O ano de 2024 marca as celebrações dos 70 anos da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp, além dos 30 anos de atividades do Coro da Osesp e dos 25 anos da Sala São Paulo – a casa da Osesp, dos Coros e de seus Programas Educacionais, inaugurada em 1999 no edifício onde antes funcionava a Estrada de Ferro Sorocabana.
Abrindo o último mês de uma Temporada arrebatadora, será apresentada na Sala São Paulo a Missa em si menor, de Johann Sebastian Bach, de quinta-feira (5/dez) a sábado (7/dez). A Osesp, o Coro da Osesp e os cantores solistas Mariana Flores (soprano), Dara Savinova (mezzo soprano), Valerio Contaldo (tenor) e Andreas Wolf (tenor), todos intérpretes especializados em música barroca, estarão sob a regência do argentino Leonardo García Alarcón, também cravista e um especialista no período Barroco. Considerada uma das obras mais importantes de Bach, a Missa levou cerca de 15 anos para ser escrita e é tida como uma espécie de resumo da trajetória composicional deste gênio barroco.
A apresentação de sexta-feira (6/dez) integra o projeto Osesp duas e trinta, com início às 14h30 e ingressos a preço único de R$39,60 (valor inteiro) e será transmitida ao vivo no canal de YouTube da Orquestra.
Sobre o programa
Entre 1748 e 1749, anos finais de uma vida dedicada a levar a tradição da música luterana a seu ápice, Johann Sebastian Bach (1685–1750) empreendeu o projeto de compor uma missa tota [completa] em latim, mesmo pressentindo que ela não seria executada. A razão que o levou a tal realização permanece, até hoje, um enigma. De acordo com o estudioso Christoph Wolff, a Missa em si menor – ao lado de A arte da fuga (iniciada em 1742 e não finalizada) – faz parte de um movimento de síntese pessoal em que a busca pela perfeição artística e humana levaria o compositor a superar os limites — inclusive os seus — do que se acreditava possível em termos de engenhosidade e maestria composicionais.
Para erigir a monumental Missa em si menor, Bach recorreu à técnica da paródia, comum desde o Renascimento. O reaproveitamento de obras anteriormente compostas permite que elas, depois de reelaboradas e integrando um novo contexto, adquiram novos significados e funções. Assim aconteceu com o Sanctus, executado no Natal de 1724, em Leipzig, e com o Kyrie e o Gloria enviados a Dresden em 1733 como presente ao novo eleitor da Saxônia e rei da Polônia, Augusto III. Para as outras seções, partes de cantatas foram reescritas e incorporadas.
Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp
Desde seu primeiro concerto, em 1954, a Osesp tornou-se parte indissociável da cultura paulista e brasileira, promovendo transformações culturais e sociais profundas. A cada ano, a Osesp realiza em média 130 concertos para cerca de 150 mil pessoas. Thierry Fischer tornou-se diretor musical e regente titular em 2020, tendo sido precedido, de 2012 a 2019, por Marin Alsop. Seus antecessores foram Yan Pascal Tortelier, John Neschling, Eleazar de Carvalho, Bruno Roccella e Souza Lima. Além da Orquestra, há um coro profissional, grupos de câmara, uma editora de partituras e uma vibrante plataforma educacional. Possui quase 100 álbuns gravados (cerca de metade deles por seu próprio selo, com distribuição gratuita) e transmite ao vivo mais de 60 concertos por ano, além de conteúdos especiais sobre a música de concerto. A Osesp já realizou turnês em diversos estados do Brasil e também pela América Latina, Estados Unidos, Europa e China, apresentando-se em alguns dos mais importantes festivais da música clássica, como o BBC Proms, e em salas de concerto como o Concertgebouw de Amsterdam, a Philharmonie de Berlim e o Carnegie Hall. Mantém, desde 2008, o projeto Osesp Itinerante, promovendo concertos, oficinas e cursos de apreciação musical pelo interior do estado de São Paulo. É administrada pela Fundação Osesp desde 2005.
Coro da Osesp
O Coro da Osesp, além de sua versátil e sólida atuação sinfônica e de seu repertório histórica e estilisticamente abrangente, enfatiza em seu trabalho a interpretação, o registro e a difusão da música dos séculos XX e XXI e de compositores brasileiros. Destacam-se em sua ampla discografia os álbuns Canções do Brasil (Biscoito Fino, 2010), Aylton Escobar: Obras para coro (Selo Digital Osesp, 2013), José Maurício 250 (Selo Digital Osesp, 2017) e Heitor Villa-Lobos: Choral transcriptions (Naxos, 2019). Fundado em 1994, como Coro Sinfônico do Estado de São Paulo, pelo maestro e compositor Aylton Escobar, à época, Diretor Técnico da Universidade Livre de Música (atual Emesp Tom Jobim), instituição à qual o grupo estava vinculado, o Coro foi integrado à Osesp em 2000, passando a se chamar Coro da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Em seu primeiro ano, o conjunto foi regido por José Ferraz de Toledo, Mônica Meira Vasques e o próprio Aylton. Porém, já em 1995, Naomi Munakata assumiria como coordenadora e regente, funções que desempenharia de modo profundamente transformador e marcante até 2015. De 2000 a 2016, Marcos Thadeu foi o Preparador Vocal do grupo. Entre 2017 e 2019, o Coro esteve sob coordenação e regência de Valentina Peleggi, que contou com a colaboração de William Coelho como maestro preparador.
Leonardo García Alarcón regente
Argentino radicado na Suíça, Alarcón é requisitado pelas maiores instituições musicais e líricas, como a Ópera de Paris, a Ópera Estatal de Berlim, a Filarmônica da Rádio França, a Orquestra Gulbenkian, o Teatro de la Zarzuela em Madri, as Óperas de Dijon, de Versailles e da Bastilha e o Grand Théâtre de Genebra, onde se destacou como um maestro indispensável no cenário barroco, especialmente graças aos seus aclamados concertos no Festival de Ambronay. Em 2005, criou o conjunto Cappella Mediterranea. É ainda diretor da Millenium Orchestra, fundada para acompanhar o Coro de Câmara de Namur, reconhecido como uma das melhores formações corais barrocas da atualidade e cuja direção também assumiu em 2010. Alarcón passou a dirigir La Cité Bleue, em 2021, sala de espetáculos em Genebra que reabriu suas portas em 2024 após restauração.
PROGRAMA
ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO – OSESP
CORO DA OSESP
LEONARDO GARCÍA ALARCÓN regente
MARIANA FLORES soprano
DARA SAVINOVA mezzo soprano
VALERIO CONTALDO tenor
ANDREAS WOLF barítono
Johann Sebastian BACH | Missa em si menor, BWV 232
Serviço:
5 de dezembro, quinta-feira, 20h30
6 de dezembro, sexta-feira, 14h30 — Concerto Digital
7 de dezembro, sábado, 16h30
Endereço: Sala São Paulo | Praça Júlio Prestes, 16
Taxa de ocupação limite: 1.484 lugares
Recomendação etária: 7 anos
Ingressos: Entre R$39,60 e R$271; e R$39,60 [Osesp duas e trinta] (valores inteiros)
Bilheteria (INTI): neste link | (11) 3777-9721, de segunda a sexta, das 12h às 18h.
Estacionamento: R$35,00 (noturno e sábado à tarde) | 600 vagas; 20 para pessoas com deficiência; 33 para idosos.
*Estudantes, pessoas acima dos 60 anos, jovens pertencentes a famílias de baixa renda com idade de 15 a 29 anos, pessoas com deficiências e um acompanhante e servidores da educação (servidores do quadro de apoio – funcionários da secretaria e operacionais – e especialistas da Educação – coordenadores pedagógicos, diretores e supervisores – da rede pública, estadual e municipal) têm desconto de 50% nos ingressos para os concertos da Temporada Osesp na Sala São Paulo, mediante comprovação.
A Osesp e a Sala São Paulo são equipamentos do Governo do Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerenciadas pela Fundação Osesp, Organização Social da Cultura.
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(Com Fabio Rigobelo/Fundação Osesp)