Tratamento minimamente invasivo tem sido estudado há anos e foi detalhadamente abordado na revista Epilepsia, uma das principais publicações na área
São Paulo
Criada em 1991 em homenagem a Ilo Krugli, do Teatro Vento Forte, a Cia. Grande Urso Navegante dá a largada em sua temporada de apresentações pelo interior paulista no dia 12 de março, com a proposta de circular por sete cidades e fazer 24 apresentações gratuitas abertas ao público de todas as idades, além de 14 sessões exclusivas para instituições assistenciais e sete oficinas de teatro. A 2ª edição do projeto “Hoje tem teatro? Tem, sim, senhor!” é viabilizada pelo ProAC ICMS/SP da Secretaria de Estado da Cultura, com patrocínio das empresas Tigre e Urbano Alimentos. As sessões acontecem em espaços públicos e em entidades assistenciais.
A turnê segue até 24 de abril e leva na bagagem dois espetáculos – “O Passe e o Gol”, baseado no livro do jornalista esportivo Juca Kfouri; e a “A Pipa e a Flor”, adaptado por Laerte Asnis do livro do escritor, educador e psicanalista Rubem Alves. O roteiro inclui as seguintes cidades: Porto Ferreira (dias 12 e 13 de março), Guarulhos (dias 18, 19 e 20/3), Rio Claro (dias 26 e 27/3), Cordeirópolis (dias 2 e 3 de abril), Sumaré (dias 9 e 10 de abril), Brotas (dias 16 e 17/4) e Jacareí (dias 23 e 24/4).
Literatura como fonte
A primeira peça adaptada pelo ator, diretor e produtor da Cia. Grande Urso Navegante, Laerte Asnis, foi “O Barquinho”, de Ilo Krugli, logo após sua saida do grupo Vento Forte, onde permaneceu de 1985 a 1990. A partir do momento em que criou sua próprioa trupe, se especializou em adaptar para o teatro livros de nomes da literatura infantil, o que se tornou marca registrada do Urso Navegante – construir seu repertório baseado em livros de autores de destaque do cenário literário e educacional. Além de Rubem Alves (i.m.), Juca Kfouri e Regina Drummond, Laerte tem parceria com Sandra Branco, Oswaldo Cassilha, Paulo Riani, Editora Cortez. Construir seu repertório baseado em livros de autores de destaque do cenário literário e educacional é característica do Grande Urso Navegante.
“O Passe e o Gol” | Peça teatral baseada no livro homônimo de Juca Kfouri, conta a história de dois irmãos gêmeos, Joãozinho e Marinho que se dão muito bem, mas não quando o assunto é futebol. Os conflitos entre os dois se agravam quando são coinvidados para jogar no time da escola no campeonato da cidade. Muitas surpresas acontecem. Há 14 anos no repertório do grupo, aborda o relacionamento entre irmãos gêmeos e a rivalidade comum entre eles. A partida de futebol, momento em que os irmãos gêmeos jogam pelo mesmo time, introduz a questão tão presente no cotidiano de cada um de nós, que é saber ganhar e saber perder.
“A Pipa e a Flor” | O texto de Rubem Alves trata da valorização das relações humanas, fala de amor e também de seus agravantes, como a inveja e o ciúme. Discute o relacionamento entre uma pipa e uma flor e nos conduz a alguns questionamentos: como acontece uma relação? Quem tem razão? Como posso aceitar o outro? Como compartilhar experiências conjuntas? Perguntas que nos permitem refletir sobre a importância que cada um desempenha dentro de uma relação, seja no âmbito amoroso, familiar ou no ambiente de trabalho, e perguntas que nos permitem entender a necessidade de se contar com todos, com suas habilidades individuais, emocionais e criativas para que a vida seja simplesmente vivida.
O encontro com Rubem Alves
Leitor de Rubem Alves, Laerte morava em São Carlos em 1999 quando conheceu o autor na livraria de uma grande amiga que convidara o escritor para uma palestra na cidade. “Acabei levando Rubem Alves para Campinas, após a palestra, e no carro perguntei se ele me autorizava adaptar para o teatro seu livro ‘A Pipa e a Flor’. Ele respondeu: ‘Ficarei honrado’. Em 23 de dezembro de 1999, a peça estreou em Campinas, com a presença do Rubem, que no final disse para a plateia: ‘A peça ficou muito melhor que o livro’. Choradeira geral. Desde então já são 23 anos encenando esta peça em mais de 1600 apresentações pelo Brasil e Portugal. Rubem Alves,a exemplo do Ilo, é uma manifestação viva da poesia. Sempre nos prestigiou durante os 15 anos em que convivemos com ele, de 1999 a 2014, ano de sua morte. Continuaremos encenando ‘A Pipa e a Flor’, pois seu texto continua atual, mesmo sendo o livro de 1985.”
O encontro com Juca Kfouri
“Consultando o site de uma livraria, vi que o livro mais vendido era ‘O Passe e o Gol’, de Juca Kfouri. Imediatamente considerei a ideia de adaptar o livro para o teatro, mesmo sem conhecer a obra. Arrisquei enviar um email e não é que funcionou? Fiz a proposta e ele prontamente aceitou. Isso foi em 2007. Durante um ano preparei a montagem e, em fevereiro de 2008, fizemos a estreia na capital, com a presença de Juca Kfouri e seu editor. Desde então, encenamos a peça em várias cidades do Brasil. Sempre que apresentamos na capital, Juca prestigia.”
O começo no Vento Forte e a ida para o interior
Laerte Asnis tirou a ideia para o nome do grupo de um dos personagens da peça “Os Dois Irmãos ou O Pássaro de Ouro”, baseada em conto dos Irmãos Grim, escrita e dirigida por Ilo Krugli, do grupo de teatro Vento Forte, do qual pareticipou de 1985 a 1990. Influenciado pelo mestre (“tudo que sei sobre teatro, aprendi com Ilo”), Laerte criou a Cia Teatro do Grande Urso Navegante em homenagem a Krugli e ao Vento Forte “para minimamente oferecer através do teatro a poesia que tanto se faz necessária para a vida de qualquer ser humano”. Depois do Vento Forte, Laerte participou de um projeto com o grupo de dança Marzipan, sobre a vida de Oswald de Andrade para a Secretaria de estado da Cultura/SP. “Me inscrevi para participar do processo de escolha do elenco e para minha surpresa fui um dos 18 selecionados”. Durante um ano, ensaiou a peça “Fui, Vim , Voltei”, sob direção de Renata Melo, Lúcia Merlino e Luca Baldovino. Durante o processo tomou aulas com a nata da dança: Antonio Nóbrega, Marize Matias, Eduardo Marlot, Denilto Gomes e Tica Lemos.
Em seguida, foi convidado pelo então diretor do departamento de formação cultural da Secretaria de Cultura para ministrar oficinas de teatro, na recém-inaugurada Oficina Cultural Sérgio Buarque de Holanda, em São Carlos, e também em Ribeirão Preto e Bauru. A partir daí, resolveu continuar no interior, permanecendo dois anos em São Carlos. Em 1993, contratado pelo Teatro Popular do SESI, precisamente pela então Divisão Cultural do SESI, na época dirigida pelo diretor Chiquinho Medeiros e tendo à frente do projeto NAC (Núcleo de Artes Cênicas), Acácio Vallim e Sonia Azevedo, assumiu o recém-criado Núcleo de Artes Cênicas do SESI como Orientador de Artes Cênicas, na cidade de Rio Claro. “Nossa proposta é e sempre foi levar teatro para populações que nunca viram teatro na vida. Na capital atuamos pouco. Não tenho necessidade de estar na capital, na capital tem muitas cias. teatrais se apresentando; já pelo interior, nem tanto. E instituições da capital nos ignoram quase totalmente.”
Sobre a Cia. Grande Urso Navegante | Grupo criado e dirigido por Laerte Asnis, ator e diretor, com foco no público infantil. A principal característica do grupo é montar e encenar peças com recursos simples, que possam ser apresentadas em qualquer tipo de espaço e eventos. Outra característica do grupo reside em seu repertório teatral, sempre baseado em livros de grandes personalidades do cenário literário e educacional. A Cia. tem em seu repertório musical músicas do cancioneiro universal interpretadas ao vivo pela pianista e educadora musical Valéria Peres (de 1992 a 2019) e, desde 2019, pelo músico Guilherme Ambrózio. Utiliza recursos artesanais na confecção dos elementos cênicos.
(Fonte: Arteplural)
Nos seus 35 anos de trajetória, o Grupo Sobrevento nunca deixou de lado sua característica inicial: pesquisar linguagens para a cena. “Pérsia”, que estreia agora dia 11 de março, às 20h30, no Espaço Sobrevento, celebra a data e mantém a ideia de seus fundadores, Sandra Vargas e Luiz André Cherubini, de contar histórias a partir de investigações para a dramaturgia. A peça, criada ao longo de 2021, procura estabelecer conexões entre a cultura brasileira e a persa, especialmente nos campos do teatro e da música, e busca enxergar, em um espelho iraniano, o nosso reflexo. A montagem fica em cartaz até 1º de maio, com apresentações sextas e sábados, às 20h30 e, domingos, 20h. A entrada é gratuita e é possível reservar ingressos pelo e-mail info@sobrevento.com.br. Este projeto foi Contemplado pela 35ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo — Secretaria Municipal de Cultura.
Ao misturar depoimentos do elenco e de imigrantes iranianos, a dramaturgia revela anseios comuns de liberdade, de comunhão e de alegria. “No Irã, apesar do autoritarismo, algumas coisas se preservam graças a uma bagagem cultural enorme que o país tem, ao culto da poesia, da arte. Apesar da tensão, essa violência não entrou dentro de casa. O mote do espetáculo é esse”, revela Sandra. “Nós percebemos que a direita avança no Brasil amparada pelo fundamentalismo, mas nós também temos a arte, a cultura forte dentro de nós”, completa.
A música está presente ao longo do espetáculo e a pesquisa também apontou diversas aproximações entre as manifestações dos dois países. “Às vezes, temos a impressão de que a música persa é muito exótica, mas temos a mesma relação com ela, com a poesia”, diz Luiz André Cherubini. “Nós buscamos orientação de músicos iranianos em várias áreas, usamos instrumentos persas e brasileiros. E o espetáculo busca conexões por meio dessas pontes, tanto fazendo música brasileira tocada com esses instrumentos persas, quanto fazendo música persa tocada com instrumentos brasileiros”, coloca.
A encenação
O cenário é árido, apenas uma árvore seca, e representa um deserto, um sertão. Ao redor dela, os atores contam as histórias de iranianos que precisaram deixar seu país, por diferentes motivos e encontraram no Brasil um novo lar. As personagens que, como aves migratórias, atravessam continentes em busca de novas paisagens, confessam seus medos, seus sonhos, suas aflições, em palavras ditas e cantadas. Em cena, a casa é o único objeto que evoca as tantas moradas que deixaram para trás e que ainda carregam consigo.
Ao longo do espetáculo – e dos relatos –, os atores e as atrizes preenchem o deserto de suas memórias com pequenas casas, que lembram casas de passarinhos, e criam pequenos mundos: podem ser um bairro, uma cidade ou um país. Em uma atmosfera mais íntima, o espaço teatral está configurado em uma arena e os figurinos de João Pimenta – premiado estilista que é parceiro do grupo há quase dez anos – carregam elementos de ambas as culturas.
O Sobrevento e o Irã
O Grupo Sobrevento esteve em Teerã em 2010, em um dos maiores festivais de Teatro do mundo, o Fajr Festival (Festival Liberdade). Naquela ocasião, o grupo conheceu a vitalidade do teatro naquele país, com uma cultura milenar de origem persa que brilha em cada canto da cidade: no hotel que tem nome de poeta, na poesia que está na boca das pessoas, nos milhares de jovens na praça diante do centro cultural, nas longas filas para os teatros, na produção de conhecimento histórico e artístico dos já antigos cursos de teatro e de teatro de bonecos (e de música internacional e de música tradicional iraniana) da importante Universidade de Teerã, na alma artística, culta, esperançosa e ansiosa por liberdade de todo um povo.
“Em um momento em que vemos a censura voltar a mostrar as suas garras, em que os artistas são atacados, em que ressurgem o dirigismo, a arbitrariedade e a intolerância, em que verdades de uns querem suplantar as verdades dos outros, o espelho iraniano lembra que uma cultura de raízes profundas vinga mesmo no terreno mais árido, que a desertificação não seca a humanidade de um povo, que a guerra não arrasa a história de uma civilização, que decretos restringem gestos, mas não têm poder sobre consciências”, refletem os diretores.
35 anos | Em 2022, o Sobrevento comemora 35 anos dedicados exclusivamente ao teatro. No seu percurso, com mais de 25 peças montadas e apresentadas no Brasil e em diversos países, consolidou-se, internacionalmente, como um dos mais destacados especialistas em teatro de animação e de objetos. Inquieto, arrisca-se constantemente em pesquisas insuspeitas e pioneiras, que ajudam a criar diversidade no fazer teatral, a valorizar o Teatro de Animação sob diferentes formas, a difundir um Teatro de Bonecos e Objetos para adultos e um Teatro para a primeira Infância e a descentralizar a produção artística no Brasil e no mundo. Ainda este ano, o grupo estreia um segundo espetáculo – para todo o público –, apresenta mostras de seu repertório, promove festivais de teatro de bonecos e teatro para bebês e realiza uma turnê pelas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
FICHA TÉCNICA
Criação: Grupo Sobrevento
Direção: Sandra Vargas e Luiz André Cherubini
Dramaturgia: Sandra Vargas (a partir de depoimentos recolhidos junto a imigrantes iranianos e aos atores)
Canção “Fez-se Água”: Daniel Viana
Elenco: Sandra Vargas, Luiz André Cherubini, Maurício Santana, Sueli Andrade, Liana Yuri e Daniel Viana
Iluminação: Renato Machado
Figurino: João Pimenta (estilista) | Danielle Kina (assistente) | Neide Brito, Noel Alves e Magna Almeida Neto (piloteiros) | Marcia Almeida (contra mestre)
Cenografia: Luiz André Cherubini e Mandy
Cenotecnia: Agnaldo Souza e Mandy
Pintura Foyer: Luiz André Cherubini, Leandro Triviño e Agnaldo Souza
Adereços: Sueli Andrade e Liana Yuri
Letras e Adaptação das canções: Luiz André Cherubini
Direção Musical: William Guedes
Supervisão Música Persa: Arash Azadeh
Orientação Tambur: Elnaz Mafakheri
Orientação de sorna e dozaleh: Ehsan Abdipour e Kaveh Savarian
Orientação Viola: Márcio de Camillo
Estagiários: Leandro Triviño e Rafael Carmo
Técnico de Som: Agnaldo Souza
Técnico de Iluminação: Marcelo Amaral
Registro em vídeo dos ensaios: Milena Moura
Assessoria de Imprensa: Márcia Marques – Canal Aberto.
Serviço:
Espaço Sobrevento
Rua Coronel Albino Bairão, 42 – Metrô Bresser, São Paulo, SP
De 11 de março a 1 º de maio de 2022
Sextas e sábados, 20h30; domingos, às 20h
Gratuito
Reservas de ingressos pelo e-mail info@sobrevento.com.br – a bilheteria abre com 1h de antecedência.
(Fonte: Canal Aberto Assessoria de Imprensa)
O teatro essencial de Denise Stoklos encontra a obra da escritora Clarice Lispector e da cantora Elis Regina em “Abjeto-Sujeito: Clarice Lispector por Denise Stoklos”, com estreia no dia 10 de março, quinta, às 20h, no teatro do SESC 24 de Maio. Em cena, Denise performa diversos textos de Lispector, como os contos “A quinta história” e “O ovo e a galinha”; os romances “Água viva” e “A paixão segundo G.H.” e a crônica “Vergonha de viver”. A temporada foi adiada em 2020 por conta da pandemia. O espetáculo tem dramaturgismo de Welington Andrade e direção de Elias Andreato.
O espetáculo surge em um momento da carreira de Denise em que ela se declara pronta para levar Clarice Lispector ao palco. “A ideia não é representar nenhuma personagem, mas sim reapresentá-las, trazendo uma ideia cênica a partir das questões levantadas por Clarice Lispector, para que o público também possa ter contato com seus temas”, conta a atriz.
Os textos foram selecionados pelo dramaturgista Welington Andrade a partir da ideia que resulta no título do espetáculo. “São textos que fazem o percurso do que é abjeto, isto é, o que literalmente nega o sujeito, até a constituição da subjetividade, propriamente. Trata-se de uma transição, de um percurso, de uma coisa levando a outra. Essas relações podem ser observadas em diversos textos de Clarice, como nas interações das personagens G.H. com uma barata – algo repulsivo porque abjeto – e aquela do conto ‘O búfalo’, que se identifica com o animal a ponto de odiá-lo”, conta Welington.
Denise Stoklos é criadora do teatro essencial, método que, em síntese, consiste em trazer ao corpo do ator uma emoção que de fato pertence a ele com o objetivo de provocar um olhar novo para esse sentimento. Mais informações em denisestoklos.com.br/teatro-essencial/.
Além da “reapresentação” de personagens de Clarice, a cena também será constituída por canções na voz de Elis Regina – momentos que irão explorar coreografias criadas por Denise Stoklos. Para o espetáculo, “foram escolhidas faixas de uma Elis mais soturna e existencialista”, afirma Welington. Algumas das músicas selecionadas são “Meio-Termo”, “Os Argonautas” e uma versão à capela de “Se Eu Quiser Falar com Deus”.
Denise tem se dedicado nos últimos anos a trabalhos que estabelecem interlocução com escritores, como Herman Melville, Franz Kafka, Julio Cortázar e Thomas Bernhard, procurando sempre por uma fusão da dramatização com o teatro essencial. “O resultado da peça é uma investigação radical a respeito de como o corpo, a voz e a emoção da intérprete expressam uma palavra literária empenhada em dizer o que a todo momento beira o indizível”, conclui Welington.
BOX | Um símbolo muito forte na obra clariciana, que o espetáculo explora do início ao fim, é o olho. Alusões à visão e metáforas do olhar se espraiam ao longo do trabalho. A narradora de “A quinta história” assiste diariamente, estupefata, ao cortejo das baratas; em “A paixão segundo G.H.”, a visão da barata leva à epifania; em “O ovo e a galinha”, a narradora de manhã na cozinha “vê” o ovo – o que a convida a iniciar uma longa viagem através da linguagem; em “O búfalo”, a personagem busca insistentemente o olhar do animal, tendo seu olhar, por fim, penetrado por ele; em “Amor”, a epifania se dá porque Ana vê um cego. Em certos momentos a visão chega até mesmo a rivalizar com a linguagem falada.
De quando Denise Stoklos conheceu Clarice Lispector
Leitora dedicada de Clarice Lispector desde os 17 anos, Denise Stoklos contribuía, no final da década de 1960, para o jornal do diretório acadêmico da Faculdade de Jornalismo da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, onde estudava. Grande admiradora da escritora, foi ao Rio de Janeiro, descobriu o endereço de Clarice na lista telefônica e ligou para ela por meio de um telefone público, embaixo do prédio. A própria Clarice atendeu a jovem universitária, que lhe pedia uma entrevista e mandou que Denise subisse.
Feitas as primeiras perguntas, Clarice disparou: “Você não veio me entrevistar, você veio me conhecer, não é? Então, deixe de lado a caneta e o bloco de anotações e vamos conversar.” Do encontro, Denise guardou para sempre a imagem daquela mulher fascinante – ucraniana, assim como ela. Cerca de uma década depois, quando ouviu – na derradeira entrevista concedida à TV Cultura – a escritora dizer que jovens leitoras compreendiam melhor sua obra do que os especialistas, Denise se sentiu naturalmente incluída na referência.
Sinopse | Muitos anos após declinar o convite do diretor Fauzi Arap (1938-2013) para criar um espetáculo com textos de Clarice Lispector, a atriz e diretora Denise Stoklos promove o encontro do teatro essencial com a obra clariciana. O resultado é uma investigação radical a respeito de como o corpo, a voz e a emoção da intérprete expressam uma palavra literária empenhada em dizer o que a todo momento beira o indizível. Canções de Elis Regina pontuam de tempos em tempos o percurso que vai da negação à constituição do sujeito.
FICHA TÉCNICA
Concepção e Interpretação: Denise Stoklos
Direção: Elias Andreato
Dramaturgismo: Welington Andrade
Textos: Clarice Lispector
Canções: Elis Regina
Iluminação: Aline Santini
Espaço Cênico e Figurino: Thais Stoklos Kignel
Fotos: Leekyung Kim
Assistente de Direção: Cristina Longo
Segundo Assistente: Wallace Dutra
Cabelo: Eron Araújo
Operação de Luz: Maurício Shirakawa
Operação de Som: Vanessa Matos
Diretor de Produção: Ederson Miranda
Assistente de produção: Sofia Gonzalez
Segundo assistente: Alexandre Vasconcelos
Produção Geral: Mira Produções Culturais.
Serviço:
“Abjeto-Sujeito: Clarice Lispector por Denise Stoklos”
Datas: 10/3 a 3/4, quinta a sábado, às 20h e domingos, às 18h
Local: SESC 24 de Maio (Rua 24 de Maio, 109, Centro, São Paulo, SP – 350 m do metrô República)*
*Obrigatório uso de máscara e apresentação de comprovante de vacinação contra Covid-19 (físico ou digital), evidenciando as duas doses ou dose única.
Ingressos: R$40 (inteira); R$20 (Credencial SESC, meia-entrada: estudante, servidor de escola pública, + 60 anos, aposentados e pessoas com deficiência). Ingressos à venda a partir de 8/3, às 14h, no portal SESCsp.org.br/24demaio e 9/3, às 17h, nas bilheterias da rede SESC SP.
Duração: 75 minutos.
Classificação Indicativa: Não recomendado para menores de 14 anos.
(Fonte: Canal Aberto Assessoria de Imprensa)
Uma das doenças crônicas mais prevalentes do mundo, o diabetes atinge quase 10% da população global. No Brasil, o quarto país com maior prevalência do planeta, dados de 2019 mostraram que 7,7% dos habitantes vivem com a doença. Esse quadro tem um preço: estima-se que, anualmente, os custos totais com a patologia ultrapassem 2 bilhões de dólares. A conclusão é de um estudo das universidades de São Paulo (USP) e Campinas (Unicamp) publicado na “Annals of Global Health” na quinta (3).
As autoras aplicaram um modelo para estimar custos de doenças a partir de informações de prevalência de diabetes e gastos relacionados à saúde, entre outros dados, extraídos da Pesquisa Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde, e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A análise foi feita com base no ano de 2016.
Os custos totais são divididos em duas modalidades: os diretos, que se referem ao conjunto de despesas de hospitalização dos indivíduos, e os indiretos, que incluem perda de produtividade quando pessoas acometidas pelas diabetes não podem trabalhar, mortes prematuras antes que atingissem idade para aposentadoria e aposentadorias antecipadas por causa da doença.
Dos 2 bilhões de dólares estimados em 2016, 70,6% vêm de custos indiretos e os outros 29,4% são oriundos de custos diretos. Ainda com relação a 2016, as despesas por paciente diagnosticado com diabetes somaram 223 dólares. “Os valores encontrados são muito significativos e, ainda assim, consideramos o custo altamente subestimado”, diz Paula Pereda, uma das autoras do estudo. Pereda comenta que a prevalência de diabetes no Brasil pode ser subestimada em até 50%. “Para fazer os cálculos, usamos o custo de procedimentos do Sistema Único de Saúde, que é muito inferior ao preço de mercado. Além disso, a diabetes está associada a casos severos de Covid-19, o que aumenta os custos diretos e indiretos da doença.”
No estudo, as pesquisadoras também projetaram o custo anual da diabetes em 2030 considerando dois cenários: com a prevalência da doença idêntica ao último dado disponível, de 2013, e, em uma perspectiva mais realista, com a prevalência da doença aumentando 13% em 2030. Se os dados se mantiverem igual a 2013, o custo poderia variar entre 2,34 a 3,33 bilhões de dólares. Caso aumente em 13%, o custo aumentaria para 5,47 bilhões de dólares, o que equivale a um aumento de 133,4%, no total, ou de 6,2% ao ano.
O estudo é importante por mostrar o possível impacto econômico de uma doença de alta prevalência no Brasil, e diretamente relacionada aos hábitos alimentares da população, para além do impacto na saúde. “As estimativas no artigo mostram políticas públicas mais eficazes, que auxiliem a população a fazer escolhas alimentares mais saudáveis e sustentáveis, têm também um alto potencial de redução de custos”, diz Pereda.
(Fonte: Agência Bori)
Nos dias 11, 12, 18 e 19 de março, sextas e sábados, às 20h, o Teatro do SESI Campinas Amoreiras recebe o espetáculo “Barulho D’Água”. A peça, apresentada pela Companhia Nova de Teatro, aborda o drama de refugiados que enfrentam a turbulenta travessia do Mar Mediterrâneo. A entrada é gratuita e os ingressos podem ser reservados pelo Meu SESI a partir de 7/3, às 12h.
Baseado no texto do dramaturgo italiano Marco Martinelli, “Barulho D’água” apresenta ao público um único habitante, o “general”, como representação dos serviços das capitais europeias que praticam a “política de acolhimento”. Esse personagem diabólico é, muitas vezes, grotesco, desequilibrado, psicótico, sádico, cínico, fatalista, mas também um simpático porteiro de uma certa ilha dos mortos que tem a missão de reunir e contar as almas de imigrantes que ali se encontram.
A tragédia é realizada por meio de um ritual na forma de monólogos, “o general”, “pessoas números” e “Jasmine”, entre outras vozes que se desdobrarão em sucessivos movimentos.
O espetáculo tem o protagonista do filme “Cidade de Deus”, Alexandre Rodrigues, como narrador dos momentos impactantes de refugiados africanos que perdem a vida tentando chegar à Europa pelo mar.
O teatro do SESI Amoreiras segue os protocolos de segurança, com distanciamento social, uso de máscara obrigatório e álcool em gel disponível no espaço.
Sobre a Companhia Nova de Teatro
Fundada em 2001, pelo diretor Lenerson Polonini em parceria com a atriz e figurinista Carina Casuscelli, a companhia desenvolve um trabalho de pesquisa contínua a partir da performance, das artes do corpo e do universo das artes visuais. A Companhia Nova de Teatro é aberta e, a cada novo projeto, convida atores, bailarinos e artistas de diversas áreas para colaborarem com suas produções. O teatro multimídia desenvolvido pela companhia procura explorar a tridimensionalidade do palco e a relação da arte com o espaço urbano.
Sobre Viagem Teatral
O programa realizado pelo setor de Artes Cênicas do SESI-SP apresenta um panorama da produção cênica brasileira contemporânea, proporcionando variadas experiências estéticas para o fomento da diversidade cultural e o estímulo à formação de novas plateias.
Sinopse | “Barulho D’ Água” narra a história do drama de milhares de refugiados que morrem tentando atravessar o mar Mediterrâneo. A peça é uma forte crítica àqueles que entendem a imigração como uma mercadoria.
Ficha técnica
Texto – Marco Martinelli. Direção e tradução – Carina Casuscelli. Provocações e Iluminação – Lenerson Polonini. Atores – Alexandre Rodrigues, Miguel Kalarary, Fábio Mráz e Carina Casuscelli. Vozes – Rosa Freitas. Figurinos – Carina Casuscelli. Trilha sonora – Wilson Sukorski. Vídeos – Alexandre Ferraz. Operação de som – Felipe Moraes. Operação de luz – Verônica Castro. Operação de imagem – Téo Ponciano. Concepção Espacial e Produção – Carina Casuscelli e Lenerson Polonini (Companhia Nova de Teatro).
Instagram e Facebook: @cianovadeteatro (Companhia Nova de Teatro)
YouTube: Companhia Nova de Teatro.
Serviço:
Local: SESI Amoreiras – Avenida das Amoreiras, 450 – Pq. Itália, Campinas/SP
Data e horário: 11, 12, 18 e 19 de março, às 20h
Capacidade: 192 lugares, sendo 8 para cadeirantes
Duração: 60 minutos
Classificação indicativa: 16 anos
Gênero: Drama
Informações: WhatsApp (19) 99642-1499
Entrada gratuita – Reservas antecipadas pelo Meu SESI, a partir de 7/3, às 12h (primeiro fim de semana) e de 14/3, às 12h (segundo fim de semana). O ingresso tem validade até 15 minutos antes da apresentação. Os ingressos remanescentes serão distribuídos 10 minutos antes do início do espetáculo.
(Fonte: Comunicação SESI Campinas)