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Quase metade do lixo gerado pelo Brasil é descartado de forma incorreta

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Reprodução/FreePik.

O que para uns é lixo, para outros é fonte de renda e esperança. O Brasil enfrenta um enorme desafio na gestão de resíduos: 33 milhões de toneladas de lixo são descartadas de forma inadequada – o que corresponde a 43% do total gerado no país. Esse cenário afeta a economia e o meio ambiente de maneira significativa e exige soluções urgentes e eficazes. Além dos altos custos econômicos, há mais gastos com a saúde pública para doenças diretamente relacionadas ao lixo. A ausência de um sistema eficiente de gestão de resíduos impede a criação de empregos em setores como reciclagem e compostagem, que poderiam crescer significativamente.

Não dá para as pessoas normalizarem um outro ser humano puxando uma carroça e catando lixo por falta de gestão dos governos e de descarte incorreto da população. É possível levar condições mais dignas de trabalho e melhor geração de renda. Ambientalmente, o descarte incorreto polui solo, água e ar. Os lixões liberam gases de efeito estufa, como o metano, que é muito mais potente que o CO2. A contaminação dos lençóis freáticos com substâncias tóxicas prejudica a biodiversidade.

Há desafios, mas também propostas de muitas soluções, como a implementação do Marco Legal do Saneamento, que prevê a terceirização dos serviços de saneamento, com investimentos privados para melhorar a infraestrutura de coleta e tratamento de resíduos. A expectativa é reduzir drasticamente o número de lixões e aumentar a capacidade de reciclagem e compostagem. Programas de educação ambiental também podem ajudar a mudar a mentalidade da população. Nesse último, a nova lei, sancionada no dia 17 de julho, que inclui a mudança do clima e a proteção à biodiversidade no currículo escolar, pode ajudar a conscientizar a sociedade para a separação correta de resíduos – o que pode fazer uma grande diferença em longo prazo. Há ainda tecnologias avançadas para monitorar e gerenciar resíduos e aumentar a eficiência – sistemas de coleta seletiva, sensores para monitoramento de aterros sanitários e aplicativos que incentivam a reciclagem são alguns exemplos.

Patrícia Costa é jornalista, com especializações em ESG, Gestão ambiental e Sustentabilidade Corporativa. Atualmente é apresentadora do quadro JP Sustentável, na Jovem Pan News e colunista no site jovempan.com.br. Foto: Divulgação.

A economia circular, onde os resíduos são vistos como recursos, pode transformar o lixo em novos produtos e reduzir a necessidade de matérias-primas. Empresas que investem em reciclagem e reaproveitamento de materiais estão na vanguarda dessa mudança. Com investimentos em infraestrutura, educação e tecnologia, o Brasil pode transformar o cenário atual e garantir um futuro mais sustentável. A implementação dessas soluções não só resolverá os problemas atuais, mas também abrirá caminho para um desenvolvimento mais consciente e equilibrado.

(Fonte: Xanndi Poletto Assessoria de Imprensa)