“Aprendi muito com os loucos e isso vem atrapalhar um pouco o conceito de razão. Fala-se na fonte de sabedoria e na fonte da loucura, mas elas não são duas. Não há fontes separadas, está tudo muito próximo”. (Nise da Silveira)
O espetáculo ”À Beira do Sol”, que tem direção e dramaturgia de Naira Carneiro (Cia Os Buriti) e Eduardo Rios (Cia Barca dos Corações Partidos), chega a São Paulo para temporada no SESC Belenzinho de 13 a 28 de maio, aos sábados e domingos, sempre ao meio-dia.
O enredo tem como ponto de partida a temática da loucura e inspiração em personalidades como Arthur Bispo do Rosário e o Profeta Gentileza, além de relatos da psiquiatra Nise da Silveira, para compor uma viagem fantástica pelas águas profundas do inconsciente.
Na montagem, a única atriz em cena, Naira Carneiro, interpreta Arian – a Vigia do Sol. A personagem recebe um aviso: no momento em que o Sol se puser, ele não retornará mais. E com o aviso, uma missão: a de vigiar o Sol para que ele não se ponha.
Naira compõe sua atuação em uma interação corporal vigorosa com o cenário – um grande tecido branco que ocupa todo o chão do palco e que é suspenso por cordas móveis, assumindo inúmeras formas, em uma espécie de dança, que dialogam com a personagem e a história. Ora embarcação, ora mar revolto, ora lua, prédios ou céu estrelado, o tecido é cenário e personagem. Tal recurso cênico materializa um dos pontos chaves da montagem: o limiar entre a realidade e a imaginação e como as experiências pessoais de cada um criam percepções diversas sobre o mundo e como elas podem coexistir e conviver.
Sinopse | À Beira do Sol conta uma história doida. Doida não no sentido de confusa, mas no sentido de inacreditável. Arian recebe um aviso: no momento em que o Sol se puser, ele não retornará mais. Nunca mais nesse mundo nascerá uma manhã. E com o aviso, uma missão: a de vigiar o Sol para que ele não se ponha. É preciso vigiar. Mas na cidade os prédios insistem em esconder o Sol o tempo todo. E se, numa dessas, o Sol aproveita para se pôr de uma vez? Arian pega uma jangada e adentra o mar. O plano: remar sempre em direção ao Sol, que, no vasto oceano, não tem onde se ocultar. A nuvem Caralâmpia, sua fiel escudeira, acompanha a personagem.
Ficha técnica
Direção e Dramaturgia: Naira Carneiro e Eduardo Rios
Atuação, Concepção e Direção Artística: Naira Carneiro
Textos: Eduardo Rios
Direção Musical e Trilha Sonora Original: Beto Lemos
Cenografia: Marcelo Larrea e Ianara Elisa
Figurinos: Eliana Carneiro
Desenho e Operação de Luz: Felipe Medeiros
Manipulação da Cenografia: Guian Larrea
Técnico de som: Thiago Horta
Preparador Vocal: Marcelo Rodolfo
Consultoria sobre saúde mental: Nicola Worcman
Programação Visual: Gabriel Guirá
Fotos: Diego Bresani e Mauro Kury
Costureira: Nice Tramontin
Direção de Produção: Naira Carneiro
Produção Local: Nascedouro Gestão Cultural
Apoio: Grupo Teatral Moitará
Realização: Os Buriti Produções Artísticas.
Sobre a Cia Os Buriti | A Cia Os Buriti – Teatro de Dança foi criada em 1995 e se dedica a montar espetáculos para todas as idades fundindo diferentes linguagens artísticas. Fundada por Eliana Carneiro, a companhia é composta por seus filhos Naira Carneiro e Guian Larrea, as atrizes Camila Guerra e Renata Rezende e pelos músicos Jorge Brasil, André Togni, Daniel Pitanga, Marília Carvalho, Diogo Vanelli e Carlos Frazão. Sediada em Brasília, a companhia já produziu 15 espetáculos teatrais, três álbuns musicais, três livros infantis, dois curtas e uma série de 12 videoclipes. Seus trabalhos já circularam por todo o território nacional e foram apreciados em países como Alemanha, Áustria, Espanha, França, Grécia, Índia, Itália, Paraguai, Portugal e Romênia. A tônica do trabalho da Cia Os Buriti é o gesto e o movimento. O intuito é despertar a imaginação de crianças e adultos por meio de histórias autorais baseadas na tradição popular de diferentes culturas. Os espetáculos unem a força da cadência narrativa a uma fisicalidade que rompe barreiras entre o teatro e a dança. A Cia tem a característica de pesquisar e de criar trilhas sonoras originais que são executadas ao vivo. A Cia Os Buriti já montou os seguintes espetáculos: À Beira do Sol (2022); Depois do Silêncio (2021); Lampião no Céu (2017); KALO – Filhos do Vento (2016); Aurora (2016); Os Buriti Contam Histórias (2013); Cantos de Encontro (2012); Blima – Imagens do Sagrado (2012); Varal de Histórias (2010); Lia de Manaká (2010); Trilogia de Gênios da Música (2007); Cordas e Contos (2006); O Marajá Sonhador e Outras Histórias (2004); A Menina que Veio do Céu (2001); Inana A Grande Mãe (1997) e Os Buriti Dançam Bamboo (1995).
Serviço:
À Beira do Sol
De 13 a 28 de maio – sábados e domingos, às 12h
Local: Teatro (364 lugares)
Valores: R$25 (inteira); R$12,50 (Meia entrada), R$8 (Credencial SESC)
Ingressos à venda no portal SESC e nas bilheterias das unidades SESC
Recomendação etária: Livre
Duração: 50 minutos
SESC Belenzinho
Endereço: Rua Padre Adelino, 1000 – Belenzinho – São Paulo (SP)
Telefone: (11) 2076-9700
Estacionamento:
De terça a sábado, das 9h às 21h; domingos e feriados, das 9h às 18h
Valores: Credenciados plenos do SESC: R$5,50 a primeira hora e R$2,00 por hora adicional. Não credenciados no SESC: R$12,00 a primeira hora e R$3,00 por hora adicional.
Transporte Público: Metro Belém (550m) | Estação Tatuapé (1400m).
(Fonte: Locomotiva Cultural)