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São Paulo recebe segunda edição do Festival do Sake

São Paulo, por Kleber Patricio

Degustação de sake nas taças ISO, na loja da Mega Sake. Foto: Divulgação.

São Paulo é o epicentro da difusão da cultura e da culinária japonesa no Brasil, desde que os imigrantes nipônicos fincaram suas raízes em terras brasileiras. Hoje, representam aproximadamente 2 milhões de descendentes já em sua 6ª geração. Com a demanda crescente pela culinária autêntica, fiel à original, e a profusão de izakayas (botecos japoneses) por toda a cidade, o saquê ganhou espaço nas mesas de restaurantes e se tornou a bebida da vez. Se até um passado recente havia poucas marcas disponíveis no mercado brasileiro, hoje a bebida milenar japonesa recebe novos caminhos e novos rótulos de importação para atender o público cada vez mais exigente.

Feito a base de arroz, água e koji, o saquê é uma bebida fermentada com teor alcoólico entre 14 e 16%, em geral, e pode ser consumida em diversas temperaturas. Com uma complexa cartela de aromas e uma maior percepção de umami (o quinto sabor) maior que no vinho, o saquê vem conquistando novos apreciadores, espaço em harmonização ao lado de vinhos e até cartas inteiramente dedicadas a ele. Em restaurantes de alta gastronomia não oriental, como o Evvai (uma estrela Michelin), do chef Luis Filipe Souza, o Oteque (duas estrelas Michelin), do chef Alberto Landgraf, e o Fame, do chef Marco Renzetti, uma das etapas de harmonização do menu degustação é feita com um dos saquês importados a partir de uma logística refrigerada pela Mega Sake.

A consequência dessa busca crescente por novos produtos de qualidade é o impulsionamento nas exportações de saquê japonês para o Brasil. Nos últimos dez anos, estas triplicaram em números e, em 2021, os novos adeptos foram responsáveis por um crescimento de 100% em relação ao ano anterior, recuperando os patamares de consumo pré-pandemia. Nesse cenário de expansão, a Japan Sake and Shochu Makers Association (JSS), órgão do governo japonês que representa produtores de saquê no Japão, passou a enxergar São Paulo como a nova capital desta bebida e a investir na divulgação de sua cultura ao lado da Mega Sake no Festival do Sake, o maior evento de promoção da cultura do saquê no Brasil.

Omakase da chef Telma Shiraishi (Aizomê) harmonizado com saquês japoneses selecionados pelo Master Sake Sommelier Fabio Ota (Mega Sake) da versão remota do Festival do Sake 2021. Foto: Nani Rodrigues.

A primeira edição do Festival do Sake, em março de 2021, aconteceu em um cenário de lockdown pandêmico e foi inteiramente remota. No lançamento, 40 convidados, dentre entusiastas, formadores de opinião e profissionais do setor gastronômico, receberam um omakase feito pela chef Telma Shiraishi, do Aizomê, harmonizado com três sakes japoneses selecionados pelo Master Sake Sommelier Fabio Ota, da Mega Sake. Na ocasião, foi apresentado o documentário “Caminhos do Sake” juntamente com uma palestra e uma degustação guiada por Fábio e Telma. O evento fez parte da Feira Naturebas e contou com um time de profissionais e especialistas brasileiros e estrangeiros da área de alimentos e bebidas, e alcançou mais de 40 mil pessoas a partir de 16 palestras online e do documentário. “Quando o público brasileiro passa a conhecer e gostar do saquê em eventos como o Festival do Sake, ele pode sentir as ligações culturais e históricas com o Japão, além, é claro, do delicioso gosto dessa bebida”, afirma Hitoshi Utsunomiya, diretor da JSS.

Para o Festival do Sake deste ano, está previsto um crescimento em número de eventos, público e importância. Agora em formato presencial, a segunda edição ganha o mais emblemático endereço dedicado à cultura japonesa na cidade: a Japan House São Paulo, com sede física localizada na Avenida Paulista. Do dia 4 ao 13 de março, serão 10 workshops presenciais gratuitos para 350 pessoas, degustações guiadas para 320 participantes, 10 sessões online, 1 jantar magno (apenas para convidados) harmonizado com saquês a seis mãos – feito pela chef Telma Shiraishi, do Aizomê, pelo chef Rodrigo Oliveira, do Mocotó, e pelo Master Sake Sommelier Fabio Ota – assim como o lançamento do documentário “São Paulo, Capital do Sake”. “Em 2021, em meio à pandemia, realizamos a primeira edição do Festival do Sake, que foi o maior evento sobre a bebida para o público brasileiro até então. Com a renovação da parceria Mega Sake e JSS, e com a entrada da Japan House São Paulo como co-realizadora, vamos fazer o maior Festival do Sake de todos os tempos, levando a um maior número de brasileiros, gratuitamente, o conhecimento sobre essa bebida e sobre a cultura japonesa. Kampai!”, comemora Fabio Ota, presidente da Mega Sake.

Sobre correalizar este evento junto a Japan Sake and Shochu Makers Association (JSS) e Mega Sake, Eric Klug, Presidente da Japan House São Paulo, declara: “Recebemos semanalmente milhares de pessoas interessadas na cultura japonesa contemporânea e o saquê é um elemento vital do cotidiano do Japão. Devido à imigração japonesa no Brasil, há um conhecimento genérico sobre o que é o saquê, mas existe também um enorme interesse e demanda por um aprofundamento sobre o tema. O Festival do Sake, em nossa instituição, é a oportunidade ideal para isto. Gostaríamos de receber todos, desde o iniciante até o profissional da área de gastronomia e mixologia, para mergulhar conosco neste universo tão rico e prazeroso”. Inscrições e programação completa no site da Japan House: https://www.japanhousesp.com.br/.

Serviço:

Festival do Sake

Programação aberta ao público: de 4 a 13 de março 2022

Onde: Japan House São Paulo – Avenida Paulista, 52

Participação gratuita mediante inscrição*

Inscrições e programação completa (disponível a partir do dia 24/2): https://www.japanhousesp.com.br

*É obrigatória a apresentação do comprovante de vacinação (visitantes acima de 18 anos com, pelo menos, 2 doses do imunizante e, de 12 a 18 anos, no mínimo, 1 dose).

Sobre a JSS

Com base em Tóquio, a Japan Sake and Shochu Makers Association (JSS) é uma organização sem fins lucrativos e que foi constituída em 1953 pelo governo japonês. Possui atualmente 1.696 filiados, dos quais 1.410 são produtores de saquê, e tem por missão apoiar a produção, promoção e distribuição do saquê e do shochu tanto no Japão quanto ao redor do mundo.

Omakase da chef Telma Shiraishi (Aizomê) harmonizado com saquês japoneses selecionados pelo Master Sake Sommelier Fabio Ota (Mega Sake) da versão remota do Festival do Sake 2021. Foto: Nani Rodrigues.

Entre outras iniciativas, realiza anualmente em Tóquio o Sake Academy, um programa de educação e certificação em saquês para especialistas, sendo que as cerca de 12 vagas anuais são altamente disputadas pelos profissionais das bebidas, notadamente de vinho, de todo o mundo.

Sobre a Japan House São Paulo

A Japan House é uma iniciativa internacional com a finalidade de ampliar o conhecimento sobre a cultura japonesa da atualidade e divulgar políticas governamentais. Inaugurada em 30 de abril de 2017, a Japan House São Paulo foi a primeira a abrir suas portas, seguida pelas unidades de Londres e Los Angeles. Estabelecida como um dos principais pontos de interesse da celebrada Avenida Paulista, a JHSP destaca em sua fachada proposta pelo arquiteto Kengo Kuma, a arte japonesa do encaixe usando a madeira Hinoki. Desde 2017, a instituição promoveu mais de trinta exposições e cerca de mil eventos em áreas como arquitetura, tecnologia, gastronomia, moda e arte, para os quais recebeu mais de dois milhões de visitantes. A oferta digital da instituição foi impulsionada e diversificada durante a Pandemia de Covid-19, atingindo mais de sete milhões de pessoas em 2020. No mesmo ano, expandiu geograficamente suas atividades para outros estados brasileiros e países da América Latina. A JHSP é certificada pelo LEED na categoria Platinum, o mais alto nível de sustentabilidade de edificações; e pelo Bureau Veritas com o selo SafeGuard – certificação de excelência nas medidas de segurança sanitária contra a Pandemia de Covid-19.

Sobre a Mega Sake

Fundada por Fabio Ota como mídia social no início de 2019, @megasake é dedicada a divulgar a cultura do saquê em língua portuguesa, tanto no Facebook (71 mil seguidores) quanto no Instagram (15,5 mil seguidores). Em uma total guinada de seu passado como sócio de empresa multinacional do ramo de auditoria, e de sua formação acadêmica como Contador e Advogado, Fabio se especializou nos últimos 4 anos em saquê, passando a deter 11 certificações internacionais como Sommelier de Sake, sendo o único brasileiro com o título de Master Sake Sommelier pela Sake Sommelier Association (SSA) de Londres, título este que somente 14 outras pessoas no mundo possuem. Fabio foi também o primeiro brasileiro a se graduar no Sake Academy, da JSS, a entidade do governo japonês que é co-realizadora do Festival do Sake.

Em maio de 2021 Mega Sake iniciou suas operações de importação e venda de saquês do Japão, tendo como diferenciais: 1) cuidadosa curadoria e escolha dos rótulos importados, incluindo alguns dos saquês mais premiados do mundo, 2) logística de importação e guarda refrigeradas, mantendo a qualidade original dos saquês e 3) educação e suporte a profissionais e apreciadores, para ampliar o mercado consumidor de saquês no Brasil. Em pouco mais de nove meses de operações, a Mega Sake já fornece regularmente para cerca de 120 restaurantes e bares no Estado de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, incluindo diversos estabelecimentos premiados e alguns de culinária não asiática, como DOM, Fame, Evvai e Oteque.

(Fonte: Suporte Comunicação)