Notícias sobre arte, cultura, turismo, gastronomia, lazer e sustentabilidade

Inscreva seu e-mail e participe de nossa Newsletter para receber todas as novidades

Coro Contemporâneo de Campinas e Sinfônica da Unicamp realizam concerto de Páscoa

Campinas, por Kleber Patricio

O Coro Contemporâneo de Campinas (CCC) e a Orquestra Sinfônica da Unicamp (OSU) realizam entre os dias 6 e 8 de abril o Concerto de Páscoa “Stabat Mater”, com apresentações em diferentes igrejas de Campinas e Mogi Mirim, com regência do maestro Angelo José Fernandes. O concerto traz um repertório composto por dois Stabat Mater com texto adequado à Semana Santa, tradicional celebração da Igreja Católica que aborda as dores de Maria, Mãe de Jesus, durante a crucificação e morte de seu Filho. Stabat Mater compõe parte de um canto litúrgico católico que remonta ao século XIII.

O primeiro Stabat Mater é de G. B. Pergolesi para Soprano e Alto solo, coro feminino, orquestra de cordas e órgão. Já o segundo Stabat Mater traz J. J. E. Lobo de Mesquita para quarteto solista, coro misto, orquestra de cordas e órgão.

As apresentações serão gratuitas. Dias 6 e 8 em Campinas, às 19h30, nas Igrejas Santa Isabel e do Carmo, respectivamente, e dia 7 de abril, às 20h, na Matriz de Mogi Mirim.

PROGRAMA

Coro Contemporâneo de Campinas e Orquestra Sinfônica da Unicamp

Stabat Mater

Regência: Angelo J. Fernandes

Primeira parte

G. B. Pergolesi (1710-1736) – Stabat Mater

I. Coro: Stabat Mater dolorosa

II. Aria (Soprano): Cujus animam gementem

III. Coro: O quam tristia et afflicta

IV. Aria (Alto): Quae moerebat et dolebat

V. Dueto e coro: Quis est homo, qui non fleret

VI. Aria (Soprano): Vidit suum dulce natum

VII. Aria (Alto): Eja mater fons amoris

VIII. Coro: Fac, ut ardeat cor meum in amando Christum Deum

IX. Dueto e Coro: Sancta Mater istud agas

X. Aria (Alto): Fac, ut portem Christi mortem

XI. Dueto: Inflammatus et accensus per te

XII. Coro: Quando corpus morietur

Solistas: Marília Carvalho, soprano (dias 6 e 8)

Sarah Migliori, mezzo-soprano (dias 6 e 8)

Rebeca Oliveira, soprano (dia 7)

Rafaela Duria, soprano (dia 7)

Segunda parte

José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (1746-1805) – Stabat Mater

(Sequência de Nossa Senhora das Dores)

I. Stabat Mater (Moderato)

II. Eia Mater (Andante)

III. Amen (Allegro)

Solistas: Rebeca Oliveira, soprano (dias 6 e 8)

Marília Carvalho, soprano (dia 7)

Rafaela Duria, soprano (dias 6 e 8)

Sarah Migliori, mezzo-soprano (dia 7)

Clóvis Português, tenor

Daniel Luiz, barítono.

Serviço:

Stabat Mater | Coro Contemporâneo de Campinas e Orquestra Sinfônica da Unicamp

6 de abril, às 19h30 – Igreja Santa Isabel (Barão Geraldo, Campinas)

7 de abril, às 20h00 – Igreja Matriz São José (Mogi Mirim)

8 de abril, às 19h30 – Basílica Nossa Senhora do Carmo (Campinas)

Evento gratuito.

 (Fonte: Unicamp)

O potencial dos sistemas agroflorestais para conciliar bem-estar humano e conservação ambiental na Amazônia

Amazônia, por Kleber Patricio

Foto: Bruno Kelly/Amazônia Real.

Percorrer algumas áreas agrícolas da Amazônia pode causar uma certa surpresa ao visitante. No mosaico de pastos e roças, que são mais comuns na região, a paisagem pode se tornar mais verde, densa e variada. Neste caso, visualizam-se árvores frondosas, como a castanheira, compartilhando espaço com cultivos, tais quais os do açaí, andiroba, copaíba, cupuaçu, cacau e banana, e ainda culturas anuais, como o milho e a mandioca. Essas paisagens compõem as chamadas Agroflorestas, Sistemas Agroflorestais (SAFs) ou simplesmente Consórcios, como as comunidades locais as denominam.

Elas não representam algo novo, pelo contrário. As comunidades locais da Amazônia vêm praticando sistemas integrados e diversificados ao longo dos séculos, desde o período pré-colombiano, mesmo antes da domesticação de espécies nativas para agricultura. Entretanto, a novidade das últimas décadas é o esforço empreendido por instituições de pesquisa, como Embrapa, Universidades, Organizações Não-Governamentais, junto a segmentos da produção familiar e comunidades tradicionais para expandir a implantação destes sistemas em substituição aos monocultivos de baixa produtividade. Basicamente, busca-se ampliar o potencial destes espaços de produção por meio da diversificação das espécies cultivadas em substituição aos sistemas de baixa produtividade e alta degradação ambiental que predominam na região.

A urgência é grande frente às múltiplas crises enfrentadas na Amazônia – climática, hídrica, alimentar e de direitos de Povos Indígenas e Comunidades Locais (PICL) – e que transbordam para outras regiões do Brasil. A transição para formas mais sustentáveis de produção agropecuária – i.e., que conservem o meio natural, minimizem as mudanças climáticas, reduzam impactos sobre a biodiversidade e beneficiem os PICLs – deve estar no centro das preocupações brasileiras. As agroflorestas, se bem planejadas e manejadas, pontuam em todos estes aspectos: aumentam biodiversidade, estoques de carbono e têm grande potencial para restaurar áreas agrícolas degradadas. Portanto, motivos não faltam para realizar o máximo desse potencial.

São ainda relativamente poucos os estudos sobre o potencial socioeconômico das agroflorestas. Ainda assim, as avaliações existentes vêm mostrando, de forma muito consistente, que os SAFs são altamente viáveis e que seus indicadores socioeconômicos são muito positivos. Abordamos alguns deles a seguir, a título de exemplo.

No município de Tomé-Açu, Pará, agricultores ligados à Cooperativa CAMTA (Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu) desenvolvem SAFs nos quais áreas de 10 a 20 hectares (ha) produzem rendimentos comparáveis à pecuária bovina em pastagens de 400 a 1.200 ha. Esses SAFs geram mais empregos por unidade de área do que a pecuária extensiva à pasto. Além disso, tem se mostrado muito mais rentáveis do que a agricultura de corte-e-queima para comunidades de produtores familiares em áreas no médio Tapajós, no Pará.

Em Rondônia, um sistema agroflorestal do Projeto RECA (Reflorestamento Econômico Consorciado e Adensado), os pesquisadores também mostraram resultados igualmente promissores. O RECA, juntamente com a CAMTA, constituem exemplos bem-sucedidos de agroflorestas na Amazônia. Em um dos SAFs estabelecidos no RECA – composto por copaíba, andiroba, cupuaçu, pupunha e bananeira – os empreendedores tiveram retorno financeiro desde o 2º ano de implantação, a partir da renda da comercialização da banana. Esse resultado foi uma novidade, uma vez que SAFs com espécies perenes geralmente demandam de 8 a 12 anos para obtenção de retorno econômico positivo aos investimentos. Neste caso, o valor presente líquido, calculado para 20 anos, representou cerca de R$41.300,00, com a renda anual de cerca de R$4.200 por hectare.

Mas como esses benefícios dos SAFs se comparam a outros sistemas agropecuários em curso na região? Usamos aqui um estudo da Rede Amazônia Sustentável (RAS), que comparou a variação da renda entre propriedades que adotam diferentes atividades agrícolas, em 2011, em Santarém e Paragominas, no Pará. A renda anual média por hectare em propriedades com cultivos perenes mais especializados, como frutas e pimenta-do-reino, foi cerca de quatro vezes superior à produção de soja e cerca de nove vezes – isso mesmo, NOVE vezes – superior à renda das propriedades com pecuária na região do estudo.

Apesar das vantagens dos sistemas agroflorestais, existem diversos obstáculos a sua adoção em larga escala pelos produtores familiares, que respondem por 83% dos 919.057 estabelecimentos na Amazônia Legal. Entre esses, se destacam os elevados custos de implementação inicial dos SAFs, as dificuldades de acesso e inadequação das linhas de crédito rural, dos serviços de assistência técnica e extensão rural e de acesso aos mercados para a comercialização desses produtos.

Por outro lado, há um momentum crescente em direção a uma nova bioeconomia da floresta e seus ecossistemas na Amazônia que preconiza todo um ambiente de inovação e integração da ciência com os conhecimentos tradicionais. Na visão dos amazônidas, esta inovadora Bioeconomia envolve, por exemplo, novos bioprodutos com maior valor agregado, novas formas de produção ou de cooperação social, ao mesmo tempo em que conserva os ecossistemas e o conhecimento tradicional. É certo que tal produção inovadora amplia extraordinariamente as oportunidades e o potencial das agroflorestas de contribuir para um processo de desenvolvimento inclusivo, com maior equidade e que concilia bem-estar humano com a conservação da biodiversidade.

Entretanto, não sejamos ingênuos: a realização desse potencial só será possível com mudanças profundas da realidade do interior amazônico. São essenciais as políticas públicas e grandes investimentos estruturais em pilares fundamentais: educação, saúde, pesquisa científica aplicada, assistência técnica contínua e de qualidade, ampliação do acesso ao crédito, prioridade para a implementação de uma infraestrutura sustentável dos modais de transporte, além da ampliação do acesso à comunicação rural.

Esses avanços fundamentais serão facilitados pela cooperação entre países amazônicos e não-amazônicos, bem como entre instituições de diversas origens e setores. A interrupção dos atuais incentivos para atividades predatórias é um ponto de partida fundamental para a emergência deste ambiente de inovação. As mudanças são urgentes e precisamos implementá-las em tempo recorde.

Sobre os Autores

Joice Ferreira é Ecóloga, pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental, co-fundadora da Rede Amazônia Sustentável (RAS). Na Embrapa, é membro do comitê gestor do Portfólio em Serviços Ambientais. É professora da pós-graduação na Universidade Federal do Pará. Sua pesquisa foca na interface entre os usos da terra e a conservação de Serviços Ambientais e Biodiversidade na região Amazônica. Joice é autora dos capítulos 27, 28, 29 e 30 do Relatório de Avaliação da Amazônia 2021 produzido pelo Painel Científico para a Amazônia.

Judson F. Valentim é agrônomo, pesquisador da Embrapa Acre, presidente do Comitê Gestor do Portfólio Amazônia. Sua pesquisa tem foco em inovações e no suporte à formulação de políticas públicas para intensificação sustentável dos sistemas de produção agropecuários na Amazônia. Judson é autor dos capítulos 11, 27, 28, e 29 do Relatório de Avaliação da Amazônia 2021 produzido pelo Painel Científico para a Amazônia.

Carlos Eduardo Young é Economista, Professor Titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atua na área de instrumentos econômicos para a política ambiental, valoração de serviços ecossistêmicos, macroeconomia do meio ambiente e contabilidade verde. Carlos é autor do capítulo 30 do Relatório de Avaliação da Amazônia 2021 produzido pelo Painel Científico para a Amazônia.

Sobre o Painel Científico para a Amazônia (PCA) | O Painel Científico para a Amazônia é uma iniciativa inédita convocada pela Rede de Soluções de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (SDSN), lançado em 2019 e inspirado no Pacto Leticia pela Amazônia. O PCA é composto por mais de 200 cientistas e pesquisadores proeminentes dos oito países amazônicos e Guiana Francesa, além de parceiros globais que apresentaram em 2021 um relatório inédito com uma abordagem abrangente, objetiva, transparente, sistemática e rigorosa do estado dos diversos ecossistemas da Amazônia e papel crítico dos Povos Indígenas e Comunidades Locais (IPLCs), pressões atuais e suas implicações para o bem-estar das populações e conservação dos ecossistemas da região e de outras partes do mundo, bem como oportunidades e opções de políticas relevantes para a conservação e desenvolvimento sustentável.

(Fonte: Agência Bori)

Como o fluxo da vida, mostra criada por Bia Lessa no SESC Avenida Paulista se modifica a cada movimento

São Paulo, por Kleber Patricio

“Mercadoria” – Cartas ao Mundo – frame de filme. Créditos: Bia Lessa.

“Acorda humanidade!” – Trecho de “A Idade da Terra”

Um manifesto. Um grito. Uma necessidade urgente de (re) pensar o mundo atual com os olhos – cabeça e coração – de Glauber Rocha. Três universos em caos controlado, suportes para olhares apurados e críticos dirigidos para a realidade em que estamos inseridos, para um contexto de pouco caso e desinteresse pelo outro, de declínio da capacidade de convivência, do que é público, coletivo, e de tudo aquilo que isso representa. “’Quis/mudar/tudo’: como no poema de Augusto de Campos, esse foi o mote desse projeto. Essa é a meta desse trabalho — o desejo de tomada de consciência e de mudança”, diz Bia Lessa, criadora e curadora da exposição “Cartas ao Mundo”, em cartaz no SESC Avenida Paulista, em São Paulo, de 2 de abril a 29 de maio de 2022.

Ao visitar a mostra, o espectador assume outros papeis quando se depara com os três capítulos de uma narrativa cinematográfica que estimula, com realidades e ambientes que ganham vida em uma expografia que se transforma incessantemente com cenários que se modificam durante a visitação. A exposição quebra as barreiras do que se costuma esperar de uma mostra e se encaminha para uma antiexposição, como diria Tadeusz Kantor.

“Mercadoria” – Cartas ao Mundo – frame de filme.

Formas, cores, atos e reflexos conduzem o visitante e são conduzidos por ele. Performances sequenciais, realizadas por uma dezena de artistas, vão preenchendo, assim, os universos dos filmes “Asfixia”, “Mercadoria” e “O Comum”. Assim como a experiência de uma miríade de obras de 80 artistas, reunidas com a contribuição especial de Vitor Garcez, Flora Süssekind, Ailton Krenak e Guilherme Wisnik.

Uma exposição-instalação, como define a curadora, com um tríptico fílmico cravado no coração de São Paulo e uma obra no Largo do Paissandu “que foi, realmente, o ponto inicial desse projeto e de seu esforço de reimaginar um trecho abandonado da cidade – e, nesse microcosmo, visualizar e pensar o país.” Essa série, cujos capítulos, ou seja, três universos, são vistos em contraste e diálogo mútuo e convidados a um trânsito entre espaço expositivo e visualização em celulares, sites e tevês. “Cartas ao Mundo” é um projeto intencionalmente expansivo e será apresentado em diferentes plataformas, ampliando o diálogo com o público e criando diferentes formas de apreciação.

No dia 2 de abril, o tríptico será lançado ao mesmo tempo no Canal Curta (onde os três capítulos serão apresentados em sequência) e no Curta!On, Globoplay, nos sites da Pinacoteca do Estado de São Paulo e do Instituto Inhotim. Também a partir desse dia o público poderá assistir aos filmes gratuitamente na Plataforma SESC Digital. Contando, ainda, com a obra “Black Sun”, do artista francês Cyril Lancelin, que marcará presença no Largo do Paissandu, sinalizando que é naquela área da cidade, naquele território, que acontece virtualmente o projeto “Cartas ao Mundo”. A divulgação do tríptico fílmico nessas plataformas e a abertura da exposição no SESC Avenida Paulista vão acontecer simultaneamente. A mostra conta com os apoios do Canal Curta, Consulado-Geral da França em São Paulo, Globoplay, Goethe-Institut São Paulo, Instituto Inhotim, LBM e Pinacoteca do Estado de São Paulo e com realização SESC.

“Asfixia” – Cartas ao Mundo – frame de filme.

A mostra acontece no SESC Avenida Paulista, na avenida que é símbolo da cidade, de “cidade” e de “urbanidade”, um espaço expositivo aberto, escancarado, para a vida urbana e pronto para ser invadido por tudo aquilo que vem dela: seus olhares, seus sons, seus lamentos, suas opiniões, seus medos, seus desejos, seus sonhos, sua revolta, sua vida que pulsa. E a exposição também sai literalmente do espaço expositivo, em cortejos, e se apresenta no espaço público da Avenida Paulista.

“A intenção é participar de um movimento que diz em alto e bom som ‘Assim não’. Não a uma cidade e a um país excludentes, que não consegue mais se ver”, anuncia Bia Lessa. E continua: “esse trabalho sai do fundo do estômago, passa pela garganta e cheira mal. Porque ele procura olhar de frente para o que nos sufoca. Porque ele existe com minhas tripas”. Aos 63 anos, ela dá voz a ações importantes para que este “não!” ganhe corpo, passo inicial para transformação. Assim como na obra de Glauber, em “Cartas ao Mundo” são evidentes a (r)evolução da linguagem, o diálogo com a atualidade, a quebra de barreiras e a ampliação dos limites, a ligação definitiva entre teoria e prática e o indispensável diálogo entre linguagens artísticas.

Expografia | A expografia, baseada numa ideia de doença e cura, transforma-se a cada hora, criando diferentes ambientes a cada um dos capítulos. A trilha sonora das performances é composta por Dany Roland. O Grivo, responsável pela trilha sonora das exposições, e Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes, responsáveis pela música tema que ganhará a Avenida Paulista nos cortejos.

“Asfixia” – Cartas ao Mundo – frame de filme.

O design de luz é de Paulo Pederneiras e a preparação dos atores é de Amalia Lima. Compõem a exposição três filmes de 60 minutos de duração cada, imagens das obras de 80 artistas, textos e colagens criadas por Arnaldo Antunes.

Capítulo 1: Asfixia | Esse capítulo, intitulado “Asfixia”, mostra a degradação da cidade diante dos problemas oriundos das grandes metrópoles – problemas geográficos, sociais e econômicos. As questões são tratadas a partir de depoimentos, citações, poemas, imagens reais e imagens virtuais. A obra e a personalidade de Glauber Rocha foram utilizadas como elemento condutor da narrativa. Móveis hospitalares, duas grandes telas e 300 sacos de lixo compõem a expografia.

Capítulo 2: Mercadoria | O capítulo intitulado “Mercadoria” mostra a transformação dos cidadãos em consumidores, questionando os valores humanos. A partir da revolução industrial, o desenvolvimento tecnológico viabilizou a fabricação de produtos em larga escala e consequentemente fez surgir o homem/consumidor. O mundo fica de ponta cabeça, os móveis hospitalares ocupam o espaço aéreo e as obras de arte são transformadas em mercadorias.

Capítulo 3: O Comum | O capítulo três tem como ponto de partida o conceito de Comum de Antônio Negri e Michael Hardt. Uma nova forma de ocupação do Largo do Paissandu é proposta diante da reflexão visceral de Glauber Rocha. Um coro de narradores é constituído, dando ênfase à ideia de que a cidade é construída a partir da necessidade e do desejo plural. O mobiliário hospitalar é substituído por um labirinto de tecido transparente, uma expografia fluida, e caixas de papelão se transformam em suportes de obras.

Sobre Bia Lessa

Bia Lessa, paulista, artista responsável por trabalhos nas áreas de teatro, ópera, artes plásticas e cinema. Recentemente dirigiu os espetáculos: “Macunaíma”, de Mario de Andrade, “Grande Sertão Veredas”, de Guimarães Rosa, e “Pi Panorâmica Insana”, a partir de autores contemporâneos. Foi responsável pelo Pavilhão Humanidade 2012, no Forte de Copacabana durante a Rio + 20, pelo Pavilhão do Brasil na Expo 2000 na Alemanha, pela Reinauguração dos Painéis Guerra e Paz na ONU em NY, pela Exposição Grande Sertão Veredas na inauguração do Museu da Língua Portuguesa, pelo Módulo Barroco na Bienal do Redescobrimento, pela exposição Claro e Explícito, e Itaú Contemporâneo: arte no Brasil 1981-2006, no Instituto Cultural Itaú. Em cinema, dirigiu os longa-metragens “Crede-Mi” e “Então Morri” e finaliza “Travessia”, com estreia prevista para 2023. Dirigiu, ainda, as óperas “Suor Angélica”, de Puccini, “Cavalleria Rusticana”, de Pietro Mascagni, “Pagliacci”, de Ruggero Leoncavallo, “Don Giovanni”, de Mozart e “Il Trovatore”, de Giuseppe Verdi, para a reinauguração do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Trabalha atualmente na montagem de “Aida” no Theatro Municipal de São Paulo, com estreia prevista para 2 de junho desse ano. Seus espetáculos e filmes foram apresentados em diferentes países; entre eles, no Centre Georges Pompidou, em Paris, no Festival de Outono de Madri, no Festival Theater der Welt, na Alemanha, na Berlinale, em Berlin, em São Francisco, e Biarritz, em NY, entre outras cidades.

PROGRAMAÇÃO DE ATIVIDADES E ATIVIDADES PARALELAS 

Curso | “Desvendando o Cinema de Glauber Rocha”, com Maurício Cardoso

O curso aborda as concepções estéticas e políticas de Glauber Rocha a partir da análise fílmica de suas obras, destacando os eixos fundamentais e as transformações do seu trabalho. Cardoso apresenta como as concepções de História e revolução social de Rocha organizam a estrutura narrativa e sedimentam o princípio formal dos seus filmes. A cada encontro, objetiva-se compreender o modo pelo qual o filme selecionado problematiza e soluciona os dramas do mundo social, conduzindo a reflexão do cineasta em direção a uma perspectiva mística das forças históricas. Maurício Cardoso é Doutor em História Social pela USP e Université Paris Ouest Nanterre, professor doutor no Departamento de História da USP e autor de “O Cinema Tricontinental de Glauber Rocha: política, estética e revolução”.

Quando: 5 a 26 de abril de 2022, terças, das 19h às 22h

Local: Estúdio – 4º andar

Classificação etária: 18 anos

Inscrições: 23 de março, a partir das 14h, para Credencial Plena; 1º de abril, a partir das 14h, para público em geral, no Portal SESC São Paulo, pelo site (clique aqui) até esgotarem as vagas.

Grátis.

Serviço:

Exposição | “Cartas ao Mundo”

Quando: 2 de abril a 29 de maio de 2022, terça a sexta, das 12h às 21h, sábados e domingos, das 10h às 18h30

Exibição dos filmes: terça a sexta, às 19h30. Sábados, domingos e feriados, às 11h30, 14h30 e 17h30. Terça e sexta: “Asfixia”, quarta: “Mercadoria”, quinta: “O Comum”, sábados, domingos e feriados: 11h30 – “Asfixia”, 14h30 – “Mercadoria” e 17h30 – “O Comum”.

Performances: terça a sexta, às 19h e 20h30, sábados, domingos e feriados, às 10h, 11h15, 12h30, 14h, 15h30 e 17h15.

Local: Praça (Térreo)

Classificação etária: Livre

Grátis

Agendamento de grupos: agendamento.avenidapaulista@sescsp.org.br.

Horário de funcionamento da unidade: terça a sexta, das 10h às 21h30 | sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h30.

É necessário apresentar comprovante de vacinação contra Covid-19. Crianças de 5 a 11 anos devem apresentar o comprovante evidenciando uma dose, pessoas a partir de 12 anos, das duas doses (ou dose única), além de documento com foto para ingressar nas unidades do SESC no estado de São Paulo.

(Fonte: A4&Holofote)

“Saia Justa” estreia temporada inédita com novas apresentadoras

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Larissa Luz, Luana Xavier e Sabrina Sato se juntam a Astrid Fontenelle no sofá. Foto: Kelly Fuzaro.

O GNT estreou nesta quarta, 30 de março, a nova temporada de “Saia Justa”: o programa apresentou novidades no elenco, cenário repaginado e quadros especiais em homenagem ao seu aniversário de 20 anos. A atriz e apresentadora carioca Luana Xavier, a apresentadora e empresária paulistana Sabrina Sato e a cantora, atriz e apresentadora baiana Larissa Luz se juntam a Astrid Fontenelle no sofá, que dessa vez conta com cenário, assinado por Daniela Thomas e Felipe Tassara, inspirado no traço das figuras femininas de Henri Matisse. E para celebrar o marco de 20 anos, ao longo dos próximos meses o programa vai contar com quadros comemorativos, revistar seu acervo para resgatar momentos memoráveis e atualizar conceitos.

O programa conta ainda com uma passagem de bastão, na qual Mônica Martelli, Pitty e Gaby Amarantos fazem seus depoimentos sobre o que a atração representa para elas, os principais aprendizados e o legado pessoal e profissional de fazer parte da história do “Saia Justa”.

No programa desta quarta, as Saias falaram sobre a forma com que encaram estreias na vida, como o primeiro trabalho, a primeira decepção amorosa, o primeiro filho e até mesmo a estreia das novas apresentadoras do programa. Na sequência, comentaram sobre os riscos de rotular uma pessoa por características físicas ou de personalidade. E, para encerrar, aproveitando a véspera do Dia da Mentira, a atração discutiu como o ato de mentir mudou com as vidas privadas conectadas nas redes sociais.

Programa comemora 20 anos ao longo de 2022

Durante toda essa temporada, o Saia Justa vai celebrar sua própria história resgatando o acervo do programa e lembrando de grandes momentos de sua trajetória, abordando temáticas já debatidas antes com um olhar atual e refletindo sobre as mudanças e transformações da sociedade. “Nesses 20 anos do ‘Saia justa’ eu sou pura emoção por ter o privilégio de estar com novas integrantes revisitando e comemorando nosso passado e seguindo aprendendo muito, tendo minha curiosidade sendo aguçada e, claro, me divertindo toda quarta-feira à noite”, comenta Astrid.

Novos quadros e reportagens | Para brincar com o conceito de “pensar fora da caixa”, as apresentadoras são convidadas a participar de uma dinâmica onde questionam frases clichês que todas nós falamos de vez em quando. Em “O que você faria?”, a partir de um filme, novela ou cena do Big Brother Brasil, as Saias desenvolvem o bloco com a seguinte premissa: a partir dessa cena, o que você faria? Jout Jout segue como colunista do programa. Astrid Fontenelle mostra histórias de vidas inspiradoras e surpreendentes das mulheres que já passaram dos 50 anos.

Sobre o GNT | O GNT é uma marca multiplataforma, que busca inspirar e é inspirada pelas histórias das pessoas. Histórias de gente que ama comer, cuidar da casa, da autoestima. Histórias de gente que trabalha e viaja para valer, gosta de um bom papo e, principalmente, descontrair. A partir do diálogo, queremos promover discussões relevantes para a sociedade. Você pode acessar esse e todos os outros produtos do GNT por meio das diversas plataformas da marca:

Para assistir a qualquer hora do dia: Canais Globo

Para conferir trechos com os melhores momentos: YouTube

Para saber tudo o que acontece nos bastidores: Instagram e Facebook.

(Fonte: In Press Porter Novelli Assessoria de Comunicação)

Inscrições para edição 2022 do Prêmio Jabuti estão abertas

Brasil, por Kleber Patricio

(Divulgação)

Realizado desde 1958, o Prêmio Jabuti consolidou-se como a principal referência entre as premiações do mercado editorial brasileiro. Patrimônio cultural do país, o Prêmio é responsável por reconhecer e divulgar a potência da produção nacional, com a valorização de cada um dos elos que formam a cadeia do livro, dialogando com os diversos públicos leitores e, junto com eles, assimilando as mudanças da sociedade.

A partir dessa posição anualmente renovada, o Prêmio Jabuti anuncia a abertura de mais uma edição nesta terça-feira, 29. A data também marca o início das inscrições e da consulta pública para a indicação de jurados. Assim como na última edição, o editor e tradutor Marcos Marcionilo está à frente da curadoria da premiação. Marcionilo possui experiência de mais de 40 anos no mercado editorial. Juntam-se a ele no conselho curador especialistas e profissionais de múltiplas áreas do conhecimento: Bel Santos-Mayer, Camile Mendrot, Luiz Gonzaga Godoi Trigo e, pela primeira vez, Rodrigo Casarin. Clique aqui para conhecer o perfil de cada um deles.

“A partir de 2018, o Prêmio Jabuti tem se tornado a cada ano mais abrangente. O resultado das últimas edições, especialmente a de 2021, mostra a força do livro como instrumento de democratização do conhecimento e da arte. Com 20 categorias, a premiação se desenha em quatro eixos: Literatura, Não Ficção, Produção Editorial e Inovação, de onde vem todo o seu alcance”, ressalta Marcos Marcionilo, curador do 64º Prêmio Jabuti.

Segundo Vitor Tavares, presidente da Câmara Brasileira do Livro, a edição deste ano consolida ainda mais o processo de aperfeiçoamento da premiação. “O Jabuti de 2022 mostra sua relevância diante das necessidades do público leitor. As atuais mudanças realizadas evidenciam que o objetivo é difundir a abrangência do prêmio com a consolidação dessa nova formatação”, afirma.

O conceito visual do Jabuti 2022

Cem anos depois da Semana de Arte Moderna de São Paulo, em 1922, quando o Theatro Municipal de São Paulo foi tomado pela elite pensante e artística da cidade com novas ideias sobre a arte e a estética nacionais, o Prêmio Jabuti se veste nesta edição do grafite urbano.

A Câmara Brasileira do Livro e o Prêmio Jabuti 2022, celebrando o centenário da Semana de 1922, reconhecem o grafite como expressão cultural e artística de valor transformador da contemporaneidade, capaz de evocar, mirando o futuro, a inclusão e a interação como parte de seu posicionamento de “prêmio de todas e todos para todos e todas”.

Para esta edição, foram convidados e aceitaram levar o Jabuti para passear em meio à arte e aos anseios populares Raiz [Raí Campos] (Amazonas), Tereza de Quinta (Acidum Project, Ceará), Rafael Jonnier (Cuiabá), Ciro Schumann (São Paulo) e Marcelo Pax (Rio Grande do Sul), representando cada região geográfica de nosso país. Eles imprimem ao Prêmio técnicas, traços e conceitos nos quais, ao mesmo tempo em que se detectam todos os vínculos com o urbano, em declaração de absoluta contemporaneidade, veem-se também o popular e o histórico entremeados, pulsando por baixo de cada pincelada.

O conceito da 64ª edição reconhece o lugar da arte do grafite na cultura brasileira como uma atitude antropofágica capaz de mover o pensamento e as artes. O objetivo é levar o grande público a ouvir, ver e ler outras centralidades, de extrema densidade criativa, estética e de conteúdo – negras, femininas, indígenas e de gêneros diversos. Assim como o grafite brasileiro, reconhecido em todo o mundo, o Jabuti quer ver o mesmo acontecer com nossas literaturas.

Esta edição contará também com o Banco Luso Brasileiro como apoiador oficial do Prêmio Jabuti.

Mudanças e instruções

As inscrições devem ser realizadas por meio do Portal de Serviços da CBL. Autores (as) e editores (as) que já possuem cadastro podem efetuar o login com o usuário preexistente, ou adicionar um novo, e selecionar “Prêmio Jabuti”. Já os novos usuários precisarão efetuar um cadastro, criar um login e uma senha antes de selecionar “Prêmio Jabuti” e dar sequência à inscrição. O prazo para participar será de 29 de março, a partir das 12h, até às 18h do dia 26 de maio de 2022 (horário de Brasília).

Pelo sexto ano consecutivo, os valores das inscrições não foram alterados. E, pelo segundo ano consecutivo, haverá um desconto de 10% para todas as inscrições realizadas nos primeiros 30 dias, das 12h do dia 29 de março até as 23h59 do dia 27 de abril de 2022 (horário de Brasília). A promoção é válida para todos os participantes: Associados CBL, Autores Independentes, Associados Entidades Congêneres e Não Associados da CBL e também para todos os tipos de inscrição, Obra individual ou Coleção. “Cada uma das mudanças promove o amplo acesso ao maior prêmio do livro brasileiro. Realizar as inscrições por meio da plataforma de serviços da Câmara Brasileira do Livro oferece o acesso fácil para todos os participantes. Manter o mesmo valor de inscrição e o desconto democratiza ainda mais o acesso”, destaca Vitor Tavares, presidente da CBL.

Categorias e vencedores (as)

Os (as) autores (as) vencedores (as) de cada categoria recebem a estatueta e o prêmio de R$5.000,00 (exceto Livro Brasileiro Publicado no Exterior). O (a) vencedor (a) da categoria Livro no Ano será premiado (a) com a estatueta e o valor de R$100.000,00. Caso a obra premiada seja uma coautoria, o prêmio em dinheiro é dividido após a dedução dos impostos legais. Os editores das publicações premiadas são contemplados com a estatueta do Prêmio Jabuti.

Na categoria Livro Brasileiro Publicado no Exterior — uma parceria da CBL com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) —, será premiada a editora brasileira da obra vencedora. Além da estatueta, caso já seja filiada ao Projeto Brazilian Publishers, a editora será contemplada com uma Bolsa de Apoio à Tradução no valor de R$5.000,00. Este montante poderá ser utilizado para traduzir uma nova obra de seu catálogo do português para qualquer outro idioma. Caso ainda não faça parte do BP, a editora brasileira premiada será contemplada com um ano de participação integral no projeto que promove a literatura brasileira no mercado internacional. Conheça todas as iniciativas do Brazilian Publishers clicando aqui.

“As atualizações no regulamento e a consolidação de suas orientações a cada edição aperfeiçoam o objetivo da CBL e do próprio Prêmio: valorizar cada um dos agentes do setor editorial brasileiro, além de alcançar todos os públicos que almejam fazer parte do rol de obras consagradas pelo Prêmio Jabuti”, complementa Marcos Marcionilo.

Consulta pública de jurados | Mais uma vez, o público poderá autoindicar ou recomendar nomes para a composição do júri do Prêmio Jabuti, por meio da consulta pública, de 29 de março de 2022 a 27 de abril de 2022. Basta preencher o formulário disponível no site do Prêmio Jabuti. Os indicados são verificados e validados pelo Conselho Curador, que também é responsável por selecionar personalidades e profissionais de todo o País para complementar o júri.

Personalidade Literária

A cada ano, o Prêmio Jabuti celebra as figuras fundamentais da arte e do pensamento em um país ávido por inclusão e representatividade. Em 2022, a homenageada é Sueli Carneiro. Escritora e filósofa, ela é um dos principais nomes na luta contra a desigualdade étnico-racial e de gênero no país. Fundadora do Geledés – Instituto da Mulher Negra, Sueli lutou pela implementação de cotas raciais nas universidades, por maior representatividade nas produções televisivas nacionais e pela dignidade da mulher negra.  “É um orgulho contar com a consagração de Sueli Carneiro como homenageada do Jabuti 2022. A filósofa e escritora é uma grande pensadora do feminismo negro brasileiro, além de ser ativista do movimento antirracista e defensora dos direitos humanos. Nada melhor do que poder destacar sua vida e obra em mais esta premiação”, destaca Vitor Tavares, presidente da CBL.

“Com muita esperança, homenageamos a trajetória e a obra de Sueli Carneiro. Ela é referência mundial não só de pesquisadora e intelectual orgânica, mas também nosso grande exemplo de escritora afeita ao debate aberto e franco, um modelo para quem busca criar um pensamento gerador de práxis agregadoras. Em torno dela, na cerimônia, veremos reunirem-se muitas das forças culturais que buscam construir o Brasil plural que desejamos”, finaliza Marcos Marcionilo.

Acesse o site do Prêmio Jabuti, confira todos os detalhes da 64ª edição e clique aqui para ler o regulamento completo.

(Fonte: Danthi Comunicações)