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Museu da PUCRS inaugura exposição sobre mudanças climáticas

Porto Alegre, por Kleber Patricio

Fotos: Jonathan Heckler.

O Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS lançou um novo espaço, dedicado a debater o avanço e os impactos das mudanças climáticas no mundo. A exposição “Mudanças Climáticas e Tecnologia” conta com 14 experiências e será acessível, com recursos de audiodescrição e Língua Brasileira de Sinais (Libras). A exposição será permanente no Museu e está aberta à visitação, em Porto Alegre.

A mostra foi desenvolvida a partir de pesquisas e ações realizadas em parceria entre o Museu de Ciências e Tecnologia e o Instituto do Petróleo e Recursos Naturais (IPR), estruturas ligadas a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da PUCRS. O projeto possui financiamento da Global CCS Institute e da Carbon Sequestration Leadership Forum, empresas líderes mundiais na implantação da captura e armazenamento de carbono, uma tecnologia vital para combater as mudanças climáticas.

De acordo com o professor e pesquisador do IPR Rodrigo Sebastian Iglesias, responsável pela conquista do financiamento internacional da exposição, os impactos para a sociedade já estão sendo sentidos e serão ainda piores se não houver um esforço contínuo global.

Iglesias explica que eventos climáticos extremos, como ondas de calor, tempestades, inundações e incêndios florestais, serão cada mais frequentes. Em março deste ano, por exemplo, o professor destacou as ondas de calor extraordinárias que registraram temperaturas de 40°C na Antártica e 30°C no Ártico. “A influência do homem no aquecimento da atmosfera e dos oceanos é cada vez mais evidente. Por isso, é fundamental entendermos qual o papel da sociedade no sistema climático da Terra, reconhecendo a importância do carbono como fonte de energia e o protagonismo das tecnologias no combate desta crise”, destaca o docente.

Experiências interativas 

As experiências permitem a interação do público, proporcionando diferentes perspectivas e sensações. Entre elas está o experimento “Ciclos de Milankovitch”, que apresenta a principal causa natural de mudanças climáticas. Por meio de um simulador, a experiência permite ao visitante visualizar os movimentos terrestres e verificar sua relação com a variação da incidência dos raios solares – e, consequentemente, da temperatura – sobre nosso planeta.

Já o experimento “Efeito Estufa” ocorre dentro de uma cabine fechada e promove uma interação sensorial. Na cabine, a temperatura ambiente é quatro graus Celsius maior que a temperatura externa. Esses quatro graus de diferença são suficientes para o visitante “sentir na pele” como será a temperatura média na Terra ao final deste século caso não se busquem alternativas para mitigar a emissão de gases de efeito estufa.

A exposição está dividida em cinco eixos que debatem diferentes aspectos das mudanças climáticas: interferência humana, catástrofes ambientais, a importância do carbono como fonte de energia, as tecnologias limpas de carbono contra a crise climática e o futuro que você espera ainda pode ser o futuro que espera você.

Para a professora e coordenadora de ações educacionais do MCT Renata Medina, o Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS tem o compromisso em manter o seu público visitante informado sobre as questões mais relevantes em ciências. “Por se tratar de uma questão de grande urgência para a manutenção da qualidade de vida de todas as espécies do nosso planeta, uma exposição interativa que proporcione ao visitante uma imersão sobre o assunto se mostra de grande significância para a nossa sociedade”, aponta a professora Renata.

Uma exposição sustentável

A exposição “Mudanças Climáticas e Tecnologia” foi produzida a partir de alternativas para minimizar impactos ambientais, utilizando-se de materiais como Drywall, MDF, iluminação com tecnologia LED e tintas à base d’água.

Considerada uma tecnologia limpa, o Drywall (gesso acartonado) consiste em estruturas pré-fabricadas feitas com aço e placas de gesso que podem ser recicladas em novos produtos com o objetivo de reduzir o desperdício e melhorar a condição do solo. Já o MDF mistura fibras de madeira prensada de eucalipto ou pinus reflorestados. Suas sobras são trituradas e transformadas em novas chapas do material.

A iluminação com tecnologia LED utiliza 82% menos energia elétrica que uma lâmpada incandescente comum, com durabilidade média de 50 mil horas e reciclabilidade de 95% dos seus componentes. E as tintas à base d’água têm impacto 90% menor nas emissões de compostos orgânicos voláteis (COVs), bem como de gases de efeito estufa.

Além disso, a parceria estabelecida com pesquisadores do Instituto do Petróleo e Recursos Naturais da PUCRS possibilitou a capacitação da equipe do Museu – especialmente daqueles que dialogam diretamente com o público visitante – a respeito do tema sustentabilidade, o que, além de reforçar o papel do MCT como museu universitário, cria possibilidades efetivas de difusão de ideias baseadas em ações sustentáveis.

(Fonte: Assessoria de Comunicação | PUC-RS)

Teatro Municipal de Sorocaba recebe espetáculo “Forró de Piano”, de André Marques

Sorocaba, por Kleber Patricio

Foto: Dani Gurgel.

Na próxima sexta-feira, 22 de abril, às 20h30, André Marques apresenta “Forró de Piano” no Teatro Municipal de Sorocaba com entrada gratuita (retirada dos ingressos na bilheteria do Teatro a partir das 19h30 no dia da apresentação). No repertório, obras de André, Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Hermeto Pascoal e Egberto Gismonti, entre outros.

Em seus 25 anos de carreira, André Marques sempre se dedicou à pesquisa dos ritmos brasileiros. Seja ao lado de Hermeto Pascoal (com quem toca desde 1994) ou à frente de seus grupos Trio Curupira e Vintena Brasileira, André faz um trabalho de investigação que resultou, ao lado dos músicos de seu sexteto, no método “Linguagem rítmica e melódica dos ritmos brasileiros”.

Incentivado por todo esse trabalho, André Marques idealizou o CD e show “Forró de Piano”, adaptando a linguagem de um de seus ritmos favoritos para o piano solo, com releituras mais contemporâneas, mas sem perder a essência da linguagem do Forró.

O repertório é formado por clássicos do gênero, como “Eu só quero um xodó” (Dominguinhos/Anastácia), “O canto da ema” (Ayres Viana/Alventino Cavalcanti/João do Vale), “Qui nem jiló” (Luiz Gonzaga/Humberto Teixeira), “Sabiá” (Luiz Gonzaga/Zé Dantas) e Acauã (Zé Dantas); alguns mais contemporâneos, como “Lôro” (Egberto Gismonti), “Escuta meu piano” (Hermeto Pascoal) e “Festa em Olinda” (Toninho Horta), mais as autorais “Forrozinho nº 1” e “Forrozinho nº 3”.

Com esse show, André Marques volta a se apresentar sozinho ao piano, o que não fazia desde 2009, quando lançou seu primeiro CD de piano solo, chamado “Solo”.

(Fonte: MdA International)

‘Evento das Anas’ leva estilo Harley-Davidson a hotel em Caldas Novas (GO)

Caldas Novas, por Kleber Patricio

Ana Sofia e Ana Pimenta – Viagem de HD. Foto: Divulgação/ Grupo diRoma – Cacau 3 Comunicação.

Um final de semana reservado para passeios de Harley-Davison, treinamentos e muito lazer envolvendo as famosas águas termais de Caldas Novas é a proposta do Evento das Anas, que começa no dia 21 e vai até 24 de abril no hotel Thermas diRoma, em Caldas Novas, estado de Goiás. A empreitada parte de Ana Pimenta e Ana Sofia, duas empresárias que investem parte do tempo, paralelamente como sócias, em negócios dentro de um universo que quem é fã conhece muito bem: Harley-Davidson.

O Evento das Anas tem sua primeira edição após um hiato de mais de dois anos, quando as sócias deixaram de promover eventos presenciais envolvendo viagens e atividades motociclísticas, o que justifica a ideia de reunir os participantes em um hotel amplo, repleto de verde, com parque de piscinas termais e outras atrações pra lazer e relaxamento.

A programação no hotel Thermas diRoma conta com palestras, pool party, treino de moto habilidade, festa temática, jantares e almoços especiais que prometem mesa farta e, claro, um desfile de moto por Caldas Novas, um encerramento desejado para os amantes do motociclismo.

A programação completa e as informações para reserva no evento são disponibilizadas em perfil no Instagram @eventodasanas ou no site www.eventodasanas.com.br. Para contato diretamente com o departamento de reservas, www.diroma.com.br – 0800-648-9800/ (64) 3455-9393.

Sobre os projetos de Ana Pimenta e Ana Sofia | Em 2018, Ana Pimenta e Ana Sofia partiram do Brasil rumo à cidade-sede da marca norte americana de motos de luxo no projeto “The Ride 115”. De maio até a chegada em Milwaukee no final de agosto daquele ano foram mais de 28 mil km para enfim festejar os 115 anos da icônica marca Harley-Davidson, que transformou as duas amigas em parceiras de aventuras na estrada tendo percorrido juntas outros milhares de quilômetros dentro e fora do Brasil e mais que isso: as uniu em projetos envolvendo o estilo de vida motociclístico como sócias. As ‘Anas’ planejam outras edições de eventos como esse, assim como pretendem dar continuidade ao modelo do The Ride 115 com novas conquistas sob duas rodas.

(Fonte: Cacau 3 Comunicação)

Theatro São Pedro apresenta “Os Capuletos e Os Montéquios”, de Vincenzo Bellini

São Paulo, por Kleber Patricio

Carla Cottini (Giulietta) e Denise de Freitas (Romeo). Foto: Heloisa Bortz.

A montagem inédita de “Os Capuletos e os Montéquios”, ópera de Vincenzo Bellini, chega em abril ao palco do Theatro São Pedro. Com libreto de Felice Romani, a ópera não se baseia no famoso texto de Shakespeare, mas em uma fonte italiana da história, uma peça teatral de Luigi Scevola escrita em 1818. Estreada em 1830, no Teatro La Fenice, de Veneza, a obra é um dos maiores sucessos do compositor e tem como particularidade o fato de os dois protagonistas serem interpretados por mulheres: Giulietta por uma soprano, e Romeo por uma mezzo-soprano. Vincenzo Bellini (1801- 1835), conhecido por suas belas linhas melódicas, é considerado um dos maiores expoentes do bel-canto, ao lado de Gioachino Rossini e Gaetano Donizetti.

A produção inédita do Theatro São Pedro tem direção cênica de Antonio Araujo, fundador do Teatro da Vertigem e diretor artístico da MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, iluminação de Guilherme Bonfanti, dramaturgismo de Antonio Duran e Silvia Fernandes, cenografia de André Cortez, coreografia de Cristian Duarte e visagismo de Tiça Camargo. A direção musical é de Alessandro Sangiorgi que comanda a Orquestra do Theatro São Pedro. A montagem conta ainda com a participação do Coral Jovem do Estado, grupo artístico de bolsistas da Emesp Tom Jobim.

No elenco, destaque para as cantoras Denise de Freitas e Carla Cottini, que interpretam, respectivamente, Romeo e Giulietta. Completam o elenco Aníbal Mancini (Teobaldo), Douglas Hann (Lorenzo) e Anderson Barbosa (Capelio). “Temos uma das histórias de amor mais conhecidas da humanidade; então, por que motivo vamos montá-la nos dias de hoje? Como essa história pode ser retomada e dialogar com novos sentidos nos tempos atuais? ”, questiona o diretor cênico Antonio Araujo. Para ele, compreender o sentido da montagem de um espetáculo nos dias atuais é um dos principais pontos de partida para a criação.

Foto: reprodução/Instagram/Theatro São Pedro.

O diretor parte de dois eixos principais. Um deles atualiza a luta entre os tradicionais clãs dos Capuletos e Montéquios e ganha nova roupagem mostrando a rivalidade entre milícia e tráfico. O outro critica a visão patriarcal da sociedade e da própria ópera, com a presença de Giulietta cercada por figuras masculinas. “Giulietta é a única personagem feminina e ela é um objeto de troca, passando de mão em mão, do pai para o pretendente. Para criticar esse espaço e trazer um contraponto eu decidi manter o casal principal na figura de duas mulheres, mostrando a relação entre elas como um ponto de oposição a esse universo masculino”, conta o diretor. Além disso, a presença de um coro de atrizes, que fará participações pontuais na montagem, também estabelece um distanciamento crítico em relação a essa predominância dos homens na narrativa.

Alessandro Sangiorgi, diretor musical, destaca que o público pode esperar uma versão que passa pelas tradições de interpretação do passado, que é importante conhecer, associadas a uma visão mais moderna e contemporânea. “Para o trabalho com o elenco, parto de uma ideia mais definida, passando pela tradição e considerando sempre as ideias e características que cada um traz para os ensaios. Assim chegamos a uma unidade criativa”, afirma o maestro.

“Os Capuletos e Os Montéquios” estreou no dia 15 de abril. As récitas continuam em 17, 20, 22, 24, 27 e 29 de abril, com encerramento no dia 1º de maio, quartas e sextas, às 20h, e domingos, às 17h. Os ingressos custam de R$80 a R$15 (meia).

Transmissão ao vivo | A récita do dia 24 de abril, domingo, às 17h, terá transmissão gratuita pelo canal de YouTube do Theatro São Pedro.

Bilheteria | Os ingressos para todos os espetáculos devem ser adquiridos exclusivamente pelo site, clicando aqui.

Serviço:

“Os Capuletos e os Montéquios”, de Vincenzo Bellini

Libreto de Felice Romani

Orquestra do Theatro São Pedro

Coral Jovem do Estado

Alessandro Sangiorgi, direção musical

Antonio Araujo, direção cênica

Guilherme Bonfanti, iluminação

Antonio Duran e Silvia Fernandes, dramaturgismo

André Cortez e Carol Bucek, cenografia

Cristian Duarte, coreografia

Tiça Camargo, visagismo

Elenco:

Denise de Freitas, mezzo-soprano (Romeo)

Carla Cottini, soprano (Giulietta)

Aníbal Mancini, tenor (Teobaldo)

Douglas Hann, barítono (Lorenzo)

Anderson Barbosa, baixo (Capelio)

Récitas: 15, 17, 20, 22, 24, 27, 29 de abril e 1 de maio

quartas e sextas às 20h, domingos às 17h

Local: Theatro São Pedro

Endereço: Rua Barra Funda, 171 – Barra Funda, São Paulo (SP)

Ingressos: R$80 (inteira) a R$15 (meia)

Plateia: R$80/ R$40 (meia)

1º Balcão: R$50/ R$25 (meia)

2º Balcão: R$30/R$15 (meia)

Classificação Indicativa: 16 anos

Theatro São Pedro

Com mais de 100 anos, o Theatro São Pedro tem uma das histórias mais ricas e surpreendentes da música nacional. Inaugurado em uma época de florescimento cultural, o teatro se insere tanto na tradição dos teatros de ópera criados na virada do século XIX para o XX quanto na proliferação de casas de espetáculo por bairros de São Paulo. Ele é o único remanescente dessa época em que a cultura estava espalhada pelas ruas da cidade, promovendo concertos, galas, vesperais, óperas e operetas. Nesses 100 anos, o Theatro São Pedro passou por diversas fases e reinvenções. Já foi cinema, teatro, e, sem corpos estáveis, recebia companhias itinerantes que montavam óperas e operetas. Entre idas e vindas, o teatro foi palco de resistência política e cultural, e recebeu grandes nomes da nossa música, como Eleazar de Carvalho, Isaac Karabtchevsky, Caio Pagano e Gilberto Tinetti, além de ter abrigado concertos da Osesp. Após passar por uma restauração, foi reaberto em 1998 com a montagem de “La Cenerentola”, de Gioacchino Rossini. Gradativamente, a ópera passou a ocupar lugar de destaque na programação do São Pedro, e em 2010, com a criação da Orquestra do Theatro São Pedro, essa vocação foi reafirmada. Ao longo dos anos, suas temporadas líricas apostaram na diversidade, com títulos conhecidos do repertório tradicional e obras pouco executadas, além de óperas de compositores brasileiros, tornando o Theatro São Pedro uma referência na cena lírica do país. Agora o Theatro São Pedro inicia uma nova fase, respeitando sua própria história e atento aos novos desafios da arte, da cultura e da sociedade.

(Fonte: Canal Aberto Assessoria de Imprensa)

SESC estreia “Henrique IV”, de Luigi Pirandello, adaptado e dirigido por Gabriel Villela

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: João Caldas Fº.

“É conveniente a alguns que considerem certas pessoas como loucas para terem a desculpa de mantê-las presas. Sabe por quê? Porque é difícil escutar o que os loucos dizem.” (Trecho de “Henrique IV”)

O encenador Gabriel Villela apresenta “Henrique IV”, obra adaptada de texto de Luigi Pirandello, para comemorar a sua 50ª direção teatral. O espetáculo estreia em 28 de abril de 2022 no Teatro Antunes Filho, no SESC Vila Mariana, e narra a história de um nobre que acredita (ou finge acreditar) ser um imperador de oito séculos antes, depois de sofrer um acidente. A temporada estende-se até 5 de junho, de quinta a domingo, e a venda de ingressos se inicia em 26 de abril às 14h pelo Portal SESC SP e, no dia 27, a partir das 17h, em qualquer unidade do SESC no Estado. As sessões de 1 a 5 de junho contarão com intérprete de Libras.

Chico Carvalho interpreta Henrique IV; Rosana Stavis é a Marquesa Matilde da Toscana, seu amor não mais correspondido; Hélio Cícero, o Doutor Genoni, que tenta trazer Henrique IV de volta à sanidade e André Hendges, o Barão Tito Belcredi, amante da Marquesa. Acompanhando Chico Carvalho em cena, seus dois camareiros-cantores Artur Volpi, o Oração, e Breno Manfredini, o Sonho. Todo o elenco compõe o quadro de espelhamento disforme do protagonista, que toma distância da própria existência e vê a si mesmo ridicularizado pelo olhar dos outros.

O elenco tem ainda Regina França (como Frida) e Rogerio Romera (como Carlo Di Nolli), além do músico Jonatan Harold, que toca piano ao vivo para acompanhar o elenco e é responsável pela direção musical, juntamente a Babaya Morais.

A peça, em três atos sem intervalo, tem cenário de J.C. Serroni. Para essa nova parceria com Villela, o cenógrafo escolheu ressaltar os aspectos circenses e homenagear o encenador mineiro, com direito a picadeiro e arena. “E Gabriel Villela joga a encenação num circo teatro; não de cores vivas como de costume, já que ali habitam os fantasmas que rondam a cabeça do nosso Henrique, o que me traz um caminho claro para a encenação: um circo em desconstrução de uma trupe itinerante com sua carroça encenando por castelos medievais”, conta Serroni.

Os figurinos são de Gabriel Villela e trazem tecidos das mais variadas origens, muitos bordados, adamascados da igreja ortodoxa grega e muito colorido. A iluminação é de Caetano Vilela.

Elementos cênicos

Mestre na crítica ao mundo, às suas aparências e convenções, Pirandello monta em “Henrique IV” um cômico e revelador jogo de espelhos. Um jovem fantasiado de Henrique IV perde a razão a caminho de uma festa de Carnaval, passando a acreditar que é de fato o imperador. Nesta versão dirigida por Villela, a estória é contada por uma companhia de circo mambembe (e fictícia) italiana chamada “Francisco Eugydio do Calvário”, que apresenta o drama de circo-teatro “Enrico IV” ao público.

Além disso, fazem parte da montagem várias menções contemporâneas — as canções cantadas ao vivo pelos atores, figurino e maquiagem fellinianos, numa lembrança feita ao cinema, entre outras. A escolha das músicas levou em consideração alguns fatores como o diálogo das letras com o texto e com a ação da peça, e são cantadas em italiano e em inglês (os dois idiomas que referenciam o texto em cena). No repertório estão “The Logical Song”, do Supertramp, “Bang Bang (“My Baby Shot Me Down)”, de Nancy Sinatra, “Canzone Arrabbiata”, de Nino Rota, “I Started a Joke”, dos Bee Gees, e “Lascia Ch’io Pianga”, de Georg F. Händel.

“Confiar nas pessoas, isso sim é loucura! Estas roupas são para mim uma representação clara e voluntária desta encenação diária, da vida! E a vida nada mais é que uma mascarada contínua, de cada minuto, de que somos os palhaços involuntários e quando, sem saber, nos fantasiamos daquilo que pensamos ser.” (Trecho de “Henrique IV”)

“Pobre daquele que não sabe usar a sua máscara”

“Henrique IV” trata sobre a psicologia dos loucos e como a loucura é uma forma de representação e de simulação também. Henrique IV parece ser louco aos olhos de seus companheiros, mas finge estar louco porque só aos loucos é dado o direito de dizer certas verdades.

O drama “Henrique IV” foi escrito por Pirandello em 1922 e estreou um ano depois do sucesso de “Seis Personagens em Busca de Autor”, que já tratava sobre os desdobramentos de personalidades (e de personagens). A narrativa se desenvolve em Úmbria, no centro da Itália (Perugia), na época em que foi escrita. O nobre que dá nome à peça viveu nos anos 1500, e, ao cair do cavalo, considera ser o imperador da Alemanha (que reinou por volta de 1050) — por isso há saltos temporais no texto.

A peça faz um jogo imbricado e permite à plateia uma série de possíveis leituras, sempre mostrando que todos representam papéis — seja na sociedade, na vida e até mesmo os atores, nos palcos. A linguagem circense ainda possibilita a leitura segundo a qual a trupe em cena brinca de ser ou parecer louca.

Villela optou por combinar atores de diferentes idades e experiências, apesar de voltar a trabalhar com parte do elenco de “Estado de Sítio”, como Chico Carvalho, Rosana Stavis, André Hendges e Rogerio Romera.

A ideia é que a dicotomia do texto de Pirandello (entre lucidez e loucura, sinceridade e fingimento, clareza e obscurantismo, ser e parecer e entre o dia e a noite) possibilite o jogo cênico. O autor italiano em seus textos aproximava o relativismo existencial de seus personagens à teoria da relatividade de Einstein (documentos da época mostram um encontro dos dois, Einstein e Pirandello, em um camarim de teatro na Itália).

Mais sobre a trama

Na trama, depois de descobrir que Matilde, a mulher que ele ama, tem um caso com seu melhor amigo Belcredi, o protagonista cai de um cavalo e sofre um acidente, supostamente provocado pelo próprio Belcredi. Como bate a cabeça numa pedra, ele perde os sentidos da realidade, enlouquece e, estando a caminho de uma festa a fantasia, o nobre passa a acreditar que é o próprio imperador Henrique IV. Vendo-se incapaz de curá-lo e com pena de seu estado, a irmã constrói uma réplica da corte para que seu irmão possa viver nela, contratando atores para se fazerem passar por cortesãos.

Passado algum tempo, o nobre recupera a memória, mas continua a se fazer passar por louco ao perceber que não tem uma vida de verdade para a qual possa voltar. Sua farsa é descoberta no dia em que Matilde e Belcredi chegam à falsa corte para tentar curá-lo. Segue-se uma discussão violenta entre os três, durante a qual Henrique IV fere Belcredi mortalmente e se vê obrigado a refugiar-se de novo na loucura para escapar às consequências desse crime.

Como em quase toda a sua obra, Pirandello trabalha a tensão entre realidade e fantasia, deixando implícita a impossibilidade do estabelecimento de uma verdade absoluta. No fundo, sustenta que as coisas não são o que parecem ser, também reafirmando sua convicção de que a arte é muito mais real do que a vida, posto que eternizada em uma forma enquanto o homem em si é perecível.

Ficha Técnica

“Henrique IV“

Autor: Luigi Pirandello

Tradução: Claudio Fontana

Direção, adaptação e figurinos: Gabriel Villela

Elenco: Chico Carvalho, Rosana Stavis, Hélio Cícero, André Hendges, Regina França, Rogerio Romera, Jonatan Harold, Breno Manfredini e Artur Volpi.

Cenografia: J C Serroni

Iluminação: Caetano Vilela

Diretores assistentes: Ivan Andrade e Douglas Novais

Direção musical, canto e arranjos vocais e instrumentais: Babaya Morais e Jonatan Harold

Assistente de Figurinos: José Rosa

Adereços de arte: Jair Soares Jr

Costureira: Zilda Peres

Maquiagem: Claudinei Hidalgo

Fotografia: João Caldas Fº

Assistência de fotografia: Andréia Machado

Diretor de palco: Tinho Viana

Operador de lua: PH Moreira

Camareiras: Ana Lucia Laurino e Maria Helena Arruda

Produção executiva: Augusto Vieira

Direção de produção: Claudio Fontana

Apoio: Só Dança.

Serviço:

“Henrique IV”

Texto de Luigi Pirandello e direção de Gabriel Villela, com Chico Carvalho, Hélio Cícero, Rosana Stavis e elenco

Estreia dia 28 de abril de 2022, quinta-feira, às 21h

*Sessão de 1/6, às 15h

Temporada até dia 5 de junho

Quinta a sábado, às 21h

Domingos e feriados, às 18h

*Sessão de 1/6, às 15h

Teatro Antunes Filho – SESC Vila Mariana

Classificação: 14 anos

Ingressos: disponíveis online a partir de 19 de abril, em SESCsp.org.br, e presencialmente no dia 20, em qualquer unidade do SESC no Estado de São Paulo – R$20 (credencial plena, estudante, servidor de escola pública, idosos, aposentados e pessoas com deficiência) e R$40 (inteira)

*Obs.: desde 8 de fevereiro de 2022, os responsáveis pelas crianças de 5 a 11 anos devem apresentar o comprovante de vacinação dos menores com ao menos a primeira dose do imunizante contra a Covid-19. Já para maiores de 12 anos é necessário apresentar o comprovante de vacinação com no mínimo duas doses ou a dose única da vacina. O comprovante pode ser físico ou digital e deve ser mostrado juntamente com o documento com foto. É recomendável o uso de máscara, cobrindo nariz e boca, durante toda a permanência na unidade.

SESC Vila Mariana | Informações

Endereço: Rua Pelotas, 141, Vila Mariana – São Paulo (SP)

Central de Atendimento (Piso Superior – Torre A): terça a sexta, das 9h às 20h30; sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h (obs.: atendimento mediante agendamento).

Bilheteria: terça a sexta, das 9h às 20h30; sábado, das 10h às 18h e das 20h às 21h; domingos e feriados, das 10h às 18h.

Estacionamento: R$5,50 a primeira hora + R$2,00 a hora adicional (Credencial Plena: trabalhador no comércio de bens, serviços e turismo matriculado no SESC e dependentes). R$12,00 a primeira hora + R$3,00 a hora adicional (outros). 125 vagas.

Paraciclo: gratuito (obs.: é necessário a utilização travas de seguranças). 16 vagas

Informações: 5080-3000.

(Fonte: Canal Aberto Assessoria de Imprensa)