Por conta da tendência da dieta plant based e pela alimentação saudável, as PANCs (Plantas Alimentícias Não Convencionais), que antes eram pouco consumidas na alimentação por falta de informação, vêm entrando cada vez mais na dieta do brasileiro. Diversas PANC são chamadas de matos e são cultivadas espontaneamente em quintais, vasos e até mesmo em calçadas. As mais comuns na região Sudeste são Azedinha, Bertalha, Cambuquira, Capuchinha, Inhame, Ora-pro-nobis, Peixinho e Taioba. Na gastronomia nacional, chefs de grandes restaurantes passaram a incluir estes ingredientes em suas receitas.
Nas edições do Chef Aprendiz, Gui Cardadeiro, chef e professor, ministra a aula de PANCs e culinária indígena, onde, além de apresentar a importância nutricional desses alimentos, leva os alunos a viajarem pelo país que tem a maior biodiversidade do planeta. Na parte prática, o chef convida os alunos a desbravarem seu entorno e encontrarem plantas para usarem na aula. Entre algumas das receitas ensinadas estão a salada de pancs, tempurá de pancs, arroz de maniçoba e peixe na folha de bananeira.
“Panc é quase tudo o que encontramos em terrenos, praças e canteiros, que é de comer, mas não comemos por simples falta de conhecimento”, comenta o chef Guilherme Cardadeiro.
Para quem deseja se aprofundar no tema, o livro Plantas Alimentícias Não Convencionais – PANC no Brasil, dos autores Valdely Kinupp e Harri Lorenzi, dois dos maiores estudiosos do assunto no país, apresentam espécies de plantas cultivadas no país e receitas de como consumi-las.
Uma sugestão de receita é a Salada de PANCs, ideal para aqueles que desejam consumir estes novos alimentos.
Confira a seguir o passo a passo:
Ingredientes:
PANCs diversas
Peixinho da Horta (PANC)
½ xícara de chá de Castanhas do Pará
1 xícara de chá de farinha de rosca
2 ovos
2 limão
½ xícara de chá de azeite
Óleo para fritura
Sal
Modo de preparo:
Em uma vasilha coloque o ovo e bata levemente. Em seguida, passe os peixinhos da horta na mistura, seguido da farinha de rosca, a fim de empaná-los.
Em uma panela coloque o óleo e frite os peixinhos da horta empanados, corrija o sal e reserve.
Em uma vasilha junte todas as PANCs já lavadas, o suco do limão, o azeite e o sal, e misture tudo muito bem.
Coloque as folhas temperadas em um prato e sobre elas polvilhe as castanhas quebradas e o peixinho da horta frito. Sirva imediatamente.
Guilherme Cardadeiro | Chef e professor do Projeto Chef Aprendiz, Guilherme Cardadeiro possui mais de 14 anos de experiência em cozinhas profissionais, entre restaurantes, hotéis, consultorias e eventos em todo o país. Formado em Gastronomia pela São Camilo, foi vencedor do concurso Metro Super Chef em 2015 e em 2017 participou do programa Masterchef Profissionais. Gui é apaixonado pela cozinha brasileira e essa paixão é transmitida por meio de suas aulas sobre PANCs para os alunos do projeto.
Chef Aprendiz Comunidades | Trata-se de um projeto de desenvolvimento humano e inserção social que usa a gastronomia como a principal ferramenta e capacita jovens em situação de vulnerabilidade social para conseguirem seu primeiro emprego em cozinhas de parceiros. Ao longo de quase seis meses, os 20 jovens vivenciam aulas teóricas e práticas sobre gastronomia e autodesenvolvimento de modo a prepará-los para o mercado e para a vida. Uma competição final coloca à prova os conhecimentos adquiridos durante as oficinas e encerra o processo com chave de ouro. Os jurados presentes oferecem vagas de empregos para os jovens que querem iniciar uma carreira como auxiliar de cozinha.
Atua em sete comunidades (Paraisópolis, Campo Limpo, Glicério, Jd. Colombo, Valo Velho, Capão Redondo e Chuvisco) e 90% dos alunos receberam oportunidades na área. Alguns iniciaram na gastronomia e seguiram por outros caminhos, como enfermagem, engenharia e psicologia. aproximadamente 80% dos jovens trabalham ou participam de entrevistas, mesmo com o cenário da pandemia. Para saber mais, assista o vídeo e visite o site.
Casa Chef Aprendiz | Já em processo de finalização, a Casa Chef Aprendiz é um espaço que contará com atividades de reciclagem e apoio psicológico aos jovens que já passaram pelo projeto, além de cozinha de pré-produção para eventos. Pensando no mundo digital e nas demandas do mercado, mantém uma cozinha modelo com a possibilidade de produção de conteúdos digitais junto aos parceiros e para desenvolvimento de workshops. A ideia é que esta casa seja ocupada pela equipe, jovens, parceiros e amigos com a finalidade de fortalecer os vínculos e sustentar as ações no longo prazo.