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Presidente da Itália fortalece laços culturais com o Brasil em visita à Biblioteca Nacional

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

No Rio de Janeiro, Sergio Mattarella reforça cooperação diplomática em encontro com a ministra Margareth Menezes e o presidente da FBN, Marco Lucchesi. Foto: Juliana Uepa/MinC.

Desde a imigração italiana no século XIX, Brasil e Itália têm nutrido ricas trocas culturais marcadas por tradições, artes e conhecimentos que enriquecem mutuamente suas identidades. Na noite da última quinta-feira (18), o presidente da Itália, Sergio Mattarella, visitou a Biblioteca Nacional (BN), no Rio de Janeiro, acompanhado pela ministra da Cultura, Margareth Menezes. Eles foram recebidos pelo presidente da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), Marco Lucchesi.

“É uma honra para o Ministério da Cultura e para o governo brasileiro receber a visita do senhor presidente à Biblioteca Nacional. A Itália é um país muito importante na formação cultural do Brasil, e a contribuição da imigração italiana é muito celebrada pelos brasileiros. Neste momento em que comemoramos os 150 anos de imigração, aproveitamos a oportunidade para estreitar ainda mais as relações estratégicas entre Brasil e Itália, ressaltando nosso legado cultural comum”, afirmou a ministra Margareth Menezes.

A ministra lembrou ainda que a Biblioteca Nacional é “a mais antiga instituição cultural brasileira, com mais de 200 anos de história, e tem um dos 10 maiores acervos do mundo”, destacou. Marco Lucchesi, por sua vez, pontuou a importância da visita. “A visita do presidente da Itália e a presença da ministra da Cultura representam as grandes alianças entre nossos países e a força das diversas etnias que nos atravessam e constituem. A partir da cultura, realizamos os mais elevados ideais democratas e os estatutos de emancipação. A Biblioteca Nacional é a depositária dessa riqueza cultural e diplomática. Esta Biblioteca é um dos pontos fundamentais, um dos maiores tesouros de nosso país”, afirmou.

Exposição

Na ocasião, o presidente da Itália inaugurou a exposição ‘Rio: Nova Roma – Alianças Culturais – 150 anos da imigração italiana’, montada no saguão da FBN especialmente para a visita. A mostra destaca a influência cultural italiana no Brasil e celebra as profundas conexões entre os dois países.

A exposição apresenta um acervo relacionado à Itália, incluindo quase cem jornais em italiano escritos e publicados no Brasil, incunábulos e obras raras do Renascimento, e a coleção Costa e Silva de desenhos italianos, com obras da escola de Vasari, Guercino, Annibale Carracci e Guido Reni. Além disso, a mostra conta com trabalhos do gravurista e arquiteto Piranesi, entre outros itens valiosos do acervo.

Conforme Marco Lucchesi, o presidente da Itália ficou maravilhado com o estado de conservação das obras expostas. “Falei ao presidente que isso é graças ao trabalho dos servidores desta casa. Os servidores da Biblioteca Nacional, com muito carinho, cuidado e conhecimento trabalham para preservar e manter trabalhos culturais incríveis”, discursou.

A exposição permanecerá acessível de forma virtual no site da BNDigital.

Cooperação cultural

Brasil e Itália já celebraram parcerias de cooperação cultural e acordos bilaterais significativos. Em 2008, os países assinaram o Acordo de Coprodução Cinematográfica. O acordo, ainda em vigor, visa promover o desenvolvimento das indústrias cinematográfica e audiovisual de ambos os países e o fortalecimento do intercâmbio cultural e econômico.

Em 1997, foi celebrado o Acordo de Cooperação Cultural entre os países estabelecendo como objetivos a parceria em temas culturais e educacionais diversos, como literatura, ensino de idiomas, tradução, colaboração acadêmica, música, dança, teatro, cinema, artes plásticas, facilitação de movimentação de materiais culturais nos territórios. O acordo também permanece em vigor e passa por uma atualização juntamente com o Ministério das Relações Exteriores.

Em 2023, a Embaixada do Brasil em Roma apoiou a ida do coletivo Cartografia Negra, de São Paulo, para Veneza, para participar do evento ‘The Future to Come’, no contexto da Bienal de Arquitetura de Veneza, a convite da curadora Lesley Lokko.

Em 2024, Adriano Pedrosa, curador-chefe do Museu de Arte de São Paulo (MASP), liderou a 60ª edição da maior exposição de arte do mundo, a Bienal de Arte de Veneza. Pedrosa é o primeiro latino-americano a tornar-se curador da Bienal de Arte de Veneza, que contou com a presença da presidenta da Funarte.

Ainda este ano, o Brasil participa da 5ª Edição do Bari Brasil Film Festival. Trata-se do único festival de cinema brasileiro contemporâneo a contemplar a região sul da Itália. Além de divulgar o cinema brasileiro, o festival busca organizar eventos paralelos de promoção da cultura brasileira, como música, livros e gastronomia. O Festival acontece em novembro.

O relacionamento com a Itália é considerado uma parceria estratégica desde 2007. Hoje há mais de 35 milhões de descendentes de italianos no Brasil e mais de 100 mil brasileiros na Itália. A visita realiza-se no contexto das comemorações do 150º aniversário da imigração italiana no Brasil.

(Fonte: Ministério da Cultura – Governo Federal)