Os atores Takashi Morita, Junko Watanabe e Kunihiko Bonkohara estavam em Hiroshima, no Japão, na fatídica manhã de 6 de agosto de 1945, quando uma bomba atômica devastou a cidade matando mais de 140 mil pessoas.
A peça, que esteve em cartaz na cidade em fevereiro, é resultado de um ano de pesquisa e foi desenvolvida a partir da coleta e organização dos relatos dos sobreviventes trabalhando com o conceito de biodrama – parente do teatro documental ou teatro não ficção, entre outras denominações, que rememora a experiência não só do exato momento, como dos dias após a explosão, bem como a imigração para um país totalmente desconhecido dos sobreviventes – o Brasil.
“A nossa atual geração será a última que terá contato com sobreviventes que estiveram no local e conviveram com o pós-guerra, tendo em vista que os mais jovens estão na faixa dos 70 anos de idade. Esse espetáculo é um grito abafado dessas vozes ressonantes das vítimas (em sua maior parte, crianças que estavam nas ruas no momento da explosão) não só do Japão, mas de todos os países que foram vítimas de guerras e de ataques como ainda ocorre hoje. Nós não aprendemos com nossos próprios erros; existem no mundo mais de 16 mil bombas atômicas atualmente e, em momentos em que a Coréia do Norte faz testes com a temida Bomba H, o espetáculo ainda continua atual e se faz necessário”, diz Rogério Nagai, ator e diretor do espetáculo.
A peça fará duas únicas apresentações no mês de agosto: no dia 20/08à a apresentação será no Centro Universitário da FEI (Campus São Paulo) às 18h e, no dia 27/08, na Fábrica de Cultura Vila Nova Cachoeirinha, às 15h. As apresentações têm entrada franca e estão sujeitas à lotação dos teatros.
Saiba mais sobre os sobreviventes:
Takashi Morita, 92 anos
Em maio de 1945, sobreviveu a um bombardeiro incendiário em Tóquio e por isso voltou a Hiroshima para ficar com a família. Tinha 21 anos na época. Na hora do ataque, estava marchando com um pelotão a 1200 metros do epicentro da explosão. Viu um clarão, foi golpeado pelas costas e arremessado no chão. Sofria com a radiação e desenvolveu leucemia.
Junko Watanabe, 72 anos
Tinha dois anos quando uma chuva radioativa a atingiu enquanto brincava com seu irmão a 18 km da explosão. Ela não se lembra do que aconteceu e sua família escondeu o fato —só descobriu que era uma sobrevivente de Hiroshima aos 38 anos. Aos 24, veio para o Brasil, após se casar com um japonês que vivia aqui. Faz palestras desde 2005 contando sua história.
Kunihiko Bonkohara, 75 anos
Se mudou para a cidade japonesa quatro meses antes do ataque. Tinha cinco anos e estava com o pai em seu escritório no momento do bombardeio, a 2 km do epicentro. Os dois ficaram feridos com estilhaços de vidro. Ao voltarem para casa, foram atingidos pela chuva radioativa. Sua mãe e sua irmã mais velha, que estavam no centro da cidade, morreram.
Sinopse
Três sobreviventes da bomba atômica de Hiroshima relatam ao vivo suas experiências no momento da explosão, seus efeitos, os dias que se sucederam e da imigração para o Brasil. O roteiro e encenação se desenvolveram a partir do conceito de biodrama (vertente do teatro-documentário). O elenco conta com os sobreviventes Takashi Morita, Junko Watanabe e Kunihiko Bonkohara com direção de Rogério Nagai.
Ficha Técnica
Roteiro e direção: Rogério Nagai
Elenco: Takashi Morita, Junko Watanabe, Kunihiko Bonkohara e Rogério Nagai
Cenário: Douglas Okura
Assistência de direção: Ricardo Oshiro
Colaboração: André Murrer
Realização e Produção: Nagai Produções
Fotos: José Rubens Moldero
Assessoria de Imprensa: Rita Brafer
Apoio Institucional: Governo do Estado de São Paulo/Secretaria da Cultura/Poiesis/Fábricas de Cultura, Associação Hibakusha Brasil pela Paz e Centro Universitário da FEI
Apoio Cultural: Mercearia Sukiyaki e Combinatta Decorações.
Serviço:
Peça Os Três Sobreviventes de Hiroshima – Únicas apresentações
Roteiro e direção: Rogério Nagai
Elenco: Takashi Morita, Junko Watanabe, Kunihiko Bonkohara e Rogério Nagai
Duração: 60 minutos
Recomendação: livre
Gênero: Teatro-Documentário
20 de agosto de 2016 (sábado às 18h)
Centro Universitário da FEI (Campus São Paulo)
Rua Tamandaré, 688 – Liberdade, São Paulo/SP
Telefone (11) 3207-6800
Capacidade 280 lugares – Retirada de ingresso 1h antes do início do espetáculo
27 de agosto de 2016 (sábado às 15h)
Fábrica de Cultura Vila Nova Cachoeirinha
Rua Franklin do Amaral, 1575 – Vila Nova Cachoeirinha, São Paulo/SP
Telefone: (11) 2233-9270
Capacidade 200 lugares
Ingresso: Entrada franca, sujeito a lotação máxima por ordem de chegada.