Tratamento minimamente invasivo tem sido estudado há anos e foi detalhadamente abordado na revista Epilepsia, uma das principais publicações na área
São Paulo
A Francisco, el Hombre define o seu terceiro disco de estúdio, “Casa Francisco”, como “o trabalho mais Francisco, el Hombre de todos”. Criado de forma íntima por meio de imersões que a banda fez, o álbum tem como um dos seus principais destinos o palco, espaço que pode ser considerado o habitat do grupo e que gerou um vazio no período de pandemia. Agora, a Francisco, el Hombre – formada por Mateo Piracés-Ugarte, Lazúli, Sebastianismos, Andrei Kozyreff e Helena Papini – retorna aos palcos para celebrar o lançamento e reencontro com o público. No dia 8 de abril, sexta-feira, o quinteto se apresenta no Brasuca Espaço Cultural, em Campinas, e os ingressos já estão disponíveis (confira aqui).
Músicas como “Olha a Chuva”, “Se Não Fosse por Ontem” e “Nada Conterá a Primavera” fazem parte do repertório juntamente com faixas que marcaram os discos anteriores, como “Triste, Louca ou Má” e “Tá Com Dólar, Tá Com Deus”, que fazem parte do “Soltasbruxa” (2016) e “Chão Teto Parede: pegando fogo”, do “Rasgacabeza” (2019).
Ouça “Casa Francisco” aqui.
Serviço:
Francisco, el Hombre @ Brasuca Espaço Cultural, Campinas
Data: 8 de abril (sexta-feira)
Horário: A partir das 22 horas
Local: Brasuca Espaço Cultural | Av. Santa Isabel, 800 – Barão Geraldo
Ingressos: https://www.multiingressos.com.br/evento/545/Francisco_El_Hombre__Maiko
Valores: Inteira – R$100 + taxas | Meia-entrada a partir de R$50 + taxas.
(Fonte: Trovoa Comunicação)
Depois de dois anos de sessões virtuais de degustações de vinho, os viajantes e apreciadores da bebida podem começar a pensar em conhecer os países onde são produzidos seus rótulos favoritos. De acordo com uma pesquisa da Booking.com, 3 em cada 10 brasileiros (33%)* consideram o vinho como a bebida das férias. Um outro levantamento de dados da plataforma também revelou que os viajantes estão com vontade de esticar as pernas e conhecer o mundo a pé, dado que 19%** dos turistas do país indicaram que pretendem viajar para fazer trilhas. Pensando nisso, a Booking.com selecionou 5 regiões vinícolas incríveis (com base em recomendações de viajantes na plataforma)*** em que é possível combinar trilhas e degustações de vinhos.
Porto, Portugal
De acordo com viajantes da Booking.com, Porto é o destino mais recomendado quando se trata de viagens para degustar vinho. É fácil entender o motivo. Essa cidade litorânea no noroeste de Portugal é famosa pelos vinhos do Porto, produzidos no Vale do Douro. Além de ser Patrimônio Mundial da Unesco, essa é uma das regiões vinícolas mais antigas do mundo e produz alguns dos melhores vinhos portugueses. Para conhecer a região, vale a pena caminhar pelos inúmeros vinhedos percorrendo uma das trilhas disponíveis. Os viajantes podem aproveitar a vista das colinas enquanto saboreiam uma taça de vinho em uma das diversas vinícolas.
Onde se hospedar: Com uma vista para os vinhedos, o Ventozelo Hotel & Quinta fica localizado bem no meio do Vale do Douro, a apenas 2 horas de carro do Porto. Lá, é possível aproveitar a paisagem, além de tomar uma taça de um dos melhores vinhos de Portugal. A acomodação conta com vários edifícios que respeitam sua estrutura e raízes originais, enquanto os quartos apresentam arquitetura e design modernos. A culinária local pode ser saboreada no restaurante do hotel e há também passeios de degustação de vinhos ou trilha guiada pela região.
Sonoma, Califórnia, Estados Unidos
Sonoma é o lugar perfeito para quem ama vinho e gosta de caminhar. O vale de Sonoma é um destino mundialmente famoso e conta com centenas de vinhedos, que vão desde os menores, administrados por famílias, até grandes vinícolas de renome internacional. Diversas vinícolas famosas têm suas origens nessa cidade da Califórnia. Como a região oferece muitos passeios de degustação de vinho e por vinícolas, não é surpresa que Sonoma seja muito bem recomendada para degustação da bebida por viajantes da Booking.com. Para os turistas mais aventureiros, a região também oferece passeios de mountain bike e de balão.
Onde se hospedar: O Cottage Inn & Spa é uma acomodação aconchegante e romântica na região vinícola. Essa pousada campestre é ideal para relaxar depois de passar o dia conhecendo a região a pé. Lá, é possível fazer um tratamento no spa da acomodação ou apreciar a vista do jardim enquanto toma uma taça de vinho. Devido à boa localização, os hóspedes podem caminhar até as inúmeras opções gastronômicas que Sonoma oferece.
Florença, Itália
Florença é muito recomendada por viajantes da Booking.com por seus vinhedos. A capital da Toscana, na Itália, produz vários vinhos italianos famosos. A região é repleta de hectares de belos vinhedos que os viajantes podem conhecer enquanto caminham por trilhas que levam a vinícolas com degustação de vinhos.
Onde se hospedar: Os viajantes podem aproveitar uma estadia toscana tradicional no Salvadonica, a apenas meia hora de carro de Florença. Este hotel-fazenda rural feito de pedra fica nas colinas de Chianti e é cercado de vinhedos e olivais. Depois de passar o dia conhecendo os arredores repletos de vinhedos, os visitantes podem relaxar no amplo jardim que fica em volta da piscina e tem vista das colinas do interior toscano.
Santiago, Chile
Um dos destinos mais recomendados por viajantes da Booking.com para visitar vinhedos é Santiago, capital do Chile. Existem muitas regiões vinícolas nos arredores, incluindo o Vale do Maule, uma importante região produtora de vinho para o Chile, responsável por boa parte da exportação da bebida do país. Obviamente, os viajantes gostam de ir para Santiago por causa de seus vinhos. É uma excelente ideia conhecer essas regiões vinícolas a pé, pois elas oferecem muitas opções de trilhas e degustações para fugir do agito da cidade e conhecer os vinhedos incríveis que o Chile oferece.
Onde se hospedar: Os viajantes podem se hospedar no Hotel Casa Real, uma das adegas mais antigas do Chile, localizada na região de Santiago, dentro do vinhedo de Santa Rita. Esse hotel boutique de luxo é um monumento histórico, onde o vinho é protagonista. É possível participar de degustações, organizadas pela acomodação mediante pedido, ou curtir um piquenique gourmet nos jardins do hotel. Para quem quiser saborear um vinho fora da acomodação e fazer atividades físicas durante a estadia, o hotel oferece passeios até as regiões vinícolas nas imediações, onde os hóspedes podem fazer trilhas e degustar vinhos pelos diferentes vinhedos.
Coonawarra, Austrália
A região vinícola de Coonawarra, no sul da Austrália, é um destino indispensável para quem adora vinhos tintos ousados. Apesar de a região não ser muito grande (somente 20 quilômetros de extensão), os viajantes podem passar o dia degustando vinhos de alta qualidade em vinícolas famosas. A região é perfeita para quem quer conhecer as vinícolas a pé. Existe até uma trilha das vinícolas de Coonawarra, onde os viajantes podem caminhar por 5 quilômetros de vinhedos e visitar seis vinícolas diferentes.
Onde se hospedar: Localizado dentro dos vinhedos, o Highbank Country Accommodation é perfeito para quem gosta de vinho e trilhas. Os hóspedes acordam em um vale e saboreiam o vinho delicioso produzido na região. É possível conhecer os arredores a pé e fazer trilhas pelos hectares de vinhedos nas imediações do B&B.
*Pesquisa encomendada pela Booking.com e realizada com um grupo de adultos que pretende viajar nos próximos 12 meses. No total, 1.000 entrevistados no Brasil responderam a uma pesquisa on-line em outubro de 2021.
**Pesquisa encomendada pela Booking.com e realizada de maneira independente com 47.728 entrevistados em 28 mercados. Para participar dessa pesquisa, os participantes deveriam ter mais de 18 anos, terem viajado pelo menos uma vez nos últimos 12 meses e serem responsáveis pela decisão ou estarem envolvidos no processo de tomada de decisão da viagem. A pesquisa foi feita on-line e ocorreu em novembro de 2020.
***Com base nas recomendações para degustação de vinhos e visitar vinhedos deixadas na Booking.com como parte das avaliações pós-estadia.
(Fonte: Edelman)
Uma nova análise abrangente de estudos sobre carne e proteínas lançada na quarta (6) revela que as “proteínas alternativas”, como a carne cultivada em laboratório e os novos substitutos à base de plantas, não são tão sustentáveis como seus defensores afirmam – e arriscam fortalecer o domínio dos sistemas alimentares por grandes empresas agro-industriais, dietas padronizadas de alimentos processados e cadeias de abastecimento industrial que prejudicam as pessoas e o planeta.
Seguindo a evidência apresentada pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) sobre a necessidade de alterações fundamentais nos sistemas alimentares para o combate às mudanças climáticas, o relatório do IPES-Food (Painel Internacional de Especialistas em Sistemas Alimentares Sustentáveis) alerta para os riscos de se cair numa armadilha de soluções tecnológicas. Tecnologias como a carne cultivada em laboratório, substitutos à base de plantas e pecuária e piscicultura de precisão prometem reduzir os danos ambientais; no entanto, as evidências para estas alegações são limitadas e especulativas, diz o IPES-Food. Elas podem causar mais danos do que benefícios – resultando em alimentos ultraprocessados, dependência de energia de combustíveis fósseis e perda de meios de subsistência para pequenos agricultores no Sul Global.
As chamadas proteínas alternativas atraíram apoiadores como Bill Gates, Sergey Brin, e Richard Branson; e o apoio dos governos dos Estados Unidos, China e Europa. Mas o mercado também viu investimentos e aquisições significativas no setor por parte das grandes empresas mundiais de processamento de carne, incluindo a JBS, Cargill e Tyson. O mercado de proteínas alternativas é agora caracterizado por grandes empresas que combinam tanto a produção industrial de carne como um número crescente de alternativas, criando monopólios proteicos.
Para Philip Howard, membro do IPES-Food e autor principal do relatório, “é fácil perceber a razão pela qual as pessoas seriam atraídas pelo marketing e pela propaganda – mas substituir a carne por proteínas ‘alternativas’ não vai salvar o planeta. Em muitos casos, a mudança para as proteínas ‘alternativas’ agravará os problemas do nosso sistema alimentar industrial, como a dependência de combustíveis fósseis, monoculturas industriais, poluição, más condições de trabalho, dietas pouco saudáveis e controle por gigantescas corporações”.
O relatório critica as alegações que dominam e polarizam a discussão pública sobre carne e proteínas – descobrindo que existe uma “obsessão por proteínas”, um foco restrito nos gases de efeito estufa, que exclui preocupações de sustentabilidade mais amplas, e uma falha em dar conta das diferenças significativas entre os sistemas de produção de carne nas diferentes regiões do mundo. Em vez disso, o painel de especialistas exige um maior foco em sistemas alimentares como um todo e políticas alimentares abrangentes que sejam capazes de medir não apenas os gases de efeito estufa, mas também adotar amplas métricas de sustentabilidade dentro de contextos territoriais/regionais e redirecionar recursos públicos e privados de grandes “empresas de proteínas” para o bem público.
“Algumas pessoas dizem que mais proteínas são necessárias para impedir a fome, como desculpa para adotar soluções tecnológicas como as ‘proteínas alternativas’. Mas a realidade é que existe um excesso de produção de proteínas a nível global. Estas soluções tecnológicas têm pouco ou nada a oferecer às pessoas em condições de insegurança alimentar”, afirma Cecília Rocha, pesquisadora brasileira membro do IPES-Food e professora da Universidade Ryerson, no Canadá. “A propaganda simplista sobre a carne ignora completamente a vivência das pessoas do Sul Global para quem a carne e o peixe são sim fontes sustentáveis de nutrientes e meios de subsistência”, complementa.
(Fonte: Agência Bori)
Pesquisa publicada na revista “Direito GV” na quarta (6) revela que registros de patentes relacionados a espécie de rã nativa da Amazônia foram realizados, em sua maioria, em países como Estados Unidos, Canadá, Japão, França e Rússia. Descrito por pesquisador da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), o caso de apropriação de recursos genéticos da Phyllomedusa bicolor é exemplo de como brechas na regulamentação internacional de sistemas de patentes e imprecisões de termos normativos podem contribuir para que países do Norte global explorem recursos e saberes tradicionais de povos indígenas sobre a flora e fauna brasileiras.
O pesquisador realizou levantamento dos registros de patentes sobre a espécie de rã em bases de dados internacionais. A partir destes documentos, ele observou que países desenvolvidos predominavam nestes registros – o que demonstra uma lógica de transferência de recursos genéticos naturais e outros conhecimentos de países em desenvolvimento como o Brasil para países do Norte Global.
A maior parte das onze patentes vinculadas à rã referenciam termos científicos de secreção da espécie da Phyllomedusa bicolor. Com propriedades analgésicas e antibióticas, a secreção é conhecida e utilizada por mais de quinze povos indígenas do sudoeste da Amazônia, como os Matsés, segundo aponta revisão de estudos etnográficos presente no artigo. Todas as patentes foram obtidas após a Convenção da Diversidade Biológica, tratado da Organização das Nações Unidas firmado em 1992. Cinco delas foram após Protocolo de Nagoya, estabelecido em 2010, como forma de regulamentar e garantir participação justa e equitativa dos benefícios derivados de recursos genéticos da fauna e flora mundiais. Isto pode sinalizar lacunas desses instrumentos de regulação na proteção dos recursos genéticos naturais.
Segundo aponta Marcos Vinício Feres, autor do estudo, esse é o primeiro artigo de um projeto em andamento que pretende examinar o sistema de direitos de propriedade intelectual e seu aparato burocrático em todo o mundo. “Queremos analisar a possível estrutura de apropriação do conhecimento tradicional por meio do sistema de patentes”, explica o pesquisador. Entender os meandros burocráticos de transferência de conhecimento do Sul para o Norte Global tem importância estratégica para o Brasil, que tem uma grande biodiversidade em fauna e flora. Ao trazer luz para esse tema, pesquisas podem ajudar a proteger bens e saberes do território brasileiro.
Os próximos passos do grupo de pesquisa de Feres envolvem entender, a partir da perspectiva do direito, como se configura o sistema de patente e de uso de recursos da biodiversidade brasileira em outras regiões do Brasil além da Amazônia. “Temos regiões de Mata Atlântica e de Cerrado que possuem grande conhecimento tradicional associado e podem gerar oportunidades de lucro para o Norte Global”, completa o pesquisador.
(Fonte: Agência Bori)
A Nara Roesler São Paulo tem o prazer de apresentar “Voarei com as asas que os urubus me deram”, primeira individual de André Griffo na galeria, com texto de Agnaldo Farias. A mostra apresenta trabalhos inéditos do artista fluminense, já conhecido por suas composições que privilegiam a representação de espaços nos quais se inserem elementos que visam questionar aspectos presentes na cultura do Brasil. Griffo apresenta também pela primeira vez, duas instalações elaboradas especialmente para a ocasião. A mostra abriu no dia 2 de abril, na ocasião da SP-Arte Weekend, integrando a programação oficial da feira, e segue em exibição até 21 de maio de 2022.
Nos últimos anos, André Griffo tem se firmado no cenário artístico pela excelência de seu trabalho pictórico, em que espaços arquitetonicamente ou socialmente intrigantes são apresentados com a presença de imagens, figuras e construções em miniatura. De fato, o artista tem entendido os espaços como lugares em que diferentes temporalidades podem se sobrepor de modo a evocar os mais diferentes elementos que compõem nossa realidade. Os espaços de Griffo acabam por se tornar verdadeiros veículos para um discurso que vê na justaposição de objetos anacrônicos uma estratégia para falar da permanência de estruturas de poder na formação do Brasil.
A partir desse processo singular, Griffo apresenta um novo corpo de trabalho, que não depende diretamente da representação arquitetônica, caracterizando-se também pelo uso de folhas de ouro e pelo entrelaçamento entre o presente e o passado, dado às referências a artistas consagrados da história da arte, tais como Michelangelo, Cranach e Van Eyck. Um exemplar dessa nova série é “Antônio agredido pelos demônios”, que faz referência a “Sant’Antonio battuto dai diavoli”, do renascentista Stefano di Giovanni (Siena, 1392–1450), também conhecido como Sasseta. O uso pouco usual que o artista faz do ouro em suas pinturas, aplicando-o sobre os rostos e partes íntimas dos demônios que agridem o santo, chamou a atenção de Griffo, que então refez a composição, incluindo, no entanto, elementos e personagens contemporâneos, aproximando, mais uma vez, diferentes tempos e nos levando a refletir sobre as provações dos santos e quais são adversidades pelas quais passamos nos dias de hoje.
Já na série “O vendedor de miniaturas”, Griffo cria composições em estações de metrô, lugares de passagem que, devido ao grande fluxo de pessoas, é escolhido por muitos vendedores informais para disporem seus produtos. Todavia, as miniaturas comercializadas pela personagem ali retratada são figuras representativas do sistema de poder territorial no Rio de Janeiro, tais como líderes religiosos, políticos, santos, milicianos e policiais, transformados em objetos que tanto evocam o sagrado, quanto o lúdico, podendo ser tomados como figuras de ação. Na ocasião da exposição, Griffo confeccionou miniaturas tridimensionais dessas personagens que serão dispostas no espaço da galeria, usando estruturas e modos de organização similares às empregadas pelos ambulantes, tais como a disposição sobre lonas e o uso de ganchos.
O artista assim, revisita um desejo inicial de criar projetos instalativos que fossem meios de reflexão e crítica sobre determinados aspectos sociais e políticos. Em “A materialização do canto da mãe da lua”, outra instalação inédita apresentada na mostra, o artista ocupa o espaço tridimensional com imagens e objetos que oferecem uma reflexão sobre mecanismos patriarcais que seguem moldando nossa sociedade. Nesse sentido, o próprio observador, tornado uma espécie de ator na cena criada pelo artista, é convidado a perceber como atua na manutenção dos costumes e princípios herdados.
“Voarei com as asas que os urubus me deram” apresenta uma síntese da pesquisa recente de André Griffo, ao mesmo tempo em que suscita reflexões sobre questões políticas e sociais atuais fazendo uso de elementos de outros períodos históricos. Ao serem conectadas, por meio das pinturas e instalações, as diferentes temporalidades podem nos auxiliar a compreender como chegamos até o momento presente.
André Griffo
A pesquisa de André Griffo é voltada para a pintura e suas relações históricas com a representação da arquitetura. Longe dos grandes discursos panfletários, o artista nos convida a dar atenção aos mínimos detalhes de suas imagens que refletem as muitas violências que dão corpo às narrativas relativas às histórias do Brasil e suas ruínas. Nesse sentido, suas telas são complexos arquivos visuais onde coexistem os mais diversos elementos, cujas relações são capazes de ressignificar e aprofundar as críticas ali presentes. O trabalho de Griffo volta-se para a crítica das estruturas de poder, em especial sobre as ficções por elas criadas para a manutenção do controle dos indivíduos. Entre elas, o artista volta-se às permanências dos efeitos da economia escravocrata na formação histórica brasileira, assim como aos mecanismos das instituições religiosas na fundação de imaginários que visam a submissão dos fiéis.
Griffo utiliza sua formação em arquitetura para elaborar espaços em que coexistem referências históricas e contemporâneas. Seus espaços, usualmente vazios, são habitados por rastros, símbolos e signos que destacam a permanência e influência do passado em problemáticas socioculturais atuais de modo fantasmático. Sua produção entrelaça o documental e o ficcional, explorando a conexão entre as disciplinas da História da Arte e da Arquitetura às questões sociais, brasileiras e mundiais. Ao sobrepor diversas temporalidades e suas complexas realidades, os trabalhos de Griffo expõem elementos constitutivos da sociedade de modo a criar relatos sobre a permanência das coisas.
André Griffo nasceu em 1979, em Barra Mansa, Brasil. Atualmente, vive e trabalha no Rio de Janeiro, Brasil. Dentre suas principais exposições individuais destacam-se “A quem devo pagar minha indulgência?”, na Galeria Athena (2019), no Rio de Janeiro, Brasil; “Objetos sobre arquitetura gasta”, no Centro Cultural São Paulo (CCSP) (2017), em São Paulo, Brasil; “Intervenções pendentes em estruturas mistas”, no Palácio das Artes (2015), em Belo Horizonte, Brasil e “Predileção pela alegoria”, na Galeria Athena (2015), no Rio de Janeiro, Brasil. Principais coletivas recentes incluem: 21ª Bienal de Arte Contemporânea SESC Vídeo Brasil (2019), em São Paulo, Brasil; “Intervenções”, no Museu da República (2016), no Rio de Janeiro, Brasil; “Ao amor do público”, no Museu de Arte do Rio (MAR) (2015), Rio de Janeiro, Brasil e “Aparições”, na Caixa Cultural (2015), no Rio de Janeiro, Brasil. Foi contemplado com uma bolsa para realizar a residência artística do Vermont Studio Center (Johnson, E.U.A.). Suas obras integram várias coleções, tais como Instituto Itaú Cultural, São Paulo, Brasil; Instituto PIPA, Rio de Janeiro, Brasil e Museu de Arte do Rio (MAR), Rio de Janeiro, Brasil.
Nara Roesler
Nara Roesler é uma das principais galerias brasileiras de arte contemporânea, representando artistas brasileiros e internacionais fundamentais que iniciaram suas carreiras na década de 1950, bem como artistas consolidados e emergentes cujas produções dialogam com as correntes apresentadas por essas figuras históricas. Fundada por Nara Roesler em 1989, a galeria tem consistentemente fomentado a prática curatorial, sem deixar de lado a mais elevada qualidade da produção artística apresentada. Isso tem sido ativamente colocado em prática por meio de um programa de exposições criterioso, criado em estreita colaboração com seus artistas; a implantação e estímulo do Roesler Curatorial Project, plataforma de iniciativas curatoriais; assim como o contínuo apoio aos artistas em mostras para além dos espaços da galeria, trabalhando com instituições e curadores. Em 2012, a galeria ampliou sua sede em São Paulo; em 2014, expandiu para o Rio de Janeiro e, em 2015, inaugurou um espaço em Nova York, dando continuidade à sua missão de oferecer a melhor plataforma para seus artistas apresentarem seus trabalhos.
André Griffo – “voarei com as asas que os urubus me deram”
Nara Roesler São Paulo
Exposição: 2 abr –21 mai, 2022.
(Fonte: Ju Vilela Press)