 07 anos

Ingressos: R$42,00 (valor inteiro)

Bilheteria (INTI): neste link | (11) 3777-9721, de segunda a sexta, das 12h às 18h.

Estacionamento: R$39,00 (noturno e sábado à tarde) | 600 vagas; 20 para pessoas com deficiência; 33 para idosos.

A Estação CCR das Artes — parte do Complexo Cultural Júlio Prestes — é gerida pela Fundação Osesp, organização social de cultura que mantém contrato de gestão com o Governo do Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo.

A transformação deste patrimônio histórico em sala de espetáculos foi feita graças à parceria da Fundação Osesp com o Governo do Estado de São Paulo e com o Ministério da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. A manutenção pelos próximos três anos acontece graças ao patrocínio institucional do Grupo CCR, também pela Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Acompanhe a Osesp: Site | Instagram | YouTube | Facebook | TikTok | LinkedIn.

(Com Fabio Rigobelo/Fundação Osesp)