A Galeria Raquel Arnaud anuncia suas próximas exposições: ‘O quarto estado da matéria’, individual de Gisela Colón com curadoria de Marcello Dantas, abre em 21/8; a artista também realizará a exposição ‘Matéria Prima’, no Instituto Artium, em 24 de agosto. Já a coletiva ‘OUTROPLANO’, que abre em 24/8, apresenta obras de Tuneu, Hércules Barsotti e Willys de Castro e texto curatorial assinado por Agnaldo Farias. As mostras dão continuidade ao legado de renovação estética buscada por Arnaud ao longo de décadas.
O trabalho de Colón, representado majoritariamente por monólitos, explora as interconexões entre ecofeminismo, histórias coloniais e as forças universais da natureza. Sua prática artística busca transformar o pessoal em universal trazendo elementos de dolorosas realidades da violência armada, feminicídio e a violência militar coletiva que presenciou durante sua juventude em Porto Rico. Seu trabalho também ressignifica materiais, trazendo sustentabilidade às suas esculturas, que capturam e refratam a luz criando uma cor estrutural que remete às cores encontradas na natureza.
“A artista se apropria de materiais de alta tecnologia, frequentemente associados a funções militares, transformando-os em veículos de luz, vida e transcendência. Esta transmutação de materiais destinados à opressão em objetos que canalizam energia positiva subverte suas conotações originais”, destaca Marcello Dantas, curador da exposição. A artista completa: “Sou como o plasma, o quarto estado da matéria, nascido de uma forte e intensa opressão, mas ainda assim uma luz brilhante. Minhas células guardam os segredos do início dos tempos”.
Já ‘OUTROPLANO’ é uma coletiva com obras de Tuneu, Hercules Barsotti e Willys de Castro que tem o texto curatorial assinado por Agnaldo Farias. A produção dos artistas é marcada pela introdução de novos materiais a partir do desejo de expandir a estrutura formal da tela.
“A variação da obra de Tuneu não foi tanto pela anexação de territórios de linguagens exteriores a ela, mas pela exploração sistemática, diligente, meditativa dos elementos constitutivos da pintura, de formas geométricas aplicadas a ela, incluindo desde o campo quadrangular delimitado pela moldura, a própria moldura, às quatro linhas que perfazem os limites da folha de papel, do cartão, ou do tecido da tela; considere-se também as superfícies desses suportes sobre os quais ele pinta, risca, corta, como as séries formadas por cortes, dobras e sobreposições de planos”, complementa Agnaldo Farias.
Entre formatos e espaços, Tuneu mantêm o hexágono como protagonista da exposição, junto a diversas cores, contrastes e variações tonais. “As formas geométricas têm uma ressonância em você… você não decide qual forma está internalizada, é algo que te pega, isso é o que vai dar substância ao pensamento. A escolha pelo hexágono é absolutamente interna, é uma sensação, um sentimento…”, explica o artista.
No mundo da arte desde a década de 60, com uma trajetória marcada por variações criativas e a exploração de novos territórios, Tuneu teve Tarsila do Amaral como mentora e uma grande referência para traçar seu próprio e único caminho.
Hércules Barsotti foi um artista plástico nascido em 1914. Em 1954 começa a trabalhar em desenho têxtil e, juntamente com Willys de Castro, outro artista ligado aos movimentos Concreto e Neo-Concreto, funda o Estúdio de Projetos Gráficos, em São Paulo. Ambos compartilharam experiências com os maiores nomes da arte concreta mundial e a convivência com Willys deixou marcas profundas na obra de Barsotti.
Sobre a Galeria Raquel Arnaud
Criada em 1973, com o nome de Gabinete de Artes Gráficas. Com espaços marcantes assinados por arquitetos como Lina Bo Bardi, Ruy Ohtake e Felippe Crescenti, o Gabinete passou por diferentes endereços, como as avenidas Nove de Julho e Brigadeiro Luís Antônio, além do espaço que havia pertencido ao Subdistrito Comercial de Arte, na Rua Artur de Azevedo, em Pinheiros, no qual permaneceu de 1992 a 2011.
Com Myra Arnaud Babenco à frente da galeria, o foco no segmento da abstração geométrica e a atenção especial dada às investigações da arte contemporânea – arte construtiva e cinética, instalações, esculturas, pinturas, desenhos e objetos – perpetuaram a Galeria Raquel Arnaud no Brasil e no exterior, tanto por sua coerência como pela contribuição singular para valorização e consolidação da arte brasileira. Para isso, contribuíram de forma fundamental artistas como Amilcar de Castro, Willys de Castro, Lygia Clark, Mira Schendel, Sergio Camargo, Hércules Barsotti, Waltercio Caldas, Iole de Freitas e Arthur Luiz Piza, entre outros.
Atualmente com sede na rua Fidalga, 125, Vila Madalena, a Galeria Raquel Arnaud representa artistas reconhecidos nacional e internacionalmente – Waltercio Caldas, Carlos Cruz-Díez, Arthur Luiz Piza, Sérvulo Esmeraldo, Iole de Freitas, Maria Carmen Perlingeiro, Carlos Zilio e Tuneu. Os mais jovens atestam a consolidação de novas linguagens contemporâneas – Frida Baranek, Geórgia Kyriakakis, Daniel Feingold, Julio Villani, Célia Euvaldo, Wolfram Ullrich, Elizabeth Jobim, Carla Chaim, Carlos Nunes e Ding Musa.
Raquel Arnaud também fundou o Instituto de Arte Contemporânea (IAC) em 1997, a única instituição no Brasil que cataloga documentação de artistas.
Serviço:
O quarto estado da matéria
Local: Galeria Raquel Arnaud. Rua Fidalga, 125 – Vila Madalena, São Paulo – SP.
Abertura: 21 de agosto 11h – 15h
Período expositivo: até 19 de outubro
Horários de visitação: segunda a sexta, das 11h às 19h | sábado, das 11h às 15h
Entrada gratuita.
OUTROPLANO
Local: Galeria Raquel Arnaud. Rua Fidalga, 125 – Vila Madalena, São Paulo – SP.
Abertura: 24 de agosto 11h – 15h
Período expositivo: até 19 de outubro
Horários de visitação: segunda a sexta, das 11h às 19h | sábado, das 11h às 15h
Entrada gratuita
https://www.instagram.com/galeriaraquelarnaud/.
(Fonte: A4&Holofote Comunicação)