A culinária brasileira é extremamente miscigenada e mistura ingredientes europeus, de povos indígenas e africanos. Não nos faltam opções, sejam doces, salgados ou até mesmo bebidas. O Brasil por si só já é um caldeirão de culturas e tradições diversas, e na culinária isso não seria diferente. A diversidade é refletida em nossos pratos.
Comprovando essa origem miscigenada, algumas técnicas e ingredientes da nossa cozinha são de origem indígena, mas sofreram modificações ao longo do tempo. Os escravos, brutalmente trazidos ao Brasil, acrescentaram elementos à nossa culinária, como azeite de dendê e cuscuz. A influência desses povos refletiu na criação de pratos como bobó e feijoada. Muitos imigrantes europeus que vieram ao Brasil entre os séculos XIX e XX também trouxeram novos ingredientes para as receitas.
Os portugueses estavam acostumados com comidas que duravam bastante tempo por conta da travessia do Atlântico, como carnes secas, toucinho, peixes salgados e cerveja.
Durante a colonização, trouxeram a batata, farinha de trigo, tomates e molhos de tomate, mas isso se intensificou com a chegada dos imigrantes italianos na virada do século 20. Nesse período, os europeus também conheceram muitos alimentos que eram cultivados pelos povos indígenas, como mandioca, milho, peixes, verduras, legumes e frutas.
Mais recentemente foram incorporados em nossos costumes elementos de cozinhas árabes, orientais e norte-americanas. Já nos acostumamos com kibes, esfihas, coalhadas e tabules, provenientes dos árabes. Dos orientais, o pastel de feira, sushis, sashimis, yakissoba e guioza já fazem parte do nosso dia a dia. Já dos norte-americanos, pegamos o gosto por comidas rápidas, os famosos fast foods, como hambúrgueres e cachorros-quentes.
Alguns dos pratos típicos mais famosos que compõem o cardápio dos brasileiros são o churrasco, a moqueca, a cachaça, os brigadeiros, o pão de queijo, o açaí e a feijoada. Apesar de todo o Brasil ter algumas características em comum, cada região tem suas particularidades e seus pratos típicos.
Na região norte, a mistura de elementos indígenas com a imigração europeia é forte. Diversos povos deixaram sua marca, já que o ciclo da borracha, entre 1879 e 1945, atraiu libaneses, japoneses, italianos e até nordestinos para a região. Alguns dos pratos típicos da região são pato no tucupi, caruru, tacacá e maniçoba.
Na região nordeste, a presença africana é bem forte. Apesar de representar um momento de muito sofrimento, o período escravocrata deixou muitos traços em nossa cultura que fazem parte da identidade nacional. Alguns dos pratos típicos são acarajé, vatapá, buchada, paçoca, tapioca, sarapatel e cocada.
A região centro-oeste é profundamente influenciada pela pecuária. As carnes bovina, caprina e suína são a preferência. Existe uma presença marcante da culinária indígena, representada pela preferência regional por raízes; assim como os ciclos de imigração trouxeram as culinárias africana, portuguesa, italiana e síria. Alguns pratos típicos são arroz com pequi, picadinho com quiabo, sopa paraguaia, empadão goiano, caldo de piranha e vaca atolada.
A região sudeste tem influências portuguesas, indígenas e africanas. Com a chegada de imigrantes japoneses, libaneses, sírios, italianos e espanhóis, a diversidade gastronômica foi enriquecida, principalmente em São Paulo. Os principais pratos típicos são tutu de feijão, virado à paulista, moqueca capixaba, feijoada, picadinho paulista e pão de queijo. Pratos da culinária italiana também são muito apreciados e presentes no dia a dia.
Na região sul, a mistura entre as cozinhas italiana, alemã, portuguesa e espanhola é marcante. O churrasco é o principal prato do Rio Grande do Sul, mas outros pratos típicos da região são barreado, galeto, sopa de capeletti, arroz carreteiro e sopa catarinense.
A culinária brasileira é extremamente rica. Um outro aspecto é a característica de afeto e memória do alimento, como no famoso livro “Em Busca do Tempo Perdido”, do autor Marcel Proust, no qual personagem desencadeia fortes lembranças pessoais a partir das madeleines que ele come mergulhando-as no chá. Como na obra, por meio de comidas e receitas dá para refazer as conexões com o passado e os ascendentes. Você tem vontade de descobrir mais detalhes sobre as suas origens?
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(Fonte: Growth Comunicações)