A Galeria Lume inaugura no sábado, 14 de setembro, no espaço expositivo II, a individual ‘Calorcito’, de Mari Nagem, como parte do projeto Alumiar, que tem o intuito de dar luz a pesquisa de artistas que ainda não possuem representação. Usando diversas mídias, cores vibrantes e contornos marcantes, as obras de Mari destacam a artificialidade das paisagens, a subjetividade dos dados e a busca capitalista pela felicidade. Com texto curatorial de Ana Roman, a mostra traz uma seleção de obras inéditas que colocam em cheque a crise climática mundial – mais especificamente as ondas de calor que são cada vez mais devastadoras e frequentes.
O calor é uma energia essencial para moldar as paisagens terrestres e impactar as relações humanas, atuando como uma força transformadora que afeta formações geológicas e potencializa fenômenos naturais extremos. É a partir desta força de criação tecnológica e destruição que se materializa a exposição de Nagem.
O aquecimento global é uma realidade sentida, cenários que antes pertenciam à ficção científica agora são vividos por grande parte da população mundial. A questão que a artista coloca é o que restará do planeta – e não de nós – com o avanço das mudanças climáticas. Quais seres, fenômenos e vestígios ainda existirão? Estaria nossa crescente dependência de dispositivos eletrônicos contribuindo para o aumento das temperaturas globais? “Em ‘Calorcito’ Nagem habita com coragem a sua realidade e busca, por meio da ficção, construir uma alternativa para o momento de catástrofe climática e para a terra arrasada dominada pela internet e pelas tecnologias digitais. A exposição nos leva a considerar cenários pós-catástrofe, em que ruínas tecnológicas e novas paisagens emergem sugerindo que a Terra continuará a se transformar, mesmo sem a presença humana”, completa a curadora Ana Roman.
Sobre a artista Mari Nagem
Belo Horizonte, 1984. Vive e trabalha entre NY e Brasil.
Mari Nagem é uma artista multidisciplinar que investiga as transformações do meio através da tecnologia, os estados emocionais na era digital e explora a artificialidade das paisagens a partir das intervenções humanas. Ao explorar cores fortes, bordas bem definidas e títulos minuciosamente selecionados, Mari propõe questões existenciais (e virtuais) com certa irreverência. Com uma abordagem conceitual, Mari combina diferentes mídias – pinturas, objetos, luzes e experimentos digitais – de maneira austera e concisa para criar instalações que reinterpretam nossa relação com fenômenos naturais e culturais. Cada material ou mídia utilizados, assim como os esquemas de cores, possui um significado físico, semântico ou simbólico para os projetos. A artista investiga maneiras de iluminar nossa percepção de aspectos críticos da era da informação em uma incerteza ambiental, como a artificialidade das paisagens, a subjetividade dos dados e a corrida capitalista pela felicidade. Em uma fluidez constante entre materiais e mídias, ela ocasionalmente colabora com artistas, arquitetos e fabricantes com habilidades diversas para propor obras visualmente cativantes.
Em 2023/24 Mari Nagem foi contemplada com a menção honrosa no Sferik.Art Award, com o prêmio da Mostra 3M de Arte e com a bolsa de estudos Celia & Wally Gilbert, para uma pesquisa no Centro de Humanidades e História da Biologia Moderna, em Nova York. Foi nomeada ao Prêmio Pipa e ao Cifo-Ars Eletronica. Em 2022, foi laureada com o primeiro lugar no Prêmio Marcantonio Vilaça, com a Temporada de Projetos do Paço das Artes e com o Ox-Bow Program Fellowship (EUA).
Expôs na Bienal Sur, no Museu de Arte Contemporânea de Rosário e na Bienal de Arte Digital no CCSP. Expôs em instituições como SESC, Farol Santander, MAC Niteroi, MIS, Sea Foundation e participou de festivais como o Die Digitale Dusseldorf, Athens Art e FILE, entre outros. Foi artista residente no Museu das Minas e dos Metais, na SomoS Art House em Berlim, em Vatélon, no Uruguai e também na Casa das Caldeiras.
Graduada pela UFMG, é Mestre em Artes Visuais pela Haute École d’Art et Design de Genéve. Vive e trabalha entre Belo Horizonte e Nova York.
Sobre a Galeria Lume
A Galeria Lume foi fundada em 2011 com a proposta de fomentar o desenvolvimento de processos criativos contemporâneos ao lado de seus artistas e curadores convidados. Dirigida por Paulo Kassab Jr. e Victoria Zuffo, a Lume se dedica a romper fronteiras entre diferentes disciplinas e linguagens, através de um modelo único e audacioso que reforça o papel de São Paulo como um hub cultural e cidade em franca efervescência criativa.
A galeria representa um seleto grupo de artistas estabelecidos e emergentes, dedicada à introdução da arte em todas as suas mídias, voltados para a audiência nacional e internacional, através de um programa de exposições plural e associado a ideias que inspiram e impulsionam a discussão do espírito de época. Foca-se também no diálogo entre a produção de seus artistas e instituições, museus e coleções de relevância.
A presença ativa e orgânica da galeria no circuito resulta na difusão de suas propostas entre as mais importantes feiras de arte da atualidade, além de integrar e acompanhar também feiras alternativas. A galeria aposta na produção de publicações de seus artistas e realização de material para pesquisa e registro. Da mesma forma, a Lume se disponibiliza como espaço de reflexão e discussão. Recebe palestras, performances, seminários e apresentações artísticas de natureza diversa.
Sobre o Projeto Alumiar
Alumiar: dar luz a, iluminar ou ficar iluminado; tornar(-se) claro. fazer surgir a luz; acender. Como o nome sugere, o Projeto Alumiar, desenvolvido pela Galeria Lume, tem o intuito de dar luz, acender, iluminar e deixar clara a pesquisa de artistas em início de carreira (até 10 anos de produção) que ainda não possuem representação e tampouco fizeram uma exposição individual na cidade de São Paulo.
Convidados a expor durante um mês no espaço anexo da Lume, o(s) artista tem a oportunidade de vivenciar a relação direta com curadores, artistas, galeristas e colecionadores do início ao fim do projeto. Além disso, a exposição sempre ocorre em paralelo à exposição de algum artista representado pela galeria, o que incentiva a troca e uma maior visibilidade dos trabalhos expostos.
Serviço
Calorcito, de Mari Nagem
Texto curatorial: Ana Roman
Local: Galeria Lume, espaço expositivo II
Período expositivo: 14 de setembro de 2024 a 19 de outubro de 2024
Horário de visitação: segunda a sexta, das 10h às 19h; sábados, das 11h às 15h
Endereço: Rua Gumercindo Saraiva, 54 – Jardim Europa, São Paulo – SP
Entrada gratuita
Informações para o público: tel. 55 (11) 4883-0351
e-mail: contato@galerialume.com
www.instagram.com/galerialume/
(Fonte: Com Isabella Boyadjian/Galeria Lume)