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Pesquisa aponta que mulheres fundam 67% dos negócios de impacto social do Brasil

Brasil, por Kleber Patricio

No Brasil, a diversidade de gênero é um tema-chave para analisar o perfil sociodemográfico dos empreendedores à frente dos negócios socioambientais. Hoje, as mulheres estão presentes como fundadoras em 67% das empresas do setor – sendo que 23% das empresas mapeadas têm apenas mulheres na liderança. Esse índice revela a conquista da equidade de gênero no ecossistema, de acordo com dados da terceira edição do Mapa de Negócios de Impacto Socioambiental, conduzido pela Pipe.Labo, think tank do setor de impacto.

O levantamento, realizado desde 2017, reúne análises evolutivas e desafios do setor de 1.300 empresas. De acordo com o recorte que analisa a presença feminina nos negócios de impacto socioambientais, os homens aparecem como fundadores em 71% dos negócios – sendo que 27% das empresas mapeadas têm apenas homens na sua fundação.

Na percepção das coordenadoras da pesquisa – Lívia Hollerbach e Mariana Fonseca –, embora a notícia do aumento da presença feminina seja boa, na análise de investimentos recebidos pelas empresas mapeadas, os negócios administrados por um time essencialmente feminino tendem a receber menos recursos financeiros e apoios adicionais para evoluir na jornada empreendedora, quando comparadas às lideradas por homens. Na prática, elas são menos selecionadas para os processos de aceleração. Como consequência, elas são poucas entre os negócios em fase de escala: 25% das mulheres versus 35% de homens.

O Mapa de Negócios de Impacto Socioambiental contou com apoio da Enimpacto, Aliança pelos Negócios de Impacto, Climate and Land Use Alliance, do Fundo Vale, Instituto Clima e Sociedade e Instituto Sabin. A íntegra do estudo está disponível pelo www.mapa2021.pipelabo.com.

Metodologia – Mapa de Negócios de Impacto Socioambiental | Estudo conduzido para acompanhar a evolução do pipeline de negócios de impacto positivo no país e destinado a referenciar o retrato atual do setor, o Mapa de Negócios de Impacto Socioambiental teve a primeira edição em 2017 e é atualizado a cada dois anos. A pesquisa é elaborada com uma chamada nacional para que empreendedores que lideram negócios de impacto socioambiental façam um cadastramento ou atualizem dados na plataforma da Pipe.Social. A coleta de dados do Mapa 2021 foi realizada de 1º de dezembro de 2020 a 15 de fevereiro de 2021.

Com o apoio de 62 organizações do ecossistema, a terceira edição do Mapa alcançou 1.300 cadastros on-line, com dados autodeclarados por meio de um questionário de 60 perguntas. Para a análise dos dados e elaboração do relatório final, o levantamento contou com uma desk research sobre avanços do setor no Brasil e dados de investimento de impacto no globo, assim como sessões de análise com os patrocinadores e especialistas do campo. A infografia e os dados gerais têm como base 1.272 negócios de impacto operacionais – 28 negócios mapeados declararam fechamento de portas ou a não continuidade de suas operações em 2021. O Mapa de Negócios de Impacto Socioambiental traz uma amostra não exaustiva do setor, ou seja, o empreendedor se autodefine e se reconhece como integrante desse pipeline. A margem de erro para a leitura dos dados é de 3,1 pontos percentuais e o nível de confiança é de 95% para leituras na amostra geral.

PIPE.LABO | A Pipe.Social foi fundada em 2016 por Lívia Hollerbach e Mariana Fonseca, empreendedoras com a visão de mapear e fomentar o pipeline de negócios de impacto socioambiental no Brasil. Hoje, a plataforma conta com quase 5 mil negócios de impacto cadastrados e monitorados quanto ao perfil de solução, modelo de negócio e operação, à visão e medição de impacto e aos apoios buscados na jornada. Ter informações e dados qualificados sobre o ecossistema levou a Pipe a desenvolver uma visão estratégica do mercado, entendendo oportunidades e desafios reais para organizações intermediárias do setor, investidores e empreendedores. Aliando essa visão à demanda de um setor em crescimento, carente de informações, traduções e transparência – e com dados confiáveis para se comparar com ecossistemas da América Latina e dos demais países –, nasceu a Pipe.Labo, o maior centro de estudos e conhecimento aplicado sobre o mercado de impacto no Brasil.