A Fundação Osesp e o Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, apresentam na Sala São Paulo a Temporada Osesp 2025 a partir de 27 de fevereiro (concertos da pré-Temporada) e de 13 de março (início da Temporada oficial de concertos).
Desde 2020, o suíço Thierry Fischer é o diretor musical e regente titular da Osesp, cuja sede, inaugurada em 1999, é a Sala São Paulo, um dos espaços culturais mais amados de São Paulo – merecidamente considerada uma das melhores casas de música das Américas.
A Temporada Osesp 2025 terá 27 programas sinfônicos das séries de assinatura na Sala São Paulo, cada um com três concertos por semana. Contando as apresentações na pré-Temporada e os projetos especiais, a Osesp subirá ao palco 108 vezes. A esses números são acrescidos cinco programas do Coro da Osesp a capella ou com acompanhamento, sete recitais solo e seis concertos de câmara com integrantes da Orquestra e do Coro, somando nada menos do que 124 apresentações ao longo de 2025.
Antes da abertura oficial da Temporada, no final de fevereiro, os primeiros concertos do ano irão promover o encontro inédito da Osesp com a Companhia de Dança Deborah Colker, uma das mais premiadas e prestigiadas do país, se apresentando pela primeira vez com uma orquestra. O grupo leva ao público Sagração, um espetáculo cuja música – temas do balé A sagração da primavera, de Igor Stravinsky – dialoga com um Brasil ancestral de florestas, danças e músicas de nossos povos originários, mesclando ritmos brasileiros à Rússia pagã. A regência será do maestro Claudio Cruz, que por duas décadas foi spalla da Osesp e hoje dirige a Orquestra Jovem do Estado de São Paulo – Ojesp.
Thierry Fischer comanda 11 programas, o que significa 34 concertos da Osesp, incluindo as séries Concertos Matinais e Osesp duas e trinta. A maratona musical tem início no dia 13 de março com a peça sacra Crucifixus, de Antonio Lotti, seguida por As quatro últimas canções, de Richard Strauss (com a soprano sul-africana Masabane Cecilia Rangwanasha), e terminando com a apaixonante Quinta Sinfonia de Gustav Mahler, com Osesp e Coro.
Serão mais de 50 artistas convidados se apresentando, entre brasileiros (tais como os pianistas Sonia Rubinsky e Cristian Budu, e a violinista Elisa Fukuda celebrando 50 anos de carreira) e estrangeiros (os regentes Vasily Petrenko, Masaaki Suzuki, Ruth Reinhardt e Pierre Bleuse, entre outros). Grandes solistas, como Augustin Hadelich (violino), Colin Currie (percussão), Martin Fröst (clarinete) e os pianistas Simon Trpceski, Estefan Iatcekiw, Javier Perianes, Bertrand Chamayou e Marc-André Hamelin, fazem parte da programação. Dando continuidade ao ciclo bienal de óperas semi-encenadas que começou em 2023 com A danação de Fausto, de Berlioz, haverá a impactante Wozzeck, do compositor austríaco Alban Berg. Os músicos se apresentarão também em oito sextas-feiras da Temporada 2025, sempre às 14h30, com ingressos a preço único de R$42.
Num dos principais eixos temáticos do ano, o Ciclo Tchaikovsky, poderemos ver e ouvir todas as seis Sinfonias deste romântico, além de balés inesquecíveis e um Concerto para piano, formando um amplo panorama da música orquestral de um dos compositores mais amados pelo público. Já o ciclo Richard Strauss em foco apresenta uma seleção de poemas sinfônicos e obras tardias deste alemão que é considerado um dos maiores compositores do final do século XIX e primeira metade do século XX.
A música francesa em sua riqueza de contrastes, na qual se pode trabalhar com profundidade a técnica de conjunto e o refinamento sonoro de um grupo orquestral, é outro eixo artístico da Temporada. Em Um certo olhar: França, será abordada a produção de nomes fundamentais da música francesa – Hector Berlioz, Lili Boulanger, Claude Debussy, Gabriel Fauré e Maurice Ravel –, além de desvendada a obra da romântica Louise Farrenc. Em 2025, com Sonia Rubinsky, será iniciada também a gravação dos Concertos para piano de Heitor Villa-Lobos. Artista reconhecida e premiada por suas gravações de peças do maior compositor brasileiro, Rubinsky abre o projeto com o Concerto para piano nº 5. “Contrastes nos permitem afirmar quem realmente somos, ainda que, às vezes, isso seja difícil de aceitar. Eles nos moldam e nos confrontam ao mesmo tempo em que nos ajudam a navegar em um mundo por vezes complexo e incerto”, revela o diretor musical e regente titular da Osesp, Thierry Fischer.
O jovem pianista Tom Borrow conclui seu período como Artista em Residência da Temporada: se em 2024 ele fez três programas junto à Osesp tocando Beethoven e um recital, agora ele retorna para interpretar os dois últimos dois concertos do gênio de Bonn e apresentar-se novamente com músicos convidados da Orquestra. Jovem talento que tem tudo para se tornar uma referência em seu instrumento nas próximas décadas, em maio de 2023 Borrow conquistou o Terence Judd-Hallé Award, da Rádio BBC 3.
O Coro da Osesp será prestigiado em um emocionante programa de Páscoa com a Paixão segundo São João, de Johann Sebastian Bach, sob regência da norte-americana Kathy Romey. O conjunto também fará programas com os maestros Joseph Bastian (com obras de Wagner, Mozart e da compositora Emilie Mayer, cuja obra tem sido recuperada nos últimos anos) e Barlow Bradford (peças voltadas à espiritualidade), e outro com o Coral Paulistano e sua atual regente, Maíra Ferreira (em tributo à maestra fundadora do Coro da Osesp, Naomi Munakata, falecida em 2020). O Coro sobe ao palco da Sala em outros oito programas ao lado da Osesp durante o ano.
A intimidade da música de câmara estará presente em sete recitais, com uma variedade de pianistas (Marc-André Hamelin, Sonia Rubinsky, Simon Trpceski, Javier Perianes, Bertrand Chamayou e Tom Borrow) e o violinista Augustin Hadelich para encerrar a Temporada, em dezembro.
E, assim como em 2024, os próprios músicos da Orquestra e Coro criaram seis programas camerísticos para o ano, que trazem de peças de Wagner a Villa-Lobos nos repertórios, passando por Bernstein, Glière, Tchaikovsky e Stravinsky. Concertos com poesias de Luís de Camões vocalizadas e com obras de Alban Berg também se destacam.
Programas especiais que promovem o encontro de expressões artísticas, fora das séries de Assinaturas, trarão novo colorido ao ano. Além de Sagração, o encontro da Cia. de Dança Deborah Colker com a Osesp na pré-Temporada, o palco da Sala São Paulo receberá um espetáculo que há alguns anos encanta plateias mundo afora: The silence of sound, da maestra Alondra de la Parra com a artista e performer Gabriela Muñoz Chula. Com a São Paulo Companhia de Dança e regência da grega Zoe Zeniodi, a Osesp apresentará um programa encantador no Festival da Criança, em outubro – mês em que também veremos a Sinfonia Mágica, com concertos inteiramente dedicados à música de Harry Potter, escrita pelo mago das trilhas sonoras John William.
“Com mais uma Temporada, vamos aos poucos fazendo com que São Paulo, com sua Orquestra, floresça como um centro da música clássica. Importante para o mundo e mais ainda para cada um de nós”, afirma o diretor executivo da Fundação Osesp, Marcelo Lopes.
“Ao olhar em retrospectiva, sinto enormes alegria e orgulho por tudo que realizamos. A Orquestra toca em um nível magnífico e há um excelente estado de espírito entre os músicos, sempre dispostos a oferecer a melhor performance. É nesse espírito que apresentamos a vocês a Temporada 2025 da Osesp”, completa o maestro Thierry Fischer.
DESTAQUES DA TEMPORADA 2025
CICLO TCHAIKOVSKY
Piotr Ilitch Tchaikovsky [1840–1893] é um nome fundamental da música romântica. Para o maestro Thierry Fischer, o compositor também pode ser uma ferramenta importante para que a Osesp aprimore sua unidade sonora. Por isso, suas sinfonias marcam presença na Temporada 2025.
Na segunda metade do século XIX, diversos compositores se empenhavam em criar um ‘som russo’, isto é, uma música identificada com a cultura local, a partir da utilização de canções populares, hinos religiosos e peças sinfônicas baseadas no folclore. Mussorgsky, Rimsky-Korsakov e Borodin (integrantes do ‘Grupo dos Cinco’) foram alguns dos autores que, em busca de uma música nacional, levaram suas partituras para além das fronteiras russas.
Tchaikovsky, nesse contexto, era considerado ‘europeizado’ por seus pares. Isto não significa, no entanto, que ele também não tenha mergulhado no folclore de sua terra natal. Para aqueles fora da Rússia, ele logo representaria o melhor que o país tinha a oferecer. Após se formar, ele concentrou forças na criação da primeira obra de um importante gênero. Iniciada em 1866, a Sinfonia nº 1 levou quase três anos para ser concluída, refletindo as inseguranças do compositor à época. Mas o resultado foi uma peça de melodias cativantes, subintitulada ‘Sonhos de Inverno’.
Em seguida, vieram obras de clara influência folclórica: a Sinfonia nº 2, ‘Pequena Russa’ (apelido popular para a Ucrânia), que foi um sucesso desde sua estreia, em 1873; e a Sinfonia nº 3, apresentada pela primeira vez em 1875. A obra obteve rápido reconhecimento internacional, sendo interpretada pela Filarmônica de Nova York em 1879. A terceira sinfonia recebeu o apelido de ‘Polonesa’ por conta de seu último movimento, com ritmos oriundos desse país (‘Tempo di polacca’).
Embora essas três sinfonias possuam características admiráveis, Tchaikovsky alcançaria patamares ainda superiores no trio seguinte. A escrita da quarta coincide com o início do apoio que recebe de sua mecenas Nadezhda von Meck. Numa reminiscência a Beethoven, a obra inicia-se com um poderoso ‘motivo do destino’ soando ameaçadoramente nos metais. A Sinfonia nº 5, com um tema recorrente que perpassa todos os movimentos, é hoje uma de suas peças mais populares. Finalmente, a Sinfonia nº 6, ‘Patética’, possui um final tranquilo que costuma deixar o público desconcertado e é comumente associado à trágica morte do compositor, que se deu alguns dias após a estreia da obra.
Juntas, as últimas sinfonias de Tchaikovsky servem como pináculos do repertório musical romântico do final do século XIX e revelam toda a maestria de sua escrita. A estas partituras notáveis somam-se ainda aberturas sinfônicas, concertos e balés inesquecíveis. Parte dessas obras também entra nesta Temporada, formando um amplo panorama da música orquestral de um dos compositores mais amados pelo público.
UM CERTO OLHAR: FRANÇA
Desde pelo menos o século XII, o repertório francês é basilar ao desenvolvimento da linguagem musical do Ocidente. Nas primeiras décadas do século XIX, um músico inovador seria o responsável por inaugurar a linguagem romântica no país: Hector Berlioz [1803–1869]. De personalidade naturalmente sensível, Berlioz se interessava por literatura, música e artes plásticas, e se notabilizou como compositor de dramas, diluindo fronteiras entre gêneros musicais em obras como Sinfonia fantástica [1830], Romeu e Julieta [1839] e A danação de Fausto [1846]. Explorando a sonoridade, as nuances timbrísticas e a densidade emocional que a música é capaz de transmitir, Berlioz construiu uma obra revolucionária que iluminou o caminho das gerações que o sucederiam.
Algumas décadas depois, numa fervilhante Paris do final do século XIX e dos primeiros anos do século XX, o jovem Claude Debussy [1862–1918] frequentava os meios literários e dessa forma tomou contato com o Simbolismo, que abria caminho para a representação do sonho e do inconsciente. Esse ambiente foi inspiração para diversas obras, como o célebre Prelúdio que nasceu a partir do poema A tarde de um fauno, de Stéphane Mallarmé. Para o musicólogo Paul Griffiths, a melodia para flauta que abre o Prelúdio para a tarde de um fauno é nada menos do que o ponto de partida da música moderna. Com Debussy, além do abandono da tonalidade tradicional, entram em cena o desenvolvimento de uma nova complexidade rítmica, a delicadeza das nuances orquestrais e a utilização sistemática da instrumentação como elemento inerente ao ato de compor. Em Debussy, o instrumento e o conjunto orquestral não são apenas meios que servem para comunicar ideias musicais, mas partes indissolúveis dessa ideia.
Debussy pertencia a uma geração intermediária entre Gabriel Fauré [1845–1924] e Maurice Ravel [1875–1937]. Fauré, importante professor que influenciou gerações de artistas, foi um compositor cuja música refinada impactou o curso da música francesa moderna. Uma das características mais marcantes de seu estilo era a predileção por progressões harmônicas ousadas e modulações repentinas. Maurice Ravel, por sua vez, foi aluno de Fauré e admirador de Debussy. Este discreto músico francês deixou um dos mais ricos e importantes conjuntos de obra da primeira metade do século XX. A personalidade musical de Ravel reside essencialmente na flexibilidade da melodia e na riqueza da harmonia. Ele contribuiu amplamente, a seu modo, para libertar a música da tirania tonal, sendo um compositor ao mesmo tempo exigente e cheio de fantasia. Desse artista, que foi ainda um brilhante orquestrador, comemoramos em 2025 os 150 anos de nascimento.
A música francesa em sua riqueza de contrastes, na qual se pode trabalhar com profundidade a técnica de conjunto e o refinamento sonoro de um grupo orquestral, é outro dos eixos artísticos desta Temporada.
RICHARD STRAUSS EM FOCO
A música de Richard Strauss [1864–1949] é quase uma vocação para a Osesp e acompanha a rotina da Orquestra há muito tempo. Com o regente britânico Frank Shipway, falecido em 2014, o grupo protagonizou memoráveis interpretações da obra do compositor alemão. No ano passado, a Sinfonia alpina foi tocada na Turnê Europa, em que a Osesp se apresentou em algumas das mais tradicionais salas de concerto daquele continente.
Nascido em Munique, Strauss se formou num momento em que entre os maiores compositores vivos do mundo germânico encontravam-se Franz Liszt, Richard Wagner e Johannes Brahms. Ele vivenciou todas as revoluções harmônicas do Romantismo do final do século XIX, mas era igualmente um admirador de Mozart.
Strauss compôs uma série notável de poemas sinfônicos, fundindo a força de sua imaginação musical à adoção de uma música programática. Confessou precisar de uma história para estimular a escrita, mesmo que de obras orquestrais. É verdade que a ideia de poemas sinfônicos remonta a Liszt. Mas os poemas sinfônicos deste compositor, baseados em textos literários, pretendiam evocar sentimentos e ideias específicos, sem chegar ao ponto de criar um teatro musical – sem canto, falas ou cenários, como acontece nas obras de Strauss.
Os poemas sinfônicos de Strauss são altamente inovadores – de Macbeth [1888] à Sinfonia doméstica [1903] – e levaram o gênero a culminâncias extravagantes. Surgiram obras como Assim falou Zaratustra [1896] e Uma vida de herói [1898]. Em Dom Quixote [1897], inspirado pelo clássico romance de Miguel de Cervantes, o próprio cavaleiro De la Mancha é ‘tocado’ pelo violoncelo solo. Com obras como essas, Strauss quase declarava a forma musical tradicional, abstrata, como obsoleta, e acabaria elaborando as expressões musicais centrais da tradição austro-germânica da virada do século.
Embora seus poemas sinfônicos fossem praticamente ‘óperas para orquestra’, no início do século XX Strauss iniciou propriamente a composição de óperas. Com alta carga psicológica, obras como Salomé [1905] e Elektra [1909] avançam até o limiar da atonalidade. Mais tarde, o compositor voltou a uma linguagem musical calcada na tradição, com títulos como O cavaleiro da rosa, de 1911, ou, no ano seguinte, Ariadne em Naxos. Mesmo com linguagens musicais bastante diferentes entre si, todas essas obras tiveram sucesso de público e crítica.
E, como se tudo isso não bastasse, no final da vida, já tendo atravessado duas guerras mundiais, Richard Strauss ainda escreveria joias como Metamorphosen [1945] para orquestra de cordas ou as fascinantes Quatro últimas canções [1948]. Ambas integram a atual Temporada da Osesp ao lado do poema sinfônico Dom Quixote e da Sinfonia doméstica.
O PIANO DE VILLA-LOBOS
Desde o início de suas atividades na Sala São Paulo, a Osesp tem feito gravações de referência da obra de Heitor Villa-Lobos [1887–1959], junto da edição das partituras (em parceria com a Academia Brasileira de Música), ajudando a fortalecer a imagem do compositor fora do Brasil e a difundir sua música. Depois de registrar a integral dos Choros, das Bachianas brasileiras, das Sinfonias e dos Concertos para violoncelo, a orquestra passa a se dedicar, a partir desta Temporada, aos Concertos para piano de Villa-Lobos.
“A Osesp tem a tradição e o compromisso de gravar obras de Heitor Villa-Lobos”, afirma o maestro Thierry Fischer. “Essa prática promove a valorização da identidade cultural brasileira, além de proporcionar reconhecimento internacional (da Orquestra e do compositor), contribuir para a expansão do nosso repertório e diversificar as experiências musicais oferecidas ao público”. Assim, até 2027, o público poderá conferir os cinco concertos para piano do compositor na interpretação de Sonia Rubinsky, artista reconhecida e premiada por suas gravações de peças de Villa-Lobos. Os álbuns serão lançados pela Naxos, em parceria com o Itamaraty, dentro do projeto Brasil em Concerto.
As primeiras sinfonias de Villa-Lobos foram escritas na década de 1910. Depois disso, ele só voltaria ao gênero em 1944. Nesse meio tempo, dedicou-se a duas séries fundamentais: os Choros, na década de 1920, e as Bachianas, entre 1930 e 1945. E é exatamente quando finaliza este último ciclo que Villa-Lobos inicia a composição dos concertos para piano. Eles são fruto de um outro momento na vida do compositor. Agora, ele não precisa mais se provar moderno ou mesmo original. É um artista consagrado, que passa boa parte do tempo fora do Brasil e recebe muitas encomendas.
Datado de 1945, o Concerto nº 1 foi escrito no Rio de Janeiro a partir de uma encomenda da pianista canadense Ellen Ballon, a quem a obra foi dedicada. Todos os concertos para piano de Villa-Lobos possuem quatro movimentos, geralmente organizados como os de uma sinfonia: os dois movimentos exteriores são rápidos, enquanto os internos abrigam um movimento lento e um scherzo. O Concerto nº 1 estreou em outubro de 1946 no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com a orquestra da casa regida pelo compositor e tendo Ellen Ballon como solista.
Escrito três anos depois, o Concerto nº 2 é dedicado a um grande parceiro, o pianista e maestro João de Souza Lima, que foi o solista da estreia, em 1950. Villa-Lobos começou a escrever o Concerto nº 3 em 1952, mas a obra só seria concluída cinco anos depois. Nesse meio tempo, ele atendeu a duas outras encomendas, que deram origem aos Concertos nº 4 e nº 5.
Escrito entre Nova York e Paris, o Concerto nº 4 foi feito a pedido do pianista Bernardo Segall, que fez as primeiras audições em Pittsburg e Los Angeles em 1953. Já o nº 5, de 1954, foi composto a pedido da pianista polonesa (naturalizada brasileira) Felicja Blumental e a ela dedicada. A artista estreou a peça em Londres e Viena em 1955. Só em 1957 Villa-Lobos terminaria o Concerto nº 3, estreado no mesmo ano pela Sinfônica Brasileira sob direção de Eleazar de Carvalho, e tendo como solista Arnaldo Estrella, a quem a peça é dedicada.
Com estas apresentações e gravações, a Osesp leva ao público mais um conjunto fascinante de obras do grande compositor brasileiro.
TOM BORROW – ARTISTA EM RESIDÊNCIA
Este será o segundo ano de Tom Borrow como Artista em Residência da Osesp. Na temporada passada, ele interpretou os três primeiros concertos para piano de Beethoven, além de fazer um programa de câmara com músicos da orquestra. Em 2025, o pianista interpreta os dois últimos concertos de Beethoven e participa de um novo momento camerístico, que inclui o Quinteto para piano de César Franck.
Nascido em Tel Aviv em 2000, Tom Borrow começou a estudar piano aos cinco anos e, depois de se graduar na Universidade de Tel Aviv, foi sido orientado por Murray Perahia, através do programa do Centro de Música de Jerusalém para jovens músicos. Tom ganhou todos os concursos nacionais de piano em Israel e, após o sucesso com a Filarmônica de Israel, tem sido convidado por grandes orquestras ao redor do mundo.
Além da Osesp, compromissos recentes e futuros incluem a Orquestra de Cleveland, a Sinfônica de Baltimore, a Filarmônica de Londres, a Sinfônica da BBC e a Orquestra do Konzerthaus de Berlim. Igualmente requisitado no cenário da música de câmara, apresentou-se no Festival Verbier e em salas como Wigmore Hall, Concertgebouw de Amsterdam e Musikverein de Viena.
Jovem talento que tem tudo para se tornar uma referência de seu instrumento nas próximas décadas, em maio de 2023 Borrow conquistou o Terence Judd-Hallé Award da Rádio BBC 3.
RECITAIS
No palco da Sala – com cadeiras sobre ele, a poucos metros dos artistas –, viveremos a intimidade da música de câmara em sete recitais. O ano começa com o pianista Marc-André Hamelin tocando Haydn, Beethoven, Rachmaninov e Nikolai Medtner, em março. A brasileira Sonia Rubinsky inicia o ciclo dedicado aos Concertos para piano de Villa-Lobos em abril, enquanto Simon Trpceski interpreta Chopin, Grieg, Tchaikovsky e Prokofiev em julho, também ao piano; o israelense Tom Borrow, Artista em Residência, toca ao lado de músicos da Osesp em agosto; Javier Perianes apresenta o programa especial De la mano através de los siglos, todo dedicado a Scarlatti e Albéniz, em setembro; outro pianista, o francês Bertrand Chamayou, se apresenta em novembro; e o violinista Augustin Hadelich encerra os recitais do ano em dezembro, em programa com Bach, Ysaÿe, David Lang e Coleridge-Taylor Perkinson.
CORO DA OSESP
O Coro da Osesp faz cinco concertos em sua própria série de assinaturas. O ano começa com um emocionante programa de Páscoa que terá a Paixão segundo São João, de Johann Sebastian Bach, um oratório sacro apresentado pela primeira vez na Alemanha no dia 7 de abril de 1724, véspera da Sexta-Feira Santa. Os concertos terão solistas brasileiros e a Orquestra Acadêmica da Osesp, sob regência da norte-americana Kathy Saltzman Romey, da Universidade de Minnesota – onde supervisiona o programa de pós-graduação em regência coral e dirige o The Minnesota Chorale. O grupo de cantores também fará programas com os maestros Joseph Bastian (com obras de Wagner, Mozart e da compositora Emilie Mayer, cuja obra tem sido recuperada nos últimos anos) e Barlow Bradford (um repertório voltado à espiritualidade), e outro ao lado do Coral Paulistano e de sua atual regente, Maíra Ferreira (um tributo à fundadora do Coro da Osesp e fundamental maestra Naomi Munakata, falecida em 2020). O Coro também sobe ao palco da Sala São Paulo em outros oito programas ao lado da Osesp, ao longo da Temporada 2025.
Livro completo da Temporada Osesp 2025 em PDF neste link | Fotos dos destaques da Temporada Osesp 2025 neste link.
A Temporada Osesp 2025 é uma realização da Fundação Osesp, do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, e, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, do Ministério da Cultura e Governo Federal – União e Reconstrução.
A Osesp e a Sala São Paulo são equipamentos do Governo do Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerenciadas pela Fundação Osesp, Organização Social da Cultura.
Acompanhe a Osesp: Site | Instagram | YouTube | Facebook | TikTok | LinkedIn.
(Fonte: Com Fabio Rigobelo/Fundação Osesp)