A nova plataforma digital do SESC São Paulo, lançada no mês passado, oferece acesso a amplo conteúdo do universo da cultura e das artes, em especial, a diferentes expressões físico-esportivas, aos programas socioeducativos mantidos pela instituição e ainda a um módulo de educação a distância – tudo de graça. No campo das expressões culturais, as opções para novas descobertas abrangem diferentes linguagens, das artes visuais à literatura, passando pelo circo, a dança e o teatro. E em música, a partir de agora, o ambiente passa a oferecer também os álbuns digitais lançados pelo Selo SESC. São registros sonoros de shows emblemáticos ocorridos nas unidades do SESC São Paulo com boa qualidade de captação, mixagem e masterização que já eram distribuídos pelas plataformas de streaming e que agora chegam primeiro em SESCsp.org.br/SESCdigital. E a partir desta sexta-feira, 15 de maio, o SESC Digital já disponibiliza com exclusividade o álbum Sessões Selo SESC #8: Toada Improvisada – Jackson do Pandeiro 100 Anos. Nas demais plataformas digitais de streaming, o disco chega no dia 22 de maio.
Em comemoração ao centenário de Jackson do Pandeiro (1919-1982), o violinista francês Nicolas Krassik, a cantora espanhola Irene Atienza e os brasileiros Junio Barreto, Silvério Pessoa, Mariana Aydar e Targino Gondim transformaram o repertório de cocos, rojões, sambas e frevos do Rei do Ritmo em uma Toada Improvisada com releituras registradas ao vivo pelo Selo SESC. A gravação, realizada em 31 de agosto de 2019 no palco do SESC Santana, ganhou forma neste álbum que chega agora.
Na Plataforma SESC Digital há registros que vão de peças de teatro a shows realizados nos palcos do SESC São Paulo, reprodução de obras de arte e programas do SESCTV, entre tantos outros conteúdos. Um destaque especial é a mostra por streaming com espetáculos de Antunes Filho e depoimentos de profissionais do teatro e de outras personalidades sobre o seu legado.
Sessões Selo SESC #8: Toada Improvisada – Jackson do Pandeiro 100 Anos
Ao lado do violão 7 cordas de Gian Correa, da sanfona de Cosme Vieira e da percussão de Kabé Pinheiro, o violino de Nicolas Krassik dá início à homenagem ao grande ritmista brasileiro. As clássicas O Canto de Ema, Sebastiana e Meu Enxoval ecoam embaladas em arranjos instrumentais, seguidas pela voz personalística de Junio Barreto nos forrós Morena Bela e Tum, Tum, Tum e no samba Lágrima. Logo depois, o sotaque flamenco da cantora espanhola Irene Atienza mostra como o Nordeste brasileiro se encaixa em todas as sonoridades, inclusive nas canções Bodocongó, Forró de Surubim, Chiclete com Banana e Na Base da Chinela.
Com uma relação quase hereditária com Jackson do Pandeiro, Silvério Pessoa revisita os frevos e a música da Zona da Mata nordestina em Um a Um, Papel Crepom, Cabeça Feita e Micróbio do Frevo. Na sequência, o toque de forró, samba e MPB de Mariana Aydar toma conta do disco com Casaca de Couro, Capoeira Mata Um e A Ordem é Samba. O laboratório de encontros musicais segue com Targino Gondim, acompanhado de guitarra, baixo e bateria, em meio às melodias de Amor de Mentirinha, Tem Pouca Diferença e O Canto de Ema. Por fim, todos se juntam em uníssono para celebrar a Cantiga do Sapo e Sebastiana.
Considerado um dos grandes ícones da música nordestina, Jackson do Pandeiro atravessou fronteiras culturais durante os 62 anos de vida. Promoveu diálogos na MPB e influenciou artistas de diversos gêneros como Gilberto Gil, Alceu Valença, Genival Lacerda, Hermeto Pascoal, Chico Science, João Bosco e Guinga, entre muitos outros. A própria canção Jack Soul Brasileiro, de Lenine, mostra a força poética das misturas dos forrós sambados de Jackson. Assim como a célebre composição Sebastiana, que ganhou versões nas vozes de Gal Costa, Lucy Alves, Rastapé, Silvério Pessoa e Xuxa Meneghel. Enquanto a faixa Um a Um foi do coco ao pop-rock, em uma roupagem moderna dos Paralamas do Sucesso.
Com Nicolas Krassik, Junio Barreto, Irene Atienza, Silvério Pessoa, Mariana Aydar e Targino Gondim, as obras de Jackson do Pandeiro ganham canto, coro e som em uma Toada Improvisada, com um registro contemporâneo ao olhar do diretor artístico Alessandro Soares, no Sessões Selo SESC. “Revisitamos o vasto repertório de Jackson do Pandeiro, incluindo temas menos lembrados, com arranjos criados especialmente para o projeto. Esse disco é formado por camadas que unem texturas da música ibérica, elementos do jazz, sapateado com pisada de coco, a MPB atual e a tradição rítmica do Nordeste”, afirma Alessandro.
+ Jackson do Pandeiro
Paraibano de Alagoa Grande, José Gomes Filho nasceu em 31 de agosto de 1919. Desde muito jovem tinha um talento especial de tocar pandeiro e cantar ao lado da mãe, Flora Mourão, cantadora de cocos, nas festas em que ela se apresentava. Após a morte do pai, Zé Gomes, que era oleiro, migrou para Campina Grande, onde trabalhou em uma padaria, embora soubesse que não queria fazer pão, mas música. Logo, não demorou a trocar as madrugadas ao pé do forno pelas batucadas do samba.
Inspirado nos filmes de faroeste, adota o nome artístico de Zé Jack. Contudo, após passagem pela Rádio Tabajara, em João Pessoa (PB), e pela Rádio do Jornal do Commercio, em Recife, passa a ser conhecido como Jackson do Pandeiro. Já na década de 50, recebeu o convite da gravadora Copacabana do qual saiu o disco Jackson do Pandeiro e os sucessos Forró em Limoeiro e Sebastiana.
Entre xaxado, coco, baião, outros ritmos nordestinos e até o samba, veio o título de nobreza: Rei do Ritmo. Brilhou como intérprete, percussionista, compositor e como influenciador de gerações. Manteve-se em atividade até o fim, após uma apresentação, em julho de 1982, em Brasília. Por decorrência de complicações de embolia pulmonar e cerebral, Jackson precisou partir. Mas o legado e o Pandeiro seguem até intactos.
+ SESC Digital
A presença digital do SESC São Paulo vem sendo construída desde 1996, sempre pautada pela distribuição diária de informações sobre seus programas, projetos e atividades e marcada pela experimentação. O propósito de expandir o alcance de suas ações socioculturais vem do interesse institucional pela crescente universalização de seu atendimento, incluindo públicos que não têm contato com as ações presenciais oferecidas nas 40 unidades operacionais espalhadas pelo estado. Por essa razão, o SESC apresenta o SESC Digital, sua plataforma de conteúdo onde o visitante pode navegar por áudios, vídeos, imagens e publicações que compõem o acervo audiovisual da instituição, construído ao longo de seus (quase) 74 anos de história, celebrados no próximo mês de setembro.
REPERTÓRIO DO SESSÕES SELO SESC
Nicolas Krassik
1 – Abertura /O Canto da Ema/Sebastiana
2 – Meu Enxoval
Junio Barreto
3 – Morena Bela (part. Nicolas Krassik)
4 – Lágrima
5 – Tum, tum, tum
Irene Atienza
6 – Bodocongó
7 – Forró de Surubim
8 – Chiclete com Banana
9 – Na Base da Chinela (part. Silvério Pessoa)
Silvério Pessoa
10 – Um a Um
11 – Papel Crepom
12 – Cabeça Feita (part. Nicolas Krassik)
13 – Micróbio do Frevo (part. Nicolas Krassik)
Mariana Aydar
14 – Casaca de Couro
15 – Capoeira Mata Um
16 – A Ordem é Samba
Targino Gondim
17 – Amor de Mentirinha
18 – Tem Pouca Diferença
19 – O Canto da Ema (part. Mariana Aydar)
Todos os artistas
20 – Cantiga do Sapo
21 – Sebastiana
Ficha Técnica
Toada Improvisada é:
Mariana Aydar, Targino Gondim, Silvério Pessoa, Junio Barreto, Irene Atienza e Nicolas Krassik
Direção artística: Alessandro Soares
Produção executiva: Igor Fearn e Elcylene Leocádio
Técnico PA: Daniel Tápia
Técnico de monitor: Jeremias Straijer
Concepção e criação de luz: Silvestre Garcia Jr.
Iluminação: Vania Jaconi
Videocenário: Paulo Garcia
Roadie: Luís Silva
Violino: Nicolas Krassik
Sanfona: Cosme Vieira e Targino Gondim
Pandeiro, Percussão e Sapateado: Kabé Pinheiro
Violão 7 Cordas: Gian Correa
Bateria: Vinícius Gomes
Guitarra: Luiz Maya
Baixo Elétrico: Tadeu Gouveia
Voz: Mariana Aydar, Junio Barreto, Irene Atienza, Silvério Pessoa, Targino Gondim, Kabé Pinheiro e Cosme Vieira.
Captação – Audiomobile: André Sangiacomo, Fernando Ferrari e Lucas Silva
Mixado e Masterizado por Renato Coppoli no AudioFreaks!
Fotos: Elisa Gaivota
Projeto Gráfico: Alexandre Calderero
Assessoria de Imprensa: Guilherme Zambonini
Imagens/Show: SESC TV
Edição/Vídeos: Renan Abreu
Produção Executiva: Raul Lorenzeti
+ Selo SESC
Criado há 16 anos, o Selo SESC tem o objetivo de registrar o que de melhor é produzido na área cultural. Recentemente, foram lançados no mercado digital os álbuns: Sessões Selo SESC #6: Rakta + Deafkids e Sessões Selo SESC #7: João Donato + Projeto Coisa Fina. O CD-livro São Paulo: paisagens sonoras (1830-1880), da pesquisadora e cantora Anna Maria Kieffer; o DVD Exército dos Metais, da série O Som da Orquestra, O Romantismo de Henrique Oswald (José Eduardo Martins e Paul Klinck) e os CDs Dança do Tempo (Teco Cardoso, Swami Jr. e BB Kramer), Espelho (Cristovão Bastos e Maury Buchala), Eduardo Gudin e Léla Simões, Recuerdos (Tetê Espíndola, Alzira E e Ney Matogrosso), Música Para Cordas (André Mehmari), Estradar (Verlucia Nogueira e Tiago Fusco), Tia Amélia Para Sempre (Hercules Gomes), Gbó (Sapopemba), Acorda Amor (Letrux, Liniker, Luedji Luna, Maria Gadú e Xênia França), Copacabana – um mergulho nos amores fracassados (Zuza Homem de Mello) e Tio Gê – O Samba Paulista de Geraldo Filme (vários artistas).
+ Sessões Selo SESC
Atento à vasta programação musical circulante nas unidades do SESC, o Sessões Selo SESC surge com o intuito de disponibilizar registros sonoros de shows com boa qualidade e em formato digital através das plataformas de streaming (Deezer, Spotify e Apple Music, entre outras). Em formato bootleg, mas com excelente captação, mixagem e masterização, os álbuns reaproximam o público da experiência in loco e podem ser acessados a qualquer momento pela internet.