Tratamento minimamente invasivo tem sido estudado há anos e foi detalhadamente abordado na revista Epilepsia, uma das principais publicações na área
São Paulo
Com a proposta de explorar de forma sustentável a Mimosa Tenuiflora, conhecida como jurema-preta, árvore arbustiva comumente utilizada como lenha pelos sertanejos, pesquisadores do Departamento de Ciências Agrárias e Florestais da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) identificaram que a planta apresenta aptidão para a exploração em itens de maior valor agregado, como pisos de madeira. A descoberta, publicada nesta segunda (6) na “Revista do Instituto Florestal”, amplia a possibilidade de geração de renda para comunidades rurais pobres e diversifica a produção econômica do Nordeste.
Espécie arbórea que possui madeira pesada e de alta durabilidade natural, a jurema-preta tem qualidade para a construção de móveis de pequenas dimensões, assim como para a produção de estacas e cercas. Ampliando o seu uso sustentável e potencial de gerar alto valor agregado, os autores apontam que ela pode ter uso no mercado de pisos de madeira por apresentar uma variação de cor marrom a um amarelo claro acinzentado, o que contribui para a beleza estética das tábuas.
Na investigação para determinar a utilidade e durabilidade de determinada madeira como produto de alto valor agregado, é necessário que ela seja estável e pesada, com menos possibilidade de defeitos de secagem, como o “fendilhamento” (abertura de pequenas fendas ou rachas na superfície) e o “empenamento” (expansão e contração das tábuas, que causa desnivelamento do piso). Neste sentido, os pesquisadores da Ufersa testaram três exemplares de jurema- preta com idade média de vinte anos. Os troncos foram seccionados em discos para as diferentes alturas da árvore: 0% (base), 25%, 50%, 75% e 100% (topo) referente à altura comercial.
Foram confeccionadas amostras com dimensões de 2 x 2 x 3 centímetros (sentido radial, tangencial e longitudinal) para cada altura investigada. Essas foram submersas em água até que atingissem volume constante após duas medições seguidas. Após imersão em água, as amostras foram mantidas em uma estufa a 105° até atingirem massa constante. Com base neste método foi possível constatar uma madeira de alta densidade e boa estabilidade dimensional, com menos propensão a empenamentos, rachaduras e defeitos, qualidade suficiente para o uso em pisos. “Estudar e comprovar que a jurema-preta possui propriedades que são compatíveis com o mercado nos faz acreditar que temos potencial para investir no nosso bioma e darmos a valorização que ele merece, além de podermos ampliar a visão do mercado moveleiro para nossas espécies e para nossa região, melhorando a economia local e gerando fonte de renda”, afirma Sara Nogueira, coautora do estudo. As principais atividades da economia do Nordeste são agricultura, pecuária, indústria e turismo.
(Fonte: Agência Bori)
O único zoológico de insetos do Brasil abriu suas portas novamente na última terça-feira, 30 de novembro. O Planeta Inseto, exposição permanente do Instituto Biológico (IB-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, passa a receber visitantes mediante agendamento prévio, de terça a domingo, das 9h às 16h. Devido a obras para melhorar acessibilidade do museu e a exposição, o Planeta Inseto, momentaneamente, recebe seu público no Espaço Márcia Rebouças do IB, localizado na Av. Conselheiro Rodrigues Alves, nº 1252, Vila Mariana, São Paulo, Capital.
Os agendamentos das visitas devem ser feitos por meio de formulário (clique aqui para acessar). Não serão recebidas pessoas sem agendamento. Ao todo, serão recepcionadas 20 pessoas por vez e as visitas levarão cerca de uma hora. A reabertura seguirá todas as recomendações para conter a disseminação da Covid-19, como uso de máscaras, distanciamento social, uso de álcool 70% e medição de temperatura. “O Museu do Instituto Biológico, em que o Planeta Inseto é exposto, está em processo de reforma. No próximo ano teremos um novo museu, com acessibilidade e exposição ainda mais interativa e atrativa. Por isso, vamos reabrir, nesse momento, em um outro espaço. Estamos tomando todos os cuidados para que o público mate a saudade do Planeta Inseto com total segurança”, afirma Harumi Hojo, pesquisadora do IB e responsável pelo Planeta Inseto.
Planeta Inseto | De forma lúdica e divertida, o Planeta Inseto leva há 11 anos informações sobre como os insetos estão presentes no cotidiano das pessoas e sua importância para diversas áreas, como meio ambiente e agricultura. Estima-se que existam mais de um milhão de espécies de insetos conhecidos e que haja mais milhões a serem identificadas.
Na exposição, os visitantes têm acesso a informações sobre formigas, abelhas, bicho-da-seda, bicho-pau, baratas e besouros. Além disso, podem conhecer os insetos de importância médica, saber o que é controle biológico e ver como funciona um laboratório entomológico. A mostra tem como público-alvo crianças e adolescentes de três a 16 anos, mas recebe visitantes de todas as idades. “É possível ainda aprender as características que diferenciam um inseto de outros animais, como o corpo dividido em três partes [cabeça, tórax e abdômen], um par de antenas e três pares de pernas. Essa é uma das dúvidas mais comuns dos visitantes da exposição física”, conta Mário Kokubu, educador do Planeta Inseto.
O Planeta Inseto conta com autorização de manejo e exposição de insetos emitida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Desde a inauguração, em 2010, o Planeta Inseto já recebeu mais de 400 mil visitantes no museu físico e itinerante.
O espaço foi fechado em março de 2020 por conta da pandemia de Covid-19. Nesse tempo, porém, lançou uma visitação virtual, que ainda pode ser acessada por interessados em todo o mundo (clique aqui para conhecer).
Serviço:
Planeta Inseto
De terça a domingo, das 9h às 16h
Visitação só ocorrerá mediante agendamento (clique aqui para acessar)
Endereço: Av. Conselheiro Rodrigues Alves, 1252, Vila Mariana, São Paulo (SP)
Entrada gratuita.
(Fonte: Assessoria de imprensa – APTA)
Para quem gosta de história e aventura, Vilfredo Schurmann lança sua terceira obra literária, Em busca do submarino U-513: uma incrível aventura nos mares do Sul. Em seu novo livro, o velejador revela todos os detalhes sobre a jornada que começou quase por acaso, durante uma regata no início dos anos 2000, quando um tripulante da equipe falou sobre existência de um submarino alemão afundado na costa catarinense durante a Segunda Guerra Mundial. Ao saber que existiam 11 naufrágios desses do Eixo no Brasil e que nenhum deles havia sido encontrado até então, Vilfredo encontrou a motivação para sua aventura.
Em 2001, a Família Schurmann iniciou pesquisas sobre o fato histórico, partindo para a grande jornada Expedição U-513 – Em Busca do Lobo Solitário. A bordo do veleiro Aysso, no dia 14 de julho de 2011, depois de diversas incursões ao mar, entre tempestades, frustrações e avarias, a perseverança deu resultado. Finalmente o submarino U-513 foi encontrado a aproximadamente 65 milhas náuticas da costa da Ilha de Santa Catarina, a 130 metros de profundidade, entrando para a história como o primeiro a ser descoberto entre os 11 naufragados na costa brasileira. Agora, os bastidores dessa aventura, incluindo depoimentos de quem participou da jornada, bem como fotos, documentos e relatos de época, preenchem as 356 páginas do livro.
Dividindo seu relato em três partes principais, Vilfredo conta como o U-513 entrou no seu radar e os detalhes sobre colocar esse desafio em prática no capítulo Um naufrágio em nosso quintal. Em A agulha e o palheiro, ele retrata a primeira saída da expedição, mostra a “casa” do submarino e apresenta testemunhas do resgate de sua tripulação. Missão cumprida leva os leitores para o veleiro Aysso da Família Schurmann e os momentos de intensa emoção, quando Vilfredo e tripulação trazem o U-513 de volta para o mundo. “Quando não restavam dúvidas, todos a bordo gritaram e se abraçaram. No meio da comemoração, David e eu ficamos um momento sozinhos e perguntei se ele se lembrava quantas vezes passamos em cima do U-513 até confirmarmos. Ele respondeu: foram 18, Capitão. Questionei: você acha que nós fomos muito perfeccionistas? Que poderíamos ter confirmado antes?. Não, Capitão. Acho que fomos responsáveis, David afirmou sem hesitar”, lembra Vilfredo.
Em texto de apresentação, o escritor Telmo Fortes declara: “O resultado é impressionante. Reuniu-se um vasto aglomerado de documentos capazes, por si sós, de contar um importante capítulo da guerra naval no Atlântico e dramas pessoais daquele período. Tudo, nesta aventura, foi feito com um cuidado profissional admirável. No entanto, aconteceram coisas que só existem na dimensão sentimental. A última pessoa ainda viva que testemunhou o desaparecimento do U-513, o operador de radar americano Bill Stotts, foi localizado e entrevistado por Vilfredo e Heloisa Schurmann pouco antes de falecer” – além do depoimento impactante da esposa de um dos sobreviventes. Telmo completa: “Fascine-se, pois, caro leitor ou leitora, com a emocionante história de uma busca e de uma vitória. Um romance transcorrido inteiramente nos limites da vida real”.
Com tiragem inicial de 3 mil exemplares, Em busca do submarino U-513: uma incrível aventura nos mares do Sul tem suas páginas coloridas impressas em papel pólen e capa dura. Com o patrocínio master da Fairfax Brasil Seguros Corporativos e patrocínio da Estácio, por meio da Lei de Incentivo à Cultura da Secretaria Especial de Cultura vinculada ao Ministério do Turismo, essa primeira tiragem do novo livro de Vilfredo Schurmann chega ao mercado por preço acessível: R$30,00 – abaixo do valor do custo de produção. A obra está disponível para todo o Brasil via Amazon com taxa de frete fixo, a partir do site do livro. Além disso, Em busca do submarino U-513: uma incrível aventura nos mares do Sul conta ainda com versão acessível produzida pela equipe da reconhecida Fundação Dorina Nowill para Cegos, que passa a integrar também o acervo gratuito da Dorinateca para pessoas com deficiência visual.
Persistência e adaptabilidade por trás da obra | Aos 20 e poucos anos, Vilfredo revelava uma característica marcante de sua personalidade: persistência. Foram dez anos de preparação para a realização da aventura que consagrou os Schurmann como a primeira família brasileira a dar a volta ao mundo a bordo de um veleiro, entre os anos de 1984 e 1994. A saga para a descoberta do U-513 também levou quase uma década, com o velejador enfrentando muitos desafios ao lado de Heloisa e os filhos Pierre, David e Wilhelm. “Nada vem fácil, nada cai do céu sem muita luta e perseverança. Tínhamos que ter determinação e não podíamos desanimar”, relata Vilfredo, lembrando ainda que essa foi a primeira vez na história mundial que um submarino alemão da Segunda Guerra foi achado por um veleiro.
Desde que concluiu a expedição em busca do submarino, o velejador manteve o sonho de contar essa história em um livro. Até que veio a pandemia de Covid-19 e Vilfredo se encontrava a bordo do veleiro Kat, nas ilhas Falklands/Malvinas. “Fomos surpreendidos pelo evento mais dramático para a humanidade em muitas décadas. Conseguimos uma licença do capitão dos portos e da imigração para permanecer em Falklands. Para mim, Wilhelm e Erika, seria o melhor lugar para ficarmos isolados no início da pandemia”, lembra Vilfredo.
Adaptado à uma estranha realidade de isolamento, dessa vez, forçado, ele fez desse momento a oportunidade de transformar mais um sonho em realidade. “Foram três meses de espera, até poder navegar direto para o Porto de Itajaí. Nesse período, decidi começar a escrever sobre a busca do U-513. Queria compartilhar o que realmente senti durante todo o processo da expedição. Tive tempo e tranquilidade para ler todos os e-mails trocados desde 2001, quando nasceu a ideia de encontrar o submarino alemão desaparecido. Alimentei a memória com os relatórios de cada saída do Aysso que enviamos para a Marinha e com as pesquisas realizadas antes de iniciar a busca. Enquanto eu escrevia, o silêncio era absoluto”, relata o velejador.
Com colaboração de Gui Stockler nos textos e coordenação editorial e produção executiva da Mandacaru, Em busca do submarino U-513: uma incrível aventura nos mares do Sul será lançado oficialmente em 9 de dezembro com noite de autógrafos realizada no Cabanga Iate Clube de Pernambuco, onde Vilfredo estará com a Família Schurmann e tripulação da Voz dos Oceanos. Em Recife, o velejador celebra a realização de dois sonhos: o novo livro e a atual expedição, que conta com o apoio mundial do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
Momento especial em total sintonia com as palavras do apresentador e jornalista Pedro Bial para a contracapa da obra: “Tem vez que falar em ‘empresa familiar’ é redundância. Família é sempre uma empresa: empreendimento para a realização de um objetivo. Projetos em comum unificam, ampliam o sentido e estendem legados familiares. Há décadas, a Família Schurmann compartilha seu projeto de vida com todos os brasileiros, uma empresa familiar ao mar que se fez símbolo de coragem e liberdade. O exemplo dos Schurmann desdobra-se em acolher e libertar, congregar e espalhar, navegar e chegar. Partir, para voltar”.
O velejador Vilfredo Schurmann | Economista graduado pela Universidade Federal de Santa Catarina, Vilfredo Schurmann foi consultor financeiro de grandes corporações brasileiras. Aos 35 anos, trocou a vida em terra firme para navegar pelo mundo com a família. Em 37 anos de aventuras, o Capitão da Família Schurmann liderou e coordenou três circum-navegações, além de outras aventuras nos mares e oceanos do planeta, entre elas, a Expedição U-513 – Em Busca do Lobo Solitário, que, em breve, também ganhará as telas de cinema em documentário dirigido por David Schurmann.
Atualmente, Vilfredo se prepara para concluir a etapa nacional da Voz dos Oceanos, iniciativa do Brasil para o mundo que conta com o apoio mundial do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Após passagem por Recife e Fernando de Noronha, no final de dezembro, a tripulação segue para a rota internacional até chegar à Nova Zelândia, no segundo semestre de 2023. Vilfredo também atua na produção de conteúdos audiovisuais em diferentes formatos e é autor de Momentos de uma aventura (2001), Navegando com o sucesso (2009) e do lançamento Em busca do submarino U-513: uma incrível aventura nos mares do Sul (2021), dedicado a todas as pessoas que acreditaram na empolgante e desafiadora busca do submarino U-513.
(Fonte: Comunicação Família Schurmann & Voz dos Oceanos)
Ao comparar a abundância na Amazônia de 91 espécies silvestres de animais, pesquisadores do Brasil, Peru, Estados Unidos, Inglaterra e Espanha mostram que o método baseado no conhecimento ecológico local (LEK) é mais eficaz para mapear espécies particulares de mamíferos, aves e tartarugas, que raramente são observadas por meio de monitoramentos convencionais, como as espécies noturnas, as menos abundantes ou vítimas de caçadas. Esta é a conclusão de estudo publicado nesta segunda (6) na revista científica “Methods in Ecology and Evolution”, com contribuição de pesquisadores das universidades federais da Paraíba (UFPB), do Rio Grande do Norte (UFRN) e Rural da Amazônia (UFRA).
Neste estudo de conhecimento ecológico, o objetivo foi avaliar o potencial do levantamento da abundância da vida silvestre e, para tanto, comparou-se o conhecimento ecológico local com os estudos científicos que tradicionalmente usam métodos que consistem em caminhar repetidamente em trilhas pela mata para contar os animais avistados.
O estudo aponta que o método LEK implica um maior número de horas dedicadas à observação na floresta, mas amplamente distribuídas ao longo do tempo nas suas atividades quotidianas das populações locais. Já os censos de animais feitos em trilhas lineares supõem um esforço consideravelmente menor, mas muito intenso, pois costuma se concentrar em duas ou três semanas de trabalho passando pelas trilhas.
Franciany Braga-Pereira, doutoranda em Zoologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), pesquisadora do Instituto de Ciencia y Tecnología Ambientales de la Universidad Autónoma de Barcelona (ICTA-UAB) e líder do estudo, comenta que “a percepção da população local é multissensorial, envolvendo audição, olfato e outros sinais visuais indiretos, como urina, pegadas e arranhões, que aumentam a capacidade de detectar a presença de um animal”. Ela explica que os censos de animais por meio de trilhas lineares são feitas durante o dia, o que acaba por não abranger animais noturnos, por exemplo. “O monitoramento convencional por meio desses transectos lineares tem dificuldade em fornecer informações sobre todas as espécies que possuem hábitos noturnos ou que são mais ariscas”.
A conclusão é que a incorporação do LEK nos projetos de monitoramento da vida silvestre de base comunitária, em que os moradores locais registram e interpretam seus próprios dados, pode melhorar significativamente a qualidade da ciência e contribuir para a sustentabilidade das florestas tropicais do mundo. Este método empodera as comunidades locais, que são os principais atores e partes interessadas, para melhor administrar seus próprios recursos naturais e desenvolver iniciativas de conservação legítimas e bem-sucedidas. Os autores explicam que o monitoramento dos animais pelas comunidades tradicionais pode ser realizado mesmo com a interrupção de pesquisas externas por conta de crises internacionais ou nacionais.
“Um grande exemplo disto foram as restrições de movimentação durante a recente pandemia Covid-19, na qual muitas áreas protegidas no mundo permaneceram fechadas para pesquisadores externos por um longo período e o único monitoramento da fauna possível foi aquele feito independentemente por moradores locais”, ressalta o autor sênior do estudo, Pedro Mayor, da Universidade Autônoma de Barcelona (UAB), professor visitante da Universidade Federal Rural da Amazônia, pesquisador de Fundamazonia e presidente da Comunidad de Manejo de Fauna Silvestre en la Amazonía y en Latinoamérica.
Na floresta amazônica, que detém umas maiores biodiversidades do mundo, esse tipo de monitoramento pode ajudar a mensurar o impacto de diferentes atividades na vida silvestre, trazendo estimativas precisas e atualizadas da abundância das populações animais. Quanto maior a velocidade de obtenção de informações de alta qualidade sobre as tendências populacionais, mais eficazes podem ser as ações de manejo e conservação.
(Fonte: Agência Bori)
A capa da edição do Anuário Arq+Decor 2021 é uma releitura da obra Os Operários – criada em 1933 pela pintora brasileira Tarsila do Amaral –, assinada pela artista visual Gisele Faganello, de Catanduva, uma das artistas representadas pela Galeria Arqtus-Lígia Testa. A tela de Tarsila traz uma forte temática social, retratando cinquenta e um operários da indústria em momento histórico marcado pela migração de trabalhadores, classe vulnerável, explorada e sem acesso a leis que a defendessem propriamente.
Expoente das artes visuais e artista múltipla, Gisele Faganello é um talento nato da cidade de Catanduva que ganhou projeção nacional e internacional ao longo de sua carreira. Com um ritmo frenético de atividades, a artista conquistou reconhecimento e sua trajetória pode ser apreciada em painéis e esculturas expostas em espaços diversificados ao alcance do público.
A arte desenvolvida por ela tem como característica o uso de materiais diversos e combinações entre diferentes técnicas, o que revela toda a sua potência e personalidade. Na verdade, Gisele conta que atendeu a uma solicitação da sua galerista Ligia Testa, que colocou o foco de sua atividade numa releitura de uma das obras de Tarsila do Amaral – Os Operários –, revista depois de longos anos na modernidade que passa nosso país. Uma tacada de mestre, diga-se. “Ligia é assim: mega antenada com a arte nos mínimos detalhes”, conta a artista. “A releitura de obras de arte é um recurso usado para diversos fins; minha proposta foi homenagear uma mulher focando nela a revisão de sentidos”. Gisele acrescenta: “Nosso grupo de artistas – representado por Ligia Testa – tem muito dessa coisa de fazer referência/reverência a mulheres importantes, estimulando, desta forma, o aumento da representatividade feminina no segmento da Arte. Assim, fui escolhida, uma mulher, para referendar outra mulher: Tarsila, ícone da pintura brasileira, cujo sentido de consciência social aparece com significância em seu trabalho”.
Inserido no mesmo anuário, Ligia Testa se uniu a Carmen Saucedo, a publisher do Circuito Arq+Decor, destacando vários amigos artistas que pintaram, cada qual em seu estilo, as tampas destas caixas. “Algumas serão mostradas em matéria dentro do anuário, mas outras, só quem for receber é que se deliciará com um conteúdo tão profissional e artístico. De minha parte, só devo agradecer… à Ligia sempre destacando minha atividade artística, me impulsionando em novos desafios, e à Carminha Saucedo, por acreditar na qualidade de nossas atividades”. Artistas que fazem parte da ação: Adalgiza Vaz | Isis Kosta | Fernanda Carvalho | Duda Clementino | Karol Coelho | Flavia Pircher | Leoni | Gisele Faganello | Luisa Libardi | Lidia Madeira | Ciça Testa | Nada Vilas.
Acompanhe o lançamento em https://circuitoarqdecor.com.br/.