Tratamento minimamente invasivo tem sido estudado há anos e foi detalhadamente abordado na revista Epilepsia, uma das principais publicações na área
São Paulo
O Theatro Municipal de São Paulo, que já foi palco da Semana de 22, de Mário e Oswald de Andrade, Anita Malfatti e tantos outros jovens célebres que deram início ao movimento modernista brasileiro, receberá no dia 20 de novembro dois espetáculos dirigidos e estrelados por artistas negros como parte da Programação do Mês da Consciência Negra, da Secretaria de Cultura.
A programação tem início no período da manhã, às 11h, na sala de espetáculos, com a obra Ocupação Maria D’Apparecida – Movimento nº 1, que tem direção cênica de Luis Fernando Marques. O espetáculo surge a partir da inquietação da dramaturga e atriz Dione Carlos, que, ao se deparar com o apagamento histórico da biografia da personagem Maria D’Apparecida Marques, encena sobre a vida da primeira cantora lírica negra a se apresentar na ópera de Paris.
Nascida em 1935, a carreira de Maria começou como atriz no Teatro Experimental do Negro, de Abdias Nascimento. Estudou no Conservatório Brasileiro de Música, com o desejo de seguir carreira como cantora lírica. Impedida de atuar profissionalmente no Brasil pelo fato de ser negra, resultado direto do racismo estrutural brasileiro, partiu para a França, onde estabeleceu residência e construiu uma carreira sólida e reconhecida, tendo interpretado uma inesquecível Carmen, na famosa ópera de Bizet, em Paris. Apesar do sucesso, nunca desistiu da cidadania brasileira. Em 1965, Maria pôde experimentar um pouco desta alegria ao realizar uma apresentação no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, onde interpretou a sua celebrada Carmen.
Ainda no mesmo dia, para fazer o público cair na risada, o mesmo palco, recebe, às 21h30, um elenco de comediantes de ponta do stand-up comedy brasileiro. Dirigido por Marton Olympo, o espetáculo Risadas Pretas Importam traz a reflexão do Dia da Consciência Negra dialogando inclusive com a reparação cômica. A peça traz também um humor temperado pelo afrofuturismo. Os ingressos estão disponíveis para venda pelo site do Theatro Municipal ou na bilheteria do local.
De acordo com o curador do grupo, Helio de La Peña, o Dia da Consciência Negra deste ano ganhará uma celebração à altura da sua importância. Um evento sonhado por Mário de Andrade vai se realizar, no Theatro Municipal de São Paulo, 99 anos após o lançamento da Semana de Arte Moderna – um espetáculo protagonizado, dirigido e produzido por talentos afro-brasileiros. “Vamos nos apresentar para uma plateia formada em grande parte por pessoas que jamais assistiram a um espetáculo naquela sala. E vamos levar ao palco o que o brasileiro tem de mais genuíno – seu humor”.
O comediante também trouxe para a entrevista a importância da diversidade no palco. “Um grupo formado por sete humoristas (4 homens e 3 mulheres) de múltiplas regiões do Brasil – São Paulo, Rio, Minas Gerais, Pernambuco, Bahia e Brasília. A diversidade em origem, em gênero, em classe social, em faixa etária, tendo como denominador comum o talento e a experiência na comédia stand-up. Será uma noite de sonhos para quem estiver no palco, nos bastidores ou na plateia. Já estou roendo o cotovelo de ansiedade. Porque as unhas e os dedos já se foram”, conclui Helio.
Serviço:
Ocupação Maria D’Apparecida – Movimento nº 1
Luis Fernando Marques (Lubi), direção cênica
Marly Montoni, Dione Carlos e Rodrigo Mercadante, intérpretes
Fábio Leandro, pianista
Data: 20/11/2021
Horário: 11h00
Ingressos R$10 a R$40
Classificação Livre
Duração total 60 minutos
Risadas Pretas Importam
Concerto presencial, aberto ao público
Helio De La Peña, curadoria
Marton Olympio, Direção
Humoristas
Gui Preto
Kedny Silva
Yuri Marçal
Helio De La Peña
Niny Magalhães
Paloma Santos
Zete Brito
Jé Versátil, DJ
Data: 20/11/2021
Horário: 21h30
Ingressos R$20
Classificação 16 anos
Duração total 90 minutos
Para assistir a este espetáculo, é necessário seguir os protocolos de segurança estipulados no Manual do Espectador (acesse aqui), que incluem, a partir de 11 de novembro, a apresentação do comprovante de vacinação).
(Fonte: Approcah Comunicação)
A Secretaria de Saúde de Indaiatuba divulgou um estudo inédito na sexta-feira (12), publicado no início do mês de novembro, pela revista The Lancet Regional Health – Americas, do Reino Unido, uma das maiores do mundo no segmento médico, que indica a alta cobertura do teste de DNA-HPV no rastreamento do câncer do colo do útero com a detecção imediata da doença ainda em estágio inicial, antecipando o diagnóstico em 10 anos. O procedimento foi testado em Indaiatuba por pesquisadores da Faculdade de Ciências Médicas e do Hospital da Mulher “Prof. Dr. José Aristodemo Pinotti” da Unicamp, com o apoio da Roche Diagnostics. O teste de HPV tem capacidade para substituir, em larga escala e maior eficácia, o exame de Papanicolau (exame citológico), mais comumente utilizado no Brasil.
A pesquisa teve como objetivo central organizar o rastreamento do câncer do colo do útero em um grande conjunto populacional. Para tanto, os pesquisadores compararam os resultados de 16.384 testes de DNA-HPV realizados em Indaiatuba com outros 20.284 testes citológicos, realizados no período de 2014 a 2020, por mulheres na faixa dos 25 a 64 anos de idade residentes no município.
Após 30 meses de atividade em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, o programa com teste de HPV demonstrou cobertura populacional superior a 80%, conformidade dos testes, de acordo com a faixa de idade de 99,25% em comparação à obtida pelo programa citológico (78,0%). Dos 21 casos de câncer de colo identificados pelo programa em mulheres com idade média de 39,6 anos, 67% destes encontravam-se em estágio inicial, em comparação com 12 casos de câncer de colo detectados pela triagem citológica, com idade média de 49,3 anos, e apenas um caso em estágio inicial.
A Prefeitura de Indaiatuba instituiu no Sistema Único de Saúde (SUS) o rastreamento exclusivamente por meio do teste de DNA-HPV, substituindo o Papanicolau. Paralelamente, promoveu as condições para a realização do estudo, aliadas aos testes da Roche e a um software desenvolvido pela empresa multinacional e implantado em todas as unidades de saúde da cidade, o Tracking for Life, que foi essencial para organizar o novo fluxo de amostras e resultados na cidade, capacitar os profissionais de saúde para usar os novos algoritmos, garantir que os exames fossem feitos nos intervalos adequados e registro on-line das pacientes para evitar dependência dos dados em papel, além de estatísticas e relatórios. A máquina analisa o teste e a própria ferramenta comunica o sistema de informática da rede de saúde da Prefeitura sobre o resultado, economizando uma série de recursos financeiros antes alocados.
Outra decisão da Secretaria Municipal de Saúde amparada pela assessoria dos pesquisadores da Unicamp foi modificar a sua estratégia de imunização contra o HPV, antecipando as vacinas dos meninos a partir dos 9 anos, quando já ocorria a das meninas. Também tomou medidas para que a cobertura vacinal atingisse o mínimo necessário para conter a transmissão do vírus, 80%, diferentemente do que ocorre no restante do Brasil, principalmente pelo estigma associado ao início da vida sexual. A principal delas foi voltar a oferecer a vacina nas escolas, que previne câncer e que ocorreu em 2018.
Para o médico ginecologista e vice-prefeito de Indaiatuba, Dr. Túlio Tomass do Couto (SOLIDARIEDADE), daqui a dez anos, a expectativa é de que não ocorram mais casos de câncer de colo uterino na cidade. “Nosso objetivo foi realmente inaugurar uma política pública completa e consistente para erradicar o câncer de colo de útero, que é uma doença 100% evitável. Tenho certeza de que esses dados serão úteis, a partir de hoje já, para muitos outros gestores de saúde interessados em salvar vidas e em utilizar da maneira mais adequada os recursos disponíveis para a saúde com responsabilidade e coragem”, afirmou Túlio.
De acordo com o professor do departamento de Tocoginecologia da FCM e pesquisador líder do estudo, Júlio César Teixeira, além da possibilidade de substituição do exame convencional para o diagnóstico do câncer do colo do útero no Brasil, os resultados obtidos demonstram a necessidade de maior apoio às atualizações dos programas existentes, onerosos e de baixo impacto na mortalidade da doença. “Este estudo de base populacional foi realizado em um cenário da vida real e é um dos estudos pioneiros incluindo mulheres de média e baixa renda e entre 25 a 29 anos, usuárias do SUS. Os resultados são cruciais para fornecer um caminho factível para implementar o teste de HPV como rastreamento do câncer do colo”, disse o docente.
Dentre as inovações oferecidas por um programa de rastreamento do câncer do colo do útero utilizando teste de DNA-HPV, Dr. Júlio destaca a precedência diagnóstica da doença de quase 10 anos em comparação ao exame de Papanicolau. “A detecção em estágio inicial possibilita um tratamento mais barato, menos mutilador e com chances de 100% de cura. Os resultados imediatos, além dos anteriores já publicados com demonstração de custo-efetividade, podem apoiar os gestores de Saúde no estabelecimento de um programa nacional de rastreamento mais eficiente e duradouro e, principalmente, com impacto real na mortalidade”, comentou.
(Fonte: Assessoria de Imprensa | Prefeitura de Indaiatuba)
A Editora da Universidade de São Paulo (Edusp) e o Centro de Pesquisa em História da Cultura da Universidade Estadual de Campinas (Cecult) lançam virtualmente na próxima quinta-feira, 18 de novembro, às 18 horas, o livro Palmares & Cucaú: O Aprendizado da Dominação, da professora e historiadora Silvia Hunold Lara, como parte dos debates acerca do Dia da Consciência Negra. A publicação é um retrato histórico sobre o acordo de paz negociado em 1678 entre o governo de Pernambuco e o rei dos Palmares, o maior e mais duradouro assentamento de fugitivos da história da escravidão no Brasil. Para o lançamento, Silvia Hunold Lara participará de uma conversa, mediada pela também historiadora Lucilene Reginaldo, da Cecult, no canal do Youtube e no perfil no Facebook do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp.
A autora apresenta uma pesquisa extensa, com novos documentos que são incorporados à análise de fontes já conhecidas, para revelar detalhes dos acontecimentos que levaram os habitantes dos Palmares a se instalar na região de Cucaú, onde permaneceram até o início de 1680, quando foram atacados e reescravizados. O livro também contribui para mostrar o ponto de vista dos escravos na história da escravidão e dos habitantes dos Palmares na história dos mocambos.
Silvia Hunold Lara é doutora em História Social pela Universidade de São Paulo (USP) e foi professora da Unicamp até se aposentar, quando passou a ser colaboradora do departamento de história da instituição. Suas pesquisas têm ênfase na História do Brasil Colonial, na História Social do Trabalho, especialmente na História da Escravidão, e nas relações entre História e Direito.
Também é autora dos livros Campos da Violência. Escravos e senhores na Capitania do Rio de Janeiro, 1750-1808 (389 páginas, Editora Paz e Terra, 1988) e Fragmentos Setecentistas. Escravidão, cultura e poder (456 páginas, Companhia das Letras, 2007). Juntamente com Joseli M. Nunes Mendonça, editou a coletânea Direitos e Justiças no Brasil. Ensaios de história social (543 páginas, Editora Unicamp, 2006) e, com Gustavo Pacheco, a coletânea Memória do Jongo: as gravações históricas de Stanley J. Stein. Vassouras, 1949 (197 páginas, Editora Cecult, 2007).
Serviço:
Lançamento: Palmares & Cucaú: O Aprendizado da Dominação
Conversa com a autora Silvia Hunold Lara
Quando: 18 de novembro, quinta-feira, às 18h
Transmissão: Canal do YouTube e no Facebook do IFCH Unicamp.
(Fonte: Ex-Libris Comunicação Integrada)
Promover uma reflexão por meio de atividades educativas e lúdicas é uma maneira de abordar temas importantes para a formação, desde a infância. No próximo dia 20 de novembro, a partir das 14h30, a Casa Museu Ema Klabin promove a oficina-jogo África(s) em Ação, desenvolvida pela artista e educadora Thelma Löbel.
O jogo, desenvolvido exclusivamente para a Casa Museu Ema Klabin, vai explorar a imensidão e a pluralidade do continente africano, tendo como ponto de partida a Coleção Africana da Casa Museu Ema Klabin. O tabuleiro irá revelar os territórios onde os encontros, descobertas e narrativas acontecem.
No dia 28 de outubro, domingo, a partir das 14h30, a escritora Selma Maria vai contar uma história inédita, A Menina Cheia de Cores, enquanto a ilustradora Nina Anderson fará os desenhos ao vivo, durante a narração. Após a apresentação, a escritora e a ilustradora conduzirão um bate-papo com o grupo.
A Menina Cheia de Cores, de autoria de Selma Maria, parte de uma carta que a menina Bianca recebe de sua avó ao nascer. A carta faz referência à cultura europeia apresentada a ela, suas lendas e contos de fadas como o da Branca de Neve, até revelar para menina suas verdadeiras raízes.
A programação tem apoio cultural do Governo do Estado de São Paulo, por meio do ProAC ICMS da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, e patrocínio da Klabin S.A.
Serviço:
Casa Museu Ema Klabin
Oficina-jogo África(s) em Ação – sábado, 20/11, das 14h30 às 16h30. 25 vagas, atividade presencial, a partir dos 7 anos. Inscrição: https://emaklabin.org.br/consciencia-negra/africas-em-acao
Contação de história A Menina Cheia de Cores, de autoria de Selma Maria – domingo, 28/11, a partir das 14h30. 70 vagas, atividade presencial, a partir dos 4 anos. Sem necessidade de inscrição.
Gratuito*
Rua Portugal, 43 – Jardim Europa, São Paulo, SP
Acesse as redes sociais:
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* Como em todos os eventos gratuitos, a Casa Museu Ema Klabin convida quem aprecia e pode contribuir para a manutenção das atividades a apoiar com uma doação voluntária no site.
(Fonte: Mídia Brazil Comunicação Integrada)
Na última quinta-feira, dia 11, ocorreu o lançamento do livro Contrariando a Estatística: Genocídio, Juventude Negra e Participação Política, de Paulo César Ramos, na CONI – Comunidade Negra de Indaiatuba. O livro é derivado da dissertação de mestrado do autor defendida na UFSCar. Trata-se de um trabalho de reconstituição da formação da bandeira de luta em torno do genocídio da juventude negra, de seus primórdios à formação de um movimento nacional e de agenda de pressão por políticas públicas.
O livro já havia sido lançado na sede da editora Alameda em São Paulo no dia 5/11 e o evento contou com diversas personalidades militantes do Movimento Negro, além de acadêmicos e intelectuais interessados na temática. O convite da CONI foi resultante do fato de que o autor tem família e domicílio em Indaiatuba, ainda que esteja temporariamente morando na Filadélfia para um período de pós-doutoramento na Universidade da Pensilvânia, onde ministrará um curso sobre memória negra no próximo semestre.
O evento em Indaiatuba contou com a presença de estudantes, jornalistas, empresários e personalidades políticas locais. O coquetel de lançamento foi um oferecimento do Movimento Flor e Ser, que trabalha pela segurança alimentar de pessoas em situação de rua. Durante o lançamento, o livro foi vendido a R$40,00. Atualmente a obra pode ser adquirida através do site da Editora Alameda por R$58,00 (https://www.alamedaeditorial.com.br/sociologia/contrariando-a-estatistica-de-paulo-cesar-ramos).
Trecho da contracapa do livro, assinada pelo Prof. Valter Silvério, do Depto. de Sociologia da UFSCar:
“O livro que chega a um público para além dos universitários e acadêmicos é resultado de uma pesquisa de mestrado que acompanhou, a partir da criação do Movimento Negro Unificado, 1978, a violência socialmente exercida pelas instituições brasileiras contra a juventude. O trabalho, ao distinguir adolescência – o indivíduo como ser psíquico – de juventude – a leitura da experiência coletiva de um segmento e/ou grupo –, tem o mérito de descongelar a própria concepção vigente de juventude ao expandi-la para juventudes.
A juventude negra aparece, portanto, como sujeito na sua articulação com os processos sociais mais gerais e como resultado das relações sociais produzidas ao longo da história mediada pela experiência, individual e coletiva, de um grupo racializado em uma sociedade racialmente estruturada em dominância.
Assim, ao considerar o próprio descompasso da discussão brasileira que enfatizava a existência de juventude no singular, quando muito recortada pela origem social na chave da classe, o texto, por um lado, desafia a homogeneidade e, por outro lado, demonstra que aquele descompasso estimulou os próprios jovens negros/negras a encontrarem caminhos para canalizarem suas reivindicações e demandas em uma sociedade que se nega a reconhecer tanto a sua existência enquanto grupo quanto suas demandas especificas, em especial aquela denunciada internacionalmente, primeiro, por Abdias Nascimento (1978- 2002), em seu livro O Brasil na Mira do Pan-Africanismo contra o genocídio da população negra“.
Paulo César Ramos é doutor em sociologia pela USP, mestre e bacharel em sociologia pela UFSCar. Atualmente é pesquisador de pós-doutorado na Universidade da Pensilvânia. Também é pesquisador do Núcleo Afro do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento, coordenador do Projeto Reconexão Periferias da Fundação Perseu Abramo e pesquisador do Núcleo de Justiça Racial e Direito da Fundação Getúlio Vargas. Tem por temas prioritários relações raciais, violência, movimentos sociais e políticas públicas.
Recentemente, o livro De Bala em Prosa, para o qual o autor escreve um capítulo (Quantas Vidas Contam para um Genocídio), foi indicado para o Prêmio Jabuti na categoria crônicas/obras coletivas e figura entre os 10 finalistas ao Prêmio.
(Fonte: Ana Maura Tomesani)