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34ª Bienal de São Paulo inicia Programa de Itinerâncias 2022

Brasil, por Kleber Patricio

Obra “Espelho da Vida”, de Daiara Tukano, durante a 34ª Bienal de São Paulo. Foto: Levi Fanan/Fundação Bienal de São Paulo.

A Fundação Bienal dá início, no próximo dia 12 de abril, ao Programa de Itinerâncias da 34ª Bienal de São Paulo – Faz escuro mas eu canto, exposição que recebeu 700 mil visitantes no Pavilhão da Bienal e instituições parceiras, entre 2020 e 2021, além de ter atingido 2,7 milhões de pessoas online. Este ano, a primeira cidade a receber a itinerância será São Luís (MA), com abertura de exposição no próximo dia 12 de abril no Centro Cultural Vale Maranhão e na Casa do Maranhão. A circulação conta com articulação do Instituto Cultural Vale, patrocinador da Bienal por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Logo depois, no dia 26 de abril, o programa abre uma nova mostra em Campinas (SP), em parceria institucional com o SESC SP.

As itinerâncias foram concebidas por Jacopo Crivelli Visconti, curador-geral da 34ª Bienal de São Paulo – Faz escuro mas eu canto. Para 2022, as mostras foram pensadas a partir de enunciados, que são eixos temáticos ou objetos que reúnem obras e artistas, estimulando o público a refletir sobre os assuntos apresentados. Este ano, temas como colonização, racismo e questões indígenas fazem parte das discussões abordadas.

Obra de Jader Eisbell que faz parte da itinerância. Foto: divulgação/Fundação Bienal de São Paulo.

“As itinerâncias podem ser entendidas, nesse sentido, como metonímias da 34ª Bienal, partes que elucidam o funcionamento da exposição como um todo. Além de cada enunciado local, incluímos o título da 34ª Bienal, ‘Faz escuro mas eu canto’. Por meio desse verso do poeta amazonense Thiago de Mello, publicado em 1965, reconhecemos a urgência dos problemas que desafiam a vida no mundo atual, enquanto reivindicamos a necessidade da arte como um campo de resistência, ruptura e transformação”, explica Crivelli Visconti.

Mostra itinerante no Centro Cultural Vale Maranhão e Casa do Maranhão

Pela primeira vez um recorte da Bienal é apresentado na cidade de São Luís (MA), iniciativa que se tornou possível por meio da parceria inédita com o Instituto Cultural Vale, o Centro Cultural Vale Maranhão e a Casa do Maranhão. O recorte da mostra que será exibido na cidade é organizado a partir do enunciado Retratos de Frederick Douglass. Douglass foi um homem público, jornalista, escritor, orador estadunidense e um dos principais expoentes da luta pela  abolição da escravidão. Até hoje seus retratos circulam pelo mundo como símbolo de justiça e liberdade. Assim, sob o olhar penetrante e desafiador de Douglass, este enunciado traz artistas e obras voltados aos processos de colonização, deslocamento, violência e resistência que marcaram e continuam marcando a vida de milhões de pessoas ao redor do planeta. Os artistas cujas obras participam desta itinerância são Alice Shintani, Arjan Martins, Daniel de Paula, Frederick Douglass, Frida Orupabo, Neo Muyanga, Noa Eshkol, Paulo Kapela e Tony Cokes (na Casa do Maranhão) e Beatriz Santiago-Munhoz, Daiara Tukano, Deana Lawson, Frederick Douglass, Gustavo Caboco, Jaider Esbell, Paulo Nazareth, Uýra e Victor Anicet (no Centro Cultural Vale Maranhão).

Uyra Sodoma. Série “A Última Floresta – Ensaio Terra Pelada”. Foto: Matheus Belém.

“Caminhar é uma forma de aprender: comunidades e povos do mundo ensinam e compartilham conhecimentos ao caminharem, juntos. Inspirados nesse desejo de movimento e partilha, é que temos a alegria de levar, pela primeira vez para São Luís, obras da 34ª Bienal de São Paulo, que também patrocinamos. Dentre eles, os Retratos de Frederick Douglass, por entender a importância do reconhecimento da ancestralidade em suas diversas formas e trajetos, pertencimento e presença no estado do Maranhão. A exposição se divide entre os espaços do Centro Cultural Vale Maranhão e a Casa do Maranhão, propositalmente, buscando criar novos laços entre as casas de cultura do centro histórico de São Luís”, afirma Hugo Barreto, diretor presidente do Instituto Cultural Vale.

Mostra Itinerante no SESC Campinas

Fruto da longeva parceria da Fundação Bienal com o SESC SP – estabelecida desde a criação do Programa de Itinerâncias –, o SESC Campinas recebe um recorte da Bienal de São Paulo pela sexta edição consecutiva. O recorte da mostra escolhido para a cidade é organizado ao redor do enunciado Cantos Tikmũ’ũn e conta com obras dos artistas Abel Rodríguez, Adrián Balseca, Alice Shintani, E.B. Itso, Frida Orupabo, Gustavo Caboco, Hanni Kamaly, Jaider Esbell, Sebastián Calfuqueo, Sung Tieu e Victor Anicet.

Os Tikmũ’ũn, também conhecidos como Maxakali, são um povo indígena originário de uma região localizada entre os atuais estados de Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo. Após inúmeros episódios de violência e abusos, eles foram forçados a abandonar suas terras ancestrais. Seus cantos organizam a vida nas aldeias, representando os elementos do seu cotidiano: plantas, animais, lugares, objetos e saberes. A exposição concebida ao redor deste enunciado traz à tona o poder do canto, tanto no sentido literal quanto metafórico, e o exemplo dos Tikmũ’ũn como comunidade, renovado para as construções de um universo de maneira coletiva.

Ações de Difusão

O programa de mostras itinerantes irá promover ações para professores, educadores e mediadores de público das instituições parceiras do programa. As ações se concentram nos enunciados e artistas de cada uma das mostras, apresentando também conteúdos e práticas que integram a publicação educativa da 34ª Bienal, Primeiros Ensaios. Os conceitos de relação, tradução, crioulização, transparência e opacidade, elaborados pelo filósofo martinicano Édouard Glissant, serão discutidos em diálogo com o trabalho de mediação das obras. Em São Luís (MA), serão realizadas uma palestra e uma visita mediada. Em Campinas (SP), além da formação oferecida aos mediadores, também serão realizadas uma palestra e a ação “Ensaiando a exposição”, ambas abertas ao público.

Sobre o Programa de Itinerâncias da Bienal de São Paulo

O Programa de Itinerâncias da Bienal de São Paulo é uma iniciativa que chega em 2022 à sua sexta edição. A itinerância da 33ª Bienal, em 2019, percorreu oito cidades, sendo uma no exterior, e recebeu um público de mais de 170 mil visitantes.

Obra de Paulo Nazareth faz parte da itinerância da 34ª Bienal Internacional de São Paulo. Foto: divulgação/Fundação Bienal de São Paulo.

“O programa aposta na arte e no seu impacto positivo no campo da educação e da cidadania. Parcerias com as instituições em cada local permitem a difusão do trabalho para além do circuito artístico da cidade de São Paulo, chegando a outros olhares e novas sensibilidades. Além das exposições, a iniciativa inclui ações educativas e de difusão, estando alinhada à missão da Fundação de integrar cultura e educação à vida cotidiana”, afirma José Olympio da Veiga Pereira, presidente da Fundação Bienal.

Pela iniciativa, além de São Luís (MA) e Campinas (SP), mais sete cidades brasileiras e duas no exterior estão previstas para receber recortes da 34ª Bienal este ano, são elas: Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Campos do Jordão (SP), São José do Rio Preto (SP), Belém (PA), Fortaleza (CE), Juiz de Fora (MG), Santiago (Chile) e Paris (França).

Serviço:

34ª Bienal de São Paulo – Faz escuro mas eu canto

Programa de mostras itinerantes

Centro Cultural Vale Maranhão – São Luís (MA)

12 abril – 12 junho 2022

Av. Henrique Leal, 149

De terça à sábado das 10h às 19h

Entrada gratuita

Casa do Maranhão – São Luís (MA)

12 abril – 12 junho 2022

R. do Trapiche s/nº – Centro Histórico

De terça a sábado das 9h às 18h

Domingo das 9h às 13h30

Entrada gratuita

SESC Campinas – Campinas (SP)

26 abril – 31 julho 2022

Rua Dom José I, 270/333

Terça–sexta, 8h30 – 21h30

Sábado, domingo e feriados, 9h30 – 18h

Entrada gratuita.

(Fonte: Fundação Bienal de São Paulo)

Rádio Batuta lança playlist com gravações raras de Chico Buarque

Brasil, por Kleber Patricio

Capas dos compactos A banda (compacto duplo RGE 80.232, 1966) e Tanto
mar (compacto Philips 6069.144, 1975).

Referência central da música popular brasileira, Chico Buarque possui uma ampla e consagrada carreira. Desde 5 de abril, o público pode acessar mais um material do compositor: uma série de gravações raras, reunidas pela Batuta, rádio de internet do IMS. Os áudios, cuja maior parte não está disponível em nenhuma plataforma digital, podem ser ouvidos gratuitamente no site da rádio. Intitulada “Chico Buarque – Raridades analógicas”, a playlist traz 17 músicas gravadas pelo cantor em compactos, trilhas sonoras e projetos especiais lançados no Brasil e no exterior. Dezesseis das faixas saíram apenas em vinil, sendo versões alternativas de grandes sucessos do artista. Os registros jamais foram incluídos em álbuns da carreira de Chico e também não entraram nas coletâneas montadas para os boxes do compositor.

A pesquisa e seleção das músicas foram feitas pelo jornalista e pesquisador musical Renato Vieira com a ajuda da colecionadora Jennifer de Paula, que também digitalizou os áudios. O pesquisador comenta como foi o processo de busca pelas gravações, destacando as curiosidades da playlist: “Ao longo dos anos 1960 e 1970, Chico fez gravações de músicas muito conhecidas fora dos chamados discos de carreira, com outros arranjos. Em alguns casos, como o da faixa ‘Até pensei’, o primeiro registro foi feito para um compacto simples (disco de vinil com uma faixa de cada lado) que saiu rapidamente de circulação. É uma chance de ouvirmos um artista fundamental, cantando músicas que conhecemos bem, mas de um jeito diferente do qual costumamos ouvir”.

Entre as faixas incluídas no especial, está, por exemplo, uma versão menos conhecida da famosa canção “A banda”. Um dos primeiros grandes sucessos do cantor, a música foi registrada duas vezes por Chico em 1966. A gravação mais famosa abriu o primeiro LP do artista. A outra, feita com acompanhamento de uma banda, foi incluída em um raro compacto duplo e é apresentada nesta playlist.

Considerada o marco zero da carreira profissional de Chico, “Tem mais samba” também aparece neste especial. Completamente diferente da versão incluída no disco de estreia do cantor, esta foi parar no lado B do compacto com a música “Carolina”, lançado nos últimos meses de 1967. O arranjo da gravação é do maestro Gaya.

Outro destaque é a versão de “Apesar de você”. Sucesso instantâneo, a canção foi lançada em 1970 e, semanas depois, proibida pela censura da ditadura militar. Chico fez uma nova gravação da música oito anos depois, mas o registro original – que chegou a sair em CD em uma compilação do livro “Almanaque anos 70” – permanece fora das plataformas digitais, sendo reproduzido no especial.

A playlist inclui também a gravação original de “Tanto mar”. Composta em homenagem à Revolução dos Cravos de Portugal, em 1974, a música foi proibida no Brasil pela censura. Em 1978, Chico mudou alguns versos e a colocou no mesmo disco para o qual “Apesar de você” foi liberada. A versão original da canção, no entanto, nunca foi oficialmente lançada no Brasil, apenas em Portugal.

Também são reproduzidas gravações feitas em abril de 1983 durante um concerto em Manágua, na Nicarágua, que reuniu vários músicos da América Latina. Ao se apresentar, Chico cantou “O que será”, concebida para o filme “Dona Flor e seus dois maridos”, misturando duas letras que fez para a música. Também realizou um dueto com o cantor Fagner, com quem interpretou as canções “Não existe pecado ao sul do Equador”, composta junto com Ruy Guerra, e “Batuquê de praia”, que Fagner havia gravado com o jogador de futebol Zico.

Da década de 1980, há também “Tantas palavras”, com melodia de Dominguinhos e letra de Chico. Inicialmente, a canção foi feita para Roberto Carlos, que acabou não gravando a composição. Em 1984, Chico lançou a música, mas com modificações na letra. A versão original, no entanto, foi registrada pelo artista, um ano antes, na abertura da novela “Sabor de mel”, exibida pela Rede Bandeirantes, e agora pode ser ouvida nesta playlist.

O especial inclui ainda gravações raras das músicas “Noite dos mascarados”, em dueto com Odete Lara, “Meu refrão”, “Até pensei”, em versão com arranjo do maestro Lindolpho Gaya, “Tão bom que foi o Natal”, jingle feito para uma imobiliária de São Paulo, “Bom tempo”, inscrita na primeira Bienal do Samba e apresentada com participação de Tom Jobim e do Quarteto 004, “Desalento”, em versão original dirigida pelo produtor Manoel Barenbein, “Jorge maravilha”, “Quadrilha”, “Carolina” e “No dia que o Cristo falou”, dedicada ao carnavalesco Joãosinho Trinta. (Veja no serviço a relação completa das músicas, com mais informações).

O coordenador da Rádio Batuta, Luiz Fernando Vianna, reforça a importância da seleção para o estudo da obra do compositor e da música brasileira em geral: “Descobrir novidades na obra do Chico depois de quase 60 anos de carreira é incrível. E há coisas tão importantes quanto saborosas, o que torna essa playlist ainda mais incrível”.

Mais sobre a Rádio Batuta | Lançada pelo Instituto Moreira Salles em 2010, a Batuta é uma rádio de referência sobre música brasileira. Sua programação — composta por documentários, séries, especiais e podcasts — destaca conteúdos que não são mais tão abordados em rádios comerciais. Entre os documentários lançados, estão “Radamés Gnattali, artesão e operário da música” e “Tim tim por tim tim: a música de João Gilberto”, entre outros.

Serviço:

Playlist “Chico Buarque – Raridades analógicas”

O especial está disponível, para acesso gratuito, no site da Rádio Batuta

Ficha técnica

Criação, textos e pesquisa de repertório: Renato Vieira

Pesquisa de repertório e digitalização dos áudios: Jennifer de Paula

Faixas incluídas na playlist:

1 – “A banda” (com acompanhamento de banda, diferente da incluída no álbum “Chico Buarque de Hollanda”) (Chico Buarque). Do compacto duplo RGE 80.232, 1966.

2 – “Noite dos mascarados” (Chico Buarque). Com Odete Lara e MPB-4. Do compacto simples RGE 70.239. Faixa produzida por Manoel Barenbein, 1966.

3 – “Meu refrão” (Chico Buarque). Com Odete Lara e MPB-4. Do compacto simples RGE 70.239. Faixa produzida por Manoel Barenbein, 1966.

4 – “Até pensei” (primeira versão, diferente da incluída no álbum “Chico Buarque de Hollanda volume 3”) (Chico Buarque). Do compacto simples RGE 70.280, 1967.

5 – “Tem mais samba” (lado B do compacto Carolina, versão diferente da incluída no álbum “Chico Buarque de Hollanda”) (Chico Buarque). Do compacto simples RGE 70.286. Arranjo e regência do Maestro Gaya, 1967.

6 – “Tão bom que foi o Natal” (Chico Buarque). Compacto promocional distribuído aos clientes da imobiliária Clineu Rocha no Natal de 1967.

7 – “Bom tempo” (Chico Buarque) do álbum “Discomunal”, 1968, Museu da Imagem e do Som — 007. Com Quarteto 004 e Tom Jobim (piano). Direção de produção de Quarteto 004. Regência de Eumir Deodato.

8 – “Apesar de você” (Chico Buarque, diferente da incluída no disco “Chico Buarque”, de 1978). Do compacto Philips 365.315. Faixa produzida por Manoel Barenbein, 1970.

9 – “Desalento” (Chico Buarque e Vinicius de Moraes, diferente da incluída em “Construção”). Do compacto Philips 365.315. Faixa produzida por Manoel Barenbein, 1970.

10 – “Jorge Maravilha” (ao vivo no show “Tempo e contratempo”, 1974). (Chico Buarque sob o pseudônimo Julinho da Adelaide). Com MPB-4. Faixa lançada na caixa “Palco, corpo e alma”, 1976, Polygram – 9299 222. Direção musical de Magro.

11 – “Tanto mar” (letra original, diferente da incluída no disco “Chico Buarque”, de 1978) (Chico Buarque). Lançada em Portugal no compacto Philips 6069.144, 1975.

12 – “Quadrilha” (Francis Hime e Chico Buarque), da coletânea Seleção nacional de sucessos, 1977, Polygram – 6349 354. Faixa produzida por Sérgio de Carvalho. Arranjo de Francis Hime.

13 – “Tantas palavras” (letra original, diferente da incluída no disco “Chico Buarque”, de 1984) (Dominguinhos e Chico Buarque), do disco “Sabor de mel” – Trilha sonora original da novela, 1983, Ariola – 813 345-1. Faixa produzida por Mazzola.

14 – “O que será (À flor da pele)/O que será (À flor da terra)” (Chico Buarque). Do disco “Abril en Manágua – Concierto de la paz en Centroamerica”, 1984, Enigrac – NCLP 5001. Gravado ao vivo em Manágua, Nicarágua, em abril de 1983.

15 – “Não existe pecado ao sul do Equador (Chico Buarque e Ruy Guerra)/”Batuquê de praia” (Petrúcio Maia). Com Fagner. Do disco “Abril en Manágua – Concierto de la paz en Centroamerica”, 1984, Enigrac – NCLP 5001. Gravado ao vivo em Manágua, Nicarágua, em abril de 1983.

16 – “Carolina” (Chico Buarque). Com Época de Ouro. Do disco “Há sempre um nome de mulher”, 1987, independente – 803.520. Direção geral de Ricardo Cravo Albin. Assistência de produção de Maurício Tapajós. Arranjo e regência de Orlando Silveira.

17 – “No dia que o Cristo falou” (Carlos Fernando) – do disco “Asas da América” – Frevo, 1989, RCA Victor – 140.0039. Produzido por Paulo Rafael e Carlos Fernando. Direção artística de Miguel Plopschi. Direção musical de Tovinho e Paulo Rafael. Arranjos de sopro e regência de Maestro Duda.

(Fonte: Instituto Moreira Salles)

Museu Ferroviário de Indaiatuba abre temporada de visitações guiadas

Indaiatuba, por Kleber Patricio

O Departamento de Turismo da Secretaria Municipal de Cultura retoma o programa de visitas guiadas ao Museu Ferroviário de Indaiatuba para escolas e demais grupos. Entre os destaques do espaço, estão cerca de 400 peças históricas, além da Locomotiva a Vapor Nº 10.

Foto: Eliandro Figueira.

Inaugurado em 2004, o Museu Ferroviário de Indaiatuba ocupa a antiga Estação Ferroviária da Sorocabana Railway em Indaiatuba, cuja obra foi concluída em 1911. Em 2021, o prédio passou por revitalização e foi entregue à população em dezembro. A Locomotiva a Vapor Nº 10, que pertenceu ao Imperador Dom Pedro II, também foi inteiramente revitalizada, seguindo todas as diretrizes da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), responsável pelo restauro.

Atualmente, o Museu Ferroviário conta com cerca de 400 peças, além de uma maquete lúdica de mesa e uma maquete aérea do trenzinho. O prédio abriga ainda o recém-inaugurado PIT – Ponto de Informações Turísticas, onde os visitantes podem saber mais sobre as atrações turísticas de Indaiatuba e programar novos passeios.

Agendamento | “Durante essa visita guiada, os alunos e a população serão acompanhados por José Henrique Dercole, profundo conhecedor da história e das peças que integram o acervo do Museu Ferroviário de Indaiatuba”, destaca a secretária municipal de Cultura, Tânia Castanho. “Além disso, poderão conversar com a equipe do PIT – Ponto de Informações Turísticas e conhecer mais sobre os pontos turísticos de nossa cidade”.

Para mais informações e agendamento das visitas guiadas, é só ligar para (19) 3816-4917. Terças e quartas-feiras são destinadas às escolas municipais e estaduais. Escolas particulares e grupos de interessados podem agendar sua visita às quintas-feiras.

O Museu Ferroviário de Indaiatuba e o PIT – Ponto de Informações Turísticas ficam na Praça Newton Prado, s/nº, no Jardim Pompeia, e funcionam de terça a sexta, das 8h às 17h, e aos sábados e domingos, das 9h às 12h.

(Fonte: Prefeitura de Indaiatuba)

Exposição provoca enfrentamento aos imaginários consolidados

São Paulo, por Kleber Patricio

Larissa de Souza (“Identidade”, 2022) | Flávio Cerqueira (“O glorioso retorno de quem nunca esteve aqui”, 2016) | Santídio Pereira (Sem título, 2016) | Fulvio Pennacchi (“Nu masculino”, 1940). Créditos: Wallace Domingues | Romulo Fialdini | João Liberato | Henrique Luz.

A Arte132 abre o próprio espaço para outras 10 galerias e artistas independentes apresentarem obras do seu acervo, em uma mostra inovadora com curadoria de Lilia Schwarcz, criando um formato expositivo inédito no cenário cultural brasileiro. No ano do centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, eleições, Copa do Mundo, e dos 200 anos da Independência do Brasil, “Vários 22”, em cartaz entre os dias 19 de março e 21 de maio, reúne 80 trabalhos que propõem um diálogo provocativo.

Essa é a primeira vez que um espaço privado de arte convida demais galerias para produzirem uma exposição coletiva. Por meio de trabalhos de artistas contemporâneos como Flávio Cerqueira, Luiz Braga, Ayrson Heráclito, Jaider Esbell, Gê Viana, Larissa de Souza, Jaime Lauriano, Moisés Patrício, Igi Ayedun e O Bastardo, entre outros, e da inclusão de artistas (ditos populares) como Maria Auxiliadora, José Bezerra, José Antonio da Silva, a mostra ilumina as ambiguidades e tensões das obras provenientes do campo erudito e do imaginário eurocêntrico. O público é direcionado, assim, para sair da zona de conforto e refletir sobre ideias enraizadas, produtos de um ecossistema que agrega acadêmicos e modernos de formação e origem europeias.

“Um cânone que costuma deixar de fora as demais manifestações artísticas que não sejam aquelas autorreferenciadas pela própria cultura ocidental. São coleções, pois, que primam por representar o ‘outro’, mas não exatamente incluí-lo. Ou seja, com grande frequência trazem artistas homens, brancos e de origem ocidental, que pintam e esculpem o que chamam de ‘diferente’, sem atentar como ‘eles’ são também ‘outros’ na representação; que, ao pintar o exótico, ensejam muito mais suas próprias fantasias e medos do que a realidade que pretendem retratar – sem notar, tampouco, que assim impõem suas próprias métricas, a despeito de essas serem invisíveis e incontestes nas classificações que organizam. São a norma que não se nomeia”, explica a curadora Lilia Schwarcz.

“Outros dos outros” é a expressão que Lilia utiliza para apontar as percepções elitistas em telas e esculturas. Nota-se, no entanto, que os mesmos trabalhos acabam ganhando espaço, como a paisagem, o retrato exótico e as simbologias pátrias. Em Vários 22, ela sugere uma comparação pelo enfrentamento. “Nunca foi tão urgente enfrentar as imagens e representações consolidadas no nosso imaginário, para, assim, anotar esses ‘outros dos outros’: muitos modernismos e várias formas de emancipação política. São Vários e tantos 22”, reflete.

Galerias e artistas participantes da mostra: Acervo Galeria Arte132, com Edival Ramosa, Johann Moritz Rugendas, Glauco Rodrigues, Fulvio Pennacchi, Aurélio de Figueiredo, Elio Di Giusto, Paulo Mazzuchelli, Ricardo Cipicchia, João Batista Ferri, Luís Morrone, Ottone Zorlini, Jean Manzon, Benedito José Tobias, Oscar Pereira da Silva, Antonio Manuel e Ivan Serpa, Alex Fleming, Emiliano Di Cavalcanti, Rubem Valentim e Joaquim Tenreiro; artistas independentes e coleções particulares, com Daniel Lannes, Jaider Esbell, Denilson Baniwa e Jean-Baptiste Debret; Galeria Casa Triângulo, com “O Bastardo”; Galeria Estação, com José Bezerra, Elza de Oliveira Sousa, Clovis Aparecido dos Santos, José Antonio da Silva, Santídio Pereira, Moisés Patrício e Maria Auxiliadora Silva; Galeria HOA, com Igi Lola Ayedun, Lais Amaral, Pegge, Larissa de Souza e Marlon Amaro; Galeria Janaína Torres, com Andrey Guianá Zignnatto; Galeria Leme, com Jaime Lauriano, Flávio Cerqueira, Luiz Braga, Tiago Sant’Ana e Ana Elisa Egreja; Galeria Millan, com David Almeida, Emmanuel Nassar e Mario Cravo Neto; Galeria Nara Roesler, com Raul Mourão; Galeria Portas Vilaseca, com Ayrson Heráclito; Galeria Sé, com Dalton Paula e Galeria Superfície, com Gê Viana.

Sobre a Arte132 | A Arte132 expõe, dá suporte e mantém em acervo artistas brasileiros reconhecidos, principalmente sua produção autoral menos conhecida, artistas que desenvolveram um entendimento do mundo e do homem em algum momento. Suas mostras sempre têm o compromisso de apresentar arte relevante de qualidade ao maior número de pessoas possível, colecionadores ou não. A casa (concebida pelo arquiteto Fernando Malheiros de Miranda em 1972), para além de uma galeria de arte, é um lugar de encontro e descobertas.

Serviço:

“Vários 22”

Curadoria: Lilia Schwarcz

Local: Arte132

Endereço: Av. Juriti, 132, Moema, São Paulo (SP)

Abertura: sábado, 19 de março, das 11h às 17h

Período expositivo: de 19 de março a 21 de maio

Horários de visitação: de segunda a sexta, das 14h às 19h. Sábados, das 11h às 17h

Entrada gratuita

Site da Arte132.

(Fonte: a4&holofote comunicação)

Peça de teatro “Viva a Natureza” inspira crianças a lutar contra o desperdício e salvar a natureza

Mogi das Cruzes, por Kleber Patricio

Foto: Viviam Gradela.

Nos dias 26 e 27 de abril de 2022 (terça e quarta-feira), o espetáculo de teatro infantil “Viva a Natureza” será apresentado com entrada gratuita no Theatro Vasques, que fica na Rua Doutora Corrêa, 515, no Centro de Mogi das Cruzes (SP).

A peça retrata o universo de duas crianças que, ao brincar no sítio do avô, descobrem que há algo de errado nos arredores da propriedade. Ao se depararem com uma imensidão de lixo, as crianças resolvem elaborar um plano de ação para iniciar a limpeza e despoluir este pedaço de natureza. Mas terão que lidar com um grande vilão chamado Desperdício, que irá dificultar de todas as maneiras essa empreitada. Nesta aventura eletrizante, as crianças precisarão unir forças com todas as criaturas pequeninas que vivem no sítio: Dona Borboleta, Sra. Abelhinha, Dr. Vagalume e até as crianças da plateia, que serão convidadas a se juntar neste combate à poluição.

O espetáculo de artes cênicas “Viva a Natureza” é uma realização do Governo do Estado de São Paulo por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa com patrocínio da empresa RUD Correntes Industriais LTDA e produção da Sancell.

Serviço:

Espetáculo “Viva a Natureza”

Classificação Livre

Grátis

Duração: 45 minutos

Quando: 26 de abril de 2022 (terça-feira) – Horários: 10h e 14h

27 de abril de 2022 (quarta-feira) – Horário: 10h

Onde: Theatro Vasques – Endereço: Rua Doutora Corrêa, n°515 – Centro – Mogi das Cruzes (SP)

(Fonte: Luciana Gandelini Assessoria de Imprensa)