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“Revolução das Plantas” traz animação e dança em espetáculo audiovisual para crianças

São Paulo, por Kleber Patricio

Em Revolução das Plantas, o botânico italiano e professor Stefano Mancuso mostra que a capacidade das plantas de aprender, memorizar e se comunicar podem inspirar um novo modelo de sociedade, além de influenciar o futuro da tecnologia, da ecologia e dos sistemas políticos. Com base nesse conceito e inspirada no cenário político mundial, além de questões ligadas às mudanças climáticas, a artista Tatiana Guimarães criou o espetáculo com o mesmo nome do livro de Mancuso, Revolução das Plantas, que traz animação e dança contemporânea em uma montagem de audiovisual a ser exibida nos dias 25, 26 e 27 de abril, às 16 e 19 horas.

Revolução das Plantas é uma parceria entre o Núcleo Micromovimentos Dança & Cinema e a plataforma LabExperimental. O Núcleo trabalha na intersecção entre as linguagens da dança e do audiovisual, já tendo sido premiado em editais como ProAC e Prêmio Klauss Vianna.

Primeiro trabalho criado por Tatiana para o público infanto-juvenil, o filme-dança parte da mesma ideia central do livro: precisamos achar uma nova maneira de nos relacionarmos com o planeta, por meio de relações mais horizontais, quebrando-se estruturas preestabelecidas de poder. Assim como nos trabalhos anteriores, Tatiana abre um forte diálogo entre a dança e o audiovisual, aqui fazendo uso de animações que se intercalam com a movimentação. Além disso, a artista traz uma crítica política muito grande, outra forte característica em seus projetos. “De maneira poética e lúdica, mexo com a consciência das crianças e pré-adolescentes para um tema urgente e crucial para a continuidade do planeta: é preciso repensar a nossa relação como sociedade, rever modelos e estruturas”, explica Tatiana.

Em cena, um coturno vai destruindo as plantas, que, mesmo assim, resistem e recriam a si mesmas por outros meios, buscando novos caminhos de sobrevivência. Revolução das Plantas mostra que o potencial para a solução dos problemas que nos afligem está na natureza, com seres vivos capazes de resistir a eventos catastróficos e de se adaptarem com rapidez às mudanças ambientais, devido a autonomia energética ligada a uma arquitetura cooperativa, distribuída, sem centro de comando.

Apesar de não poder interagir com o público, Tatiana nutre expectativas da relação das crianças com o que verão em cena. “A criança traz uma resposta muito mais imediata e pura ao espetáculo, sem passar pelo racional e focado na emoção. A relação é mais próxima e diferente do que acontece em montagens adultas. Uma pena que essa montagem acontece on-line e não possa estar perto para presenciar essa interação”, afirma a artista.

Tatiana Guimarães, bailarina e uma das diretoras do Núcleo Micromovimentos Dança & Cinema, é graduada em cinema pela Universidade Anhembi Morumbi. Trabalhou com reconhecidos(as) artistas da dança de SP, como Sandro Borelli, Miriam Druwe e João Andreazzi e com diretores(as) de teatro e cinema, como João Miguel, Guilherme Leme e Cristiane Paoli Quito. Desenvolveu vídeocenários para o Núcleo de Dança e Performance Marcos Sobrinho, para a Cia Druw e para o Corpo Estável de Jundiaí. Dirigiu as videodanças Piso Verde e Amarelo para Uma Lógica Branca (Mostra Internacional de Vídeodança de SP/2011) e Espaços Anônimos (Mostra de Vídeodança do Festival de Bourgogne, em 2013; parte do acervo permanente da Médiathèque du Centre National de la Dans, na França, e parte da Mostra de Vídeodanças Brasileiras do Teatro de Freiburg, na Alemanha, em 2018.

Publicou artigos em revistas relacionadas aos temas de processos artísticos, pedagógicos e políticos, como a Revista Urbânia, promovida pela Bienal de Artes. É artista-orientadora e agente cultural desde 2006. Trabalhou no Programa Vocacional da Secretaria Municipal de Cultura da Cidade de São Paulo de 2007 até 2016, sendo coordenadora de equipe interlinguagens por três anos. Desde 2015, faz assessoria para livros didáticos de arte nas áreas de dança e cinema para editora IBEP.

Em 2013, fundou junto à cineasta Andrea Mendonça, o Núcleo Micromovimentos Dança&Cinema, que já se apresentou nas ruas das cinco regiões de São Paulo e do interior, em locais como Praça das Artes e Centro de Referência da Dança e em festivais, como o Festival Latino Americano de Dança.

O Labexperimental é um grupo de intervenção criativa que atua em várias cidades do Brasil, principalmente em ambientes educacionais, culturais e de mediação. Pautado no debate da cultura de rede, seus projetos focam em quatro eixos temáticos: Modelos de Organização, Ocupação de Espaço Público, Mídia Livre e Remixologia. O coletivo também já foi premiado por editais como ProAC.

FICHA TÉCNICA

Direção cênica e performance: Tatiana Guimarães, do Núcleo Micromovimentos Dança & Cinema

Direção audiovisual e edição: Andrea Mendonça, do Núcleo Micromovimentos Dança & Cinema

Parceria em Ação Cultural: Labexperiemental

Demais colaboradores

Representação jurídica: Cooperativa Paulista de Teatro

Figurino: Valdy Lopes Jr

Desenho sonoro e performance: Kuki Stolarski

Desenho de luz e performance: Lucia Chedieck

Desenho para compor vídeocenário e animações para filme: Pedro Felício

Filmagem: Alex Costa

Produção: Iolanda Sinatra.

Serviço:

Revolução das Plantas

Estreia: 25 de abril, às 16 horas

Temporada – De 25 a 27 de abril, às 16 e 19 horas

Espetáculo gravado – duração: 30 minutos

Exibição pelo Zoom: http://us02web.zoom.us/j/84436923593

Livre.