Os projetos de restauração florestal da Fundação SOS Mata Atlântica, iniciados no ano 2000, já se destacam entre os que mais contribuíram para a reabilitação do bioma no País. Com a proposta de promover a integração entre produção rural e conservação do meio ambiente, a ONG foi responsável pelo plantio de mais de 36 milhões mudas, equivalente a uma área de 21.228 hectares – aproximadamente o tamanho da cidade de Recife (PE). Bradesco Seguros e Bradesco Cartões são as principais empresas parceiras dos projetos de restauração da Fundação, com o patrocínio de mais de 30 milhões do total de mudas plantadas.
A Mata Atlântica, uma das áreas mais ricas em biodiversidade no mundo, é também uma das mais ameaçadas. Hoje, somados todos os fragmentos de floresta nativa acima de três hectares, restam apenas 12,5% da vegetação original no território brasileiro. Anteriormente, essa formação florestal abrangia uma área equivalente a 131,5 milhões de hectares, distribuídos ao longo de 17 Estados.
A SOS Mata Atlântica atualmente é uma das poucas organizações brasileiras com capacidade de concretizar projetos de larga escala. Atualmente, um dos projetos em andamento prevê o plantio de 3 milhões de mudas na região de Promissão (interior de São Paulo), no prazo de 8 anos. Até agora, 339.092 mudas já foram inseridas. E já foi concluído um plantio de 720 mil árvores nativas em Itu, que levou 5 anos. Em ambos os casos, mais de 130 espécies diferentes foram utilizadas.
Apesar de muitos projetos em andamento, Rafael Bitante Fernandes, Gerente de Restauração Florestal da SOS Mata Atlântica, avalia que indefinições na legislação ambiental são um dos principais obstáculos para o avanço da restauração florestal no país. Ele cita o exemplo do projeto Clickarvore, fruto da união da SOS, do Instituto Ambiental Vidágua e do Grupo Abril, que estimula as pessoas a plantarem mudas pela internet. “Em 2008 houve uma mobilização para que proprietários de terra se adequassem ambientalmente, gerando um aumento significativo na demanda por doação de mudas. No entanto, em 2009, quando o Novo Código Florestal foi levado a debate, percebemos uma queda de pouco mais de 33% neste processo. Seguimos em queda até 2013, mas estamos recuperando a escala após o novo Código”, disse.
A iniciativa já beneficiou 508 municípios em 9 Estados, com mais de 29,5 milhões de mudas, somando mais de 17 mil hectares restaurados. Em 2016, já foram doadas mais de 410 mil mudas. Outro projeto marcante desenvolvido pela SOS é o Florestas do Futuro, que atua simultaneamente em três frentes distintas: sequestro de carbono, manutenção da biodiversidade e preservação de recursos hídricos. Nesta frente, é promovida a restauração de áreas degradadas com espécies nativas, preferencialmente em áreas de matas ciliares. Desde o seu inicio, o Florestas do Futuro já contemplou 46 municípios em 5 Estados, recuperando uma área de 2.600 hectares, com o plantio de 5.550.627 de mudas. A coordenação desses dois programas é feita no Centro de Experimentos Florestais SOS Mata Atlântica – Brasil Kirin (CEF), que é referência em trabalhos de restauração e conservação dos recursos florestais, atuando nas linhas de restauração florestal e conservação de recursos naturais, pesquisa e experimentação, capacitação e Formação, e educação ambiental e mobilização.
Para Rafael Fernandes, a melhor forma de amenizar este problema é a construção de uma aliança entre todos os envolvidos. “Nosso histórico mostra que há sinergia entre ambientalistas e produtores rurais, conservação e produção. Quando são ultrapassadas as barreiras da divergência, surge um modelo moderno, que ressalta a importância dos benefícios difusos”, finaliza.
Veja o impacto da atuação da SOS Mata Atlântica em Restauração Florestal:
Números SOS Mata Atlântica/Referencial
36 milhões de mudas plantadas – A quantidade de árvores plantadas pela Fundação ajuda a remover 5,8 milhões de toneladas de CO2 da atmosfera
21 mil hectares restaurados – A área restaurada em 16 anos pela SOS equivale à cidade de Recife (PE)
A Mata Atlântica abrangia, originalmente, uma área equivalente a 131,5 milhões de hectares –
A área ocupada originalmente pela Mata Atlântica equivaleria hoje ao Peru
Deste total, restam apenas 16,4 milhões de hectares (12,5%) – A área ocupada hoje pela Mata Atlântica equivale ao Estado do Acre.
Fonte: SOS Mata Atlântica.