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Fernando Gabeira e Elizângela Baré se encontram em ‘Sempre um Papo’ no Sesc Pinheiros

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Arquivo Pessoal.

Às 20h do dia 15 de abril, Fernando Gabeira e Elizângela Baré se encontram no auditório do Sesc Pinheiros para debaterem o tema ‘Diálogos Entre Conhecimentos Científicos e Saberes Tradicionais’. Um jornalista que atravessa décadas de história política e uma liderança indígena que carrega os saberes ancestrais do povo Baré. O diálogo entre esses dois universos se propõe a refletir sobre o encontro entre a ciência e os saberes tradicionais, em um momento de troca e aprendizado mútuo. A mediação fica por conta de Semayat Oliveira.

O bate-papo entre Fernando Gabeira e Elizângela Baré propõe a interação entre diferentes sistemas de produção e circulação de conhecimentos e práticas. O debate pretende lançar luz sobre a importância do diálogo entre a academia e as comunidades que fortalecem saberes tradicionais, propondo uma compreensão mais integrada e respeitosa da natureza e dos grupos sociais. Depois da conversa, eles seguem para uma sessão de autógrafos.

A conversa entre Gabeira e Baré é a sexta desta temporada, sendo precedidos por eventos com Anielle Franco e Aílton Krenak, Veronica Stigger e Edson Kayapó, Valter Hugo Mãe e Itamar Vieira Junior, Sandra Benites e Sérgio Abranches, e Maria Homem e Nurit Bensusan. Ao longo de 2025, os encontros promovidos por essa parceria seguirão enfocando criações que dialogam com o meio ambiente, promovendo uma nova visão sobre sustentabilidade e respeito aos ciclos naturais. Todos os eventos podem ser assistidos no Youtube do Sempre um Papo.

Fernando Gabeira é jornalista e escritor, autor de 10 livros, como ‘O que é isso, companheiro?’, ‘Democracia tropical: Caderno de um aprendiz’ e ‘Viagem ao coração do Brasil’. Atualmente, é colunista do O Globo e comentarista da Globo News. Ele começou sua carreira jornalística como repórter do Jornal do Brasil, e foi preso em 1970, em São Paulo, pela ditadura militar. No exílio, passou por diversos países, como o Chile, a Suécia e a Itália. Foi candidato ao governo do Rio de Janeiro em 1986 e, em 1994, foi eleito deputado federal, e reeleito em 1998 e 2002. Gabeira dedicou-se a uma intensa produção literária, construindo as primeiras análises críticas da luta armada e impulsionando discussões sobre temas como as liberdades individuais e a ecologia.

Elizângela Baré é uma mulher indígena, artesã, agricultora, mãe, professora, liderança, falante da língua nheengatu e pesquisadora indígena. Natural da Terra Indígena Cué-Cué Marabitanas, localizada no município de São Gabriel da Cachoeira (Amazonas). Possui Licenciatura Plena em Sociologia pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Foi coordenadora do Departamento de Mulheres Indígenas do Rio Negro, de 2017 a 2020. Foi presidente da Associação das Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro, de 2009 a 2021. Coordenou a ‘Campanha Rio Negro, Nós Cuidamos!’, que distribuiu cestas básicas e itens de higiene para povos indígenas do Rio Negro no período mais intenso da pandemia de Covid-19. Atuou com os Médicos Sem Fronteiras como Educadora de saúde no enfrentamento à pandemia de Covid-19 e também foi pesquisadora bolsista da Plataforma de Antropologia e Respostas Indígenas à Covid-19 (PARI-c), ferramenta de comunicação da pesquisa ‘Respostas Indígenas à Covid-19 no Brasil: arranjos sociais e saúde global’, sob responsabilidade da City University of London, do Reino Unido. É podcaster e apresentadora da Rádio Sumaúma, trabalho que rendeu a ela o troféu na categoria ‘Programa de Podcast de Jornalismo’. Atualmente, é doutoranda em Saúde Pública na Universidade de São Paulo (USP).

Sempre um Papo – 39 anos | O Sempre Um Papo atua em conjunto com o Sesc SP há 23 anos consecutivos, tendo passado por diversas unidades da instituição. Criado em 1986, pelo jornalista Afonso Borges, o Sempre Um Papo é reconhecido como um dos programas culturais de maior credibilidade do país. O projeto realiza encontros entre importantes nomes da literatura e personalidades nacionais e internacionais com o público, ao vivo, em auditórios e teatros. Em sua história, já ultrapassou os limites de Belo Horizonte e chegou a 30 cidades, em oito estados do País, tendo sido realizado também na Espanha e Portugal. Em 39 anos de trabalho, aconteceram mais de 7 mil eventos, que reuniram um público superior a 2,5 milhões de pessoas.

Serviço:

Sempre Um Papo: Diálogos Entre Conhecimentos Científicos e Saberes Tradicionais

Dia: 15 de abril, terça, às 20h.

Duração: 120 minutos

Local: Teatro Paulo Autran

Classificação: A16

Retirada de ingressos, gratuitos, na bilheteria da unidade, 1h antes do início da atividade.

Sesc Pinheiros – Rua Paes Leme, 195

Estacionamento com manobrista: Terça a sexta, das 7h às 21h30; sábados das 10h às 21h; domingo e feriado, das 10h às 18h30.

(Com Gleice Nascimento/Assessoria de Imprensa Sesc Pinheiros)

MASP expõe arpilleras do movimento de atingidos por barragens, que atua na luta por direitos socioambientais no Brasil

São Paulo, por Kleber Patricio

Coletivo Nacional de Mulheres do MAB, Tratores famintos, 2014.
Acervo do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). Fotos: Filipe Berndt.

O MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand apresenta, desde 11 de abril, a exposição ‘Mulheres Atingidas por Barragens: bordando direitos’, que reúne 34 arpilleras produzidas pelo Coletivo Nacional de Mulheres do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). As peças foram confeccionadas coletivamente, por mulheres de todo o Brasil, em rodas de bordado organizadas pelo coletivo como expressão de suas vivências e lutas diante dos impactos sociais e ambientais causados pela construção, operação e pelo rompimento de barragens.

As arpilleras, peças têxteis que se tornaram símbolo da memória e da luta por direitos humanos, são composições de retalhos de tecido bordado sobre juta. A técnica surgiu no Chile nos anos 1960 e, durante a ditadura de Augusto Pinochet, tornou-se uma expressão cultural e política de protagonismo feminino. Criadas principalmente por mulheres — muitas delas mães, esposas e familiares de presos políticos e desaparecidos —, essas obras retratam cenas do cotidiano, da repressão e da luta por direitos. O Coletivo Nacional de Mulheres do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) passou a utilizar a técnica em 2013 para abordar temas como a violência doméstica, a ruptura de vínculos entre a terra e a comunidade, a violência contra crianças e adolescentes, a falta de acesso à água potável e à energia elétrica, e os impactos das barragens e da poluição de rios na pesca e na subsistência das famílias, entre outras violações aos direitos humanos e ambientais.

Com curadoria de Glaucea Helena de Britto, curadora assistente, MASP, e Isabella Rjeille, curadora, MASP, esta exposição reúne arpilleras de diferentes regiões do Brasil produzidas entre 2014 e 2024. Organizadas cronologicamente, essas peças contemplam uma grande diversidade de técnicas e temas. Cada arpillera é contextualizada por uma carta escrita pelas autoras, guardada em um bolso no verso de cada peça, evidenciando o caráter coletivo e de organização popular do processo de realização de cada peça. Na mostra, o público terá acesso à seleção de 6 cartas manuscritas. “Para muitas pessoas, a arpillera pode parecer apenas uma obra de arte para pendurar na parede. Para nós, o significado político desse testemunho têxtil está na organização das mulheres, na luta pelos seus direitos e na proposição política — dos sonhos, das utopias, daquilo que almejamos. É denúncia, mas também é um projeto de esperança”, diz Daiane Höhn, militante do MAB.

Sobre a organização das mulheres no MAB

Coletivo Nacional de Mulheres do MAB, A dupla violação do trabalho das atingidas, 2014.

O Coletivo Nacional de Mulheres do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) é um núcleo dentro do movimento que articula a luta das mulheres atingidas em todo o país, fortalecendo sua participação política e promovendo ações de denúncia e resistência. Desde sua criação, tem ampliado a presença feminina nos espaços de decisão e consolidado estratégias para garantir direitos e enfrentar as violações causadas pela construção, operação e pelo rompimento de barragens. No último período, as atingidas também têm promovido debates e fortalecido a organização com mulheres impactadas por desastres climáticos, que, de forma semelhante, geram desestruturação comunitária e familiar, com impactos específicos na vida das mulheres e violações de direitos das famílias.

Desde 2013, as mulheres do MAB organizam oficinas nas quais, por meio do bordado, constroem narrativas visuais que denunciam injustiças socioambientais, registram memórias e reforçam redes de apoio. As arpilleras tornaram-se um símbolo da resistência das mulheres atingidas.

Durante a exposição, o movimento promove duas oficinas de arpilleras abertas ao público. A primeira foi no sábado, 12/4, e a segunda será no domingo, 27/4, também das 10h30 às 13h30.

Mulheres Atingidas por Barragens: bordando direitos integra a programação anual do MASP dedicada às Histórias da ecologia. A programação do ano também inclui mostras de Abel Rodríguez, Clarissa Tossin, Claude Monet, Emilija Škarnulytė, Frans Krajcberg, Hulda Guzmán, Inuk Silis Høegh, Janaina Wagner, Maya Watanabe, Minerva Cuevas, Tania Ximena, Vídeo nas Aldeias e a grande coletiva Histórias da ecologia.

Acessibilidade

Todas as exposições temporárias do MASP possuem recursos de acessibilidade, com entrada gratuita para pessoas com deficiência e seu acompanhante. São oferecidas visitas em Libras ou descritivas, além de textos e legendas em fonte ampliada e produções audiovisuais em linguagem fácil – com narração, legendagem e interpretação em Libras que descrevem e comentam os espaços e as obras. Os conteúdos, disponíveis no site e no canal do YouTube do museu, podem ser utilizados por pessoas com deficiência, públicos escolares, professores, pessoas não alfabetizadas e interessados em geral.

Catálogo

Na ocasião da mostra, será publicado um catálogo bilíngue, em inglês e português, composto por imagens e ensaios comissionados de autores fundamentais para o estudo da obra e luta do MAB. A publicação tem organização de Isabella Rjeille, curadora, MASP, e Glaucea Helena de Britto, curadora assistente, MASP, e textos de Roberta Bacic, Monise Vieira Busquets e Carolina Caycedo, além de uma entrevista com Daiane Höhn, Esther Vital e Louise Löbler. O catálogo conta com a reprodução de 47 arpilleras produzidas pelo coletivo, além de textos que contextualizam cada peça.

Realização e apoio

Mulheres Atingidas por Barragens: bordando direitos é realizada por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e ProAC ICMS.

Serviço:

Mulheres Atingidas por Barragens: bordando direitos

Curadoria: Glaucea Helena de Britto, curadora assistente, MASP, e Isabella Rjeille, curadora, MASP.

11/4 — 3/8/2025

Mezanino, 1º subsolo, Edifício Lina Bo Bardi

MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand

Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista, São Paulo, SP

Telefone: (11) 3149-5959

Horários: terças grátis, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta e quinta das 10h às 18h (entrada até as 17h); sexta das 10h às 21h (entrada gratuita das 18h às 20h30); sábado e domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h); fechado às segundas.

Agendamento on-line obrigatório pelo link masp.org.br/ingressos

Ingressos: R$ 75 (entrada); R$ 37 (meia-entrada)

Programação de oficinas gratuitas

27/4, domingo, 10h30 às 13h30 – Oficina Bordando direitos

Inscrições on-line: Link.

Site oficial | Facebook | Instagram.
(Fonte: Assessoria de imprensa MASP)

MRSC: Conheça a ONG que ajuda moradores de rua e seus animais

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Divulgação.

Em qualquer canto do Brasil, é quase impossível andar pelas ruas sem se deparar com um morador de rua acompanhando seu fiel amigo de quatro patas. Entre os desafios diários, esses animais muitas vezes também abandonados – oferecem companhia, aliviando a solidão de quem enfrenta a dureza da rua. Eles se tornam não apenas animais de estimação, mas parceiros de luta. Foi esse cenário que despertou a inquietação no fotógrafo paulistano Eduardo Leporo. Conhecido por seu trabalho em pet books, Leporo logo percebeu que, ao olhar além das imagens comerciais, a rua revelava histórias muito mais profundas. Foi em meio a essas cenas, observando cães e gatos ao lado de seus donos, que ele começou a compreender a complexidade dessa relação. Esses animais, tão frequentemente esquecidos, eram uma das poucas fontes de afeto e lealdade para quem já havia perdido tudo.

O que começou como um projeto fotográfico logo se transformou em uma ação de solidariedade. A ONG MRSC (Moradores de Rua e Seus Cães) nasceu da vontade de Leporo de dar visibilidade a essa causa, oferecendo não só registros fotográficos, mas também dignidade e cuidados essenciais a essas pessoas e seus animais. Certificada pela Phomenta, a organização surgiu com um objetivo claro: proporcionar dignidade tanto para os tutores quanto para seus cães. “É muito comum ver um morador de rua abrir mão de sua própria refeição para garantir que seu cachorro tenha o que comer”, conta Leporo. “Meu trabalho é fazer com que essas pessoas e seus animais sejam vistos, ajudados e respeitados.”

Desde a sua fundação em 2015, a MRSC se expandiu de São Paulo para mais de sete estados brasileiros, levando seu trabalho a cidades como Campinas, Osasco, Baixada Santista, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza, Florianópolis e Porto Alegre. Com 118 edições das suas ações no centro de São Paulo, a ONG já beneficiou mais de 100 mil pessoas e seus animais. As ações são diversas, incluindo desde a distribuição de um café da manhã completo para os tutores até cuidados veterinários gratuitos, como vacinas, vermifugação, castração e banhos no Pet Móvel para os pets. “Não podemos simplesmente ignorar alguém na rua quando vemos que têm um pet ao seu lado. Esses animais não são apenas bichos de estimação, eles são os únicos companheiros dessas pessoas”. E é esse olhar mais humano que a MRSC busca cultivar, oferecendo não só cuidados, mas também dignidade. “O nosso lema é: ‘Nem só de ração vive o cão’. A nossa missão é garantir que esses animais tenham bem-estar e saúde e que todos, tutores e pets, sejam tratados com respeito.”

A maior parte dos recursos para financiar as ações da MRSC vem de doações de pessoas físicas, além de parcerias com marcas que fornecem alimentos, medicamentos e produtos de higiene. Essas colaborações garantem que as ações continuem de forma regular e sustentada, levando conforto e assistência às comunidades atendidas. Todos os meses, voluntários se reúnem, no último fim de semana, para distribuir esperança e apoio nas ruas, selecionando praças centrais em diversas cidades como pontos de apoio.

Hoje, 90% do tempo de trabalho de Eduardo Leporo é dedicado à ONG, e seu sonho é expandir ainda mais a iniciativa. “Quando comecei, não tinha ideia do impacto que isso poderia ter”, conta ele. “Agora, o próximo passo é oferecer cursos profissionalizantes de banho, tosa e adestramento para os moradores de rua e, claro, expandir o projeto para o Brasil inteiro, criando mais respeito e incentivando o voluntariado.”

Saiba mais sobre MRSC | A ONG MRSC (Moradores de Ruas e Seus Cães), fundada pelo fotógrafo paulistano Eduardo Leporo, surge da sensibilidade de observar as histórias por trás dos cães encontrados nas ruas. Documentando essas narrativas em seu livro “Moradores de Rua e Seus Cães”, Edu Leporo transformou seu projeto fotográfico em um gesto de solidariedade. Desde 2015, a MRSC proporciona assistência abrangente a animais de estimação de pessoas em situação de rua em 07 estados brasileiros, e já beneficiaram cerca de 100 mil, somente na capital de São Paulo. Com o lema ‘Nem só de ração vive o cão. E nem o gato’, a ONG oferece alimentação, cuidados veterinários, esterilização e mais, financiados por doações e parcerias com grandes marcas. Para saber mais, acesse: Link.

(Com Alice Veloso/Publikaai Comunicação)

Sharenting: compartilhamento de pais nas redes sociais ameaça saúde mental das crianças

Maringá, por Kleber Patricio

Foto: Agência Bori/Imagem gerada por IA.

O compartilhamento de informações sobre crianças nas redes sociais, por seus pais ou responsáveis — fenômeno conhecido como sharenting — traz uma série de riscos para a saúde mental, identidade digital e segurança dos menores, resultando em uma necessidade urgente de políticas públicas mais robustas e maior conscientização dos pais. A conclusão é de pesquisadores da Universidade Cesumar (UniCesumar), de Maringá (PR), que investigaram as implicações bioéticas da prática na privacidade, segurança e desenvolvimento da identidade das crianças. O resultado foi publicado na revista Bioética nesta sexta (11).

Os pesquisadores conduziram uma revisão da literatura, investigando padrões, diferenças e lacunas nos estudos de sharenting. Foram incluídos 73 estudos, publicados entre 2016 e 2023, em inglês, espanhol e português. Observou-se que mais de 80% das crianças em países ocidentais já têm presença online antes dos dois anos de idade. A análise levou a reflexões acerca de quatro categorias temáticas: privacidade e segurança digital, implicações psicológicas e culturais, dinâmica social e familiar e resposta legal e da sociedade.

Entre os riscos do sharenting estão:

  • O uso das informações divulgadas para cometer fraudes, roubo de identidade e disseminação de conteúdo em redes de pedofilia.
  • Os sentimentos de vergonha, incômodo e frustração, comuns entre crianças e adolescentes, que percebem que seus pais não respeitam sua privacidade online.
  • O atrito entre diferentes membros da família, devido ao compartilhamento de conteúdo sem o consentimento dos pais.

O comportamento dos pais nas redes sociais tem impacto direto na forma como os filhos, ainda crianças ou adolescentes, enxergam a exposição digital — e isso tende a ser replicado. Estudos indicam que jovens expostos ao sharenting desde cedo tendem a normalizar a prática e reproduzi-la quando se tornam pais. A situação se complica quando outros membros da família entram na equação. Avós, por exemplo, também compartilham fotos e vídeos dos netos sem consultar os pais, gerando atritos e configurando o chamado grand-sharenting.

Para além da esfera familiar, há ainda um efeito cultural: legendas afetuosas e hashtags como #MiniChef, #PrincesinhaDoPapai ou #TerrorDaCreche — comumente encontradas em perfis públicos — reforçam e moldam estereótipos de comportamento e aparência, limitando a liberdade de identidade das crianças e impondo narrativas que não partiram delas.

A imagem das crianças também virou moeda – literalmente. Muitos pais, especialmente os que atuam como influenciadores digitais, transformam seus filhos em personagens de campanhas publicitárias, em busca de parcerias com marcas e engajamento nas redes. Esse uso comercial da infância, salientam os pesquisadores, levanta um alerta sobre a urgência de regulamentação específica.

Em alguns países, como a França, filhos já podem processar os pais por violação de privacidade e o Regulamento Geral de Proteção de Dados da União Europeia reforça o chamado ‘direito ao esquecimento’. No entanto, o problema não é apenas jurídico. Há um paradoxo: quanto mais os pais dizem se preocupar com a segurança digital dos filhos, mais tendem a compartilhar. Isso evidencia um descompasso entre intenção e prática — e reforça a importância de campanhas de conscientização voltadas à educação digital.

O pesquisador Lucas França Garcia, autor do estudo, juntamente com Sophia Ivantes Rodrigues e Leonardo Pestillo de Oliveira, afirma: “Há consequências para o desenvolvimento pessoal, como o atravessamento da exposição na constituição da identidade, e em nível psicológico, assim como violação da privacidade, potencialização de fraudes digitais, exposição ao uso da imagem em propagandas, cyberbullying e pedofilia.”

Combater essa realidade e promover um ambiente mais saudável às crianças depende de um esforço conjunto, na visão dos pesquisadores. “É necessária uma abordagem colaborativa entre legisladores, educadores, pais e sociedade civil para formular e implementar políticas que efetivamente protejam as crianças no ambiente digital, respeitando a liberdade de expressão e a participação social”, conclui Garcia.

(Fonte: Agência Bori)

Le Triskell Bistrô anuncia edição 2025 do festival Vive la France

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Festival celebra a alta gastronomia francesa; edição tem o propósito de oferecer aos clientes a oportunidade de desfrutar de uma refeição tipicamente francesa. Fotos: Carlos Cabiró.

O Le Triskell Bistrô realiza de 22 de abril a 9 de maio, com apoio da Zahil Vinhos, a edição 2025 do festival gastronômico Vive la France. Voltado à celebração da alta gastronomia francesa, o Vive la France 2025, que traz no nome o epíteto ‘manger comme em France’, terá uma novidade significativa: um menu degustação de cinco tempos, contemplando duas entradas, um prato principal, um prato de queijos e a sobremesa. Segundo o proprietário do restaurante, Gilles Mourier, o propósito é oferecer aos clientes a oportunidade de desfrutar de uma refeição tipicamente francesa. “Além de contemplar as delícias da culinária francesa, a ideia foi ordenar a sequência de pratos da mesma forma que fazem os franceses”.

Confira o menu: Pedaços de filé de arenque marinado num molho branco cremoso com cebola e pimenta rosa servidos sobre fatias de batata ao forno; Robata de camarão rosa e vieiras grelhados com puré de cenoura ao perfume de laranja e um toque de mel trufado; Carré de vitelo grelhado ao molho de vinho tinto com funghi porcini e batata bouchon recheada com queijo suíço; Gorgonzola Dolce e Taleggio servidos com geleia de damasco (na França, o queijo é servido logo antes da sobremesa) e Bolo mousse de chocolate belga com recheio de praliné.

Outra novidade é que esta edição do Vive la France oferece a opção de vinhos inclusos – com os dois primeiros pratos, a sugestão é o branco Côtes du Rhône Domaine de la Solitude; com o terceiro e quarto pratos, o tinto Haut-Médoc Medoc M de Meyre e, acompanhando a sobremesa, o colheita tardia Founder’s Reserve.

O Côtes du Rhône Blanc Domaine de la Solitude possui uma textura macia fornecida pelas uvas Viognier e Grenache Blanc, enquanto a Calirette confere equilíbrio com um delicioso frescor e um toque salino que se unem aos sabores de frutas cítricas. Harmoniza particularmente bem com frutos do mar e pratos da cozinha mediterrânea, como peixes grelhados.

De cultivo orgânico, o Haut-Médoc M de Meyre possui taninos finos e não passa por madeira, com o objetivo de ressaltar o sabor puro das uvas Merlot e Cabernet Sauvignon. Harmoniza com carnes vermelhas grelhadas bem como molhos a base de funghi. Sandeman é um ícone da história do Vinho do Porto.

O Founder’s Reserve é feito a partir de lotes selecionados de concentração e intensidade mais alta e envelhecido em média por 4 anos nas adegas de Vila Nova de Gaia. É um vinho poderoso, muito frutado e um ótimo acompanhamento de queijos variados e sobremesas ricas em chocolate. As três taças, em conjunto, acrescerão R$128 ao valor do menu, que é de R$208. Caso o cliente prefira as taças avulsas, os valores (diferenciados graças ao apoio da Zahil) são: Taça vinho branco (150 ml), R$52; Taça vinho tinto (150ml), R$58 e, Taça vinho do Porto (60ml), R$32.

O Vive la France 2025 será servido nos jantares de terça a sábado e no almoço de sábado e domingo. Para reservas, os telefones são (19) 3816-8353 e 3934-6408.

Le Triskell Bistrô | O Le Triskell oferece aos apreciadores da culinária francesa os mais diversos aromas e sabores da Europa em um ambiente aconchegante que encanta pela riqueza em seus detalhes. O conforto está presente em todos os aspectos, desde a decoração e o bom atendimento até o cuidado no preparo dos pratos, em que cada refeição é vista como uma autêntica celebração ao paladar.

Siga nas redes: Instagram e Facebook e TripAdvisor: @letriskellbistro. O endereço é Avenida Engenheiro Fábio Roberto Barnabé, 723 – Parque Ecológico – Indaiatuba, SP.

(Com Gilles Mourier)