Corpos em erupção, corpos criaturas, seres que sustentam o mundo para não acabar. A coletivA ocupação provoca neste novo espetáculo uma nova urgência: a transfiguração de nossos corpos em seres de diferentes tempos e cosmologias. Em um momento de catástrofes de mundos, os performers criam e produzem uma erupção de corpos e formas de presença, em uma cena trans-tecnológica de festa e guerra, feitiçaria e subversão e por meio de uma dramaturgia coletiva – da dança, música e artes visuais. “Erupção” é uma ficção científica onde o presente, o passado, o futuro e as forças ancestrais da natureza estão em cena propondo um trânsito diaspórico de cada corpo-memória dos performers para atravessar o tempo e promovendo uma peça que convoca forças, lutas e produção de vidas ligadas às ancestralidades que constituem o corpo coletivA.
Durante o processo de criação do espetáculo, a coletivA ocupação realizou três ensaios abertos: o primeiro no Festival Mirada e, em 2022, na ocasião da celebração de 9 anos da festa Mamba Negra e na FarOFFa em São Paulo.
Corpos dissidentes criam mundos todos os dias. Em quais espaços a erupção pode ocorrer na realidade presente? Os corpos-criaturas provocam outras temperaturas e se encontram com histórias ligadas a uma experiência que transfigura o mundo na forma que conhecemos. O que é o fim do mundo para mundos que já terminaram há muito tempo?
“Erupção” é o segundo processo de criação da coletivA e se iniciou durante a pandemia em 2020. O grupo criou laboratórios para corpos em erupção a partir de frentes de pesquisa de dramaturgia, corpo/performatividade, música e estética. A coletivA se coloca agora junto a novas radicalidades em cena, a partir da investigação da linguagem de nossos próprios corpos e no espaço que eles ocupam.
A coletivA ocupação cria em seu segundo espetáculo uma coreografia do impossível, uma cena de Festa e Guerra que parte da imagem que nos atravessa: o que é o fim de mundo para mundos que já terminaram há muito tempo?
Dezesseis performers se transfiguram ao longo da peça em seres de diferentes cosmologias e modificam o seu corpo para se transmutar para outros mundos. A dança coletivA nasce da investigação do corpo que carrega uma rememoração, as palavras são redistribuídas a partir de suas memórias ancestrais, que provocam uma presentificação, um levante de mortos. A erupção é o que temos em comum, corpos que se rebelam, se espiralam, nos tremores da experiência da colonialidade em um contexto de luta entre passado, presente e futuro. A Retomada da cena. A retomada da terra. ColetivA.
Sobre a coletivA | Criada em 2017 por performers e artistas de diferentes idades e regiões de São Paulo que se conheceram durante o movimento secundarista das ocupações de escolas públicas, a coletivA ocupação vem desenvolvendo uma prática contínua de investigação de linguagem, dramaturgia própria e formação de uma poética a partir de levantes urgentes de nosso tempo.
Com o seu primeiro espetáculo, “Quando Quebra Queima”, a companhia esteve em cartaz mais de um ano e meio em São Paulo, criando um vínculo com diferentes públicos na cidade. Sua trajetória foi amplamente acolhida pelo público e crítica, chegando a ter, em uma única apresentação, um público de mais de 400 pessoas no Teatro Oficina. O espetáculo circulou nos principais festivais do Brasil, como o Festival de Curitiba, FIT Rio Preto (Festival Internacional de Rio Preto), Cena Brasil Internacional e Festival de Londrina, e viajou para Festivais e Teatros Europeus, como o Festival Transform em Leeds, Contact Theater em Manchester, Festival MEXE na cidade do Porto, Festival Panorama em Paris no Centre National de La Dance, e no Battersea Arts Center, em Londres, onde o espetáculo foi premiado por melhor direção – Martha Kiss Perrone – pelo The Stage Debut Awards, e indicado na categoria “IDEA Performance” pelo prêmio The Offies. Atualmente o grupo foi contemplado na 39ª edição do Fomento ao Teatro da cidade de São Paulo, com o projeto “FESTA E GUERRA: Entre Levantes”.
FICHA TÉCNICA
Performance e Criação: Abraão Kimberley | Akinn | Alicia Esteves | Alvim Silva | Ariane Aparecida | Benedito Beatriz | Ícaro Pio | Lara Júlia Chaves | Letícia Karen | Lilith Cristina | Marcel Maria Fernandes | Marcela Jesus | Mel Oliveira | Matheus Maciel | PH Veríssimo | Shao
Direção: Martha Kiss Perrone
Dramaturgia : coletivA Ocupação | Frente de Dramaturgia coletivA | Ícaro Pio | Lilith Cristina | Martha Kiss Perrone
Com textos fragmentos de:
Eu, Tituba, Bruxa Negra de Salém – Maryse Condé
Ñ Vão Nos Matar Agora – Jota Mombaça
Os Jacobinos Negros: Toussant L’overture e Revolução de São Domingos – C. R. L. James
O Retorno da Terra – as retomadas na aldeia tupinambá da Serra do Padeiro, Sul da Bahia – Daniela Fernandes Alarcon
Rebelião Escrava no Brasil: A História do Levante dos Malês em 1835 – João José Reis.
Iluminação: Benedito Beatriz
Operação de Luz: Lux Machado
Coordenação de palco: Jaya Batista
Preparação corporal: Ricardo Januário | Frente Corpo coletivA
Colaboração corporal: Castilho
Preparação vocal: Abraão Kimberley
Música: Shao | Frente Música coletivA
Colaboração musical: Anelena Toku – música Lapso-Fronte Violeta
Figurino: Juan Duarte
Direção de arte: Frente Visualidades coletivA
Produção: Corpo Rastreado-Gabs Ambròzia | Paula Serra | coletivA ocupação
Apoio durante o processo de criação: Battersea Art Centre (Londres) e Coletivo do Rio
coletivA em residência na Casa do Povo
Frente Corpo coletiva: Gabriêle Fernandes | PH Verissimo | Lara Júlia | Matheus Maciel
Frente Dramaturgia coletiva: Ariane Aparecida | Ícaro Pio | Lara Júlia | Leticia Karen | Lilith Cristina | Martha Kiss Perrone
Frente Música coletiva: Abraão Kimberley | Akinn | Lilith Cristina | Martha Kiss Perrone | Shao
Frente Visualidades coletiva: Alicia Esteves | Benedito Beatriz | Mel Oliveira | Martha Kiss | Perrone | Alvim Silva
“Encantar é expressão que vem do latim incantare, o canto que enfeitiça, inebria, cria outros sentidos para o mundo. O contrário da vida não é a morte, o contrário da vida é o desencanto.” – Luiz Antonio Simas, Luiz Rufino
Erupção – O Levante Ainda Não Terminou
De 25 a 28 de janeiro de 2024 – quinta e domingo, 17h; sexta e sábado, 20h
Local: Sala de Espetáculos II (80 lugares)
Ingressos: R$40,00 (inteira); R$20,00 (meia entrada); R$12,00 (Credencial Plena do Sesc)
Recomendação etária: 14 anos
Duração: 90 minutos
SESC Belenzinho
Endereço: Rua Padre Adelino, 1000 – Belenzinho – São Paulo (SP)
Telefone: (11) 2076-9700
Estacionamento: de terça a sábado, das 9h às 22h; domingos e feriados, das 9h às 20h.
Valores: Credenciados plenos do Sesc: R$5,50 a primeira hora e R$2,00 por hora adicional. Não credenciados no Sesc: R$12,00 a primeira hora e R$3,00 por hora adicional.
Transporte Público: Metro Belém (550m) | Estação Tatuapé (1400m)
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(Fonte: Assessoria de Imprensa Sesc Belenzinho)