Atração é gratuita e destaca a obra ‘Artista Interrompido’ com abordagem única
Itu
No dia 31 de outubro (quinta-feira), o Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo (R. Álvares Penteado, 112 – Centro, São Paulo, SP) recebe a estreia de ‘Um Jardim para Tchekhov’ em texto original de Pedro Brício com direção de Georgette Fadel. No elenco estão Maria Padilha, Leonardo Medeiros, Erom Cordeiro, Olivia Torres e Iohanna Carvalho. O espetáculo chega a São Paulo após passar por Belo Horizonte (MG) e Rio de Janeiro (RJ). A temporada em São Paulo vai até 8 de dezembro, com sessões de quinta a domingo e ingressos a R$30 (inteira) e R$15 (meia).
A dramaturgia – O bom humor na dramaturgia diante das intolerâncias de nosso tempo
A peça é uma mistura explosiva de gêneros e culturas que brinca com os contrastes entre realidade e ficção, comédia e drama, passado e presente, Brasil e Rússia. “Tem uma distância com o tempo que às vezes parece anacrônica e ao mesmo tempo não. Tem essa distância da Rússia e do Brasil, que são países muito diferentes, mas quem já foi à Rússia, diz que o temperamento russo tem a ver com o nosso, com a nossa passionalidade, também são dois países continentais, então a peça tem esse jogo de aproximação e distanciamento que é muito interessante, muito teatral”, afirma o dramaturgo Pedro Brício.
De acordo com ele, Um Jardim para Tchekhov tem uma grande comunicação com a plateia por falar sobre o tempo atual. “No espetáculo são abordados alguns textos do Tchekhov que fazem uma relação entre a ecologia e a forma como a gente vive em uma cidade grande, por exemplo. Há mais de um século ele já tinha esse olhar, que ainda hoje é um assunto muito atual”, fala. “Tanto é que quando a peça estava em Belo Horizonte, estavam acontecendo queimadas por lá. Foi um tópico que tocou o público de forma diferente.”
Apesar de dialogar com a obra do autor russo, o texto apresenta uma visão única e original sobre os tempos de intolerância que vivemos, segundo Pedro Brício. “O tom tchekhoviano está na dualidade de emoções, nas tensões sociais, na aridez da violência, na intolerância. Por outro lado, há o afeto, a beleza, situações patéticas, risadas. É uma mistura de sentimentos, é sobre rir das nossas dores”.
Por mais que a Alma Duran esteja passando por uma situação difícil, lidando com o fracasso, com a falta de dinheiro, não perde a capacidade de sonhar, de inventar um futuro. Ela planta cerejeiras em um jardim abandonado do condomínio, em pleno Rio de Janeiro. São esses elementos que trazem para perto do público o que, aparentemente, estaria distante no tempo e no espaço, como a obra de um autor russo que viveu entre o século XIX e o XX.
Georgette Fadel, que dirige Um Jardim para Tchekhov, conta que “o autor é geralmente lido do ponto de vista psicológico, das relações sociais, mas ele tem uma vertente de humor muito importante, a qual a equipe escolheu ressaltar. ‘O Jardim das Cerejeiras’, por exemplo, é uma comédia, mas ficou conhecida na montagem do diretor russo Constantin Stanislavski, que insistiu em encená-la como um drama, o que conferiu a ela essa pecha”.
A tensão, o riso e a poesia
Em Um Jardim para Tchekhov, a diretora nos convida a uma reflexão sobre a efemeridade da vida. “A cenografia, em constante movimento como um jardim balançado pelo vento, simboliza a fragilidade e a beleza da existência. Os bonecos ‘João Bobo’ representam a humanidade em suas alegrias e tristezas, enquanto o vento, personagem onipresente, nos lembra da passagem do tempo”, conta Georgette.
A peça nos transporta para um universo onde o real e o imaginário se entrelaçam. Ao acompanhar os personagens em suas jornadas, o público vivencia uma experiência teatral rica e emocionante, marcada pela comédia, pelo drama e pela poesia.
Concepção do projeto
Partiu da atriz Maria Padilha a ideia de fazer uma montagem envolvendo Anton Tchekhov. Seu primeiro trabalho com o autor russo foi em 1999, na peça As Três Irmãs, dirigida por Enrique Diaz. “Me apaixonei por sua obra, pelo ser humano que ele foi. Desde então sonhava em montar uma peça dele, mas é algo grandioso, com muitos personagens e ficaria inviável financeiramente. Convidei, então, o Pedro Brício, com quem havia trabalhado no monólogo Diários do Abismo, que fez uma brilhante adaptação das obras da escritora mineira Maura Lopes Cançado. Como grande dramaturgo que é, ele criou a história original que se transformou na peça Um Jardim para Tchekhov”.
“A Alma Duran é um verdadeiro presente”, a atriz sublinha. “Ela traz um sopro de vida, um sopro de arte. Chega para mudar as relações, tanto na sua família, como para a estudante de teatro Lala, que recebe aulas particulares da atriz. Alma simboliza a própria arte e o teatro como um lugar de respiro, de ar. Ela está entre o lírico e o humor, o drama e a comédia – algo que me dá muito prazer em representar como atriz”, revela Padilha.
As divas do teatro brasileiro
Maria Padilha conta que Alma Duran tem bastante de Tchekhov, “aquela coisa febril, de estar vivendo uma fantasia e, de repente, cair na realidade”. E, para além da inspiração no autor russo, as chamadas divas do teatro brasileiro têm um papel importante na construção da personagem. “Ela tem muito de Marília Pêra, que foi minha primeira diretora, da Fernanda Montenegro, da Nathalia Timberg, da Renata Sorrah, por quem sou apaixonada, da Marieta Severo, da Camila Amado. Admiro todas que vieram antes de mim, que construíram a história do teatro, como Cleyde Yáconis, Cacilda Becker, Dercy Gonçalves, Tônia Carrero e Myriam Muniz. Quando falamos em artes cênicas no Brasil, não tem como não lembrar da importância dessas divas que pavimentaram a estrada para nós estarmos aqui”, ressalta Padilha.
CCBB | Ao realizar esse projeto, que traz para o público um espetáculo que dialoga com grandes clássicos da dramaturgia mundial e promove a reflexão sobre temas atemporais como a arte, a cultura, a intolerância e a passagem do tempo, o Centro Cultural Banco do Brasil reafirma seu compromisso de valorizar a produção teatral nacional, a nova dramaturgia brasileira, além de ampliar a conexão dos brasileiros com a cultura.
Sinopse | A consagrada atriz Alma Duran (vivida por Maria Padilha), desempregada há três anos, vai morar com a filha médica Isadora (Olivia Torres) e o genro, o delegado Otto (Erom Cordeiro), em um elegante condomínio carioca, em Botafogo. Enquanto divide seu tempo entre aulas de teatro para a jovem Lalá (Iohanna Carvalho) e o sonho de montar O Jardim das Cerejeiras, Alma se depara, em um encontro inesperado, com alguém que afirma ser Anton Tchekhov (Leonardo Medeiros).
Ficha Técnica
Dramaturgia: Pedro Brício
Direção Artística: Georgette Fadel
Elenco: Maria Padilha – Alma Duran | Leonardo Medeiros – Anton Tchekhov | Erom Cordeiro – Otto | Olivia Torres – Isadora | Iohanna Carvalho – Lalá
Interlocução de dramaturgia: André Emídio e Maurício Paroni de Castro
Iluminação: Maneco Quinderé
Cenário: Pedro Levorin e Georgette Fadel
Figurino: Carol Lobato
Trilha Sonora: Lucas Vasconcellos
Preparação Corporal: Marcia Rubin
Designer Gráfico: Luiz Henrique Sá
Fotos de Divulgação: Filipe Costa e Guto Muniz
Assistência de Direção: Bel Flaksman
Operação de Luz: André Pierre
Operação de som: JP Hecht
Contrarregra: Wallace Lima
Coordenação Administrativo-financeira: Letícia Napole e Alex Nunes
Produção Local: CULT_B – Gustavo Valezzi
Assistência de Produção: Luciano Pontes
Produção Executiva: Ártemis
Direção de Produção: Silvio Batistela
Produção: Cena Dois Produções Artísticas
Realização: Centro Cultural Banco do Brasil e Ministério da Cultura
Patrocínio: Banco do Brasil e Governo Federal
Assessoria de Imprensa: Canal Aberto – Márcia Marques, Daniele Valério e Carina Bordalo.
Serviço:
Espetáculo Um Jardim para Tchekhov
Temporada: 31 de outubro a 08 de dezembro de 2024
Local: Teatro CCBB SP | Centro Cultural Banco do Brasil
Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico São Paulo – SP
Horários: quintas e sextas, 19h | sábados e domingos, 17h
Ingressos: R$30 (inteira) | R$15 (meia) em bb.com.br/cultura e na bilheteria do CCBB
Duração: 110 min
Classificação: 14 anos
Capacidade: 120 lugares
Gênero: Dramédia
Informações CCBB SP
Funcionamento: Aberto todos os dias, das 9h às 20h, exceto às terças
Telefone: (11) 4297-0600
Estacionamento: O CCBB possui estacionamento conveniado na Rua da Consolação, 228 (R$14 pelo período de 6 horas – necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB). O traslado é gratuito para o trajeto de ida e volta ao estacionamento e funciona das 12h às 21h.
Van: Ida e volta gratuita, saindo da Rua da Consolação, 228. No trajeto de volta, há também uma parada no metrô República. Das 12h às 21h.
Transporte público: O CCBB fica a 5 minutos da estação São Bento do Metrô. Pesquise linhas de ônibus com embarque e desembarque nas Ruas Líbero Badaró e Boa Vista.
Táxi ou Aplicativo: Desembarque na Praça do Patriarca e siga a pé pela Rua da Quitanda até o CCBB (200 m).
Entrada acessível: Pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e outras pessoas que necessitem da rampa de acesso podem utilizar a porta lateral localizada à esquerda da entrada principal.
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E-mail: ccbbsp@bb.com.br.
(Fonte: Com Daniele Valério/Canal Aberto Assessoria de Imprensa)
A cidade de Juazeiro do Norte, na região do Cariri cearense, será palco de uma das maiores celebrações da música romântica e forrozeira. No dia 15 de novembro, o Festival Desejando chega à cidade de Juazeiro do Norte, trazendo uma noite repleta de emoção com as melhores bandas de forró e sucessos que marcaram gerações. O evento acontecerá no Praia Park, prometendo uma experiência inesquecível para os amantes do gênero.
O público poderá curtir apresentações de artistas de renome, como Seu Desejo, que conquistou o Brasil com seu repertório apaixonado, além das apresentações de Bonde do Brasil e Natanzinho Lima garantindo uma noite inesquecível de muita música. Com uma estrutura completa, o evento contará com áreas exclusivas, oferecendo muito conforto e diversão para os participantes.
Neste ano de 2024, o festival terá quatro edições. Após passar por Teresina (21/9), o festival segue para o Cariri (15/11), continua sua rota em Maceió (23/11) e encerra o circuito em Petrolina (7/12).
Ingressos e pontos de venda
Os ingressos já estão à venda desde o dia 22 de agosto e podem ser adquiridos online por meio da plataforma Virtual Ticket ou em pontos de venda físicos nas cidades de Juazeiro do Norte e Crato:
Pontos de venda em Juazeiro do Norte:
– Escritório Jota Rodrigues Empreendimentos (Rua Monsenhor Esmeraldo, 408A, no prédio da Rádio Vale FM)
– Farmácia Fernandes (Rua São Benedito, com Castelo Branco)
– Farmácia Fernandes (Av. Ailton Gomes, ao lado da Academia Biofit e Mercado Pirajá)
– Ótica San Valentin (Rua Santa Luzia, próximo ao Bradesco)
– Casa da Gente (Rua da Conceição, próximo à Caixa Econômica)
Ponto de venda no Crato:
– Farmácia Santa Cecília (Em frente à Praça Cristo Rei).
Serviço:
Festival Desejando
Data: 15 de novembro de 2024
Local: Praia Park – Avenida Governador Plácido Aderaldo Castelo, Lagoa Seca – Juazeiro do Norte/CE
Atrações: Bonde do Brasil, Seu Desejo, Natanzinho Lima
Ingressos: Disponíveis online pela Virtual Ticket e em pontos físicos na região.
(Fonte: Com Vitória Vasconcelos/Capuchino Press)
No próximo dia 29 de outubro, às 19 horas, o Auditório Regina Casillo será palco de uma homenagem aos 80 anos de Paulo Leminski. A Série Literatura e Música, um projeto do Solar do Rosário em parceria com a Academia Paranaense de Letras, reunirá as filhas do poeta, Áurea Leminski e Estrela Ruiz Leminski, com o escritor, compositor, publicitário e presidente da Academia de Letras do Paraná, Paulo Vítola, num bate-papo sobre a trajetória literária e musical do poeta. A iniciativa faz parte do Plano Anual do Solar do Rosário e deve ser uma reflexão sobre a obra de um dos maiores poetas brasileiros, que completaria 80 anos em agosto deste ano.
Paulo Vítola foi amigo de longa data de Leminski, é curitibano, tem 77 anos e conta com presença destacada nos meios de comunicação, na música popular, no teatro e na literatura desde meados dos anos 1960 até hoje.
Para Áurea Leminski, o relançamento da primeira obra de poemas do pai é um momento de alegria. O livro está sendo reeditado exatamente com as características da obra original. “Acredito que será um momento de celebração e reflexão sobre a obra dele, que continua viva. A iniciativa da Academia Paranaense de Letras, com o Paulo Vítola à frente, é muito significativa, assim como o apoio e incentivo de Regina Casillo e João Casillo, que também foram próximos dele e viabilizaram a atual edição facsimilar”, comentou.
Áurea lembrou da importância de preservar a memória de Leminski e compartilhar sua obra com as novas gerações. “A obra do meu pai continua influenciando e inspirando novas gerações de leitores e escritores. É fundamental que iniciativas em torno da obra dele continuem sendo criadas e difundidas”, disse.
Ao ser questionada sobre qual poema representaria a essência de Leminski, Áurea escolheu “Isso de querer ser exatamente aquilo que a gente ainda vai nos levar além”. Uma frase que, segundo ela, resume a busca constante do poeta pela autenticidade e a crença em um futuro repleto de possibilidades.
Série Literatura e Música
A Série Literatura e Música realiza eventos literários gratuitos com um tema diferente a cada edição, em que um membro da Academia Paranaense de Letras recebe um convidado especial para uma conversa instigante, abrindo espaço para reflexões e debates sobre os mais diversos temas. Os inscritos recebem certificado de participação emitido pelo Solar do Rosário e Academia Paranaense de Letras.
A entrada é gratuita e para garantir o ingresso é preciso acessar a plataforma digital Sympla, contribuindo com produtos de higiene pessoal para Associação Amigas da Mama – AAMA. O Plano Anual Solar do Rosário é realizado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura, com patrocínio das empresas Oregon, Fertipar, Cartório da Barreirinha, Impextraco e Supermercado Tozetto, e conta com a direção de Lucia Casillo Malucelli.
Serviço:
Série Literatura e Música
Dia: 29 de outubro – terça-feira – às 19 horas
Local: Auditório Regina Casillo – Solar do Rosário (Rua Lourenço Pinto, 500, Centro, Curitiba, PR)
Informações: (41) 3225 6232 ou https://www.instagram.com/solar.dorosario/?hl=en
Ingressos gratuitos pelo Sympla.
(Fonte: Com Emelin Leszczynski/Isabela França Conteúdo Estratégico)
A Galeria Marilia Razuk apresenta a exposição ‘Das paisagens, dessas que vêm
aos lábios’ com Maria Andrade e Raquel Garbelotti e curadoria de Galciani Neves. A mostra propõe um diálogo entre trabalhos de Maria Andrade e Raquel Garbelotti e seus processos, que lidam com distintas ideias de paisagem contemporaneamente. Das paisagens, dessas que vêm aos lábios destaca as singularidades de poéticas das duas artistas, ao passo que acentua como a paisagem ou até mesmo o meio ambiente, algo que a princípio seria externo, se torna uma instância que atravessa nosso ser, nosso corpo e atua intensamente na percepção que temos de mundo.
A curadora Galciani Neves destaca como o espaço expositivo vai evidenciar os diferentes suportes, pesquisas e materialidades de Maria e Raquel e como os relatos de paisagens criados pelas artistas se entrelaçam.
Enquanto Maria Andrade utiliza a pintura como linguagem majoritária, na qual pinta paisagens inventadas de sua memória numa interlocução entre consciente e inconsciente – pois ao mesmo tempo que há referências visuais de lugares visitados, como sua última residência artística em Marrocos, e a paisagem do interior de Minas Gerais, local que a artista tem um sítio – o processo de criação da artista se dá com imagens que surgem rapidamente na tela, num fluxo quase imediato dos gestos que constituem suas pinturas, característica marcante na obra de Maria.
Raquel Garbelotti, por sua vez, concentra-se na pesquisa em que revivencia os processos dos jardins modernistas de Burle Marx e os displays de Lina Bo Bardi. Seus trabalhos também atravessam temas como a do mito de Sísifo e a Pedra. A artista se vale também de processos de deslocamentos de elementos da paisagem para o espaço expositivo.
Outros trabalhos perfazem o trajeto do maior dos mitos – o das grandes navegações e suas conquistas. Estas são rememoradas na exposição em esculturas/fragmentos de uma paisagem oceânica ancorada na Modernidade. Os trabalhos apresentados materializam algo entre aquilo que foi plantado/planejado e o que foi finalmente colhido/apresentado, quer seja no mar, na terra ou nas grandes altitudes.
Arquitetos e artistas que colaboraram com os projetos de Raquel Garbelotti: Murillo Paoli, Giovanna Cruz Durão e Diego Kern Lopes.
Serviço:
Das paisagens, dessas que vêm aos lábios
Maria Andrade + Raquel Garbelotti
Curadoria Galciani Neves
Exposição: 26/out – 18/dez/2024
Local: Galeria Marilia Razuk – Sala 1
Rua Jerônimo da Veiga, 131 – Itaim Bibi, São Paulo, SP
Segunda a sexta | 10h30 – 19h
Sábado | 11h – 16h
Entrada gratuita
https://www.galeriamariliarazuk.com.br
www.instagram.com/galeriamariliarazuk/.
(Fonte: Com Erico Marmiroli/Marmiroli Comunicação)
A exposição inédita ‘Ancestral: Afro-Américas – Estados Unidos e Brasil’ aborda as relações entre os dois países sob a ótica da diáspora africana e como ela está presente nas artes visuais. Sediada no Museu de Arte Brasileira da FAAP, a mostra gratuita reúne 134 obras de grandes artistas de ambos os países.
Com expografia orgânica, a mostra, que ficará em cartaz de 29 de outubro até 26 de janeiro de 2025, oferece reflexões sobre a afirmação do corpo, a dimensão onírica dos sonhos e a reivindicação de espaço. Através desses três eixos – corpo, sonho e espaço – ‘Ancestral’ promove um encontro que valoriza o conceito de identidade afro-americana no Brasil e nos EUA e da arte decolonial. A exposição não apenas homenageia os artistas que desafiaram as brutalidades e o apagamento do colonialismo, mas também busca fomentar um diálogo aberto sobre o impacto e a relevância das raízes africanas ancestrais na sua formação e em seus contextos sociais.
A partir dessas provocações, o projeto propõe uma perspectiva renovada sobre o mundo e uma nova forma de existir imaginadas pelo grupo de artistas participantes. Este processo criativo possibilita uma movimentação simultânea entre passado e futuro, trançando as linhas ancestrais que sustentam a cena da arte contemporânea e ressaltando as produções atuais que, no futuro, poderão emergir como precursoras de expressões de vida ainda não experimentadas.
“Nós nos deixamos guiar pelos grupos e comunidades da diáspora africana que reimaginaram o conceito de servidão nessas nações coloniais para as quais foram trazidas, contribuindo de maneira significativa para a construção da identidade nacional desses lugares. A partir da ideia de seres humanos que reinventam sua existência em um ambiente hostil, selecionamos artistas que evocam essa invenção, essa transformação, e esse processo de ‘tornar-se’ como uma poderosa ferramenta, poética e estética”, comenta a curadora brasileira Ana Beatriz Almeida.
Para a curadora norte-americana Lauren Haynes, a oportunidade de trabalhar com Ana Beatriz “para apresentar o trabalho de artistas afro-americanos ao lado do trabalho de artistas afro-brasileiros foi uma ótima chance de explorar conexões e práticas distintas de artistas negros atuando em dois lugares muito diferentes. Espero que os visitantes saiam da exposição tendo aprendido sobre novos artistas e novas formas de fazer arte”.
A exibição acontece no ano que marca o bicentenário das relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos. “A decisão de colocar a arte afrodescendente no centro dessa comemoração é muito importante e destaca o complexo legado que tanto os Estados Unidos quanto o Brasil compartilham como resultado de nossas histórias com a escravidão. Em 1824, os Estados Unidos e o Brasil tinham as maiores populações de africanos escravizados. Duzentos anos depois, nossos atuais governos estão trabalhando juntos no relançamento do Plano de Ação Conjunta Brasil-EUA para Eliminar a Discriminação Racial e Étnica e Promover a Igualdade (JAPER). Estou certa de que esta exposição vai nos inspirar a intensificar nossos esforços na luta para acabar com o racismo”, disse a embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Elizabeth Frawley Bagley.
Sob esse pano de fundo histórico, a exposição reúne 74 artistas de grande relevância no cenário internacional das duas nações. Dentre eles, os trabalhos inéditos das brasileiras Gabriella Marinho e Gê Viana, e da norte-americana Simone Leigh, que traz uma obra nova de sua coleção pessoal. Natural de Chicago, a artista reconhecida internacionalmente é a primeira mulher afro-americana a representar os Estados Unidos na Bienal de Veneza. O também norte-americano Nari Ward, que já teve a oportunidade de se apresentar no Brasil, é outro nome que traz para a mostra um trabalho criado em solo brasileiro exclusivamente para a ocasião. O artista incorpora em suas obras objetos do cotidiano, enriquecendo assim o intercâmbio artístico entre as nações.
Também fazem parte da curadoria de ‘Ancestral’ nomes como Abdias do Nascimento, ícone do ativismo cultural no Brasil amplamente reconhecido por suas contribuições à valorização da cultura afro-brasileira e por ter sido agraciado com o Prêmio Zumbi dos Palmares. Entre os artistas norte-americanos, Kara Walker se destaca com sua arte provocativa, que examina questões históricas e sociais e lhe rendeu o prestigiado Prêmio MacArthur. Julie Mehretu é outra presença significativa, reconhecida por suas complexas pinturas que estabelecem um diálogo com a geopolítica atual, acumulando uma série de prêmios ao longo de sua carreira. Complementando esse panorama, a brasileira Rosana Paulino, premiada com o Prêmio PIPA, traz um olhar crítico sobre raça e identidade, ressaltando a diversidade e a profundidade das vozes representadas na mostra.
Ainda se somam a eles nomes como o da jovem artista Mayara Ferrão, que utiliza a inteligência artificial para repensar cenas de afeto entre pessoas negras e indígenas não contadas pela ‘história tradicional’; e o sergipano Bispo do Rosário, com seus mantos bordados e objetos que transcenderam o tempo e subverteram o conceito de beleza e loucura. Reforçando o diálogo poderoso sobre identidade, cultura e história, e refletindo a complexidade da experiência humana, vemos a inclusão das obras de Kerry James Marshall, Carrie Mae Weems e Betye Saar.
‘Ancestral’ investiga as narrativas entrelaçadas entre Brasil e Estados Unidos por meio da lente da arte, que transcende fronteiras geográficas e culturais, evocando a sensação constante de estar em um espaço desconhecido e lembrar de outro lugar, como em uma viagem a Salvador, onde pessoas e lugares poderiam ser confundidos com Nova Orleans. “A palavra ‘ancestral’ é comum tanto em inglês quanto em português. É essa origem compartilhada que buscamos evidenciar na arte contemporânea, algo que ultrapasse as barreiras geográficas, linguísticas e culturais. A exposição ‘Ancestral’ demonstra que, mesmo diante de tanta dor, sofrimento e com todo distanciamento de séculos de diáspora africana, sua arte persiste na capacidade de manter uma chama acesa ao longo do tempo”, destaca o diretor artístico da mostra, Marcello Dantas.
Com apoio da Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP e da Embaixada e Consulados dos Estados Unidos no Brasil, ‘Ancestral: Afro-Américas – Estados Unidos e Brasil’ tem patrocínio do BB Asset, Bradesco, Caterpillar, Instituto CCR, Citi, Itaú Unibanco, Whirlpool e Bank of America – que cedeu 52 obras de seu acervo para a mostra. Além dele, o Museu Afro Brasil também cedeu obras de sua coleção para a ocasião.
“Com a exposição ‘Ancestral: Afro-Américas’, a parceria da FAAP com a Embaixada dos Estados Unidos, que já vem de longa data, ganha um novo capítulo. Fato ainda mais relevante neste ano de comemoração ao bicentenário das Relações diplomáticas com o Brasil. Estamos felizes em levar ao público novas reflexões e olhares sobre a ancestralidade em comum aos dois países”, afirma a Conselheira do MAB FAAP, Pilar Guillon Liotti.
Serviço:
Exposição Ancestral: Afro-Américas – Estados Unidos e Brasil
Direção Artística: Marcello Dantas
Curadoria: Ana Beatriz Almeida e Lauren Haynes
Patrocínio: BB Asset, Bradesco, Caterpillar, Instituto CCR, Citi, Itaú Unibanco, Whirlpool e Bank of America
Período: de 29 de outubro de 2024 a 26 de janeiro de 2025
Local: MAB – FAAP – Rua Alagoas, 903, Higienópolis, São Paulo, SP
Funcionamento: de terça a domingo, das 10h às 18h – fechado às segundas-feiras
Entrada gratuita
Mais informações: (11) 3662-7198
Lista de Artistas:
Abdias do Nascimento | Agnaldo Manuel dos Santos | Aline Motta | Amara Smith | Amy Sherald | Ana Beatriz Almeida | Andrea Chung | Aretha Sadick | Barbara McCullough | Benny Andrews | Betye Saar | Bispo do Rosário | Carlos Martiel | Caroline Kent | Carrie Mae Weems | Charles Gaines | Charles White | Dalton Paula | Davi de Jesus do Nascimento | David Huffman | Dawoud Bey | Diambe | Emanuel Araujo | Faith Ringgold | Flavio Cerqueira | Fred Wilson | Gabriella Marinho | Gary Simmons | Gê Viana | Hank Willis Thomas | Heitor dos Prazeres | Heloisa Hariadne | Isa do Rosário | Jaime Lauriano | Jayme Figura | Jordan Casteel | José Adário do Santos | Jota Mombaça | Julie Mehretu | Kara Walker | Kerry James Marshall |
Kevin Beasley | Leonardo Drew | LeRoi Johnson | Lita Cerqueira | Lorna Simpson | Martin Puryear | Mayara Ferrão | Melvin Edwards | Mestre Didi | Moises Patricio | Monica Ventura |
Murry Depillars | Nádia Taquary | Nari Ward | Paulo Nazareth | Renata Felinto | Rosana Paulino | Rubem Valentim | Sam Gilliam | Sebastião Januário | Sérgio Soarez | Sidney Amaral | Simone Leigh | Siwaju | Sonia Gomes | Tassila Custodes | Tracy Collins e Eneida Sanches | Wardell Milan | Whitfield Lovell | Yashua Klos.
(Fonte: Com Bruna Janz/Suporte Comunicação)