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Ministério da Saúde alerta para aumento de 149% dos casos de dengue no país

Brasil, por Kleber Patricio

Dados epidemiológicos até 2 de fevereiro apontam necessidade de gestores e população intensificarem ações de combate ao aedes aegypti. Foto: Muhammad Mahdi Karim – Obra do próprio, GFDL 1.2, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=9556152.

O Ministério da Saúde informa que o número de casos prováveis de dengue no Brasil em janeiro deste ano mais que dobrou em comparação ao mesmo período de 2018. Até o dia 2 de fevereiro, registrou-se aumento de 149%, passando de 21.992 para 54.777 casos prováveis da doença. Quando verificada a incidência, em 2019, os casos chegam a 26,3 por 100 mil habitantes.  Em relação ao número de óbitos, o país registrou, até o momento, cinco mortes, sendo: Tocantins (1), São Paulo (1), Goiás (2) e Distrito Federal (1). Em 2018 foram notificados 23 óbitos (confira os dados por UF).

Os dados epidemiológicos alertam para a necessidade de intensificação das ações de eliminação dos focos do aedes aegypti em todas as regiões. São ações que envolvem gestores estaduais, municipais e Governo Federal e a população. É essencial fazer do combate ao mosquito uma rotina de toda a sociedade em qualquer época do ano, embora o verão seja a estação mais propícia para a proliferação do vetor. São medidas simples a serem adotadas, porém, eficientes, como manter bem tampados tonéis, caixas e barris de água; trocar água dos vasos de planta uma vez por semana; manter garrafas de vidro e latinhas de boca para baixo e acondicionar pneus em locais cobertos.

A Região Sudeste concentrou 60% (32.821) do total de casos registrados no país em 2019 (54.777). Em sequência, estão as regiões Centro-Oeste, com 10.827 casos de dengue; Norte, 5.224 casos, Nordeste, 4.105 casos e Sul, com 1.800 casos. Em relação ao dado de incidência, que considera a proporção de casos com o número de habitantes, as regiões Centro-Oeste e o Sudeste apresentam os maiores dados: 67,3 casos por 100 mil habitantes e 37,4 casos por 100 mil habitantes, respectivamente.

Quando comparados os dados entre as regiões no mesmo período (2018/2019), a Região Sul apresenta o maior índice de crescimento de casos de dengue, 597,7%, passando de 258 para 1.800 casos prováveis. Já a Região Sudeste teve aumento de 472,6%, saindo de 5.732 para 32.821 casos. A Região Norte com 233%, saindo de 1.569 para 5.224 casos e a Região Nordeste, com 37,6% de crescimento, de 2.983 para 4.105 casos, sendo a Região Centro-Oeste a única que apresentou dados de redução, 5,4%, saindo de 11.450 para 10.827 casos prováveis.

Dados estaduais

Dois estados tiveram aumento de mais de 1000% no número de casos de dengue: Tocantins, com crescimento de 1.369%, saindo de 210 para 3.085 casos e São Paulo, com aumento de 1.072%, passando de 1.450 para 17.004 casos prováveis. Outros dois estados apresentaram crescimento significativo: Paraná, com aumento de 648,6%, saindo de 214 para 1.602, seguido de Santa Catarina, com 644%, passando de 18 para 134 casos.

Na incidência entre as unidades da federação, destacam-se Tocantins, com 198,4 casos por 100 mil habitantes; Acre, com 163,7/100 mil habitantes; Goiás, com 108,7/100 mil habitantes; Mato Grosso do Sul, com 79,7/100 mil habitantes; Espírito Santo, com 61,9/100 mil habitantes e Minas Gerais, com 58,9/100 mil habitantes.

Sintomas da dengue

A infecção por dengue pode ser assintomática (sem sintomas), leve ou grave. Neste último caso pode levar até a morte. Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40°C), de início abrupto, que geralmente dura de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, além de prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele. Perda de peso, náuseas e vômitos são comuns. Em alguns casos também apresenta manchas vermelhas na pele.

Na fase febril inicial da dengue, pode ser difícil diferenciá-la. A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes e sangramento de mucosas. Ao apresentar os sintomas, é importante procurar um serviço de saúde para diagnóstico e tratamento adequados, todos oferecidos de forma integral e gratuita por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

Acesse a página temática especializada em dengue do Ministério da Saúde.

Dados Epidemiológicos 2019

Zika – Até 2 de fevereiro, foram notificados 630 casos de zika em todo o país, com uma redução de 18% em relação ao mesmo período de 2018 (776 casos). A taxa de incidência é de 0,3 casos/100 mil habitantes e nesse período não foram registrados óbitos. A Região Norte apresentou o maior número de notificações – 410 casos. Em seguida, aparecem as regiões Sudeste, com 119 casos; Nordeste, 49 casos; Centro-Oeste, 43 casos e Sul, com 9 casos.

Chikungunya – Em relação aos dados de chikungunya, o Brasil apontou redução de 51% quando comparado ao mesmo período de 2018. Até 2 de fevereiro de 2019, foram registrados 4.149 casos prováveis de chikungunya. Em 2018, foram notificados 8.508 casos da doença.  A incidência de casos em 2019 ficou em 2,0 casos por 100 mil habitantes. Entre as regiões, o Norte do país apresentou o maior número de casos – 2.730. Em seguida, aparecem as regiões Centro-Oeste, 789 casos; Nordeste, 446 casos; Sul com 94 casos e Centro-Oeste, com 90 casos.

Com Alexandre Penido, da Agência Saúde.