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Sesc Santana recebe premiada companhia carioca Amok Teatro em ‘Furacão’

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Sabrina Paz.

Baseado na obra homônima do escritor francês Laurent Gaudé, ‘Furacão’ traz uma personagem da comunidade negra de Nova Orleans face à violência do Katrina, furacão de devastou o sul dos Estados Unidos (2005).  O espetáculo, dirigido por Ana Teixeira e Stephane Brodt, que também assinam a adaptação do texto de Gaudé, e um elenco composto pelas atrizes Sirlea Aleixo e Taty Aleixo e pelos músicos Anderson Ribeiro e Rudá Brauns, estreia em 17 de janeiro no Sesc Santana, em temporada que permanece em cartaz até 16/2, de quinta a sábado, às 20h, domingo e feriados, às 18h.

“‘Furacão’ coloca em cena uma poderosa personagem feminina alertando para a situação dos excluídos diante das catástrofes climáticas que devastam o planeta em uma narrativa que funde a gravidade do trágico com a doçura da fábula, exaltando a beleza comovente daqueles que, apesar de tudo, permanecem de pé”, explica a fundadora do Amok Teatro, Ana Teixeira, que assina a direção e adaptação do texto de Laurent Gaudé, ao lado do parceiro Stephane Brodt.

Foto: Dila Puccini.

Em 2005, quando o Katrina devastou o sul dos EUA, a artista recorda: “assistimos a pessoas brancas dos bairros ricos sendo evacuadas e, as mais pobres, em sua maioria pessoas negras, abandonadas à própria sorte”. Diante de tudo o que tem acontecido com o planeta, afirma: “Precisamos olhar de frente para o problema da emergência climática. Não basta fiscalizar e punir. Precisamos de programas de reflorestamento, de recuperação dos biomas. Estamos assistindo à falência do planeta e parecemos anestesiados. O teatro tem essa capacidade de resgatar nossa humanidade, exercitar a empatia, de não nos deixar esquecer da fragilidade da vida”, complementa.

No coração da tempestade, Joséphine Linc Steelson, “uma velha negra de quase cem anos” enfrenta a fúria da natureza. Uma mulher marcada pela segregação racial. Uma voz que ecoa como um grito na cidade inundada e abandonada à própria sorte. O espetáculo segue a trajetória desta mulher cuja história poderia ser também a história de tantas outras mulheres brasileiras.

Foto: Renato Mangolin.

Com direção musical de Stephane Brodt, as músicas negras estadunidenses (em particular, o blues) são tocadas ao vivo pelos músicos Rudá Brauns e Anderson Ribeiro, acompanhados de Taty Aleixo no vocal. Além de assinarem a criação e produção musical, eles tocam também versões próprias de clássicos como Pussycat Moan, de Katie Webster; O Death, de Ralph Stanley; Hard Times Killing Floor Blues, de Chris Thomas King; e Strange Fruit, de Abel Meeropol.

A ambientação cênica de ‘Furacão’ é inspirada no Preservation Hall Jazz Band, uma pequena casa de jazz em Nova Orleans que apresenta shows intimistas e acústicos da banda com o mesmo nome, local onde a diretora Ana Teixeira esteve repetidas vezes.
‘Furacão’ nasce e se nutre de dois projetos da trajetória recente do Amok Teatro, o ciclo da África com Salina – A Última Vértebra (2015) e Os Cadernos de Kindzu (2018), e o ciclo das mulheres com Jogo de Damas (2019) e Bordados (2023), assim como dialoga com alguns outros grandes problemas do mundo na atualidade. “O teatro como o lugar da experiência do outro”, nos revelam os diretores. ’Furacão’ estreou nacionalmente na noite de 3 de agosto, quinta-feira, no Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto, no Rio de Janeiro.

Sinopse | Furacão coloca em cena Joséphine Linc Steelson, uma velha de quase cem anos que enfrenta a violência do Katrina, furacão que devastou o sul dos Estados Unidos em 2005. Uma mulher marcada pela segregação racial, cuja voz ecoa como um grito na cidade inundada e abandonada a própria sorte. No espetáculo, teatro e música se unem num ato único, transitando entre contemporaneidade e retorno à ancestralidade para exaltar a beleza daqueles que, apesar de tudo, permanecem de pé.

Amok Teatro: 25 anos de trajetória consistente

Foto: Sabrina Paz.

O Amok Teatro é um grupo fortemente representativo do teatro de pesquisa carioca e vem construindo há 25 anos uma trajetória consistente. Seu trabalho se caracteriza pela dedicação a um processo contínuo de pesquisa sobre a arte do ator e sobre as linguagens da cena. Dirigido por Ana Teixeira e Stephane Brodt, desde sua fundação, em 1998, o grupo tem recebido grande reconhecimento da crítica e do público, diversos prêmios do teatro, sendo considerada uma das companhias de maior prestígio da cena carioca contemporânea e com grande reconhecimento internacional.

Seu propósito norteador de trabalho é pela busca de um rigor formal e por uma intensidade que se afirma no corpo do ator, como sendo o lugar em que o teatro acontece. Cada novo projeto impulsiona o grupo a procurar diferentes caminhos de pesquisa cênica e de treinamento para o ator a partir do diálogo com diferentes tradições e culturas. Os espetáculos do Amok tratam de temas contemporâneos, questões fundamentais de nossa época, sem perder de vista a busca de uma linguagem poética e a afirmação da cena como um espaço cerimonial. Para conhecer mais: https://www.amokteatro.com.br. 

Ficha técnica

Texto: Laurent Gaudé

Direção e adaptação: Ana Teixeira e Stephane Brodt

Elenco: Sirlea Aleixo, Taty Aleixo, Rudá Brauns e Anderson Ribeiro

Direção musical: Stephane Brodt

Criação e produção musical: Rudá Brauns e Aderson Ribeiro

Cenário e figurino: Ana Teixeira e Stephane Brodt

Iluminação: Renato Machado

Fotografia: Sabrina Paz, Renato Mangolin e Dila Puccini

Operador de luz: Maurício Fuziyama

Cenotécnica: Beto de Almeida

Técnico de som: Thiago Sampaio

Designer gráfico: Alex Takahashi

Assessoria de imprensa: Adriana Monteiro – Ofício das Letras

Direção de produção: Jorge Moreira

Assistente de Produção: Elmar Bradley

Produção São Paulo: ORAPRONOBIS Produções Culturais.

Serviço:

Estreia dia 17/1, às 20h

18.jan a 16.fev | 2025

quinta a sábado, às 20h,

domingo e feriado, às 18h

Sessão extra gratuita para maiores de 60 anos

31.jan | sexta | 15h

Sessões com recursos de acessibilidade

26.jan e 9.fev (domingos)

Sesc Santana – Av. Luiz Dumont Villares, 579 – Jd. São Paulo, São Paulo, SP

Local: Teatro | 330 lugares | 12 anos

Ingressos: R$60 (inteira), R$30 (meia) R$18 (credencial plena)

Duração: 80 minutos

Acesso para pessoas com deficiência

Estacionamento – R$17,00 a primeira hora e R$4,00 a hora adicional

Desconto para credenciados

Paraciclo: gratuito (obs.: é necessário a utilização travas de seguranças) | 19 vagas

Para mais informações, acesse o portal Sesc SP.

(Com Adriana Monteiro/Ofício das Letras)